A Herdeira de Ravenclaw escrita por Bruna Gioia


Capítulo 21
Minha auta e a partida para casa




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/415956/chapter/21

Acordei em uma cama, provavelmente na enfermaria de Hogwarts. Ela estava Havia três pessoas ao meu redor: Isaac, (não diga) Victoria e Charlie. Eles me olhavam com uma expressão muito assustada, que logo foi substituída por... acho que era alegria.

Isaac levantou quase caindo da cadeira e me deu um abraço de urso. Victoria e Charlie também me abraçaram. (Victoria, meio hesitante. Já falei que ela odeia abraços?)

–Alicia. –Balbuciou Isaac. –Você dormiu por quase dois dias, direto.

Dois dias?!

–Pelas barbas de Merlin! Como? –Falei.

–E nós vamos saber? –Disse Victoria.

Nossa. E eu achava que dormia mal.

–Ainda bem que você acordou, Isaac estava quase entrando em coma. –Manifestou-se Charlie.

Nós rimos.

Agora eu estava me lembrando. O jogo da Corvinal, a trombada que eu dei em Megan. E... caí da vassoura. E, agora, estou aqui, na enfermaria.

Mas, eu despenquei de centenas de metros. Como posso ter sobrevivido? E as aranhas?

Ah, não. Eu não poderia ter mergulhado para o chão á toa.

–Mas, nós... vencemos o jogo? –Perguntei meio apreensiva.

Eles me encararam. Pareciam que estava me escondendo alguma coisa.

–É... sim. Vocês ganharam. –Respondeu Isaac.

Meu coração começou a pular de alegria, mas foi por pouco tempo.

Mas, Ally... –Começou ele. –Você... só... não morreu, por ter despencado de uma altura tão alta porque...

–Por que, Isaac? Por quê? –Disse.

–Porque... você, meio que... levitou. –Falou, por fim.

Olhei para eles, completamente atônita.

–Com assim? –Perguntei.

–Foi simplesmente espetacular. Você estava a alguns metros do chão, caindo a toda a velocidade em uma parte da arquibancada que estava vazia, aí, você simplesmente, começou a flutuar! Foi de mais! Mas, isso só serviu para diminuir o impacto. Senão... bem, você sabe. –Disse Charlie.

Hã? Como isso é possível? “levitei”?

–Como eu posso ter flutuado? Não sou nenhuma mestra da magia, não sou Dumbledore.

–Ah, é. Ele só chegou alguns minutos depois. –Falou Victoria.

–Mas, e as aranhas? –Perguntei.

–As aranhas! Aqueles monstros! –Victoria tinha medo de aranhas. -Pois bem, eles foram derrotados com a força dos professores. Demorou um pouco, mas eles conseguiram.

–Isso, é estranho. O que as aranhas estavam fazendo lá?

Isaac olhou para a janela, como se pudesse se livrar de todos os olhares, evitando-os.

–Bem, enquanto você estava em seu sono de ouro, nós tivemos uma conversa com Dumbledore. Ele disse que... acha que foi Mirella Barner quem mandou as aranhas. –Disse ele.

–Isso é impossível. Como ela pode ter invadido os terrenos de Hogwarts? –Perguntei.

–Mirella Barner é Mirella Barner, Alicia. Como vamos saber do que ela é capaz? –Falou Isaac.

Charlie se virou para Victoria, que acenou com a cabeça de um modo encorajador.

–Enfim, Ally. Tem mais uma coisa. –Disse ele.

–Fala logo, antes que eu desanime. –Respondi.

–Bom, quanto você levitou, ninguém teve mais dúvidas sobre quem seria a Herdeira. Porque, você... meio que emanou uma luz azul.

Aquela bendita luz azul.

Por quê?

Peguei meu travesseiro e enfiei meu rosto nele. Como eu gostaria de fugir do mundo à vezes, enterrar minha cabeça no chão e esquecer de todas as outras coisas.

Mas, isso não era possível, e, logo eu já não conseguia mais respirar.

Meus amigos me olhavam como se eu fosse doida, mas, pelo menos eles me entendiam. Eles não disseram nada, apenas me encararam.

–E agora? O que eu vou fazer? Todos já sabem agora, Vão me olhar como se eu fosse uma aberração. –Falei.

Charlie e Victoria se entreolharam de novo e depois, se retiraram da sala, como se já estivessem programados para isso.

Isaac olhou para mim, e eu me perguntei o que estaria acontecendo.

–Ally. Preste atenção. As aulas acabam depois de amanhã. Você vai simplesmente ignorar todos os olhares. Vai fingir que nada disso está acontecendo. Quer um conselho? Quando eu tinha dez anos, ainda não tinha... nenhum poder. Nada que chamasse a atenção. Meus pais começavam a pensar que eu era um trouxa, que simplesmente não tinha o dom da magia. Aquilo me deixou muito chateado. Os meus amigos que já tinham alguns sinais de magia, e meus próprios parentes, me olhavam como se eu fosse diferente, como se eu fosse um monstrinho. Mas, aquilo me ajudou. Um mês depois, meus poderes vieram com tudo. Eu praticamente explodi meu quarto com a força da mente. Por, isso, você não pode se importar. Não pode. Tudo bem? –Ele falou.

Concordei com a cabeça. Ele tinha me contado uma história e tanto.

–Agora, nós vamos para a sala comunal da Corvinal. Madame Pomfrey disse que, assim que você acordasse, poderia ir embora. Nossas aulas acabam amanhã. Depois, para casa. Então, vamos. –Disse ele.

Me levantei. Meu corpo estava revigorado. Claro não é, Ally, você dormiu por dois dias, pensei.

Isaac me ajudou até a porta.

–Vai ficar tudo bem. –Ele falou.

Subimos até a sala comunal, e, é claro, senti tantos olhares sobre mim e tive vontade de sumir. Alguns até apontavam, como se eu fosse uma atração de circo.

E, se tivesse havido uma comemoração para o jogo, ela já tinha acontecido.

Todos estavam muito... submissos. Não havia conversas, nem as habituais risadas. Todos olhavam para mim.

Logo, alguns começaram a me perguntar coisas como: “Você é a Herdeira mesmo?” “Rowena Ravenclaw falou com você?”

Subi correndo as escadas para o dormitório feminino. Não queria mais ouvir, simplesmente.

...

Quando minhas colegas de quarto chegaram, eu fingi que estava dormindo. Mas, na verdade, passei aquela noite em claro. Tinha tantos pensamentos na cabeça, que não conseguia me concentrar no simples ato de dormir. (Pelo qual eu gosto tanto.)

Acordei no dia seguinte com uma cara de dementador tenebrosa. O dia estava claro e as montanhas eram visíveis.

Sentei na cama.

Minhas colegas já deviam estar lá embaixo, menos... é claro, Ária.

De todas as meninas, a não ser Victoria, Ária era a mais legal. Ela tinha um cabelo encaracolado, como daquele conto trouxa: Rapunzel. Seus olhos eram muito verdes e bonitos, e eu realmente a admirava. Ária era nascida trouxa. E, ás vezes algumas pessoas caçoavam dela por isso.

–Alicia, eu sei que é chato mas... Se quiser conversar, eu estou à disposição. –Ela falou.

–Não, eu... estou bem. Mesmo. Está tudo bem. –Respondi.

Mas, de repente, ela explodiu.

–Como pode estar tudo bem? Você... você... é a Herdeira de Ravenclaw! Não se importa com isso?

Levei um susto. Ária começou a levantar a voz, cheia de raiva. Não entendia o por quê dela estar fazendo aquilo, eu não tinha feito nada para ela.

Me levantei.

Ela começou a falar de novo:

–O que você vai fazer? Você...

Parou. Ária me encarou, vidrada. Como se pudesse me atravessar com o olhar. Senti um calafrio na espinha.

–Ária? O que houve? –Balbuciei.

Ela começou a tremer, e quando falou, a voz não era dela. Era como a voz que a águia de bronze emitiu, dura e gélida.

–Pequena Ravenclaw, acho melhor tomar cuidado. Vou encontrar o que procuro. O Diadema não pertence a você.

A voz se calou, junto com a minha coragem. Ária voltou ao normal, pelo menos eu acho, esbarrando na cama ao lado.

–O que houve, Alicia? Estou meio tonta. Porque você está me olhando assim? –Ela falou.

–Nada, só estou... pensando.

Ela saiu do quarto, batendo a porta e ainda meio zonza.

Encarei o nada, como se aquilo pudesse me ajudar em alguma coisa.

Era ela. Era Mirella Barner.

Definitivamente, ela estava me assustando. Mas, era isso o que aquela assassina queria. Que eu tivesse medo.

Tentei afastar aquele pensamento, indo até o banheiro para tomar banho.

...

Depois de ter tomado banho, e arrumado todas as minhas coisa, (vou para casa hoje!) me dirigi até o Salão Principal, ignorando os olhares que estavam tão assustados quanto ontem.

Chegando lá, minha vontade era de fechar os olhos ou me tornar invisível. O Salão entrou em um silêncio completo.

Até mesmo Pirraça, o poltergeist, parou de jogar bombas de bosta nas janelas do castelo.

Ele começou a cantarolar, o que só me deixou com mais vergonha:

“Olha que vem vindo! A Herdeira de Ravenclaw!

Tenham medo dela, ou ela será banal. “

Pelo menos era esse o refrão, porque o resto da música eu não prestei atenção.

Me sentei ao lado de Isaac, que não disse absolutamente nada no café da manhã. Pelo menos alguém me entendia, pensei.

Amber Cooper me encarava do outro lado do Salão, fazendo piadas e rindo. Eu tentei não olhar.

Quando as pessoas começaram a ir embora, Victoria e Charlie vieram até a mesa da Corvinal.

–Ei, Miss. Perfeita, você está bem? –Perguntou Charlie.

–Acho que sim. –Falei.

–Pense que nós vamos para casa hoje. –Disse Victoria.

–E, depois, você pode ir para a casa do seu namoradinho. –Falou Charlie.

Isaac corou, como sempre.

Começamos a conversar sobre os exames, e logo eu já estava em uma segunda dimensão, pensando em Mirella Barner, e em como ela tinha possuído o corpo da minha amiga.

...

As aulas acabaram rápido. Agora, tinha chegado a hora do último jantar do ano, onde Dumbledore anunciaria o vencedor do Campeonato das Casas.

Quando começou a falar, todos ficaram em silêncio.

–Boa-noite a todos! Animados para irem para casa? Sem mais atrasos, sei que todos querem comer, vamos ao vencedor do Campeonato das Casas.

Os alunos encaravam Dumbledore, alguns cruzando os dedos, outros franzindo a testa.

–E...o vencedor do Campeonato das Casas é... Lufa- Lufa!

Um quarto de todos os alunos no salão começaram a pular e bater palmas. Dumbledore sorriu.

–Bom, agora, vocês já podem iniciar a refeição. –Disse, por fim.

Ataquei meu frango assado. Que fome, pensei.

Depois que o jantar acabou, me reuni com meus amigos, já de malas prontas.

–Vou sentir saudades desse castelo. –Falou Isaac.

–Que exagero. Nós vamos voltar em setembro. –Retrucou Victoria.

Mas eu sentia que até mesmo ela, a menina mais dura que eu conhecia, ia sentir falta de Hogwarts.

–Estão prontos? –Perguntou o guarda-caça, Hagrid.

Os alunos concordaram com a cabeça.

–Então, vamos! –Exclamou ele.

Subimos no trem.

Virei para trás para dar uma última olhada em Hogwarts.

Vou sentir saudades, pensei.

Sentamos na última cabine, como quando nos conhecemos no primeiro dia.

–Dumbledore não falou mais nada com você? –Perguntou Isaac.

–Não. Acho que ele está tentando ser cauteloso. Porque, não quer levantar suspeitas. –Respondi.

–Desculpa, mas... todos já sabem de...tudo. –Disse Victoria.

Dei de ombros. Dumbledore sempre tinha uns planos malucos.

–Tudo bem então. –Falou ela.

O resto da viagem foi muito tranquila, tirando o fato que Charlie acabou cochilando, e Victoria explodiu um sapo de chocolate na cara dele. (Não me pergunte como.)

–Bom, chegou a hora. –Disse Isaac na Estação de King’s Cross.

–Pois é. Tchau. Vou sentir saudades e...

Parei de falar. Charlie e Victoria já tinham ido embora e meus pais e os pais do Isaac ainda não tinham chegado.

Ele me calou com um abraço. E só.

–Te vejo daqui a uma semana, o.k? –Isaac perguntou.

–É...o.k.

E ele correu em direção a saída.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Capítuloo 21. Já está¡ acabando, o que eu faço? Buaaaaaaaaa.
Enfim, vcs estãoo sentindo o romance no ar? MAUAHAUHAUHAUHA

~bjo das aranhas~



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Herdeira de Ravenclaw" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.