Decisions escrita por Clara


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

MIL DESCULPAS pela demora. Acho que foi um mês, né? Bem, eu posso explicar: provas, simulado, arrumar casa, competição de vôlei e apresentação do teatro. Quando eu FINALMENTE consegui terminar o capítulo, não consegui entrar na minha conta pra postar logo ):|
Enfim, sem mais delongas e blábláblá, aqui está o que vocês estavam esperando.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/415188/chapter/2

(P.O.V. Zack)

– Passa essa fita pra cá, preguiçoso. Elas estão quase chegando e o palco nem está pronto ainda!

Quando você é o responsável por uma recepção de uma deusa... bem... podemos dizer que é meio estressante. Enfeitar um anfiteatro de sei lá quantos metros quadrados em trinta e seis horas é meio complicado, sabe? Ainda mais quando a maioria de seus ajudantes não estão nem aí para decoração.

– Aaah, mas está tãããããão looonge... – Percy estava sentado em uma cadeira, comendo doces e com a cara toda lambuzada.

Annabeth deu um “pedala, Robinho” no namorado e entregou os rolos de fita colorida para mim.

– Zack, desculpa, mas agora eu tenho que ir. Não tomo um banho desde que começamos, e mesmo com a ajuda de uma filha de Afrodite será preciso mais que 30min. para apagar essas olheiras. Encontro vocês mais tarde – disse correndo.

Aliás, prazer, Zackary Gordon, mas pode me chamar de Zack. Sou um semideus, filho do deus Apolo. 1,70m, cabelos castanhos e olhos azuis, físico que faz garotas suspirarem e mentalidade de um garoto de 10 anos – embora tenha 16. Minha cor preferida é amarelo e meus hobbys são apostar corrida com a Sra. O’Leary e atuar. Tenho um irmão gêmeo idêntico, que nasceu primeiro e me odeia. Ok, acho que já dá para ter uma ideia básica, né?

– Pois é... somos só nós d... – e não é que aquele cara tava roncando? Sério, ele poderia ser meu melhor amigo, mas dessa ele não iria escapar.

Enchi três balões. Coloquei-os perto do ouvido dele, estourando todos logo depois. Com o susto, ele pulou da cadeira, e involuntariamente cuspiu os doces em mim. Bem, mais tarde ele disse que foi sem querer, mas... eu não vou acreditar.

Todo sujo de açúcar e balas, caído no chão de tanto rir, me veio à cabeça a última vez que rimos assim. Mal sabíamos que uma coisa grande estava por vir...

“- Ei, isso foi trapaça! – típico daquela alga marinha falante. Percy podia ser um esgrimista de respeito, mas ele sempre gostava de esfregar minha cara no chão quando tinha a chance – ou seja, sempre que duelávamos.

– O que? Eu, trapaceando? – apontava para si mesmo enquanto falava com uma voz obviamente irônica – Que absurdo. Eu nunca faria uma coisa dessas. Piscou para mim antes de me ajudar a levantar, o que eu fazia enquanto estava rindo da sua cara.

Era uma linda manhã de domingo. Quer dizer, quase. Por mais que eu goste do sol, é impossível uma manhã de domingo ser agradável. Sou a favor de domingos não terem manhãs.

– Oh, querido, você se machucou? Meu raio-de-sol fez dodói, fez? – perguntou a mim como se faz com uma criança, mas ‘tirando onda’ da minha cara. Entendeu? Entendeu? Filho de Poseidon, ‘tirando onda’? Ai, ai... sou o rei da comédia...

– Não tanto quanto meu peixinho dourado – respondi. Ele tombou a cabeça de lado, demonstrando claramente que não havia entendido. Sabe, posso não ser filho da deusa da estratégia em batalha, mas às vezes eu tinha planos – modéstia à parte, bem bolados – como esse que davam certo. Aquele momento de distração foi o suficiente para atirá-lo numa poça de lama bem atrás dele. O problema é que estávamos ao lado do lago de canoagem. Quer dizer... nem tão bem bolados. Nem preciso dizer que fiquei encharcado, não é? Ah, precisa? Ok. Fiquei encharcado. Bastou um pequeno movimento de suas mãos para que uma onda me envolvesse, me soltando na grama logo depois e voltar rapidamente para seu devido lugar, como se nada tivesse acontecido. Com ambos sujos de lama e só eu molhado, começamos a rir da forma mais retardada possível. Pois é, a gente não tem jeito.

Naquele instante, ouvimos um grito. Esquecendo completamente de nossa brincadeira, corremos para onde ele tinha vindo.

Em frente à Casa Grande, uma garota ruiva estava brilhando. Quer dizer, literalmente. Rachel estava suspensa no ar, flutuando a uns 6m do chão, com a boca aberta e os olhos esbugalhados, de onde saíam uma luz verde de um tom feioso, doentio, e uma espécie de névoa da mesma cor, que a rodeava. Ela soltava um gemido, um grito abafado, como se estivesse agonizando. De repente, ela começou a ter convulsões em pleno ar, tremendo bruscamente, parando algum tempo depois tão rápido como começou. Naqueles segundos de tortura, seu gemido foi interrompido, falando, em seu lugar, a voz do antigo oráculo. Calma e assustadoramente, a voz começou a sussurrar, prendendo a atenção de todos – isto é, mais ainda.

A jovem lua pressente que uma grande guerra acontecerá.

Quando o passado voltar a ser presente a pomba morrerá.

O número seis fará com que a loba e o javali se unam pela primeira vez.

O Dia Negro assume o antigo papel do ladrão, mas desta vez mais sangue jorrará e será perfurado apenas um coração.

Então, ela terá uma decisão a tomar:

Para sempre viver

Ou o amor aceitar.

A garota caiu no chão bruscamente, tirando todos do ‘transe’ e fazendo um ou outro correr para ajudá-la – inclusive eu e o Barbatanas.

– Rachel! Rachel, você está bem? Bateu a cabeça? – perguntou ele. Ela fez que sim, mas não sei para qual pergunta. Acho que as duas, talvez. Ajudamos a levantá-la, mas como ela estava muito tonta a coloquei em meu colo e a levamos para a Casa Grande.

Quíron esperava na porta. Alguém já devia ter lhe falado do ocorrido, mas não nos mínimos detalhes. Depois de colocar a garota para descansar e ouvir tudo o que eu tinha que explicar, o centauro assumiu uma expressão ansiosa e ao mesmo tempo nervosa. Agradeceu e disse que tinha que enviar uma mensagem de Íris, indo embora logo depois. ‘Engraçado’ é que eu sabia o que tinha acontecido, mas não o que estava acontecendo.”

Ao longe, foi possível ouvir tubos de confetes sendo estourados e gritos em comemorações. Pois é, gente. Minha ‘tia’ estava subindo a colina Meio-Sangue, em direção ao anfiteatro que deveria estar pronto. Tô lascado.

(P.O.V. Yan)

A corneta soou. Elas tinham chegado.

Sinceramente? Acho ridículo perdermos todo esse tempo preparando a recepção de uma “deusa” fubeca que nem o cabaço perdeu e uma baba-ovo dela. Já o idiota do meu irmão... qualquer coisa que envolva festa e comemoração é motivo para que ele perca noites de sono, tanto que ele está há dois dias e meio sem dormir, organizando o evento. Bah, como se eu me importasse com o que aquele babaca faz ou deixa de fazer!

Peguei minha jaqueta de couro – legítimo, à propósito. Sou um cara rico e de moral – que estava pendurada na cabeceira de minha cama e saí do chalé, em direção ao anfiteatro, que era onde toda a homenagem e queijisse iriam rolar.

Chegando lá, vi o retardado jogando pipocas no lerdo e o lerdo rindo, tentando falar “pipoca”, mas com a boca cheia da mesma comida.* Por que esses dois simplesmente não se jogam no Tártaro?

As luzes do palco piscaram. Um semicírculo oval de madeira, com uma parede azul escura, com pequenos pontos brancos nela – que eu imagino que sejam para simular as estrelas. Bem no centro da parede, havia uma lua cheia enorme. Uma faixa de tecido prata cobria os cantos do palco. Talvez uma máquina de fumaça no chão, pois havia uma neblina meio densa – para simular nuvens, acho – que esconderiam os pés de qualquer um que pisasse ali. Uau, tenho que admitir que o desprovido de inteligência fez um bom trabalho. DÃ, claro que sim. Ele pode ser o semideus mais burro de todos, mas é filho de Apolo e tem o sangue quase completamente igual ao meu.

Uma branquela baixinha de aparentemente 13 anos apareceu no palco. Seus olhos e cabelos eram tão negros que eu desconfiei que eram diariamente tingidos com nanquim.**

– Semideuses – ela disse – há alguns dias, eu percebi que meu chalé está desprezado. Acredito que seja importante uma caçadora no Acampamento. A caçada precisa ser mais valorizada. Eu preciso ser representada. Aparentemente, Quíron teve a mesma ideia: ele me enviou uma mensagem de Íris, pedindo uma garota para ocupar o chalé 8, pelos mesmos motivos que eu acabei de falar. – Mentirosa! Todos sabem que foi por causa da profecia que Srta. Morango falou. Só que aquele cavalo velho nunca iria anunciar o verdadeiro motivo. Típico. Ele adora esconder coisas dos semideuses.

– Senhoras e, bem... animais, vos apresento Elisabeth Bathory, Embaixadora das Caçadoras de Ártemis!

Confetes explodiram nas laterais do palco. Clarisse La Rue, a durona, explodiu em palmas junto com seu meio-irmão Mike.

A lua do palco se partiu em duas, revelando a garota mais linda que já vi em toda minha vida. Sua pele branca realçava seus olhos castanhos, um poucos mais escuros que seu cabelo ondulado que formava cachos até o fim das costas e desde o peito, do qual subia e descia rapidamente – talvez por causa do nervosismo.

Pera aí... uma caçadora tímida? Ri alto. Corromper essa garota será uma mão com açúcar. Esse 1,60m de pureza logo, logo vai ser minha bonequinha particular.

– Alguns devem conhecê-la – affe. A Deusa do Queijo interrompeu meu devaneio. – Agora, passarei a ela a palavra. – Ártemis a abraçou forte e demoradamente, sumindo em uma luz demasiada ofuscante logo depois.

A garota pôs o telefone próximo à boca. Pensei em pegar uma caneta para anotar quantas vezes ela gaguejaria, mas... a preguiça não deixou. Mas, para minha surpresa, sua voz era confiante; a voz de uma líder.

– Sou Lisa Bathory. Já fui filha de Ares, mas sou uma caçadora. Morei no CHB apenas um ano, mas é minha segunda casa. Odeio o fato de precisar ficar longe de minhas irmãs, mas por outro lado, confesso que adoro a ideia de morar aqui de novo – mesmo que por alguns meses. – Ah, não se preocupe, querida, pensei. Dá tempo de tirar mais que uma casquinha ou duas.

– Só digo uma coisa para os garotos: nem pensem em me assediar. A não ser, é claro, que queiram terminar empalados decorando a frente do meu chalé. Até porque, tortura está no sangue das Bathory.***

A multidão – mais especificamente, o chalé de Ares e as garotas de Atena, Deméter e Hermes – explodiu em vivas. Alguns caras de Hermes e Hebe abaixaram a cabeça, claramente se borrando.

Hmm, selvagem... essa garota está me surpreendendo mais a cada minuto. Yan gosta... Yan gosta, e muito!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

*Uma adaptação da brincadeira "Chubby Bunny". É aquela que você... pera. Vão no youtube, lá tem vários vídeos de várias pessoas fazendo. Assistiu? Então, é a mesma coisa, só que com pipoca. Eu fiz isso com minhas amigas - e ganhei todas as vezes u_u

**Gente, eu esqueci de mencionar isso no 1° cap. Eu sei que a descrição de Ártemis está diferente do livro, mas... é assim que eu a imagino. Pra mim, faz muito mais sentido ela ter pele branca como a lua e cabelos e olhos escuros como a noite do que ser branquela sem cor e cabelo com tom de esquilo.

***Elizabeth Bathory... o que posso dizer? Foi a mulher que matou e torturou mais de 600 virgens, para usar seu sangue como creme para a pele. Eu sei que é esquisito, mas eu adoro a história dela. Além do mais, historiadores afirmam que ela era prima do Conde Vlad - ou Drácula, como preferirem. Ele bebia sangue, ela usava como loção corporal.

—-/--/--/--/--/--/--/--/--/--/--/--/--/--/--/--/--/--/--/--/--/--/--/--/--/--/--/--/--/--/--/--/--/--/--/--/--/--/--/--/--/--/--/--/--/--/--/--/--/--/--/--/--/--/--/--/--/--/--/--/--/

Gente, o capítulo 3 já tá pronto. É só que... acho que na quarta-feira ou na quinta-feira eu posto. E, a partir desse capítulo, vou começar a cobrar comentários para continuar postando. Sim, eu gostei de receber comentários >< E se os fantasminhas aparecerem, não vai ser ruim, sabe?
Ah, mais uma coisa. Se vocês se sentirem ofendidos com "os não modos" do Yan, sugiro que parem de ler a fanfic. Ele é o fod*o, sabe? Tá nem aí pra nada, só quer beber, FDL e muuuita p*taria. Deu pra entender, né?
Beijosss, inté o cap 3 :)