Minha mãe me puxou para a área em que estavam os negociadores - só eu acho que esse tipo de pessoa fala outra língua?

Raquel me olhava como se eu fosse a ovelha negra da festa. Na verdade, até já me acostumei com este tipo de olhar. A mulher se aproximou de mim enquanto minha mãe estava indo pegar bebidas.

– Olá Anne. - ela sorriu cínica - Quantas horas demoraram para te transformar em algo decente?

– Menos do que os cirurgiões plásticos demoraram para esticar seu rosto. - sorri.

– Garotinha insolente! - ela me apontou o dedo - Tenha mais respeito comigo.

– Olha só... Raquel. - dei uma pausa - Eu não tenho culpa se você é uma velha mal amada com a síndrome da falta de sexo. Desconte sua raiva em seu marido, ele não deve estar fazendo um bom trabalho. - ri.

Não fiquei ali para ouvir a resposta. Me afastei um pouco das pessoas e decidi ficar olhando de longe. Sempre me dei bem como observadora.

Mas essa noite não podia ter nada de bom. Consegui avistar Sam na pista com Leah. Eu literalmente não sabia o que tava acontecendo. Mas eu não gostei de ver as cenas seguintes.

Ele parecia estar drogado ou algo do tipo. Ou ele apenas estava aproveitando a noite do jeito que achava melhor. Eles saíram da pista e subiram em direção aos quartos.

Espero que ela tire bom proveito dele.

...

Meu rosto estava literalmente congelado de tanta maquiagem, sério, acho que se eu sorrisse meu rosto rachava. Tudo o que eu mais queria no momento era comprar milhares de laxantes e colocar dentro das bebidas dos meus queridos transformadores, eles morreriam pelos fundos, uma morte trágica e engraçada. Estou me sentindo uma assassina. Estava à meia hora dentro do banheiro tentando dar um jeito em toda a casca que estas pessoas puseram em mim. Essa literalmente não sou eu. Eu poderia estar em qualquer lugar, comendo alguma comida gordurosa, mas estou pagando pelo preço da beleza.

– Ruiva dá pra sair do banheiro? - Sam gritou pela milésima vez.

– Já vai filho do capeta. - Gritei irritada.

Olhei para o lado e vi meu querido Cagão em cima do cesto de roupa suja, de repente uma ideia me apareceu.

– Querido London, - sorri - o que você acha de fazer jus à seu apelido carinhoso?

Hoje estou mais psicopata do que nunca. E como em um passe de mágica ele fez o que eu imaginaria que ele iria fazer. Gosto de ver como ele nunca falha com seus planos.

Abri a porta e fiz questão de sorrir na de Sam.

– Nós deixamos um presentinho pra você.

Dois minutos depois foi possível ouvir o típico grito:

– Anne!!