Duas semanas namorando Klaus. Sim, a palavra era namorando e eu só poderia estar mais feliz se eu e Tyler já tivéssemos conseguido resgatar a filha dele, tudo estaria mais simples, a verdade é que eu não sabia o que fazer com relação a isso, eu estava omitindo um fato realmente importante, mas era para o bem de todos. Desde que havíamos assumido nosso relacionamento algumas coisas haviam mudado, ele não era mais meu professor, pois a reitora achou que isso geraria problemas futuros com outros alunos e até mesmo em nosso relacionamento, então fui locada para uma outra professora e estava gostando muito das aulas, claro que ele continuava me ajudando e incrivelmente cada vez mais Klaus se mostrava o melhor namorado que eu poderia imaginar.

Caminhei pelos corredores indo até a sua classe, ele tinha um intervalo de 30 minutos entre as aulas e quando eu ficava livre nesse meio tempo, ficávamos juntos, porque eu também ficava livre da minha aula.

Entrei na sala e ele estava sentado escrevendo algo, fechei a porta e me aproximei devagar, tapando seus olhos com minhas mãos em seguida, ele estava tão concentrado que nem mesmo percebeu minha aproximação.

– Deixe-me ver... - Eu já podia ouvir seu tom zombeteiro. - Katherine. - Estapeei ele nos braços e ele levantou rapidamente, em seguida me puxou para ele rindo, Klaus beijou minha testa, meu nariz e em seguida minha boca.

– Seu bobo. - Comentei sabendo que ele se referia a irmã gêmea irritante de Elena que já havia sido sua ex e graças aos céus estudava em outra faculdade. Eu nunca gostei e jamais ia gostar daquela vadia egocêntrica.

– Como foi a aula sweetheart? - Perguntou ainda enlaçando minha cintura e eu dei um sorriso.

– Foi boa, minha nova professora não é tão bonita quanto você, mas ela é definitivamente mais legal. - Ele abriu a boca e fingiu estar excessivamente ofendido.

– Você me paga. - Comentou e me segurou fazendo cócegas, eu já conhecia aquela tática dele, e sempre, sempre funcionava.

– Ok. - Disse entre risos frenéticos. - Me desculpe, você é o melhor professor do universo. - Ele parou e riu da minha cara.

– Ok, isso está muito cena de comédia romântica. - Falou e se sentou em uma das cadeiras de estudante e eu sentei ao seu lado.

– Você disse que tinha uma coisa pra me contar hoje de manhã, o que é? - Perguntei curiosa, eu realmente estava, ele não era de fazer mistério sobre nada e aquilo definitivamente estava me deixando nervosa.

– Eu recebi uma proposta de emprego melhor. - Falou e eu sorri, mas ele fez um sinal para eu parar com a mão. - Na Alemanha. - Minha boca se abriu em surpresa. - Antes de te conhecer eu aceitaria sem pensar, mas com você aqui eu não aceitaria uma proposta dessa de forma alguma. - Deu uma pausa. - Eu só quero te pedir uma coisa, só não minta, ou me esconda nada tudo bem Car? - Pediu e com o coração apertado eu sorri, afirmando com a cabeça, eu estava escondendo algo, mas era para o bem de todos, ele ia entender, precisava.

– Você tem certeza que quer abrir mão disso por mim? - Perguntei insegura, pois de certa forma era egoísmo meu deixá-lo ficar.

– Sim, tenho certeza absoluta. - Sorriu e selou nossos lábios rapidamente.Eu sorri, mesmo ainda sentindo um pouco do aperto no peito.

– Sweetheart você tem que ir, preciso dar minha aula. - Disse beijando minha testa, faltavam cinco minutos, mas não era bom os alunos acharem que ele estava misturando pessoal e trabalho, mesmo que de certa forma estivéssemos.

Dei um selinho nele e saí em direção a sala de Tyler, para saber se ele tinha alguma novidade, me surpreendi ao esbarrar em alguém e pensei que ia ter uma parada cardíaca quando vi Mikael na minha frente. Não, aquele homem não podia estar ali, quase desmaiei ao lembrar que havia prometido manter distância de Klaus e havia descumprido, era para sermos só amigos.

– Olá Caroline. - Comentou e sua voz gelou minha espinha de maneiras que eu não podia imaginar que pudesse acontecer.

– Procurando pelo Klaus? - Perguntei da forma mais firme que consegui, mas a verdade é que eu estava em pânico e no fundo sabia que era necessário disfarçar.

– Não, eu estava procurando por você. - Comentou de forma fria, inspirei ar e tentei parecer calma.

– Aqui estou, pode falar.

– Eu queria te agradecer. - Arqueei a sobrancelha sem entender o que ele queria dizer com aquilo. - Você fez exatamente o que eu esperava e agora posso continuar tranquilamente com o que planejei. - Sorriu, um sorriso demoníaco eu podia dizer sem nenhuma dúvida, senti minhas mãos tremendo, mas fechei os punhos para que ele não notasse. - Você vai se arrepender de suas escolhas, mas não leve para o lado pessoal. - Comentou antes de sair e eu senti um nó se formar na minha garganta, eu só podia rezar para que aquele homem estivesse blefando.

Fiz o jantar, arrumei a mesa, comprei vinho e esperei. Eu estava nervosa, assim que Klaus chegasse eu contaria toda a verdade a ele e ele me perdoaria certo? Claro que ia, eu precisava ter fé nisso, no que sentíamos um pelo outro, era necessário.

Eram oito horas e ele ainda não havia chegado, andei de um lado para o outro na minha casa, sem saber o que devia fazer com relação a isso e se Mikael tivesse contado a ele? Não conseguia nem imaginar o que eu faria se isso acontecesse, ele não ia me perdoar se não ouvisse a verdade da minha boca, eu estava perdida.

Onze horas, onze horas ele abriu a porta da minha casa, assim que vi seus olhos inchados sabia que estava perdida, nós estávamos perdidos para sempre.

– Você mentiu pra mim. - Falou olhando para mim não com raiva, não com sua típica explosão, mas com decepção, como alguém ferido.

– Klaus... - Eu vi que ele apertava os punhos.

– Você sabia onde estava a minha filha Caroline... Você não me contou... - Falou com uma voz incrivelmente calma e triste. - Eu confiei em você. - Disse com uma mágoa que cortou meu coração.

– Klaus ele ameaçou você e sua filha. - Disse sentindo lágrimas escorrerem pelo meu rosto.

– Caroline você tinha que ter confiado em mim. - Falou passando as mãos pelos próprios olhos. - Agora acabou. Acabou tudo.

– Klaus por favor... Eu te amo, por favor. - Implorei, me aproximando e ele deu um passo para trás.

– Eu não sei se posso te perdoar. - Falou e eu senti um soluço escapar, mais lágrimas. - E mesmo que pudesse, eu tive que fazer um acordo com ele. - Agora Klaus me evitava e olhava para o chão. - Eu vou pra Alemanha Caroline, junto da minha filha. - Respirou fundo e engoliu em seco.

– Por favor não faça isso, por favor não me abandone. - Pedi, ou melhor implorei. Era o amor da minha vida, sim era, eu nunca, nunca amaria alguém como eu o amava de novo, agora era tudo tão claro e eu estava vendo a melhor coisa que eu tinha ir embora.

– Eu não tenho escolha. - Sussurrou. - É melhor eu ir. - Caminhou até a porta e em um impulso fui até ele e abracei suas costas.

– Por favor, não me deixa. - Klaus tocou uma das minhas mãos com a sua e suspirou.

– Eu também te amo Caroline. - Sussurrou, com a voz um pouco falha e ficamos ali, sem saber o que fazer. No fundo eu sabia que ele ia embora e ele também.