Rivais... Ou Amantes? escrita por HeyLuce


Capítulo 42
Jogando a verdade no ventilador


Notas iniciais do capítulo

NYAHHHHHHH VOLTOU! Deuses, juro que esses dias foram uma agonia pra mim.
Aproveitei pra escrever ROA (sigla da fic) -u- E o próximo capítulo já está pronto!
Enfim, posso adiantar que nesse capítulo vocês vão me odiar. E vão me xingar. E talvez queiram me abraçar também HEHHEU
Segui a sugestão (sem querer) dada por uma leitora á muito tempo atrás, sobre... bem. Vocês verão. Sobre o que causou a separação do Nate e da Payne. Mas não vou revelar o nome dela HUEHEHHEUE
O.k, isso começou no capítulo 33. Lembram do telefonema que o Nate recebeu, e de como ele passou a agir distante? Pois bem :3
Chega de enrolar, vamos ler. Boa leitura, tentem não me detestar.



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"Se alguma vez chegar um dia em que não possamos ficar juntos, me mantenha no seu coração e ficarei com você para sempre."

— O pequeno príncipe.

Definitivamente, eu me sinto diferente. Talvez seja o vestido decotado, que está delineando perfeitamente minha cintura e meus seios, e a beca azul escuro por cima. Ou meu cabelo, que está solto e bem comportado como nunca esteve, com o capelo enfeitando. Ou quem sabe o fato de eu estar usando salto alto sem me preocupar em cair. Seja pelo motivo que for, gosto dessa sensação.

Viro a cabeça e varro os olhos pelos alunos dos meus dois lados, procurando a cabeleira violeta de Violette, e a encontro entre dois alunos que eu não reconheço. Ela sorri para mim, e seu sorriso revela absolutamente tudo que estou sentindo. Enquanto a diretora da escola chama as pessoas pelos seus sobrenomes.

Aproveito que ela ainda está na letra “E” para vasculhar a multidão de pais e amigos á minha frente, embaixo do palco, buscando um ruivo específico. Encontro primeiro minha mãe e Learn, ambos lado a lado e com uma expressão de alegria no rosto. E umas pessoas depois, eu vejo Castiel.

Mas tem um problema. Ele está com Andrea. E os dois não estão com uma expressão tão contente.

Isso tudo quase me faz perder Violette caminhando para o centro do palco após a diretora chamar “Gomes Violette”. De repente paro de me preocupar comigo mesma e começo a pensar em quem vai pegar seu diploma, e decido de última hora que se ninguém for, eu vou, ignorando críticas ou sei lá o que poderiam dizer.

No entanto eu não preciso ir, porque Armim está lá, pegando o diploma da mão da diretora e entregando-a á Violette. E então eles se beijam. E eu ouço o público gritar, e me ouço gritar, surpresa com isso.

— Todos os casais que já foram lá até agora se beijaram. — diz uma garota ao meu lado.

Arqueio a sobrancelha, e prometo para mim mesma parar de divagar e prestar atenção aos meus colegas que estão se formando. Violette e Armim descem a escadinha e eu vejo minha amiga abraçar seus pais e os rostos dela e de Armim estão corados enquanto eles falam com os pais de Violette, portanto sei que estão falando sobre o beijo de agora à pouco.

— Halle Payne. — anuncia a voz da diretora, ecoando por todo o lugar.

Só quando começo a andar é que percebo que minhas pernas estão trêmulas. Me aplaudem. E eu estou parada, na frente da diretora, sem ninguém para pegar meu diploma. Eu olho para Castiel, desesperada, e ele não está me olhando, mas Andrea está segurando seu braço. Isso parece durar uma eternidade.

Até que a diretora pigarreia. E quando ela parece prestes a me entregar o diploma diretamente, o silêncio terrível é quebrado quando Rafael sobe a escadinha para o palco, pega o diploma, sorri e me entrega.

— Parabéns. — sussurra, e nos abraçamos.

POV Violette:

Juro que achei que meu coração fosse sair pela boca quando meus pais começaram a fazer perguntas sobre minha relação com Armim. Para minha surpresa, Armim disse que nós estávamos namorando, o que libertou minha consciência.

Mas minutos depois eu estou tensa de novo: porque Payne está parada no meio do palco, sozinha. Subitamente eu percebo que Nate, no meio dos alunos, fez um movimento de que iria andar até ela, mas Rafael chega, pega o diploma e a abraça. E Nate volta ao seu lugar, e encara o chão.

Payne e Rafael descem a escada, e algumas pessoas o estão olhando porque eles foram o único casal que não se beijou, e acho que essas pessoas ainda não decidiram se isso é esquisito ou fofo.

Abraço minha amiga loira e nos parabenizamos, enquanto Rafael cumprimenta Armim com um daqueles apertos de mãos complicados, comuns entre homens. Castiel e Andrea se aproximam, o ruivo parecendo encabulado e Andrea parecendo desconfortável. As mãos dos dois estão dadas.

— Parabéns, Pay. — diz Castiel, e se solta de Andrea tempo suficiente para abraçar minha amiga loira, e então volta à posição inicial. — Desculpe, sinto muito mesmo por não ter ido buscar seu diploma.

— Tudo bem. Rafael foi. — fala Payne, e sua voz está magoada. Traída.

— Você teve sorte, loirinha. Castiel me avisou isso hoje, tive que escapar da minha formatura para vir te ver. — diz Rafael, se curvando um pouco para deixar um beijo na testa de Payne.

— Oh, olá Payne! — cumprimentam-na meus pais, chegando de seja lá onde estiveram.

— Olá tios! — exclama ela.

— Parabéns, vocês duas merecem. — dizem meus pais.

— Obrigada... eu vou falar com meus pais, até mais. — fala Payne. — Vem Rafa!

Ela se afasta com Rafael, mas ainda consigo vê-la falando com sua mãe e Learn, e observando enquanto um atleta de futebol, que acho que se chama Vitor, busca o diploma de uma garota que deve ser sua namorada, e eles se beijam. Volto o olhar para o palco, e sinto dedos entrelaçando nos meus. Olho para Armim e fico vermelha. Ele sorri pra mim e aperta mais minha mão.

Volto a olhar para o palco. Então Kim vai até o centro do palco, andando confiante, e Rosalya pega seu diploma e a entrega. As duas continuam no canto do palco, até a diretora chamar o nome de Rosalya, e a situação se inverter.

A platéia ri. E eu não me contenho á rir também. As duas sorriem e descem pela escadinha, vindo na minha direção e me envolvendo em um abraço duplo.

— Parabéns para nós! — falo, rindo.

— Ei, isso devia ser um abraço triplo, onde tá a Pay? — pergunta Kim.

— Com os pais dela e o Rafael, ali. — respondo, apontando. — Oh, não se preocupem, não cumprimentem o Armim. — completo, ironicamente.

Elas se desculpam e falam com Armim, que sorri e bagunça o cabelo, parecendo desconfortável, e extremamente fofo. Então as meninas se despedem e vão na direção da Payne.

POV Rafael:

A mãe de Payne é um amor. O pai de Nate é reservado. Eu sei, eu sei. Eu deveria estar me referindo aos dois como “os pais de Payne”, mas não me acostumo com a ideia da loirinha ser irmã do Nate. Parece estranho demais.

— Parabéns! — grita alguém, atrás de mim.

Uma garota negra pula e abraça Payne com força. Rosalya a imita. Quando as três param de rir do nada, elas cumprimentam Learn e a mãe de Payne. Então se voltam pra mim, e eu tenho que admitir que são bonitas. E Rosalya está linda, com os cabelos prateados presos em uma longa trança, e uma maquiagem leve.

— Meu nome é Kim. Você é o Rafael, não é? — diz a garota negra, vulgo Kim.

— Sou, oi. — respondo.

— Oi Rafa! — exclama Rosalya.

Ela me abraça. Fico meio sem jeito, mas retribuo. E então esperamos, nós todos, quando Armim, Violette e sua família se juntam à nós, o momento em que todos estão com seus diplomas, e eles pegam o capelo e o jogam para cima, formando uma chuva de azul quando eles caem no chão.

Olho para Payne. E ela parece feliz enquanto comemora com as amigas e fala mal dos professores. Nate está ao lado, comemorando com uns amigos e com seus pais. E de vez em quando, mesmo que ele disfarce, posso vê-lo olhar de relance para a Payne.

As meninas tiram suas becas, e depois de uma fila para devolvê-los, tem uma pequena sessão de fotos. E então, quando menos espero...

— Podemos ir dar uma volta?

Payne sorri enquanto espera minha resposta. Aceno com a cabeça, e ela segura minha mão e nós passamos, desviando dos capelos jogados no chão, como dois fugitivos. Isso que dá a emoção da coisa. O pior é que estou em dúvida se realmente me sinto bem com a Payne. Meus sentimentos estão começando a se confundir.

Depois de nos afastarmos da escola, e estarmos completamente sozinhos, Payne pergunta:

— Você pode me levar pra casa, Rafa?

— Hã, claro, mas... achei que fosse ficar e comemorar com seus amigos.

— Ah, comemorar o quê? Eu só estou me formando. Não é a faculdade nem nada... e tô com uma puta dor de cabeça.

Franzo o cenho. Continuamos andando lado a lado, até que a visão da casa dela aparece. Ponho as mãos nos bolsos e me balanço para frente e para trás levemente, quando paramos de andar finalmente. Estamos na frente da sua garagem, e nunca em um milhão de anos eu iria imaginar que um dia estaríamos sozinhos ali.

Então, Payne me beija.

É tão repentino que eu não tenho outra reação a não ser retribuir o beijo, abraçando-a. Meu coração palpita de um jeito esquisito. Então, depois de um tempinho, separamos nossos lábios.

Não foi como achei que seria. Achei que ia sentir algo diferente, algo que me dissesse que eu estava com a pessoa certa, fazendo a coisa certa. Payne parece meio confusa também, quando volta a me olhar. Seus olhos verdes parecem refletir a interrogação dos meus olhos.

— Até depois. — diz ela, por fim.

Outra coisa que não imaginei. Achei que depois do nosso beijo de conto de fadas, Payne sorriria e diria que me amava. E eu diria que também a amava. Mas não era o que eu estava sentindo, então eu não disse.

— Até. — falei.

POV Payne:

Beijei o Rafa. Alguém, por favor, pode socar minha cara? Estou acostumada a agir por impulso, e quando o chamei para me levar em casa, já sabia que ia beijá-lo. Porque eu precisava saber que não sentia nada mais que amizade por ele. E eu meio que confirmei o que já sabia.

Além disso, o beijo foi estranho. Quando Nate e eu nos beijamos, parece que o chão se abre em uma enorme cratera e que nós estamos sendo queimados vivos. O beijo é selvagem, com desejo, paixão. Com Rafael, foi calmo, sem sal. Não senti nada do que sinto quando Nate me beija.

Mas eu precisava tirar a dúvida que martelava na minha cabeça, de que talvez eu devesse tentar com o Rafa. E eu tentei. Não deu certo, bola pra frente.

Pelo menos pra mim é assim. Espero que ele tenha sentido o mesmo.

Mesmo assim, me sinto meio que uma vadia por ter tido aquele momento com Nate ontem, e hoje ter beijado o Rafa. Mas não alimentei esperanças de Rafa. Não falei “eu te amo”, ou coisa do tipo. E Nate não demonstrou que aquele nosso momento significou algo pra ele. Minha consciência está leve.

Beberico um pouco de refrigerante enquanto penso sobre a vida. Vou para alguma faculdade. Vou continuar na Insônia enquanto der, e vamos tentar expandir mais a banda, eu acho. Não vai ser tudo como antes. Estou com a impressão que algo vai mudar, e muito.

E exatamente quando termino esse pensamento, o telefone fixo toca. Estico o braço sobre o sofá e atendo. É a Lety.

— Oi, eu posso falar com a Payne?!

— Hã. Sou eu. — digo, franzindo o cenho. O que Lety quer comigo?!

— Nossa, que sorte. Então, eu sei que você deve achar que sou uma vaca que arruina sua vida, e sim, eu fazia isso, mas agora quero te ajudar.

— Ajudar? Como assim?

— Tem algo sobre o Nate e o Learn que você precisa saber...

POV Nate:

A minha loirinha estava tão linda. Meu Deus, achei que meu coração fosse arrebentar e sair pela boca quando a vi naquele palco. E os segundos de hesitação, em que ela ficou ali, parecendo tão frágil, quando achei que ninguém iria buscar seu diploma, e eu estava indo até ela.

Mas então Rafael chegou.

O mesmo Rafael com o qual ela saiu da festa, minutos antes.

Suspiro, enquanto observo Vitor e Amélia, sua namorada, saírem aos risos. E enquanto o ginásio vai se esvaziando, eu fico ali, encostado na parede, me sentindo vazio. Olho para onde meus pais (porque, sim, considero Cate como minha mãe) estão, com Rosalya, Violette e Armim, e me pergunto por que as coisas não podem ser fáceis pra mim.

Então sinto alguém chegar meu lado. Viro o rosto e vejo Ambre, exibindo um sorriso triste.

— Oi, Nate. — fala.

— Hã. Oi. O que você veio fazer aqui, Ambre?

Ambre e eu não nos falamos tanto. Somos primos distantes, e nunca tentamos nos aproximar demais. Ainda mais porque ela não gosta de Payne.

— É que eu preciso falar com você... — começa ela, mas então seus olhos se arregalam e ela meio que tenta se esconder do lado do meu corpo, e abaixa a voz. — Aquele ali é o tio?!

— É. — respondo, olhando pro meu pai. — O que foi?

— Tenho que falar rápido. Ele não pode me ver aqui, senão vai saber que... bem, Nate, a Lety vai falar com a Payne.

Congelo. Essa simples frase não deveria me deixar assim, mas deixa. Porque eu sei do que ela está falando. Sei o que Lety vai falar com a Payne. E é algo que vai me salvar e me condenar ao mesmo tempo.

(Semanas antes...)

— Nate, temos que conversar. — diz meu pai, abrindo a porta do meu quarto de repente.

Sento na cama, largando o livro “O Teorema Katherine”, no qual acho o Colin um cara extremamente babaca por ficar voltando sempre e sempre pra todas essas Katherine’s. Meu pai senta do meu lado e me olha como se o que estivesse prestes a falar fosse algo terrível.

E meio que é.

— Eu quero que você desista da Payne.

Oi? Ah, claro, como se houvesse algum botão no meu coração chamado “desistir do amor da sua vida”, e como se fosse tão fácil assim apertá-lo. Encaro meu pai, mantendo a expressão vazia.

— Acho que a relação de vocês não é das melhores. Não parece saudável. Vocês brigam e se reconciliam na mesma frequência que o sol nasce todos os dias. Não há um equilíbrio. Não quero que vocês se machuquem. E melhor terminar agora...

— Melhor pra quem? — eu o interrompo, furioso. — Eu a amo! Podemos discutir, ter nossas diferenças, mas nos amamos!

— Nathaniel, ou você termina com ela ou eu o mando para um colégio militar.


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Notas finais do capítulo

Por isso eu não coloquei POVs do Nate! Porque ia ficar óbvio pra vocês por quê ele terminou com a Payne u.u
Ah, sim, e uma coisinha: a Lety não sabia disso, ela descobriu há pouco tempo, e a Ambre também, aquele momento delas no parque de diversões tá valendo, ok?
CERTO, FINALLY ESTÁ TUDO BEM EXPLICADO! PODEM VIR COM AS ARMAS, ESTOU PROTEGIDA COM MINHA VARINHA U.U