Rivais... Ou Amantes? escrita por HeyLuce


Capítulo 16
Tem alguém flertando comigo


Notas iniciais do capítulo

Caramba, tô amando vocês se envolvendo cada vez mais na história, e até teve uma leitora que começou á jogar Amor Doce por causa da minha fanfic



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"Tudo começou com uma brincadeira, e como todas as brincadeiras, se machucar fazia parte."

— Thiara Macedo.

— Você precisaria não ser você pra me conquistar. E mesmo assim não conseguiria.

Dizendo isso, saio, em direção á sala de aula. Bom, ele queria jogar? Só o que fiz foi dar o troco. Não resisto á ligar para minha mãe e avisar que ela pode me buscar na escola hoje mais cedo e mentir que o professor do último horário faltou.

Me dirijo á sala de aula e sento na minha cadeira, enquanto os outros alunos estão sentados em cima do braço das cadeiras e conversando, e outros até dormindo. Terrivelmente, a aula é de Italiano e eu a faço com Nate. O dito cujo entra pela porta segundos antes da professora Andy entrar, o que faz com que todos se dirijam aos seus lugares.

— Vamos fazer duplas e treinar o seu italiano com frases escritas aqui no quadro. — anuncia ela.

Me viro para procurar um par, mas Rosalya está com Viktor e não acho que tenha outra pessoa com quem eu possa fazer, já que Violette e Kim não estão nessa aula. As duplas vão se formando e meu estômago gela quando me dou conta de que o único aluno sem dupla é Nate. E isso é provavelmente porque, Melody, estranhamente, não foi para a aula.

Você pode dizer o que quiser de Melody, e vai ser tudo verdade, mas não pode chamá-la de cabuladora de aulas ou de não ser dedicada aos estudos, porque ela quase nunca falta. Desvio o olhar para a professora, que está vindo na minha direção.

— E você, Halle? Não tem dupla? — pergunta.

— Hã. Não. — confesso, e para meu horror ela olha ao redor e seu olhar caí em Nate.

— Nathaniel River também está sem dupla. Vá fazer com ele. — ordena.

— Não! Eu posso fazer sozinha.

— Agora. Ou fica sem nota.

Xingo-a em voz baixa e arrasto a cadeira para perto de Nate, que não ergue o olhar quando me percebe ao seu lado. Resolvo ignorar e abro meu caderno para copiar as frases.

Ciao, come stai? Ho ragione, avete bisogno di qualcosa? — “Olá, como vai? Eu vou bem, você precisa de alguma coisa?” sem querer digo em voz alta, citando as frases do quadro. Nate se vira para mim.

— Bom ver você. De novo. Sabe ao menos um pouco de Italiano? Não queria ter uma dupla que fala mal. — pontua.

Fico vermelha de raiva. Tudo bem, que eu não sei uma palavra em italiano,mas não vou deixar ele praticamente pisar em cima de mim com salto 15 e sair imune. Então minto.

— É claro que sei.

— Ahã. Claro. — faz ele, pouco acreditando. — Vamos ver.

Discretamente, puxo o dicionário que todos recebemos da professora e o coloco no chão. Começo á procurar frases, me certificando de que Nate não está olhando — ele não olha uma única vez — e decoro rapidinho umas frases que acho importante.

— Nathaniel River e Payne Halle, aqui na frente. — pede a professora, depois de algumas duplas irem, e nós obedecemos. — Comecem o diálogo.

Ciao. — diz Nate, curvando-se teatralmente. “Oi”.

Ciao, come stai? — respondo, sorrindo. “Oi, como vai?”

Ho ragione. Avete bisogno de qualcosa?“Estou bem. Você precisa de alguma coisa?”

— No, grazie.“Não, obrigada.” Acabou, graças aos deuses. Me viro para voltar á minha cadeira, quando a voz de Nate me faz parar.

Ammetterà me o non gli piace?*

Não faço a mínima ideia do que isso quer dizer, mas a professora entende, e alguns alunos também, e eles riem. Aproveito para falar a única frase que consigo me lembrar, já que o que ele disse deve ser uma ofensa ou coisa do tipo.

Andare all'inferno.“Vá para o inferno.” digo, entre os dentes.

Hai imparato molto in fretta.**

E toda a sala ri de novo. Torno á repetir:

Andare all’inferno.

— È che tutto si può dire? Oddio.***

A professora faz sinal para que sentemos. Canso de discutir e reviro os olhos, voltando para minha cadeira. Nate senta ao meu lado e me dá um sorriso gigante. Então sussurra:

Perché ancora così bella, bionda fastidioso?****

— Pare de falar em italiano, eu não entendo porra nenhuma! — admito, irritada. Ele pisca pra mim.

— E eu agradeço por isso.

{...}

Fim de aula. Ou pelo menos foi o que inventei pra minha mãe vir me buscar mais cedo. Se ela souber que estou mentindo... expulso essa possibilidade da minha mente, até porque ela já chegou. Entro no nosso carro e digo:

— Mãe, se eu fosse você, desligaria o motor do carro pra gente conversar. — ela estreita os olhos, mas obedece, e se vira pra mim.

— Certo, o que você aprontou? — pergunta, mas há alguma coisa divertida nos seus olhos.

— Algo muito bom. Lembra que eu disse que ia arrumar um álibi?

— Lembro. Você subornou quem, filha? — ela ri.

— Não subornei ninguém! — me defendo.

Na verdade, foi quase um suborno mesmo.

— Bom, nosso álibi é ninguém menos que Nat... Hã, Nathaniel! O filho do seu príncipe do cavalo branco conseguiu isso aqui.

Eu tiro o gravador da minha bolsa e aperto no REC. A reprodução é exatamente o que eu precisava! Ao menos pra isso Nate serve. Minha mãe arregala os olhos, surpresa, e eu a deixo pegar o gravador e sentir que é real. Seus olhos gritam “Sim! Sim!”.

— Payne... obrigada. — diz, sorrindo de orelha á orelha.

— Ah, faça um favor pra mim? — peço, abrindo a porta do carro.

— O quê?

— Vá logo atrás do Learn! — grito, e saio do carro.

Ela sorri, e então o carro arranca do estacionamento.

POV Nate:

Estou quase saindo da sala de aula quando esbarro com Vitor, que ri e me pergunta:

— Cara, você tava indo pra onde? — E eu respondo:

— Pra casa. — mas ele me aponta para uma porta como se fosse ouro e retruca:

— Não vai mais. Espie aí.

Sou empurrado contra o pequeno cubículo de vidro transparente na porta e o que vejo me deixa entusiasmado. É o ensaio das líderes de torcida, eu posso ouvir a música alta e estrondeante da Britney Spears. As meninas fazem movimentos bem complicados, e um tanto sexys. É uma massa enorme de garotas, então eu não consigo reconhecê-las direito. Vitor me puxa de volta pela gola da camisa.

— Ei, espera. Eu achei que o resto dos caras estavam com você. Eles também merecem ver esse espetáculo! — exclama.

— Ah. Não estão.

— Você se incomoda de ir procurá-los pra mim, irmão? Valeu. — ele diz, antes mesmo de eu concordar.

Dou de ombros e sigo os corredores, mas paro quando escuto a música da Britney de novo, e estou longe demais da porta dos ensaios, então procuro de onde vem a música. Dou de cara com uma porta para o vestiário das meninas — que logicamente deve ter uma porta para o ensaio também —, e não evito pensar que Vitor mataria pra conseguir acesso á isso.

Só que eu não iria querer me deparar com uma garota me espiando enquanto eu mudo de roupa no vestiário, então ignoro a porta como se ela não existisse, e me viro para o corredor vazio. Ouço o barulho da porta abrindo e me viro no exato momento que Payne saí do vestiário, suada e com uma regata da escola e um mini-short da escola também. Ela hesita quando me vê, assim como eu faço.

— Correu uma maratona, loira? — ouso perguntar, sabendo que com o humor que ela aparenta estar, a vida dos meus futuros filhos está em perigo.

— Na verdade, duas. — responde, sarcástica, passando por mim em direção ao seu armário. Enquanto abre-o, diz: — Você e seu amiguinho nojento não estão mais espiando por trás do vidro? Eu realmente fico surpresa por você não ter entrado no vestiário também. — ela pega um pacote de biscoitos e fecha o armário, e se vira pra mim com uma sobrancelha arqueada. — Aposto que adoraria me ver trocando a roupa.

Pigarreio. Então o vidro não é só transparente do lado de fora. Eu devia alertar Vitor, porque corríamos o risco de pegar uma suspensão — ou pior, ser perseguidos por um bando de garotas revoltadas —. Espero que não haja nada de verdade no que ela falou, mas minha mente insiste o contrário. Empurro essa vozinha que me diz o contrário pra longe.

— Ah, não, obrigado. Se eu quisesse vê-la sem roupa, eu teria tentado no dia da festa da Íris... — paro. Penso. Ah, merda. Falei demais. Payne cruza os braços na frente do corpo.

— Na festa da Íris... — ela estreita os olhos, e então eu vejo tudo. O reconhecimento. A raiva. — Seu idiota! O que você fez comigo no dia da festa da Íris? Alguma coisa aconteceu, mas não lembro o quê! Não lembro do final da noite. — ela me empurra contra o armário. — E você vai me contar, ou corto sua garganta.

— Usando o quê? O pacote de biscoito? — eu rio, tentando disfarçar a ansiedade.

— Seu sádico imbecil! FALA LOGO O QUE VOCÊ FEZ COMIGO! Isso aqui é uma brincadeira, um joguinho, mas você NÃO PODE TER PASSADO DOS LIMITES!

Ela começa á socar meu peito, o que não machuca muito, mas Payne está usando toda sua força. Seguro seus pulsos e inverto de posição com ela, a empurrando contra o armário.

— Olha, Payne, duas coisas, e a primeira é: cale a porra da sua boca. A segunda é: eu não fiz nada com você. Só disse que se quisesse poderia ter enfiado um copo de vodka pela sua boca no dia da festa.

A loira fica boquiaberta, mas não deixa transparecer. A porra do seu mini-short me deixa desconcentrado por causa das suas pernas, e eu me forço á olhar para seus olhos verdes, desafiantes.

— Cacete! Mandei você ir procurar os caras, mas achou coisa bem melhor!

Aquela maldita voz. Vitor O’Zeel. Payne se solta de mim em dois movimentos, e me empurra, enquanto passa por Vitor carregando seu pacote de biscoitos e fazendo questão de esbarrar no seu ombro enquanto desaparece atrás da porta do vestiário. Me viro pra ele e bufo. Ele ergue as mãos na altura dos ombros em uma expressão de “opa, foi mal”.

— Opa. Foi mal.

Reviro os olhos.


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Notas finais do capítulo

Nota de rodapé: *Vai admitir que gosta de mim ou não?, **Vejo que aprendeu alguma coisa, ***Você só sabe falar isso? Oh, Deus. ****Por que continua bonita assim, loira irritante?
Ou seja, nosso querido Nate está flertando com Payne? Hmm, prevejo tretas.