Destino Esquecido escrita por Laura Marie


Capítulo 2
Inesperado




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Gambit ainda estava incrédulo enquanto segurava a caixa do teste de gravidez. Vampira não tinha contado nada para ele. Aliás, eles também nunca tinham tocado neste assunto. Gambit estava tão pasmo com aquela surpresa que nem percebeu quando Vampira chegou ao quarto. Já ela, assim que entrou, sentiu a presença do namorado em seu quarto.

- Oi, Remy! O que está fazendo aí? – Disse ela quando viu Gambit em pé e imóvel no banheiro. No entanto, assim que se aproximou, Vampira arregalou os seus olhos quando viu que Remy estava segurando o seu teste de gravidez.

- Marie... O que é isto? – Remy caminhava para fora do banheiro ainda segurando a caixa, e com uma expressão séria e preocupada.

- Bem... É exatamente o que você leu aí... É um teste de gravidez de farmácia – Vampira não sabia ao certo o que dizer. Aliás, ela nunca tinha visto o Remy tão sério.

- Marie...- Gambit também não sabia o que dizer enquanto bagunçava os seus cabelos – O que está acontecendo?

- Remy, se acalme! O resultado deu negativo! Não há motivo para se preocupar agora!

Ao ouvir a revelação de Vampira, Remy se sentiu um pouco tranqüilizado, mas ainda não foi o suficiente para acalmar os seus ânimos.

- Chérie, por que você não me contou?

- Aconteceu tudo tão de repente, Remy! – Vampira se aproximou mais – Eu estava tendo aqueles sonhos malucos e minha menstruação está atrasada... Então eu me desesperei e saí correndo para descobrir se eu estava grávida.

Vampira tentava acalmá-lo, mas parecia que Remy se descontrolava ainda mais. Ele soltou um suspiro, e se sentou na beira da cama com a cabeça baixa. Vampira realmente se assustou com a atitude de Remy, pois ela jamais imaginaria que ele entraria neste estado de choque ao descobrir uma suspeita de gravidez.

- Seria tão ruim assim caso o resultado tivesse sido positivo? – Disse ela enquanto desviava o olhar.

Gambit finalmente conseguiu perceber o drama que estava fazendo. Ele levantou a cabeça, e viu que Vampira ficou meio aborrecida com a sua atitude. Sendo assim, ele se levantou e se aproximou novamente dela.

- Non, chérie. Eu adoraria ter um filho com você, mas de forma planejada. Acho que nós dois não estamos preparados para isso.

Vampira apenas o respondeu com o silêncio. Seria uma boa chance para revelar a ele que uma futura gravidez seria arriscada para ela e o bebê. No entanto, Vampira preferiu não mencionar este fato agora.

- Mas a questão não é essa, chérie... – Gambit continuou.

- O que está querendo dizer?

- Eu quero dizer que você devia ter me falado!

- Mas eu já disse que tudo aconteceu tão rápido e...

- Eu sei, chérie! Mas esse tipo de coisa é algo relacionado a nós dois! – Gambit a interrompeu – Eu pensei que você não gostasse de segredos.

- Ok! Me desculpe, Remy! – Vampira o abraçou fortemente – Me desculpe por ter te assustado. Prometo que isso não vai acontecer de novo!

- Tudo bem... E me desculpe se eu fui grosso com você!

Vampira o olhou novamente e o respondeu com um leve beijo. Sem dúvidas foi um dia assustador para ambos.

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Já era noite quando Kitty e Vampira faziam um lanche na cozinha da mansão.

- Eu imagino o susto que ele deve ter levado! – Disse Kitty após tomar uma xícara de chá.

- Você não imagina o susto que eu levei quando o vi com aquela embalagem na mão! – Disse Vampira enquanto preparava um sanduíche – Eu nunca tinha visto o Remy naquele estado!

- Ele ficou tão preocupado assim?

- Na verdade, ele ficou chateado por eu não ter contado sobre as minhas suspeitas.

- Nossa! Mas está tudo bem agora?

- Está sim. Foi apenas uma discussão boba, mas foi o suficiente para assustar – Brincou Vampira.

- E por falar nisso, onde ele está agora?

- Ele saiu para jogar cartas com alguns conhecidos – Vampira dizia com um ar meio irritado – É o ritual sagrado dele de todas as sextas-feiras.

- Uau! Você realmente confia em seu namorado! – Disse Kitty sarcasticamente.

- Pare com isso, Kitty! Eu confio no Remy, e ele já superou aquela fase mulherenga! – Vampira tentou entrar na brincadeira – E já que estamos falando sobre ele, sabia que daqui a um mês é o aniversário dele?

- É verdade! Mas eu nem me lembro dos últimos aniversários dele. Quantos anos ele faz?

- Exatamente quarenta anos.

- Nossa! Sério? – Kitty se surpreendeu com a resposta da amiga – Eu sabia que ele era mais velho que você, mas nem tanto! Ele também aparenta ter menos do que isso.

- Sim... Acho que tem alguma coisa a ver com os poderes dele. Mas enfim, estou pensando em preparar alguma coisa especial.

- Podemos fazer uma festa surpresa. Acho que o aniversário de 40 anos marca uma nova fase na vida de um homem.

- É verdade! A festa surpresa parece ser uma ótima idéia! Mas também estou pensando em fazer algo especial mais particular... Se é que você me entende! – Disse Vampira com um sorriso malicioso.

Kitty entendeu imediatamente a mensagem de Vampira. Aliás, se tratando do Gambit, era esperado algo do gênero.

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A casa de Jazz estava cheia naquela noite. E, aparentemente, a sorte estava ao lado do Gambit, como sempre. Já havia se passado várias rodadas, mas sempre tinha um único vencedor.

- Foi um prazer ganhar de você, mon ami! – Disse Gambit enquanto contava o seu dinheiro na mesa.

- Eu ainda vou desvendar os seus truques, cajun! – Respondeu o homem enquanto se levantava da mesa.

- Não são truques. É apenas sorte!

O homem preferiu não responder. Apenas se virou e foi embora estressado. Mas não demorou muito para que outra pessoa ocupasse o seu lugar na mesa. Enquanto Gambit sorria ao contabilizar as suas vitórias, ele pôde sentir a presença de uma nova pessoa.

- Quem é o próximo?

- Há quanto tempo, Remy! – Disse uma voz feminina.

Ao ouvir aquela voz, Gambit a reconheceu imediatamente, mas não acreditou em seus ouvidos. No entanto, os seus olhos se arregalaram, e assim que levantou a cabeça, ele teve uma surpresa.

- Mercy !?

- Como eu disse, faz muito tempo, Remy! – Disse a mulher, que em seguida puxou uma cadeira e se sentou ao lado.

Era uma mulher alta e de olhos verdes, e aparentava ser um pouco mais velha que Remy. E certamente ela estava relacionada ao seu passado.

- Mercy... O que está fazendo aqui?

- É assim que você recebe a sua cunhada após tantos anos? – Brincou a mulher – Aliás, qual foi a última vez que nos vimos?

- Em meu casamento, eu acho... – Disse Remy com um olhar desconfiado.

- Sim! Exatamente 20 anos atrás! Mas você não mudou nada, hein !?

- Dependendo da mutação, você pode tirar algumas vantagens dela.  Mas acredito que você não tenha vindo até aqui só para matar saudades.

- Bem, digamos que mais ou menos...

- Só há um motivo para você estar aqui – Gambit já possuía uma expressão mais séria – O que aconteceu em Nova Orleães?

- Eu preciso conversar com você, Remy – Mercy também passou a ficar mais séria.

- Mas o que aconteceu?

- Nós precisamos conversar em um lugar mais calmo – Disse ela enquanto se levantava – Eu estou hospedada em um hotel. Aconselho que você venha comigo.

Mercy já tinha se virado e começou a partir do local. Enquanto isso, Remy não sabia ao certo o que deveria fazer, já que ele tinha prometido para si mesmo que nunca mais deixaria o seu passado lhe atrapalhar. No entanto, após suspirar fundo, Remy se levantou rapidamente e foi atrás da mulher.

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- Onde está o Henri? – Disse Remy assim que entrou no quarto do hotel.

- Seu irmão está em Nova Orleães, resolvendo algumas coisas... – Mercy o respondeu enquanto fechava a porta e tirava um lenço de seu cabelo.

- Mas e então? Vai me dizer o que aconteceu?

- Primeiro, sente-se – Disse ela, enquanto mostrava uma cadeira próxima à cama - Você não tem nada para me dizer primeiro?

Gambit sabia o que ela queria dizer com aquilo. Ele abaixou a cabeça, suspirou fundo e se sentou na cadeira. Lembrar de seu passado era algo realmente torturante.

- Onde você estava durante a última vez que eu estive na Louisiana?

- Eu estava na França, resolvendo alguns negócios. Mas eu soube sobre o que aconteceu enquanto estava fora.

- Então deve saber que eu me desliguei oficialmente do clã dos Ladrões – Remy disse de forma rude.

- Sim, eu sei... Mas agora eu quero ir direto ao ponto – Disse ela após se sentar na beira da cama – Eu vim lhe trazer duas notícias.

- Obviamente devem ser ruins!

- Eu acredito que a primeira deve ser ruim. Já a segunda dependerá de seu ponto de vista.

- Por favor, Mercy! Não faça rodeios! – Remy começou a ficar impaciente.

- Bem, se prefere assim... É difícil lhe dizer isso, mas o seu pai está morto.

Ao ouvir a notícia, Remy sentiu algo estranho dentro de si. Realmente foi uma triste surpresa. Ele mesmo não sabia se era tristeza, mas ele sentia muito pela morte do pai. Apesar dos erros no passado, Remy sentia algum afeto pelo pai adotivo.

- Quando foi isso? – Disse ele com uma voz trêmula.

- Há cinco meses. Eu sinto muito...!

Remy não disse nada. Apenas abaixou a cabeça e fechou os seus olhos. Parecia que um filme de sua vida passava em sua mente naquele momento. Ele recordou de suas primeiras lembranças que tinha do pai, e também se lembrou da última recordação que tinha – a triste despedida de dois anos atrás.

- E qual é a segunda notícia? – Perguntou ele assim que se recompôs, levantando a cabeça.

Desta vez, foi a mulher quem ficou calada. Ela apenas o observava com um olhar sério, como se estivesse se preparando para dar uma resposta curta e direta.

- Mercy? – Remy estranhou a atitude da mulher – Qual é a outra coisa que você quer me contar?

- Você tem uma filha, Remy. 


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