_ Muito bem, alunos. - a voz da supervisora Rosário explode nos alto-falantes do auditório, acabando com toda a conversa. Ela estava no palco, ao lado da diretora e do nosso padrinho de formatura, o professor de filosofia. Ele é super legal e a aula dele era uma das melhores da escola. Ele era o argentino mais abrasileirado que existe.
_ Como vocês já sabem temos uma tradição nesta escola para os formandos, todos os anos os alunos do 3° ano tem que fazer uma apresentação. Geralmente vocês que decidem o tema, mas esse ano já foi decidido o que vocês devem fazer. Em virtude da nacionalidade do professor Diogo, vocês iram ter que fazer algo relacionado a cultura argentina. Temos já alguns temas pré-selecionados e serão duas turmas trabalhando em cada tema. Espero que vocês se superem com esse trabalho, e vale lembrar que as salas do tema vencedor levaram 10 pontos em todas as matérias para o 4° bimestre. Pode ser a salvação para alguns alunos. Agora queria chamar os representantes de cada sala para o sorteio dos temas e...
A essa altura a conversa já se sobrepôs a voz de Rosário. Todo mundo sempre temia essa apresentação, já que geralmente apresentávamos para pessoas importantes. Esse e o peso de estudar em uma das mais tradicionais escolas de MG.
Eu estava sentada com Aline, Maíra, Anna, Diego, Guilherme e alguns amigos deles, o resto da minha sala estavam por perto. A tensão para saber com que sala trabalhar era demais, se eles forem seguir a ordem, as chances de minha sala sair com a de Guilherme são grandes. Finalmente Cíntia vem correndo junto com outro garoto magrelo que reconheci ser da sala de Gui.
_ Galera, é o seguinte. Vamos trabalhar com a B e o nosso tema é dança. Mais especificamente o tango. Ou seja, vamos ter que soltar as frangas e ser sensuais lá na frente. - diz Cintia olhando em alguns papeis.
_ E isso pessoal, - completa o garoto. - A gente já pode começar a se separar em duplas, escolham alguém com quem vão dançar no dia. Os ensaios começam daqui a 2 dias, temos o auditório para treinar 1 vez na semana e o pátio esta a disposição, então teremos que pegar horários vagos par ensaiar, ou ate mesmo, nos encontrar fora do horário da escola. Alguma duvida?
Levanto a mão e espero eles olharem para mim.
_ Er, tenho duas perguntas. Primeiro, quem vai fazer a coreografia?
_ Bem, acho que é um pouco difícil de nós criarmos uma, então podemos pegar na internet ou ver em algum filme.
_ Ok, e segundo, tem alguma chance de eu não dançar? E que dança não e bem meu estilo.
_ Sinto muito Fernanda, todo mundo deve dançar. Ou então você pode ficar com a organização e supervisão do show.
_ Ela na supervisão? Fudeu, ai que vai virar bagunça. - Guilherme brinca ao meu lado.
_ Haha muito engraçado Gui. Nessas condições, eu danço.
Eles nos liberam enquanto eles ficam ajeitando os últimos detalhes. A gente se senta nos bancos da cantina, esperando o sinal. Muitos alunos já estavam atrás de um par, aos poucos as opções foram acabando.
_ Ainda bem que eu não preciso ficar procurando um par. - comenta Maíra.
_ Giovanni aceitou dançar comigo. Espero que a coreografia não seja pesada, senão eu não vou poder dançar. Pode fazer mal a criança. - Anna fala enquanto se senta ao meu lado tomando um suco. A barriga de três meses dela já esta começando a aparecer e ela esta tomando todos os cuidados pensando no bem estar do filho. - E vocês duas, o que vão fazer?
_ A gente vai dançar junto. - falo e Aline me olha de soslaio.
_ Quando é que você me perguntou isso? E se eu já tivesse outros planos?
_ Eu faria você desistir, com certeza. Quer um pedido formal? - pergunto e ela acena com diversão nos olhos. Ouço o pessoal resmungando um "começou", o que faz Aline sorrir. Eu me ajoelho na frente dela e pego sua mão. - Senhorita Aline Goullart, você me daria à honra de dançar tango comigo? Eu acho melhor você aceitar, por que estou parecendo uma retardada assim ajoelhada no meio do refeitório.
_ Eu ate aceito dançar com você, mas você vai ter que se vestir de garoto. Eu já estou me imaginando naquele vestido.
_ Pode confessar, você tem uma fantasia em me ver vestida de homem.
Ela só revira os olhos e logo eles mudam de assunto. O sinal bate pouco tempo depois e minha sala desce para a Ed. física, a professora faz a chamada e depois entrega a bola para gente. As meninas me chamaram para jogar vôlei, mas como não estava muito animada recusei. Me deitei na arquibancada e coloquei meus fones ouvindo a melodia de “Have You Ever Seen The Rain?” dos Ramones na maior altura, fecho os olhos enquanto curtia balançando meus pés de acordo com a batida. Depois de umas quatro musicas sinto alguém me chacoalhando.
_ Que foi? - pergunto abrindo os olhos e vendo a figura de Daniel um pouco inclinado em cima de mim.
_ Ei Nanda, eu trouxe o violão e a gente ta querendo fazer um som ali, mas o pessoal quer que você toque. Pelo visto eu não toco ou canto tão bem quando você.
_ Me conte a novidade. É brincadeira, vamos lá. Bom que me distrai. - falo rindo enquanto me levantava. Tinha cerca de umas sete pessoas por ali, cumprimento todo mundo. Tinha tocado com eles algumas vezes, então já conhecia bem.
_ Então galera, o que vocês querem ouvir? - pergunto ajeitando o violão no meu colo e encosto na parede.
_ Aquela da Gadú que você tocou na ultima vez. Lanterna dos Afogados. - pede a baixinha namorada de Daniel.
_ Essa é fácil, eu toco e canto o começo, vocês tem que continuar cantando ok? - pergunto e eles acenam.
Começo com a melodia suave, e então puxo.

Um lugar escuro
Que ninguém te ouve
Quando chega à noite
E você pode chorar...

Paro de cantar e eles vão levando a canção ate o final. Eles batem palmas e logo começam a pedir uma musica atrás da outra. Os pedidos variavam entre Jorge e Mateus, Justin Timberlake, Demi, NX Zero, CPM 22e outros. Depois de tocar a ultima, olhei no relógio e vi que faltavam cerca de 5 minutos para o sinal bater.
_ Ta, escolham a ultima ai.
_ Vamos fazer o seguinte, você escolhe a musica, só que tem que cantar.
_ Beleza. Já ate sei qual.

Made a wrong turn

O violão vai acompanhando cada final de estrofe.

Once or twice
Dug my way out
Blood and fire

Bad decisions
That's alright
Welcome to my silly life

Mistreated
Misplaced, missunderstood
Miss know it, it's all good
It didn't slow me down

Mistaken
Always second guessing
Underestimated
Look I'm still around

Pretty pretty please
Don't you ever ever feel
Like you're less than fucking perfect

Pretty pretty please
If you ever ever feel
Like you're nothing
You're fucking perfect to me

O sinal bate bem no fim do refrão, mas eu continuo tocando a melodia, já que agora era a parte que mais gostava da música. Quando comecei a cantar, vi Maíra e Aline se aproximando de nós.

The whole world is scared
So I swallow the fear
The only thing I should be drinking
Is an ice cold beer

So cool in lying
And we tried tried tried
But we try too hard
It's a waste of my time

Done looking for the critics
Cause they're everywhere
They don't like my jeans
They don't get my hair

Stringe ourselves
And we do it all the time
Why do we do that? Why do I do that?
Why do I do that?

Yeah?

Oooh?

Oh pretty pretty pretty

Pretty pretty please
Don't you ever ever feel
Like you're less than fucking perfect

Pretty pretty please
If you ever ever feel
Like you're nothing
You're fucking perfect to me.

Repito o ultimo refrão mais uma vez antes de dar a ultima batida no violão e acabar a musica. As poucas pessoas que estavam ali batem palmas e Aline vem me abraçar enquanto me levanto.
_ Arrasou. - ela fala e me da um beijo na bochecha.
_ Nanda, eu filme seu showzinho. Tem problema? - Daniel pergunta com o celular na mão.
_ Não postando na internet esta bem, o mundo ainda não esta pronto para o meu talento. - falo rindo, Maira nos lembra de que temos prova no próximo horário e a gente sobe correndo, enquanto se despedia do grupinho da musica.
A prova estava fácil... Tão fácil que devo ter tirado um grande zero. Português a cada vez que passa só fica mais complicada, qual e o problema em parar o ensino em separar as palavras em silabas, heim?
Simbolismo, Arcadismo, Romantismo... Ainda me pergunto para que fim isso vá ter na minha vida. Provavelmente entrara na caixa "Aprendizagem Desnecessária" assim como o PI e o tal Balanceamento Químico.
Com toda a reclamação da turma sobre a prova, os horários passaram voando e quando assustei já era hora de ir embora. Me despedi das minhas amigas e fui para casa, passei o resto do meu dia esparramada no sofá lendo um livro. Só me mexo quando meu pai chega e me convence (lê-se obriga) a ajuda-lo a fazer o jantar.
_ E o que o chefe vai fazer hoje? - pergunto me sentando no balcão atrás dele.
_ Suflê, o preferido da sua mãe.
_ Algum motivo especial?
_ Aniversario de casamento. Faz 19 anos que eu me casei com a mulher da minha vida. - Ele sorri com aquela cara de bobo, me pergunto se fico desse jeito quando estou com Aline. - Queria levar ela em algum lugar legal, mas em plena segunda feira é complicado achar algo agradável. Então comprei isso.
Ele vai ate o paletó e pega uma caixinha longa vermelha, ali dentro tinha um colar com três pecinhas de diamante que formavam um V.
_ É lindo, ela vai amar. - comento e ele sorri e guarda novamente no bolso. Mexo no meu colar, um pouco nervosa. - Pai, como você soube que era ela? Quero dizer, você namorava antes de conhecer a mamãe e ia se casar com a mulher, mas largou tudo por ela. - cito o que sabia sobre a tão famosa (em partes) história de amor dos meus pais.
_ Eu não sei explicar, eu tinha certeza do que eu sentia pela Regina, mas depois que conheci sua mãe eu comecei a me questionar sobre como seria o meu futuro. Eu achava que estava apaixonado pelas duas, só que então percebi que se realmente amasse a Regina não teria uma segunda opção. Então larguei tudo e fui viver com sua mãe, ouvi poucas e boas da minha família. Mas foi a melhor decisão que já tomei na minha vida, todas as lembranças mais felizes que tenho, estava ao lado dela.
_ Então você só sabia?
_ E, podemos resumir assim. - ele fala enxugando a mão, antes de começar a preparar a massa, ele me estende uma faca e uma vasilha com alguns legumes e me deixa um espaço ao lado dele.
_ Mas por que a pergunta? Problemas com a Aline?
_ Não. E só que... 19 anos é muito tempo.
_ Por acaso você esta com escuta ai? Daniella, e você amor? Eu te amo viu, foram os 19 anos mais felizes da minha vida. - ele grita enquanto me virava para um lado e para o outro, eu ria tanto que lagrimas apareciam em meus olhos.
_ E por isso que eu gosto de cozinhar, vocês vão acabar queimando a comida toda. - ouço o baque de algo sendo jogado na mesa.
_Boa noite para você também, mãe. - falo enquanto acabava de montar o tabuleiro, meu pai vai ate lá e da um beijo nela. Fico ali vendo os dois juntinhos, provavelmente trocando parabéns e juras de amor. Realmente 19 anos e muito tempo, não consigo não imaginar ficar esse tempo todo casada com uma pessoa só. Qualquer pessoa não, tem que ser a Aline.
Penso também no que meu pai falou sobre a ex dele, que ele tinha certeza do que sentia por ela, mas mesmo assim acabou indo atrás de outra, que acabou sendo sua alma gêmea. Tento imaginar como a outra ficou se sentindo, gosto de pensar que ela teve a mesma sorte do meu pai, e que hoje esta feliz com seu romeu.
_ Nanda, o forno! - meu pai me chama e me tira do meu transe. Eu tinha viajado tanto que tinha me esquecido de ligar o bendito forno.
_ Ata, mals ae. Vou arrumar tudo aqui, vocês podem se sentar na mesa, abrir um vinho e ficar conversando. Irei ser a garçonete de vocês esta noite.
_ Viu só amor, te disse que ela sabe fazer mais do que passar a tarde toda no celular. - minha mãe fala brincando e meu pai só ri.
_ Eu já sabia, ela só não gosta de fazer por livre e espontânea vontade.
_ Quando eu falei para vocês conversarem não foi para ficarem me difamando. Era para falarem o quanto esses 19 anos foram importantes e maravilhosos, e que tiveram uma filha linda e carismática. Sabe, essas coisas.
_ Na verdade, dois filhos lindos.
_ Claro, dois maravilhosos filhos. - suspiro antes de ir ate a adega do meu pai que ficava escondida no armário e pegar um dos vinhos preferido dele. Meu pai era aficionado com vinhos, a cada viagem que ele fazia tratava de trazer sempre mais um para a sua coleção.
_ Aqui esta. Vou deixar vocês a vontade, eu ficarei no meu quarto, mas volto para olhar o suflê então cuidado com o que farão aqui. No mais, finjam que não estou ali.
Eles ficam ali e vou para a cozinha para por no forno o suflê. Vou ate a geladeira vejo o que posso fazer de sobremesa, pego e lavo os morangos e deixo perto do tubo de chantilly. Era o que tinha para hoje.
Passo perto do sofá e pego meu livro, e as coisas da minha mãe e levo para a suíte, quando vou colocar mesa alguns papeis se soltam e caem. Enquanto vou catando e organizando acabo vendo um pouco sobre o que se tratava. Acho que era o tal caso que ela esta trabalhando há tempos, era uma denuncia de lavagem de dinheiro e criação de empresas laranjas. Tinham ali também algumas fichas de pessoas e não acreditei quando vi a foto de um cara forte e atlético embaixo do terno. Não precisava nem ver o nome para reconhecer aquela postura em qualquer lugar, depois da vergonha que tinha passado na cozinha naquele dia eu guardei tudo sobre o novo padrasto de Aline. Decido para de mexer, minha mãe não gostava e também, ele não deve estar no meio disso tudo. Ate porque não tem nada que ligue ele a esse esquema, certo?
Largo os papeis ali e vou para meu quarto, procuro e ligo o notebook. Abro meu facebook e fico vendo o que esta acontecendo de bom no mundo. Correntes, fotos de garotas peladas, solicitação para jogos e convite para festas com o nome Sarra Novinha no Grau Fest' 2.0. Por essas e por outras que ultimamente estou usando mais o whatsapp. Relevando todas essas coisas inúteis, vejo minhas atualizações, comento e curto os post e fotos em que fui marcada, curto as da minha maravilhosa namorada. Vejo o vídeo que Marcos postou da ultrassonografia de Anna hoje, e das juras de amor feitas de Giovanni para a sua nova namorada. Aceito as pessoas que tinham me enviado solicitação de amizade e mando uma mensagem para Guilherme perguntando se podia dormir lá hoje porque queria dar privacidade aos meus pais, ele diz que estava me esperando e então fecho o facebook. Tento me lembrar da ultima vez que fiquei mais de meia hora no facebook.
Largo o computador para o lado e vou ate lá para ver se já estava pronto. Meus pais estavam rindo e passo perto da parede para não atrapalhar. O suflê já estava pronto, tiro do forno e deixo esfriando enquanto arrumava os pratos. Coloco o jogo americano sobre a mesa, os talheres e os copos no lugar certo, então trago a travessa ate a mesa.
_ Bom, o cheiro esta bom. Espero que o gosto também. - falo enquanto os sirvo. - E meu turno acaba agora, tem morango e chantilly dentro da geladeira, curtam bem essa noite. Vou ir dormir na casa de Guilherme.
_ E a escola amanha? - Minha mãe pergunta enquanto se sentava de frente para o meu pai.
_ Eu venho para casa me arrumar, não liguem. Curtam bem à noite, quem sabe não é a hora de me darem um novo irmãozinho.
Saio dali e vou para meu quarto pegar meu celular e o notebook, aproveito e coloco uma calca de pijama. Enquanto ia pelo corredor em direção a porta de casa, vejo os papeis de minha mãe em cima da mesa. Vejo que meus pais estão entretidos na conversa, então pego algumas folhas e dou uma lida rápida, quando achava algo de importante tirava uma foto para ler com calma depois. Algumas fotos mais tarde, eu organizo tudo e saio do aparamento desejando boa noite para meus pais pela milésima vez hoje.
Entro na casa de Gui sem bater, já era tarde e sua mãe já estava dormindo, ele estava deitado no sofá vendo TV, se sentou e me deu um sorriso quando entrei.
_ Demorou, pensei que tinha mudado de ideia.
_ Não, tinha virado garçonete por uma noite e outra, não quero dormir sabendo que meus pais estão "se dando bem" no outro quarto. - falo fazendo as aspas com os dedos, ele só ri e me leva para o quarto.
_ Então ta, a gente vai dividir a cama como sempre. Esta com sono já?
_ Um pouco, mas eu quero ver umas coisas antes. Me empresta seu cabo USB.
Me sento no chão com o computador ao meu lado, conecto meu celular cabo e visualizo as fotos que tinha tirado, assim era mais fácil de ler o que estava escrito. Guilherme se senta ao meu lado para ler comigo, ele teria que fazer suas perguntas mais tarde.
_ Você entendeu alguma coisa? - pergunto mexendo no cursor alterando as fotos da tela.
_ Esta cheio de termos técnicos que não conheço, mas pelo o que entendi e um esquema de desvio de dinheiro e caixa II. Essa aqui e a lista de suspeitos, e todos são bancários. Nanda, por que você esta com isso? É um dos casos da sua mãe, o nome dela esta por todos os cantos e pelo visto e muito sério. Você não devia estar mexendo.
_ Eu não queria mexer, mas caiu enquanto eu guardava as coisas dela.
_ E só por isso tirou foto? Você não é de fazer isso, tem mais alguma coisa ai, o que e?
Seu rosto estava serio, não teria como escapar dessa.
_ Gui, não quero levantar falsas suspeitas. Tudo o que tenho aqui e muito cru, não da para ter certeza, mas esse Victor Hugo aqui... - digo enquanto procurava a foto da ficha dele. - Ele e o namorado da mãe de Aline. E eu não acho que possa ser um engano.
_ Bom, se o nome dele está ai significa que alguma ele aprontou. Mas Nanda, você não tem nada a fazer e outra, não pode contar para Aline ou para a mãe dela. Sua mãe esta cuidando do caso, se o cara souber de algo pode prejudicar tudo. Você mesmo me disse que nunca viu ela se dedicando tanto em um caso, eu disse que devia ser serio, e essa coisa desvio e serio o bastante.
_ Mas o que eu faço? Deixo Aline perto de alguém que pode ser um corrupto, um ladrão? E que pode ser preso a qualquer instante?
Estava começando a parecer patética e desesperada, Guilherme percebe e me puxa para perto.
_ Nem sempre você pode salvar o dia, anjinha. E uma dica, não comente com sua mãe que você sabe. Ela provavelmente vai ficar brava por você ter mexido nas coisas dela, principalmente de trabalho.
_ Você tem razão. O que seria de mim sem você?
_ Eu não sei, eu não sei mesmo. - ele comenta rindo e eu dou um beslicão na coxa dele. - Ai, cavala. Sou seu melhor amigo e seu quase irmão mais velho, sentia falta de cuidar de você assim.
Passo as mãos por sua cintura e o abraço mais forte seu tronco, também sentia falta dessa nossa união, mas vale a pena só de saber que quando precisasse ele estaria ali para mim. Eu só não iria falar nada...