SABRINA..

Ele não veio á escola hoje, isso é um ótimo sinal, pelo menos ninguém vai se sentar atrás de mim.

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Nossa estou fodida, a próxima aula é português e vai ter prova oral. Fodeu geral. Não sei nada sobre figuras de linguagem.

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A aula passou muito devagar, mas pelo menos consegui uma boa nota na prova.

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Cheguei em casa e só penteei meu cabelo e prendi em um rabo de cavalo , troquei a camisa, por uma pior ainda, só não ia com a camisa da escola, porque o dia estava muito quente, por isso a regata. Hoje eu ia na cidade vizinha comprar roupa, porque, como emagreci, as antigas ficaram largas. Peguei o dinheiro e sai.

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Nossa mais que porra, não existe calça Jens bonita não do meu tamanho? Vai tomar no cu, todas que eu gostei não serviram e estou falando de quinze calças, sem exagero. Ok, estou irritada não vou comprar porra nenhuma. Vou embora.

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E agora essa porra de ônibus que não vem, desculpe tantos palavrões mas é que quando fico nervosa falo mesmo e que se foda os incomodados.

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Já estava esperando a meia hora quando vejo um garoto mega hiper super sarado, gostoso pra caralho vindo pro ponto sem camisa, puta azar só porque estou um desastre, não vi o rosto porque o sol estava muito forte batendo na cara dele.

– Oi - só um momento para eu respirar o gostosão falou comigo, impossível. Se bem que como as meninas que estavam no ponto estavam quase me matando, acho que sim, ele falou comigo...

– Oi – ele repetiu, nossa como eu sou idiota esqueci de falar com ele.

– Ooii –nossa gaguejei, é o fim.

Ele riu.

– Não sabia que gaguejava- espera, reconheço essa voz, vou olhar pra confirmar e sim, é quem eu estava pensando.

– Aff, é você.

– Decepcionada?

NÃO!!!

– Muito - digo e nessa hora falto eu levar tapas na cara das meninas que estavam no ponto.

– Desculpe, mas eu preciso de uma ajuda sua -ele riu sem graça, segura em alguma coisa Sabrina para não cair. Cara que sorriso lindo.

– Depende do que você precisa.

– Eu perdi minha camisa, com o dinheiro pro ônibus tem como me emprestar?

– Você não tem celular pra ligar pra alguém?

– O celular estava junto.

– Sinto muito estou sem grana- mentira! Tinha todo o dinheiro das calças já que não comprei.

– Nossa, você não tem cinco reais pra emprestar?

– Sinto muito.

– Vou ter que me prostituir agora por cinco reais.

Nessa hora as garotas quase que dançaram de felicidade e ele percebeu, porque começou a rir e falou.

– Alguma de vocês gostaria de ganhar um beijo por cinco reais?

Elas quase se mataram, mas não deixei nenhuma dizer.

– Estou zoando, eu te empresto o dinheiro. - me dei por vencida.

– Poxa que pena, só porque ia dar uns beijos. - ele disse em uma cara triste fofa e sexy.

Quem ele pensa que é pra beijar outra garota que não seja eu?

– Quem disse que não vou exigir os serviços?

Ele me olhou com cara de quem não acredita no que vê, mas foi ai que caiu a ficha, pensei alto e agora ele sabia que eu queria beijar a boca dele. Merda eu e essa minha boca grande.

– Tttooo sssó zoaanndoo - falei gaguejando, que merda.

– Tá bom, sei. Não tem problema, eu te dou um beijo.

– Eeuuu não quero idiota, e para de gracinhas se não não te empresto o dinheiro.

– Você viu que eu consigo arrumar sem sua ajuda.

Nessa hora ele agarrou a garota mais biscate do ponto e deu um beijo.

JONATHAN...

Sim. Parece coisa do destino eu sempre encontrar ela. Ela estava simplesmente muito sexy com o cabelo preso, foi a primeira vez que a vi daquele jeito, porque ela sempre deixa solto.

Quando eu cheguei, as outras meninas quase me comeram com os olhos, mas não dei importância. Falei com ela e ela gaguejou, tradução:ela estava nervosa, isso é muito bom!

Quando pedi dinheiro emprestado - o que foi humilhante pra um cara como eu - e ela disse que não tinha, eu realmente não acreditei, por isso resolvi fazer ciúme, já que ela fica com raiva. Ela só não pode começar a chorar.

Disse que me prostituiria e as garotas do ponto quase fizeram festa, eu dei um sorrisinho e a Sabrina ficou me olhando feito boba, mas fingi não notar.

Ela disse que estava brincando e que se eu não parasse com as brincadeiras, não emprestaria o dinheiro. Eu revidei, falando que não precisava dela e como percebi que ela tinha ficado com ciúme na hora da brincadeira, decidi brincar ainda mais agarrando uma garota e beijando.

Até que não beijava mal, mas, mais uma vez, eu vi os olhos verdes e imaginei os pequenos lábios vermelhos. Foi quando ouvi um ônibus parar. Pausei o beijo e olhei, era o que eu ia pegar, sem pensar, subi correndo e acabei esquecendo do pagamento.

O ônibus estava vazio e a Sabrina estava passando a catraca, quando eu resolvi me humilhar.

– Sabrina, por favor, me empresta o dinheiro?

– Ué, não pegou o pagamento?

Foi quando percebi os olhos cheios de lágrimas. Que ótimo Jonathan, parabéns seu otário!

– Me perdoa?

Nossa, como assim eu pedindo perdão? Nunca fiz isso, nunca me rebaixei tanto por uma garota, mas eu não conseguia me sentir baixo por pedir perdão, mas me sentia baixo por fazê-la chorar.

– Por favor, eu sei que sou um idiota.

Ela virou-se e pagou minha passagem, assim consegui passar.

Felizmente ela sentou-se sozinha, assim consegui sentar ao lado dela.

– Por que choras?

– Não estou chorando.

– Está sim, olha a sua voz.

– Cala a boca, você nem me conhece para saber qual é minha voz.

– Pelo pouco que te conheço já sei qual é a sua voz de choro, até porquê já vi você chorar.

Ela tentou segurar as lágrimas, mas em vão. Elas acabaram escorrendo pelas bochechas rosadas. Antes dela as enxugar, eu coloquei minha mão primeiro, aproximando-me e secando uma lágrima, depois fui para a outra, o que exigiu-me inclinar mais sobre ela e ficar bem perto de seu rosto. Nosso rostos a centímetros um do outro. Nossos lábios foram aproximando-se, eu já podia sentir seu hálito fresco. Que cheiro viciante, imagine como seria o beijo dela. Nós nos aproximamos ainda mais, ficando olho no olho, nariz com nariz e lábios a milímetros um do outro.

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