A Garota Que Sugava Almas. escrita por Jubs


Capítulo 7
7. Lorien


Notas iniciais do capítulo

Olá, queridos leitores! Aqui estou eu com mais um capítulo, gostei bastante dele e espero que vocês também gostem. Fiquei feliz e triste no último capítulo que postei: Feliz pois vi que alguns leitores não me abandonaram apesar da minha longa ausência, e triste pois muuuitos foram embora. Mas enfim, é a vida. HAHAHAHA. Agora chega de falar e boa leitura.



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7. Lorien

Havia dois dias desde meu último assassinato e a partir daquele dia eu não saíra mais de meu quarto. Não podia negar que a vontade de quebrar aquela porta e correr atrás de uma próxima vítima que matasse minha fome era quase irresistível, mas mesmo assim eu continuava forte. Abraçada em meus joelhos no canto de meu quarto, com meus lábios trêmulos, pele pálida e gélida mordia meu lábio inferior.

Eu estava mais fraca do que nunca e acima de tudo: faminta. A fome corroía não só meu estomago, mas também meu cérebro e me deixava totalmente fora de mim.

— Abra a porta agora, Doroth! — Meu pai batia freneticamente na porta pela milésima vez no dia. — Se você não abrir eu serei obrigado a tomar uma providência.

— Saia daqui! — As palavras saíam trêmulas. A presença que sua alma causava no local me deixava cada vez mais zonza, se ele não se afastasse em alguns minutos eu não conseguiria mais me manter controlada. — Saia agora!

— Não vou sair até que você abra a porta — Gregory aumentou o tom de voz diante de minha teimosia. — Eu estou falando sério, Doroth! Muito sério!

Levantei-me devagar e me apoiei na parede da com uma das mãos, sentindo minha visão escurecer assim que me mantive em pé. Conhecia Gregory bem o suficiente para saber que ele estava falando sério naquele momento e apesar de tudo que ele já fizera eu não queria que ele fosse a minha próxima vítima, não deixaria que fosse.

Segui em passos lentos até a porta, eu estava mais fraca que nunca. Ao abri-la senti como se todo meu controle fosse arrancado de mim e segurei com todas minhas forças o braço de meu pai.

— Doroth! O que está fazendo? — O som de sua voz me fez parar e sem dizer nenhuma palavra eu olhei em seus olhos e corri para a porta de saída o mais rápido que consegui. — Pare com isso! Pare!

Naquele momento nem a minha fraqueza me conteve.

Sentia como se a fome corroesse meu estômago enquanto corria pelas ruas frias de minha cidade, meus braços nus pareciam ainda mais sensíveis ao frio do que antes, meus sentidos ficavam cada vez mais fora de si aos minutos que se passavam longas horas.

A última coisa que me lembro antes de perder minha consciência por completo é de mãos me segurando antes que meu corpo entrasse em atrito com o chão.

* * *

— Finalmente a bela adormecida acordou! — Uma jovem mulher de cabelos loiros e compridos olhava para mim com um certo desprezo escondido por um sorriso amarelo. — Doroth, Doroth, precisamos conversar... Agora sem dramas, por favor.

Passei a língua sobre meus lábios que estavam mais secos que o normal.

— É... — Fechei os olhos e os tornei a abri-los em seguida. — Primeiramente, quem é você?

A longa gargalhada a mulher ecoou no quarto.

— Sou eu, minha querida! — Ela me olhou com seus azuis e misteriosos olhos, eu a reconhecia de algum lugar, sabia disso. — A sua mamãe.

Então era ela, a tal mulher de vidro, mesmo não a vendo na forma que a vira pelas primeiras vezes eu sabia que era ela, o tom azulado de seus olhos e a doce voz que soava como uma canção em meus ouvidos me diziam isso.

— O que você é? — A fitei. — Cansei desse joguinho, me diz o que você é! O que fez comigo? O que fez com minha mãe? Por quê?

— Calma, calma — ela se sentou na beira da cama em que eu estava deitada. — Pode me chamar de Lorien. E o que fiz com você? Já disse, animei a sua vidinha. E com a sua mãe, eu apenas fiz o que estava no contrato.

Sentia-me mais confusa do que nunca, mesmo com a minha fome saciada misteriosamente, todos os membros de meu corpo ainda doíam e eu desejava mais que tudo tirar aquela história a limpo.

— Ok, Lorien. — Falei seu nome com desgosto. — Mas primeiramente me diga, de que você está falando?

— Preste atenção, minha cara Doroth — Ela abaixou a cabeça e respirou fundo, como se preparasse para o que estava por acontecer. — Agora irei lhe contar uma longa história...

“-Era uma fria do ano de 1839, Lorien trabalhava duro no milharal da fazenda de seu pai, ela estava farta, seus outros oito irmãos a ajudavam a combater a nova praga que praticamente acabara com a plantação de sua família. Eles estavam falidos. Era essa realidade, sua mãe, que adoecia cada dia mais, os negócios que nunca foram muito bons estavam piores a cada semana e ela, por não ser tão graciosa como as outras jovens do vilarejo, estava solteira e prestes a completar vinte anos, a única salvação que teria para a sua família era ela, devia casar-se com um homem rico para que seus pais e irmãos saíssem da miséria, mas ela não queria. Seu coração já tinha dono. Nicholas era um dos jovens mais lindos do vilarejo aos olhos de Lorien, ambos eram amigos de infância, mas por ser mais rico sua família não o deixava manter contato com a jovem, porém nem isso os impediam de ser encontrarem as escondidas.

— Lorien, formosa como sempre. — O rapaz sorria ao ver a jovem, que com um grande sorriso no rosto caminhava entre as flores e vestindo um de seus melhores vestidos. — Tenho algo para lhe contar, minha querida.

O sorriso da jovem se desfez ao ver nos olhos do rapaz um ar tristonho, ela o conhecia tão bem a ponto de reconhecer suas expressões e nesse momento ela sabia que o mesmo não estava tão feliz. Algo ruim estava por vir.

— O que aconteceu, Nicholas? — Argumentou, curiosa. — Me diga logo, estou preocupada.

— Não sei como dizer isso de outra forma. — Nicholas deu uma breve pausa antes de dar a esperada noticia. — Eu vou me casar amanhã. Não podemos mais nos encontrar, sinto muito, Lorien. Eu te amo, mas não podemos continuar nesse jogo, existe um mundo real e eu sou obrigado a vivê-lo, mesmo que eu não queira.

Eu vou me casar. Eu vou me casar. Eu vou me casar.

Lorien sentiu uma forte pontada em seu coração naquele momento, ele não podia simplesmente esquecer tudo aquilo que havia acontecido entre eles. Podia?

— Eu entendo — mentiu, deixando uma lágrima escorrer sob seus olhos. — Mas eu não vou te esquecer, Nicholas. Você foi e será meu único amor.

— Digo o mesmo — ele aproximou seu rosto ao da jovem. — Mas eu preciso, meu pai nunca deixaria ficarmos juntos.

— Então vamos fugir. — Falou finalmente sem pensar duas vezes. — Vamos deixar todos para trás e vamos viver nosso amor e paz!

Nicholas a olhou com pena. Sabia que isso seria impossível, mas ao invés de abrir sua boca e dizer isso para a inocente moça, ele apenas aproximou os seus rostos e a beijou. Um beijo intenso e cheio de paixão que logo passou a caricias mais íntimas.

Lorien não sabia o que fazer a não ser se deixar levar, essa poderia ser a última vez que verá a sua paixão de infância. E encostada em uma árvore no meio da plantação deserta ela se entregou ao rapaz, mesmo sabendo o quão errado isso seria.

Passou-se então um mês desde que Nicholas se casara com Sophie, uma jovem mocinha de quatorze anos, dez anos mais nova que ele. Lorien se sentia trocada, sempre que olhava o casal que aparentava ser feliz junto sentia um ciúme mortal. A plantação de sua família estava totalmente destruída e sua mãe, como esperado, só havia piorado.

Não passava de uma tarde qualquer no vilarejo, mas algo diferente ecoava no ar, um homem em seus sessenta anos, vestido da cabeça aos pés com finas roupas e com grandes e caros anéis nos dedos, observava cada centímero do lugar.

Que era aquele homem? O que fazia em um pobre vilarejo como esse? Eram esses os murmúrios que dominavam o ambiente.

Lorien, que conversando com dois de seus irmãos mais jovens pôde notar com quem o seu pai negociava. Com aquele misterioso homem.

Um frio percorreu a espinha da jovem ao ver que ambos vinham ao seu encontro.

— Prazer, Lorien. — O velho homem segurou uma de suas mãos e logo em seguida a beijou, o nojo percorreu o rosto da jovem. — Você é ainda mais linda de perto.

— Quem é você? — Rosnou ela, limpando a mão que ele beijara na barra de seu velho vestido.

— Seu futuro marido, Lorien! — O pai da jovem falou, repreendendo. — O trate com respeito, você não imagina a sorte que tem de tê-lo como noivo, todas as jovens daqui queriam um casamento nobre como o seu.

— Quanto ele te deu? — Lágrimas caiam dos olhos da jovem, ela sabia que aquele momento chegaria, mas o que não imaginava era que a escolha de seu pai seria tão asquerosa, ele havia pensado apenas em si próprio. — Eu não quero me casar com um velho! Não vou me casar! Nunca!

— Se comporte, docinho. — O homem segurou os ombros da jovem que prestes a perder o controle deixava as lágrimas escorrerem sobre as pálidas bochechas. — Minha esposa deve se comportar como uma dama, agora vamos, estou atrasadíssimo.

— E as minhas coisas? — Falou a jovem, agora calma. No fundo ela sabia que não teria como evitar aquilo. — Não vou poder pegá-las?

— Não, querida. — Disse o homem puxando-a pelo braço sem deixar dexá-la se despedir de seus irmãos, ou pais. — Tenho tudo que você precisa em nossa casa.

Lorien não olhou para trás quando a grande carruagem andou, sentia-se vazia. Como a vida dela mudara em tão poucos segundos? O que aconteceria quando se casasse? E se o velho homem descobrisse que ela não era mais pura? A mataria ou provavelmente a largaria em um bordel para que vivesse como prostituta por toda sua vida, eram inúmeros os castigos possíveis para jovens que se entregavam a um homem antes do casamento.

Em cerca de quinze dias já estavam eles chegando a uma grande cidade onde as mulheres passeavam pelas ruas com seus chiques e arrumados vestidos, as casas eram grandes e magníficas e várias carruagens passavam pelas ruas.

Era tudo tão lindo e tão superior a ela.

Pela longa viagem, Lorien se sentia mais nauseada que nunca, seu estômago se revirava a cada passo que deva ao descer do transporte.

— Não está se sentindo bem, docinho? — Magno, o seu velho noivo, perguntou dando lhe o braço.

— Acho que é apenas por conta da longa viajem. — Nas poucas semanas que passara com ele, ela havia aprendido a suportá-lo, era essa a sua vida de agora em diante, mesmo querendo, não podia mudar. Como Nicholas, ela olhou para frente e esqueceu o passado. — Não se preocupe comigo, querido.

Ele assentiu e a acompanhou até uma grande e larga porta. Ao entrar, seus olhos brilharam, a sala de estar parecia maior que toda a plantação de seu pai, e as compridas escadas levavam a corredores maiores ainda. Aquela era sua casa de ali em diante, não conseguia acreditar naquilo.

— Isso é magnífico — murmurou para si mesma.

— Espere até ver o seu aposento. — Disse ele, indiferente. — Hursola! Venha aqui agora!

Não demorou trinta segundos até que uma mulher baixinha de seios fartos e nus adentrasse a sala com seu olhar assustado, ela parecia temer a Magno.

Lorien esperou que ela dissesse alguma palavra, ou coisa do gênero, mas a mulher, que provavelmente seria a tal Hursola, segurou um de seus braços e a puxou sem muita educação.

Guiada pela possível empregada, ou talvez escrava, Lorien finalmente chegou a um quarto cheio de lustres e com grandes armários e uma cama onde suas mantas pareciam ser tecidas a ouro.

— Uau! — Tentou retirar alguma palavra da Hursola. Para Lorien, ela devia ser louca, o que levaria uma governanta andar vestida apenas de uma comprida saia? — É realmente lindo aqui, deve ser uma honra para você trabalhar aqui, né?

— Cuidado. — A mulher murmurou essa única palavra antes de correr para a saída do nobre aposento.

Lorien ignorou os fatos estranhos que presenciara naquele momento e correu para o banheiro, sua náusea se tornava cada vez pior.

Ao cair a noite, ela já estava deitada em sua cama, vestida com sua camisola de seda se sentia incrivelmente confortável, até que esse noivado estava sendo bom para ela, afinal.

— Finalmente poderei usufruir de minha futura esposa. — Alguém abriu a porta e se aproximou da cama onde ela estava deitada. — Você não sabe o quanto esperei por isso, doce Lorien.

Ela queria mais que tudo naquele momento gritar, sentiu o toque bruto daquele velho homem em seu corpo, sentia nojo a cada vez que o velho a invadia contra sua vontade... e a partir daquela noite os abusos se tornaram diários.

Passaram-se dois meses desde que Lorien era abusada todas as noites pelo seu “noivo” e aqueles foram os piores meses de sua vida, agora adoecida e cheia de marcas pelo corpo, Magno passara a notar que havia algo errado e chamara dezenas de médicos para examiná-la, mas nada adiantava, a medicina da época era um verdadeiro lixo.

Naquela noite ela suava frio e gemia por conta da dor em seu ventre, enquanto Hursola e um dos homens que trabalhavam para Magno a observam com os grandes olhos assustados.

— Ela não vai aguentar muito tempo, Magno! Ela estava grávida e o feto apodreceu dentro dela, a infecção já alcançou todos os órgãos. — O rapaz insistia ao velho, que misturava líquidos indecifráveis em um vidro. — Você tem que dar a poção.

— Tudo bem, tudo bem! — Magno jogou a mistura de líquidos sobre a mesa. — Que seja.

Ele se aproximou da jovem e com um movimento brusco a enforcou com um travesseiro, ela estava tão fraca que nem teve tempo de se defender e se entregou à morte, para ela, aquilo era a saída. Logo em seguida, ele abriu a boca do cadáver em sua frente e derramou um líquido em sua boca, friamente. Nada aparecia abalá-lo.

— Amanhã ela estará bem novamente. — Disse, e saiu do aposento logo em seguida.

Como dito, no dia seguinte a jovem estava cheia de vida novamente, e além de tudo, confusa.

— O que você é? O que fez comigo? — Eram as únicas perguntas que ecoavam na mesa de jantar daquela noite, Magno por sua vez, ignorava a jovem. Sua capacidade de ser frio e indiferente era invejável.

— Apenas aceite, agora se alimente bem, tenho planos para você.

Nos meses que vivera com o homem, Lorien havia aprendido a se conformar com tudo que o mesmo dizia, ela era uma espécie de escrava. Após o jantar, foi para seu quarto como sempre e tentava dormir na escuridão do aposento.

— Cuidado. — Uma voz ecoou em seu ouvido no momento em que a jovem estava prestes a pegar no sono, e ao se virar, viu os assustados olhos de Hursola. — Ele já tem a sua alma, agora ele quer tomar posse de seu corpo, como te deu a vida novamente, ele também a tirará.

— O quê? — Lorien arregalou os olhos, confusa.

— Mate-o. A tatuagem das costas dele é o seu ponto fraco. — Hursola colocou um punhal sobre a cama da jovem. — Vá rápido, pois amanhã será o dia.

E ela saiu, deixando Lorien sozinha com aquele punhal sobre as mãos.”

Nenhuma palavra saía de minha boca, aquela mulher havia sofrido demais. Ela seria alguém de bom coração, mas apenas amargurada com o que lhe acontecera no passado?

— E-eu sinto muito. — Gaguejei em um sussurro. — Mas o que aconteceu? Você o matou?

Após aquela história o meu ódio por aquela mulher havia diminuído, eu sentia pena dela.

— Sim, era a única escolha. A sua carcaça já estava velha, a sua forma humana estava fraca, eu seria a próxima vítima de sua maldade. Ele tiraria minha vida novamente para tomar conta de meu corpo. — Disse Lorien com desgosto.

— Mas me diz — Eu disse ao finalmente me lembrar o que ela havia feito com minha família e eu. — O que eu tenho a ver com tudo isso?

— Você, minha querida, você é minha pequena bonequinha. Estava me sentindo muito sozinha, desde que tomei posse das últimas miligramas da poção passei a ser movida a acordos, você era como eu, em seu nascimento você chegou a beira da morte e eu cheguei no melhor momento, seus pais estavam desesperados e não escutaram o que eu havia dito antes de dar a você algumas gotas de minha poção. Eles achavam que eu era um anjo. Mas como você pode ver, não sou. Toda ação gera uma reação, é como uma das leis de Newton, te dei a vida novamente, agora você é minha. A ação gerou uma reação, simples.

— Eu não sou sua. — O ódio subiu pela minha cabeça novamente. — Por que comigo? O que você quer? Por que mato pessoas?

Lorien revirou seus olhos azuis, nessa sua forma ela não me parecia tão medonha e sim uma jovem normal e ingênua.

— Como disse, tudo faz parte de acordos. — Ela se levantou e tirou um pequeno frasco com um líquido branco do bolso de seu vestido de seda e logo em seguida bebeu. — Mas gostei de você, sua aparência me parece forte. E você é igual a mim, nos alimentamos de almas, como não temos uma, pegamos a dos outros para nos sentirmos mais humanos, talvez.

— Eu não sou forte. — Falei em tom ameaçador. — Sou apenas uma adolescente normal, isso é um sonho, me diz que é!

— Não é um sonho. — Ela aproximou seu rosto ao meu e passou suas compridas unhas em meu queixo. — E sim, você é forte. Minha pequena guerreira, tenho um futuro para você, filhinha.

— Eu não sou a merda da sua filha! — Levantei-me da cama com rapidez e logo em seguida senti minha visão escurecer por alguns segundos. — Quero a minha casa, agora.

Apoiei uma das minhas mãos na parede enquanto minha visão voltava aos poucos. Lorien gargalhava diante de minha fraqueza.

— Você não é nada sem mim, mas pode ir. — Seu corpo se tomava em vidro novamente enquanto uma nevoa a fazia desaparecer aos poucos. — Uma hora você vai precisar de mim.

Antes que eu abrisse minha boca novamente para retrucar ela já havia sumido. Que diabos havia acontecido aqui?

Dei passos lentos até a porta de saída daquele quarto, apesar de não fazer idéia de onde estava, me sentia calma, e a dor que sentia poucos minutos atrás havia passado totalmente.

Não demorou muito para notar que eu estava em uma casa, minha primeira impressão foi de que a mesma estava vazia, mas assim que desci as escadas vi que a sala havia um jovem rapaz sentado em um pequeno sofá com um telefone celular encostado em um dos ouvidos e com uma expressão preocupada.

Era Asher.

— O que você está fazendo aqui? — Parei assim que o vi, nada mais fazia sentido. — Você é algum espião da Lorien?

— Essa é a minha casa, Doroth. — Ele riu assim que olhou para mim. — Estava dando um passeio de skate quando você quase desmaiou pela rua. Menina, você é sortuda! Se eu não te segurasse a tempo você teria batido feio a sua cabeça. E não sei quem é Lorien.

— Essa é a sua casa. — Murmurei para mim mesma ainda não acreditando naquilo tudo.

— Mas me diz, como você está? — Asher se levantou e colocou as costas de uma das mãos em minha testa para medir minha temperatura. — Acho que está tendo alucinações.

— Não, não. — Me afastei dele ao lembrar da cena de nosso último encontro. — Estou ótima! O que diabos estou fazendo na sua casa? Por que não me levou a um maldito hospital?

— Eu não sei, eu fiquei em choque! Não é minha culpa. — Retrucou ele, com voz confusa. — Está desacordada há quase vinte e quatro horas e não consegui falar com seus pais, não sabia o que fazer.

— Ta certo. — Respondi suspirando. — Apenas quero ir embora, obrigada por tudo, mas realmente tenho que ir, meu pai deve está preocupado.

— Tudo bem. — Ele cedeu. — Te acompanho até sua casa.

Não neguei sua companhia e fomos andando até a porta de saída de sua casa. Seu jardim era lindo, diferente do da minha casa. Havia rosas e margaridas em todos os canteiros do amplo quintal.

— Está tudo tão estranho ultimamente. Não acha? — Asher quebrou o silêncio entre nós. — Acredita que minha irmã não aparece em casa há dois dias? Não consigo falar com ela, acho que fugiu com o namorado, pelo menos foi o que dizia a carta que estava em seu quarto, ela odeia esse lugar. É horrível ser responsável por alguém, principalmente se esse alguém for sua irmã mais nova! Estou preocupado, apesar de não sermos tão íntimos ela ainda sim é minha irmã...

Um frio percorreu minha espinha quando escutei aquilo, seria muita falta de sorte para uma pessoa só.

— Quem é a sua irmã? — Falei, ficando cada vez mais pálida.

— Você não deve conhecer... — Disse dando de ombros. — O nome dela é Lohan.


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Notas finais do capítulo

Eai, gostaram? Mandem críticas, elogios, enfim, digam suas opiniões. Beijinhos!



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