Meu nome é Bruno e à nove anos atrás eu conheci uma garota. Com ela eu aprendi a amar e aprendi a respeitar, pela primeira vez senti algo tão forte e capaz de me mudar. Ela era bondosa, divertida, me entendia e me completava. Mas eu a magoei, fui embora e nunca respondi nenhuma de suas perguntas. Uma delas era se eu ainda amava e toda a noite, deitado na cama, eu respondia que sim. Nunca a esqueci e dentro de mim eu sabia que voltaria para ela, mesmo sem saber se ela voltaria para mim.

Á cinco anos eu recebi um email dela, o ultimo depois de tantos sem respostas. Ela se cansou de tentar falar comigo e então nunca mais mandou nada. Mas uma frase, apenas uma, fez com que eu soubesse que teria que voltar. Demorou um pouco, mas eu consegui me livrar de meu pai, o que provavelmente foi tão bom pra ele quanto para mim, e consegui cuidar da minha própria vida. Só depois que eu consegui reorganizar tudo é que eu peguei um avião de Londres e fui direto para São Paulo, no aniversario de um garotinho que seria meu afilhado se eu não tivesse estragado tudo. Lá eu reencontrei o amor da minha vida. Para minha surpresa ela não me xingou, não me bateu e muito menos me ignorou. Ela me abraçou e aquilo fez com que eu soubesse que tinha feito a escolha certa, mas ela deu as costas e então eu percebi que era doloroso para ela. Respondi a algumas de suas perguntas e hoje eu estou aqui.

A meia hora eu estou andando de um lado para o outro, minhas mãos estão suadas, mas resisti ao impulso de secá-las na calça. O mar estava calmo e a leve brisa bagunçava meus cabelos. Olhei para cima e vi o céu azul e pensei como o dia não poderia estar mais perfeito. As pessoas iam chegando e olhavam com um sorriso para mim, o que me deixava sem ter o que fazer. Clara e Carlos chegaram e eu fiquei aliviado, pois logo ela estaria ali. Eu esperei, resistindo em olhar para o relógio e só quando o carro parou em frente ao deque de madeira eu fiquei mais calmo. Ou mais nervoso, depende do ponto de vista. Primeiro saiu Otavio, andando por entre as pessoas com as alianças e indo em direção aos pais. Depois o pai dela saiu e estendeu a mão para dentro do carro. Logo em seguida a vejo se colocando para fora do carro e sorrindo para mim.

Catarina estava maravilhosa. O vestido era branco e ia até um pouco a baixo dos joelhos, fazendo um balone na cintura, os sapatos eram em um tom rosa claro e não muito altos. O cabelo estava em um coque e tinha alguns enfeites. Jóias das mais simples assim como a maquiagem. Mas nada disso me importava, o que a deixava mais bonita era o sorriso no rosto dela.

Depois do que pareceu uma eternidade ela atravessou o corredor e chegou até mim. O pai dela me deu sua mão e se colocou ao lado de Carlos. Resisti a imensa vontade de beijá-la, mas os elogios saíram da minha boca assim que peguei sua mão.

E ali foi o começo de um futuro.

Um futuro que agora ninguém poderia tirar de nós.