Herdeira Demoníaca escrita por Jace Jane, Mari Mitarashi


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Como o prometido, espero que gostem do final da fic, foi ótimo finaliza-la, não esperava chegar até aqui, foi uma bela surpresa. Queria agradecer a Mari por me ajudar e a Madge Michaelis por ler até o fim.



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A figura de um garoto vestido com um chamativo sobretudo roxo, acompanhado por um homem alto de olhos dourados, se destacavam nas calçadas de Londres.

– Ainda não entendi o porquê de irmos visitar uma simples ajudante de funerária – disse o mordomo – Highness tem assuntos mais importantes a resolver.

– Uma visitinha a uma amiga não faz mal – piscou Alois com uma expressão sapeca

– E desde quando Highness tem amizade com aquela mulher? – perguntou Claude

– Se a Alice é amiga do Cielzinho, ela é a minha amiga também – respondeu o loiro ao sorrir

– Por que será que algo me diz que isso de alguma forma irá irritar o conde Phantomhive – os olhos dourados fitaram a cabeleira loura.

– Quem sabe? – riu o nobre – É melhor irmos logo, daqui algumas horas a funerária irá fechar.

Antes que o dançarino desce mais um passo, Claude o segurou pelos seus braços, a áurea demoníaca do mordomo deixou o ar denso e difícil para os humanos respirarem. Alois não conseguiu entender a atitude do mordomo, ele estava completamente em alerta, seu corpo estava sendo envolvido com a sombra negra do Claude.

– Claude o que significa isso? – exigiu o conde.

Faustus apenas ignorou a pergunta de seu mestre e o apertou contra o seu corpo.

– Eu sei que você esta aí, apareça! – berrou o akuma.

Uma risada cínica começou a ecoar pela rua, apresença do outro akuma começou a ser ouvida em alto e bom som pelos dois londrinos.

– Não estou de brincadeira, é melhor aparecer antes que eu perca a paciência – o moreno apertou ainda mais o Trancy contra o seu corpo.

– Claude, acalme-se – pediu Alois.

– Não posso Highness...

Alois se soltou aos poucos do abraço apertado de seu mordomo, os olhos azuis fitaram a escuridão do prédio a sua frente.

– Ora, ora, quem diria que a akuma fujona voltaria ao seu mestre – debochou o conde.

– Conde Trancy, fico feliz em ouvir o belo som de sua voz – retrucou a voz no mesmo tom.

– Me poupe do seu teatrinho.

– Desculpe-me conde Trancy.

– Argh... Já lhe disse para não testar minha paciência – rosnou o mordomo.

O Trancy fechou os belos orbes azuis por alguns instantes, aos poucos abriu as pálpebras novamente, revelando seus olhos demoníacos.

– Claude, leve-me até aquele prédio – ordenou o conde apontando para o edifício a sua frente.

– Mas Highness...

– Isso é uma ordem! – disse Alois colocando sua língua para fora mostrando o selo do contrato que brilhava intensamente.

– Yes your Highness..

Sem muita escolha, Claude segurou o corpo esguio de seu mestre e flexionou os seus joelhos e pulou para o prédio ordenado. Ao chegar lá, ainda com o Alois em seus braços, olhou para os lados e a sua frente, procurando alguma silhueta na escuridão.

– Siga a áurea dela – ordenou Alois – Agora!

Claude começou a correr em alta velocidade passando pelos telhados de vários prédios, a má iluminação daquela noite dificultava um pouco a visão daquele ser que deveria está costumado com as trevas, quanto mais corria mais sentia a energia familiar fortalecer.
O mordomo parou bruscamente a poucos metros perto de uma parede tomada por sombras, os olhos dourados semicerraram ao olhar para aquela simples parede.

– Conde Trancy, fico feliz em vê-lo novamente – disse a voz na escuridão – Como está sua saúde?

– Eu volto a dizer, me poupe do seu teatrinho, Hannah- Alois fez força para descer dos braços de Claude.

Aos poucos curvas femininas saíram em meio as sombras, fios brancos e longos moldavam sua face feminina bronzeada.

– Fiz algo errado, conde? – perguntou Hannah

– Se fez algo errado? – retrucou o conde com outra pergunta. Alois caminha até a sua ex-governanta com passos irritados – Você me abandonou mesmo depois de ter prometido ficar ao meu lado por toda eternidade!

– Desculpe Conde, mas acho que entendeu errado, meu contrato com vosso irmã foi muito claro, eu ficaria ao seu lado até a sua morte, o que infelizmente aconteceu – Hannah deu um leve sorriso – Agora sou livre e não tenho nenhum contrato valido com o conde.

– Se veio aqui para me dizer isso, então suma da minha frente! – gritou o conde

– Na verdade vim até vocês novamente por outro motivo – disse Hannah com uma expressão assassina – Onde esta minha espada, Claude?

– Em um lugar bem longe de você – respondeu o mordomo encarando a mulher a sua frente com um olhar serio.

– Você não tem direito sobre ela, Claude – disse Hannah irritada – Ela é minha por direito! – a governanta agarrou suas vestes tentando conter sua raiva.

– Isso pouco me importa. - falou o mordomo. - A espada nunca voltará a ser usada por alguém como você.

– Será que você realmente tem o direito de falar de mim? - akuma fitou Alois. - Ou será que você já esqueceu da sua quebra de contrato, não foi você que matou o seu mestre e tentou roubar a refeição de outro akuma. Engraçado você dizer que a espada não voltará a ser usada por alguém como eu, você é tão podre quanto eu, Claude Faustus.

– Não ouse falar do Claude dessa maneira sua súcubos. - defendeu Alois. - Ele pode ter me matado, tentado devorar a alma do Cielzinho, mas ele nunca me abandonou, mesmo na hora da minha morte! O Claude errou sim, porém ele se manteve fiel a mim mesmo depois de tudo.

– Pobre criança tola, você acha que realmente aquele akuma se importa com você. - a serva se aproximou cautelosamente do conde, passou a mão esquerda na bochecha gélida de Alois. - Não se iluda meu querido Alois, ele nunca se importou com você. O motivo de ainda viver com você é seu contrato marcado em sua língua, a única pessoa que se importou com você está dentro de mim agora...

– Fique longe dele! - Claude puxou Alois para perto. - Como ousa tocar no meu mestre.

– Claude o que ela disse é realmente verdade. - o garoto se virou para encarar o rosto irritado de seu servo.

– Eu me importo com você Highness. – disse o mordomo

– Assim como o Luka? – a expressão seria de Alois foi dando o lugar a tristeza e a dor – Ou será que você só se importava com a minha alma?

– Lembre-se Alois, a dor que ele fez sentir, tanto física e emocional. Será que realmente ele mudou ou é mais um dos seus joguinhos? O Luka nunca faria isso com você, afinal você é a majestade dele.

Hannah usava a sua voz sedutora e a memória de Luka ao seu favor, aos poucos a alma de Alois ia caindo em dúvida e dor.

– Highness, eu nunca te trairia. Não de novo. - Murmurou o mordomo.

– Então me prove!

– O que posso fazer para ser digno de vossa confiança? – perguntou o mordomo quase desesperado.


– Entregue a espada a Hannah.

– Não posso, a espada não pode voltar a ser usada por ela. Por favor, peça outra coisa.

Claude apertou os punhos com força, seus olhos ficaram vermelhos como sangue.

– Eu não pedi a sua opinião Claude, eu mandei! Estou esperando você acatar, ou será que você irá fugir?

– Será que realmente ele irá acatar sua ordem, Alois? - a governanta usou mais uma vez a sua influência sobre Alois.

– Eu... Irei entregar a espada. - o Faustus tremia de ódio, sua boca sangrava devido à pressão de seus dentes contra a pele frágil.

– Mas antes eu quero saber para que você precisa dela, Hannah? - questionou o Trancy.

– Minha nova senhora está com problemas, eu preciso da espada para evitar uma tragédia. - respondeu a akuma. - eu realmente preciso dela se não, não iria insistir tanto.

– Compreendo - disse o conde. - Pegue a espada e traga a Hannah.

– Yes, your Highness.

***

A funerária não tinha mais aquele clima descontraído, agora o cheiro de sangue no ar e os rosnados enfurecidos de Sebastian tomaram conta do local. Os dois demônios pareciam leões sedentos por sangue.


Sasha deixou as suas belas asas negras abertas em um modo que parecessem maiores, em um movimento rápido e preciso as penas desprenderam da carne e foram lançadas em direção do akuma. As formas das penas pareciam agulhas negras sendo lançadas. Sebastian tentou desviar do ataque, mas as penas o atingiram em cheio, o sangue do mordomo escorria aos montes pelo seu uniforme.


– Tem uma curiosidade sobre essas penas, Papai. - a forma irônica que a lady chamou o akuma de demônio a sua frente o irritou. - Elas são venenosas, até um akuma pode morrer ao encostar-se a elas.


O Michaelis tirou lentamente cada pena de seu corpo, o sangue contaminado parecia ácido correndo pelas suas veias.

– É só Isso? - Provocou o servo.


Sasha sorriu pela provocação, ela sabia que o veneno no corpo de seu pai o deixará lento e incapaz de atacar, era só uma questão de tempo. A lady usou mais uma vez as penas para atacar, porém Sebastian desviou do ataque se jogando para lado, girando o seu corpo em 180 graus ele jogou as famosas facas de prata para contra - atacar, entretanto, Sasha rebateu aquelas inofensivas facas com suas asas. Sasha riu da tentativa tola de Sebastian em machuca - lá.


– É só isso? - Diz Sasha sorrindo.


– É só apenas o começo. - Sebastian começou a analisar a distância entre Alicie e Sasha.


O akuma correu em alta velocidade para perto de Sasha segurando mais facas, porém a Thatcher iniciou uma rajada muito forte de penas envenenadas em sua direção, ele tentou avançar, mas as penas dilaceram o a sua pele pálida. O sangue do moreno escorria por todo o corpo, e a dor inicial do veneno só aumentava com os cortes recém feitos por sua filha.

– Que foi papai? Esta com dor? - Gargalhou a condessa insanamente.

Enfurecido com audácia daquela híbrida, Sebastian ignorou a dor e as rajadas de penas e avançou a rapidamente de Sasha, ele levantou o seu punho direito para socar o corpo feminino, mas as asas se fecharam em voltar a protegendo. Por mais que o mordomo socasse as asas não marchavam ou sangravam, parecia que o Michaelis socava aço puro.
Sasha ria dos esforços inúteis de seu pai para quebrar a sua defesa.
Os ataques iam ficando mais fortes, entretanto sem feito algum sobre a Thatcher. Cansada de recebe os socos de Sebastian, Sasha abriu uma das asas um momento antes de outro ataque de Sebastian, esticou o braço direito, apertou o punho e lançou em direção do rosto de Sebastian. O ataque foi certeiro e tão forte que fez o corpo masculino bate em duas prateleiras de produtos químicos.
A condessa pulou o corpo pálido de Alicie e caminhou para perto de seu pai, a bela imagem de Sebastian era totalmente o oposto de agora, pois a face do akuma estava cheia de cortes, sangue e hematomas. A lady abaixou na altura do corpo ensanguentado e olhou bem fundo naquele olhos sem vida.


– Esperava mais de você, afinal você é o grande Sebastian Michaelis!


Por um momento Sasha achou que tinha visto um sorriso debochado na face de seu pai, estranhamente a energia densa do seu pai começou a aumenta em um ritmo assustador, o vermelho discreto de seus olhos ficaram ainda mais vivo, a sombra da
parede formavam asas de anjos maltratadas e por último dois pequenos chifres em sua testa.
Em um movimento calculado Sebastian agarrou o pescoço de Sasha e apertou, as unhas da mão masculina estavam grandes e machucavam o pescoço delicado da lady.


– Sasha, você irá se arrepender por ter feito isto. - Sebastian usou sua outra mão para socar a barriga da Lady. - Agora sofra!

Ele jogou a condessa perto do corpo da assistente quase sem vida, o Michaelis fulminava com olhar a imagem da sua filha, um ser tão patético quanto a sua serva.


– Você subestimou a minha força Sasha, Não será um mero veneno que me matará. – disse Sebastian com um olhar assassino.

– Eu não vou perde para você! - Sasha se levantou cambaleante.


– Uma Híbrida nunca possuirá a mesma força do que um verdadeiro demônio, por mais que tente você nunca conseguirá me matar!


Sebastian correu para cima de Sasha com o punho preparado para o golpe, já a nobre também começou a correr em direção de Sebastian pronta para atacar. A energia densa no local aumentou ainda mais, as sombras tomavam conta do ambiente, assim como o cheiro de sangue. Mas algo atrapalhou o golpe de Sebastian, foi uma sensação que algo pior que o veneno o cortasse por dentro em pedaços, os seus olhos vermelhos foram para baixo devagar; aos poucos a lâmina verde com detalhes amarelos ia tomando forma nos olhos do akuma, por trás daquela lâmina estava uma bela mulher de cabelos brancos feito papel segurando o cabo da espada, ela sorria para o Michaelis.


A lady Thatcher sentiu a mesma dor que Sebastian, porém em suas costas, a sua asa esquerda foi cortada brutalmente pela a mesma lâmina em seu pescoço. Ela conhecia muito bem o dono daquela lâmina mortal, o formato inconfundível e os olhos esmeraldas não negavam ser um shinigami.


– De mais um passo e eu irei arrancar sua cabeça. - ameaçou Undertaker.


– Hannah, o que você faz aqui? - pergunta a Lady.


– Eu vim salva-la my Lady. – respondeu o akuma


– Eu não preciso da sua ajuda! - Berrou a Lady. - Eu sou capaz de...


– Garota tola, você nunca seria capaz de derrotar esse akuma. Provavelmente seria morta em segundos. - zombou shinigami. - Mas o que você fez a Alicie é imperdoável, Condessa.


– Não se preocupe com a humana nós iremos cuidar dela. - pronunciou Alois ao entrar na funerária. - Claude tire Alicie daqui.


O conde observou a Lady presa pela foice do shinigami em seu pescoço rosnando para Sebastian, os olhos azuis analisavam toda garota.


– Quem é essa garota? - perguntou o Trancy ao se aproximar.

– Essa é Lady Thatcher, ou como preferir filha de Sebastian Michaelis. - respondeu Undertaker risonho.


– Foi por isso que a rainha me trocou? - apontou o conde desprezando a Condessa. - Esperava mais de você.

O Trancy virou costas e seguiu o seu mordomo.

Um vulto vermelho passou pela porta destruída e foi em direção a lady Thatcher, parou em sua frente.

– Quem é você? – perguntou Sasha com dificuldade, sentia muita dor pela perda de sua asa.

– Sou Camille, criança tola – respondeu, logo virando seu rosto para o shinigami – Importa-se de eu tirar a condessa daqui, antes que aquele akuma resolva iniciar a luta novamente?

O shinigami olhou desconfiado para a moça que acabou de entrar em sua loja, mas acabou cedendo.

– Garanta que ela se controle – disse o shinigami tirando a sua foice do pescoço da condessa

– É por isso que estou aqui Undertaker – disse Camille agarrando o corpo da lady e desaparecendo em um borrão, sendo seguida pela governanta.

***

Depois de muito tempo sua mente estava clara e relaxada, não precisava se preocupar com nada, tudo tinha se resolvido, cumpriu sua promessa, mesmo tendo perdido uma de suas asas, foi uma dor que nunca sentiu antes, era como se uma parte de si tivesse se perdido, mas Hannah junto da Lady Camille a acalmaram, ela poderia recuperar sua asa, mas teria que se recuperar longe de todos. Tomou sua decisão, teria sua asa de volta e recuperaria suas forças mas deixaria sua vida com lady e aranha da rainha aos cuidados do seu mordomo demônio, que mostrou ser muito bom em atuar, depois foi embora com a Hannah em um barco, onde a própria Hannah iria guiar, para uma ilha especial, a ilha dos demônios, onde os demônios levam seus contratantes para sugarem sua alma quando chegasse ao fim.

Camille não seguiria o mesmo caminho que elas, mas deu instruções a Hannah para caso o seu lado vampírico ficasse incontrolável, mas antes que pudesse partir, teve pequenas aulas de como ser uma vampira sem que ninguém percebesse, não foi fácil, se controlar nunca foi seu forte mas conseguiu com a ajuda da Lady Camille, que a tratava com todo carinho, algo que não esperava, principalmente depois que ela tirou as pressas da loja do Undertaker, mas pelo menos não precisava mais se preocupar com o seu pai, ele teria que ficar longe por um bom tempo, a espada que a Hannah usou, não o matou, mas o deixou muito fraco, sendo assim ele não seria mais um problema e Alicie ficaria segura por um tempo.

– My Lady, gostaria de ver a ilha? – perguntou Hannah, com uma voz suave.

Abriu os olhos com cuidado, o barco estava coberto por uma camada de nevoa, mas conseguia enxergar sem problemas, sentou-se, fazendo algumas rosas vermelhas desgrudarem dos seus cabelos e olhou para sua frente.

– Nunca imaginei que algo assim pudesse existir – disse olhando para a ilha que se aproximava cada vez mais.

– Muitas coisas my lady desconhece, mas não precisa se preocupar, estarei ao seu lado – disse Hannah

– Hannah, porque você ainda fica ao meu lado? Mesmos sabendo que não tenho forças para matar o Sebastian. – perguntou curiosa, apertou a saia do seu vestido branco, odiava lembrar do seu fracasso.

– My lady pode ser fraca agora mas um dia será mais forte que ele – respondeu a governanta encarando-a – Mas não fico ao seu lado só por causa disso. – comentou

– Porque então? – perguntou curiosa

– Em breve descobrirá, my lady - respondeu


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Notas finais do capítulo

Comentem sobre o que acharam o/

Kissus



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