No ano de 2056, o planeta se dividiu em duas grandes sociedades. A Sociedade do Sol, composta por seres da raça humana e a Sociedade da Lua, composta por seres capazes de voar e repletos de poderes paranormais, os anjos caídos. O mundo era altamente influenciado pela tecnologia, corrupção e o poder. A existência dos Anjos não era mais um segredo milenar. Anjos e humanos passaram a viver sob o mesmo céu estrelado. Nossa história se passa em Bridgeport, uma das poucas cidades que restou depois do caos devastado sobre o planeta.

De dia, um lugar conturbado, com seus arranha-céus aos pedaços, suas empresas quase falidas e as pessoas que trabalhavam arduamente para se sustentar naquele sistema catastrófico. Quem tinha poder entre os seres humanos, o usufruía para explorar os outros, fazendo negociações com os vampiros. Sangue em troca de riquezas, poder e uma vida luxuosa regada aos prazeres da carne. De noite, um cenário sombrio e sangrento.

O mundo tornou-se um lugar onde os homens cumpriam as regras dos anjos. Não havia compaixão ao próximo. Cada ato envolvia interesse. Cada negócio envolvia sacrifício. No ano de 2056, o homem se entregou de vez ao inferno, desacreditando completamente na existência de uma salvação e um possível Deus que teria piedade de todos. O planeta havia sido tomado pelas trevas e pela criatura mais perversa que o ser humano poderia temer: os anjos caídos, também conhecidos como vampiros.

Tudo começou em 2050, quando a família Volturi, a mais nobre família vampírica e de mais puro sangue resolveu revelar para a humanidade a existência de sua raça. O ser humano entrou em desespero. Durante três anos houve uma guerra que parecia não ter fim, entre a Sociedade do Sol e a Sociedade da Lua. Boa parte da humanidade se extinguiu, pois a vida de um anjo não era tão maleável quanto à de um ser humano. Por fim, ambas as partes firmaram um acordo de convivência. A Raça Humana respeitaria e se curvaria diante da existência dos vampiros e poderiam viver suas vidas "normalmente" durante o dia. Em troca disso, os vampiros respeitariam a existência dos homens, não atacariam ninguém durante o dia, se alimentando durante à noite.

Aos seres noturnos de asas negras foi aos poucos atribuído o nome "Anjos Caídos".

Durante o crepúsculo havia um toque de recolher para os seres humanos. Ficava vagando à noite apenas aqueles que pretendiam negociar ou virar presa dos Anjos. Durante o amanhecer, os seres noturnos que, com a evolução da espécie já não se machucavam mais com a luz solar, teriam de conter a sede por sangue e viver em uma suposta "harmonia" entre os homens. Só à noite se negociava por sangue.

Não se precisava mais matar ou beber sangue sem permissão. A própria humanidade negociava o seu sangue em troca de bens materiais e prestações de serviços. Pessoas que precisavam de dinheiro vendiam seu corpo aos vampiros, tornando-se servas por tempo indeterminado. E pessoas revoltadas com toda a situação vagavam pelas ruas de Bridgeport durante a noite, eram os chamados caçadores de anjos. Para eles ainda estava viva a esperança de um mundo livre dos monstros que assombravam a humanidade.

Mas entre os Anjos Caídos, havia um que a nossa história dará certa atenção em especial. Como era puro sangue e vinha de uma linhagem tão antiga que ultrapassava os 900 anos, era muito nobre. Era um dos mais antigos, belos e desejados anjos que havia. Pertencente à família dos Volturi. Seu nome era Paul. Ele não se envolvia completamente nos negócios da família. Deixava isso nas mãos de seus parentes. Paul, apesar de ser temido, era um anjo metido consigo mesmo e de poucos amigos. E acima de tudo, muito solitário, frio e calculista. Paul não se envolvia com mulheres, ele as usava. Não havia nada até então que pudesse amolecer aquele coração frio e vazio. Apesar de não participar dos negócios entre as sociedades, Paul era o que executava as consequências das negociações que não davam muito certo...