Fraque E Olhos Verdes escrita por Jane Timothy Freeman


Capítulo 3
A Casa dos Ferrars




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Carole ficara voando nas nuvens durante a semana seguinte. Max era um perfeito cavalheiro, um gentleman, um homem com todas as qualidades possíveis. Seu coração palpitava e disparava no peito ao lembrar aqueles lindos e misteriosos olhos verdes.

Tentou a todo custo esconder seus interesses da mãe, mas a intuição de Pollyanna era terrível. 

Uma semana depois, visitavam a casa dos Ferrars.

Os patriarcas, novamente, juntaram-se no escritório para discutir negócios. Carole ria e gostava que os pais tivessem algum assunto em comum.

Lily convidou-os para um passeio no jardim. Enquanto as mães iam à frente, Carole e Maximilliam andavam mais lentamente.

A moça Adler não conseguia controlar seu coração disparado. Ela estava de braços dados com ele! Seus olhos estavam a centímetros de distância!

Balançou discretamente a cabeça. Se pensasse nos olhos, tudo estaria perdido.

Concentrou sua atenção nas flores, nas borboletas e em como a luz projetava-se sob a copa das árvores do bosque.

- Sou uma companhia tão desagradável?

Carole virou-se num átimo, chocada.

- Claro que não, Sr. Ferrars!

- Maximilliam.

- Como?

Carole não ousava olhar em seus olhos. Uma mirada de soslaio mostrou que ele sorria.

- Pode me chamar de Maximilliam, já que nos conhecemos há tanto tempo.

- Ok... Maximilliam, de modo algum sua companhia é desagradável. - A moça decidiu ser um pouco mais ousada. - Fico distraída quando estou nervosa.

- Hum... 

E ficaram em silêncio novamente.

Ao voltarem à residência, Carole foi convidada a ler poesia ou tocar piano. Sabendo de seu péssimo talento como cantora, decidiu declamar William Blake.

- Qual poema desejam?

Carole quase morreu engasgada quando Maximilliam falou:

- O Jardim do Amor.

E ela obedeceu:

"O Jardim do Amor

O Jardim do Amor fui visitar,

E vi então o que jamais notara:

Lá bem no meio estava uma Capela,

Onde eu no prado correra e brincara.

E os portões desta Capela não abriam,

E "Não farás" sobre a porta escrito estava;

E voltei-me então para o Jardim do Amor

Lá onde toda a doce flor se dava;

E os túmulos enchiam todo o campo,

E eram esteias funerárias as flores;

E Padres de preto, em seu passeio secreto,

Atando com pavores minhas alegrias & amores."

Mas teve de se controlar a todo o custo para que nenhum rubor aparecesse em sua face. Poderia entregar seus sentimentos e, como desconfiava, ser motivo de chacota.

Uma chacota ainda maior que essa! Pensou, a indignação crescendo dentro de seu ser. Maximilliam Ferrars estava brincando com seus sentimentos, mas não deveria. Poderia arruinar sua reputação!

Ficou distante o resto do dia e, ao despedir-se, permitiu que ele lhe beijasse a luva.


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