Fraque E Olhos Verdes escrita por Jane Timothy Freeman


Capítulo 11
O coração de um cavalheiro


Notas iniciais do capítulo

Queridos, como vão?

Primeiramente, quero pedir desculpas pela demora. A reforma do Nyah + vestibulares me deixaram completamente perdida. Espero que entendam!
O capítulo abaixo é curtinho, eu sei, mas é importante para a história, prometo!

E antes que eu esqueça: publiquei dois one-shots há algum tempo. Se quiserem ler, fiquem à vontade:
— Redenção: http://fanfiction.com.br/historia/434301/Redencao/ (Spin-off de "Cartas do Passado" - Caroline Bingley/Personagem Original).
— Ciúme: http://fanfiction.com.br/historia/435538/Ciume/ (Sherlock BBC - Sherlock/John).

Obrigada pela maravilhosa paciência e boa leitura! :D



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Maximilliam’s P.O.V.

É uma agradável noite de verão em St. John. Após o jantar, todos nós nos sentamos ao redor da lareira e descansamos.

A família de Carole aumentou há algumas semanas: uma menininha de cabelos muito negros chamada Elizabeth, a mescla perfeita entre Carole e David, seu ex-esposo e meu grande amigo.

Aos poucos, nossa rotina foi se modificando à presença daquele ser tão pequenino. Carole passa a maior parte do tempo com ela, aos poucos recuperando as forças para as caminhadas em St. John. Antes do jantar, Sophie e Phillip sentam-se ao pé do berço e contam uma história para Lizzie, como me acostumei a chamá-la. Após o jantar, aninho-a em meu peito e canto até que ela pegue no sono.

Se estivéssemos em uma sociedade mais rígida como a londrina, tanto Carole como eu seríamos rechaçados: um cavalheiro não pode ter tanto carinho pelo filho de outro homem, principalmente se este já estiver morto; todavia...

Não consigo me conter, mesmo que até Carole não entenda muito bem minha conduta.

A verdade é que me apaixonei por Carole Adler há muitos e muitos anos e construí um mundo imaginário de castelos de areia para nós. Quando retornei a Londres e a vi no baile dos Dashwoods, soube que lutaria com todas as minhas forças por ela.

Acredito que o destino seja um bastardo, pois gosta de ironizar as frases românticas dos enamorados.

Sou e sempre fui um tanto desajeitado. A minha afeição por Carole crescia, mas não conseguia fazê-la entender; pelo contrário, parecia ofendê-la cada vez que tentava.

A varanda. Os olhos de Carole. Seus lábios sob os meus. Considerava-me o homem mais feliz do mundo naquele momento, mesmo depois do violento tapa que levei.

O destino, então, pregou-me uma peça: as tendências unificadoras lançaram um clima de insegurança sobre nós. Meu pai já estava em uma idade um pouco mais avançada e tinha muitos compromissos em Londres, Mike era muito novo...

Não houve alternativa: assumi os deveres para com a família e deixei meu coração para trás.

Voltei para St. John e conheci David, o herdeiro da propriedade ao lado, e nos tornamos verdadeiros amigos. Quando ele me informou sua vontade de se estabelecer na Inglaterra, organizei para que conhecesse Carole.

Sim, apesar de ela ter aceito David como esposo, fui eu quem o colocou em seu caminho. E este deve ser um segredo que morrerá comigo, pois jamais me perdoará se o souber.

Todos estes acontecimentos devem levar a uma conclusão: sou tão apegado a Phillip e Lizzie por obrigação.

Nunca houve maior engano no mundo: sou tão apegado a eles porque queria que fossem meus filhos.

Meus e de Carole.

É claro que, desolado pela falta dela, me apaixonei por Felicia e fui-lhe fiel até o último suspiro. Sophie é o maior presente que já recebi na vida. Sempre honrei meus sentimentos e compromissos.

Após Carole voltar, porém, percebi que seu lugar em meu coração permanecia.

Balanço a cabeça devagar e deixo os pensamentos sumirem. Apesar de tudo, é óbvio que ela não me ama.

Logo Sophie e Phillip vão dormir. Os criados também terminam seus afazeres. Restamos apenas Carole, eu e a pequena Lizzie.

Preparo-me para deixar mãe e filha a sós. Coloco a garotinha em seu berço na sala e a olho por mais um minuto antes de ir para meu quarto.

– Max.

– Sim, Caro?

Ela ri.

– Não me chame assim! Mamãe o fazia quando estava brava.

Sorrio e fito seus olhos na semi-penumbra. Ela torce as mãos em seu colo e vem em minha direção, parando ao lado do berço. Olha ternamente para Lizzie e, com lágrimas, para mim:

– Obrigada.

– Não há nada que agradecer, só fiz o que um cavalheiro faria.

– Eu sei. – Diz ela, mas seus olhos e seu corpo não saem do lugar.

Sinto que meu coração explodirá se não fizer algo. Aproximo-me lentamente e fico a alguns centímetros de seu rosto, oferecendo todas as chances para que ela fuja de mim.

Carole continua exatamente onde está.

Com um suspiro, envolvo meus braços em sua cintura e a beijo delicadamente.

Estava enganado. Meu coração explodirá agora.

Sinto minha cabeça girar quando Carole retribui.

Apesar de parecer durar pela eternidade, nossos lábios se tocam apenas por alguns minutos. Decido conquistá-la devagar, dia após dia, até que ela me ame como eu a amo.

Coloco um beijo em sua testa e em suas mãos e vou para meu quarto.

Nunca estive tão feliz em toda minha vida.


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