Vermelha. A porcaria da sala era toda vermelha! Cortinas, paredes, poltronas e tapetes.

Sério? ele pensou.

Em cima da mesa havia um bilhete.

“Espero que tenha gostado da nova sala. Escolhi a decoração à dedo. Reunião às 10h. Não se atrase.”

Sua sangue-ruim maldita, fez isso tudo para me provocar. O que mais faltava? Um grande brasão da sua amada Grifinória pintado na parede? Ou que ele levasse o cachorro dela para passear? Por Merlin, ela não iria trata-lo dessa maneira. Não ia mesmo. Saiu enfurecido de sua sala e entrou dela, sem permissão, sem bater na porta, Nancy até tentou impedi-lo, mas não teve sucesso.

_O que pensa que está fazendo? – Ele perguntou.

Ela estava tão linda. Seus cachos estavam presos em um coque, usava uma maquiagem leve, um pingente de um leão, porque claro, uma vez grifinória sempre grifinória e uma blazer preto para combinar com a saia branca que podia ser facilmente arrancada por ele. Tentou afastar esses pensamentos, mas o perfume dela espalhado pela sala toda não ajudava.

_No momento, assinando papéis, Malfoy.

_Como você é engraçada. Não vejo a hora de voltar para o meu departamento mas enquanto não volto, o que pensa que está fazendo com a minha sala e me ditando ordens desse jeito? – Passou as mãos no cabelo sedoso e platinado.

_Senhor Malfoy, esteja ciente de que estou no meu direto em lhe ditar ordens já que sou sua chefe. – Deu ênfase na palavra chefe – E quanto a sala, não estamos mais em Hogwarts e achei que por isso não iria se importar com a cor. A cor vermelha é tão bonita, eu particularmente a adoro. – Ela falou com malícia.

_Não abuse do poder sang..

_Não abuse do poder o quê? – Ela desafiou.

_Não seja tola. Só vim avisar que não sou seu estagiário e muito menos seu capacho.

_Não precisa me dizer coisas que eu já sei Malfoy.

_Sempre bancando a sabe-tudo irritante. – Alfinetou, lembrando dos tempos de escola.

_E você sempre prepotente não é Malfoy? – retrucou.

Porque ela sempre tinha todas as respostas na ponta língua?

_Ora Granger, você mais do que ninguém sabe que velhos hábitos custam a morrer. – apontou para o pingente e se foi em direção a porta.

Ela sorriu. Ele tinha reparado nela? Fora transferida para alguma realidade alternativa e não sabia, só podia ser isso.

_Malfoy?

Ele se virou.

_ Agora é Weasley.

_Eu gosto mais de Granger, Granger. – E saiu.

Como assim gostava mais de Granger? Ele a insultou e a humilhou a vida inteira, ficou contra ela e seus amigos na guerra e agora simplesmente chegava em sua sala como se nada disso tivesse acontecido e dizia que gostava mais de Granger? Seu nome agora era Weasley independentemente dele gostar ou não. Mas porque ele não gostava? Seria por causa de Rony ou porque o fato dela estar casada...Não, não seja louca, ele é que está louco. Louco e incrivelmente bonito... Merlin, não é possível que eu ache aquela doninha bonita.

Preciso de um café. Ela disse a si mesma.

O evento casual nunca mais aconteceu. Ele não voltara em sua sala e se falavam apenas quando era necessário nas reuniões.

Coexistência pacífica, não foi por isso que ela, o Potter e o cabeça de cenoura lutaram tanto? Era isso que eles teriam, mesmo que não fosse isso que ele queria. Ele queria mais. E era esse querer que não o deixava dormir à noite.

Sexta-Feira.

Foi o dia em que tudo mudou, ele ouviu gritos e barulhos de objetos sendo quebrados vindos da sala dela.