Sem Julgamentos escrita por AnaMM


Capítulo 16
Bons amigos...


Notas iniciais do capítulo

Ok, uma certa cena em um certo final de capítulo que se encontra aqui não é bem o tipo ao qual eu estou acostumada, em termos de narrativa. Não costumo ter muita coragem pra narrar nessa riqueza de details, apesar de toda vida criar cenas assim. Let me know se ficou bom quando vcs terminarem, ok?Obri.

Trilha:
https://www.youtube.com/watch?v=0go2nfVXFgA -shopping
http://www.vagalume.com.br/the-vamps/somebody-to-you-feat-demi-lovato-traducao.html

https://www.youtube.com/watch?v=ngSZLGkLQbI - sequência final
http://www.vagalume.com.br/nicholas-jonas/chains-traducao.html



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–O que? Como assim, Sofia? Por que isso agora? – Ben cobrou preocupado.

– Ah, Ben, eu cansei... – Respondeu se afastando. - Ninguém me quer aqui, eu não aguento mais esse povo me julgando...

Eu te quero aqui. - Lembrou, alcançando a loira. - E a gente vai enfrentar isso junto. – Disse segurando as mãos de Sofia e olhando fixamente em seus olhos. – Por favor, fica. Fica comigo. – Implorou, levando a mão ao rosto da patricinha.

– Ben? Sofia? – Ronaldo se fez notar.

Estava na porta, de braços cruzados, cobrando uma explicação.

–Pai? V-você tava... Há quanto tempo você tava aí?

– Tempo suficiente. Podem me explicar?

– Por que essa cara, Ronaldo? Você tá pensando o que?- Sofia perguntou confusa.

– Não se faça de tonta, menina! Eu sei muito bem o que eu vi!

– Então explica, porque eu ainda não entendi. – Insistiu.

– Sofia, o que você...? – Ben sussurrou, para o que Sofia fez movimento que se calasse.

–Mas vocês não têm vergonha na cara, mesmo!

– Vergonha na...? Aaah! Você acha que a gente tá junto? Credo, Ronaldo! Você pirou? Nunca que eu ia ter qualquer coisa com o seu filho!

– É, pai, a Sofia tava mal e eu tava ajudando ela, só isso. – Ben continuou.

– Vocês acham que eu sou idiota? Eu ouvi muito bem você pedindo que a Sofia ficasse com você, Benjamin!

– Porque eu gosto da companhia dela, pai, é crime, agora? – Indagou ofendido.

–É, Ronaldo, vocês não queriam que a gente se desse bem? Então, a gente tá se dando bem. Que preconceito achar que só porque a gente tá se abraçando na inocência, né, Ben?, na amizade, agora quer dizer que nós estamos ficando... Eu me sinto... Olha, eu me sinto desrespeitada.

–Somos dois, Sofia. Amizade entre homem e mulher existe, pai, e não é porque a Sofia é bonita e sabe atrair a atenção do sexo oposto que eu vou estar me aproximando com segundas intenções. Tô com a Sofia, me sinto ofendido!

– Que confusão é essa, gente? – Anita perguntou, recém chegando ao quarto.

– Nada, Anita, o meu pai entendeu errado as coisas, mas já tá tudo resolvido, né, pai?

– Se vocês dizem... – Ronaldo desistiu, embora não estivesse saindo do quarto convencido.

– Vocês não se desgrudam mais? –Anita perguntou desconfiada.

– Não, irmãzinha, e, antes que você pergunte, nós agora somos amigos, ok? – Sofia explicou didaticamente.

– Amigos? Vocês dois? Ben, desde quando você gosta da Sofia? – Indagou surpresa.

– Interessante a sua escolha de palavras. – Ben riu. “Desde que a vi pela primeira vez...” responderia a si, mas sabia que a pergunta de Anita tinha outra conotação. – Eu não gosto dela. Quem disse que eu gosto da Sofia? Eu não suporto a sua irmã.

– Nem eu suporto o Ben, então a gente resolveu se unir pra se odiar junto. – Sofia explicou animada.

Ben levou o braço aos ombros de Sofia, abraçando-a de lado com um sorriso debochado estampado no rosto. Beijou a cabeça da loira ainda rindo.

–Desapega, Benjamin! Não sou cabide de braço! Vem, eu preciso de alguém pra segurar as minhas compras. – Puxou-o para fora do quarto, deixando Anita para trás sem entender nada.

–x-

Ronaldo estava sentado na sala, ainda tentando entender se realmente havia algo entre Ben e Sofia, ou se era coisa de sua cabeça. Tentava lembrar-se de cada momento, de cada comentário. Olhava a sua volta confuso, em busca de algum sinal que fizesse tudo se encaixar, quando os viu descerem as escadas de mãos dadas, correndo às gargalhadas. Estava tudo ficando cada vez mais estranho.

–Posso saber que alegria é essa?

–Oi, Ronaldo. O Ben vai comigo ao shopping, pode ser?

– Ao shopping? Benjamin, desde quando você...

– Eu tô gostando de um carinha aí e o Ben vai me ajudar a escolher a roupa certa, tudo bem?

– E desde quando o Ben entende de roupa, Sofia?

– Desde quando você achou que a gente estivesse junto só porque viu a gente se abraçar. O Ben é careta o suficiente pra me ajudar a escolher uma roupinha que não entregue de cara as minhas intenções.

– Eu pensei que você entendesse de moda. – Ronaldo lembrou desconfiado.

– A verdade, pai, é que ela quer dois braços amigos que segurem as sacolas pra ela, entendeu? E se com isso eu puder irritar a Sofia chamando ela de feia e de gorda enquanto ela experimenta roupas, melhor. –Explicou sorrindo.

–Ok, ok... Podem ir. – Liberou hesitante.

–x-

– Você tá falando sério? A gente vai pro shopping? – Indagou incomodado.

– Era só uma desculpa pra sair de lá, mas a gente tem que voltar com compras pra eles acreditarem, né. O Ronaldo já tá bastante desconfiado. Além disso, lá a gente pode ficar junto à vontade, que não vai ter nenhum conhecido. – Explicou sedutora.

– Como você pode ter tanta certeza?

– Porque a gente vai pra Barra, pra garantir. Você não queria assumir o que a gente tem? Considere como um primeiro encontro oficial.

– Falando assim, eu até gostei da ideia... Mas a gente vai de ônibus!

– A gente o que? – Parou onde estava.

– Vem. – Segurou-a no colo, arrastando-a até a parada de ônibus.

– Nem morta, Benjamin!

– Ih, olha só, é seu dia de sorte. O ônibus pra Barra acabou de chegar, ninguém vai te ver na parada.

Ainda rindo da reação da loira, Ben a levou nos braços até o ônibus, onde a soltou. Empurrou-a atá o cobrador, pagou as passagens de ambos e se sentaram. Escolheu o assento do corredor, para impedir que Sofia fugisse.

–Eu te odeio. – Sofia anunciou.

– Que pena. – Respondeu, beijando-lhe a face emburrada.

Implicaram-se por toda a viagem, com pequenas pausas para apreciar a vista do Rio de Janeiro e alguns beijos roubados. Ben aguentou bravamente a espera por que Sofia decidisse as roupas que experimentaria, e a admirou boquiaberto em todas as vezes em que Sofia saiu das pequenas cabines de provas com alguma roupa nova. Mais tarde confessaria, no entanto, que não prestara atenção em roupa nenhuma. Era o rosto animado de Sofia que o deixava assim. Era linda de qualquer jeito, e seguiria irresistível, independentemente da roupa que apresentasse.

Era a primeira tarde que passavam conversando sem que estivessem brigando por uma declaração ou discutindo o que seria o certo a fazer quanto a sua indefinida relação. Conversaram sobre tudo e sobre nada, parando em suas lojas favoritas e atravessando o shopping de mãos dadas, sem medo de serem vistos. Comeram sorvete, lambuzaram-se um ao outro com implicantes pinceladas de creme e de chocolate em seus rostos. Observaram famílias, riram de futuros imaginados. Sofia fazia comentários venenosos sobre uma ou outra mulher que passava, e Ben a reprimia automaticamente, o que resultava em mais risadas. Beijaram-se sem precisar checar seu entorno, sorriram apaixonados, abraçaram-se. Teriam ficado o dia inteiro em seu novo paraíso se pudessem, mas a realidade os chamava.

–A gente tem mesmo que ir? – Sofia perguntou desolada.

– Você viu como o meu pai tava, melhor não encorajar a fera.

– Tem mesmo que ser de ônibus?

– Sofia, se a gente for praticando o parkour, não chega hoje.

– O que você tem contra táxis?

– Tenho que você está apaixonada por um pobretão e vai ter que aprender a lidar com isso.

– Quem disse que eu estou apaixonada por você?

– Você mesma, há algumas semanas. Nem adianta dizer que tava tentando me enrolar, que você já confessou que não estava.

– Merda.

– Também te amo. – Sorriu. – Vem, o ônibus tá aqui.

–x-

Chegaram em casa exaustos. Ben, como prometido, trazia as sacolas com as compras extravagantes de Sofia.

–A gente podia repetir, né? – Sofia comentou subindo as escadas.

– Alguém está se entregando... – Cantarolou.

– Você sabe que eu amo compras. – Provocou, encostando-se contra a parede do corredor e levando um dedo ao lábio inferior.

– Aham. – Aceitou a provocação,aproximando-se da loira. – E a minha companhia.

– Sempre bom ter alguém pra fazer o trabalho pesado. – Sussurrou, arrepiando-se ao sentir as mãos de Ben subindo de sua cintura.

– Sempre bom... Você podia me pedir palpite sobre as roupas mais vezes... – Ben sugeriu, roçando seus lábios nos da loira.

– Se você entendesse de estilo, seria o maior prazer. – Respondeu, levando a mão à nuca de Benjamin.

– Claro que entendo. Sei inclusive que nude fica muito bem em você. – Retrucou, beijando o pescoço de Sofia.

Benjamin traçou uma trilha de beijos até o rosto da loira, beijando o canto de sua boca. Com seus batimentos já acelerados, Sofia freou a provocação de Ben, beijando-o, finalmente. A dança de suas línguas provocava arrepios crescentes em ambos, levando seus corpos a se aproximarem o quanto a física lhes permitiria. Sofia já sentia a ereção de Ben contra si, e apertava seu corpo ainda mais contra o dele, desejando que pudesse penetrá-la ali mesmo. Não conseguindo se conter, enlaçou as pernas em torno da cintura de Benjamin, diminuindo ainda mais a distância entre seus órgãos. Precisava de Ben ali, naquele momento, e o resto do mundo que sumisse por pelo menos a eternidade. Sentiu Ben aumentar a pressão que a segurava contra a parede, enlouquecendo-a.

–O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI?


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, e me digam mesmo o que acharam da cena final, pq não estou acostumada a esse tipo de narração, sempre me acanho.