Annabeth Chase podia sentir os ventos calmos chegavam até ela, enquanto ela está sentada na arquibancada da arena do acampamento meio – sangue. Estava lendo um livro como de costume, uma atividade em que gostava de praticar. Filha de Atena, Annabeth conseguia sempre ter um plano na manga enquanto estava em apuros. Estava sorrindo o dia inteiro, apesar do clima não estava lá ‘essas coisas’.

 Apesar do espaço estar vazio, o acampamento estava fazendo alguma coisa. Uns ficavam treinando atiraria, outros ficavam lutando entre si para poderem se aprimorar em lutas ou batalhas e alguns estavam fazendo coisas pessoais. Bem, a vida de um meio-sangue não tão charmosa, mas sempre havia um lado bom em qualquer coisa.

 A garota passara o tempo todo lendo e relendo o livro, cujo número páginas é aceitável para seus padrões. Era sobre arquitetura, a profissão que mais almeja para seu futuro. Sempre havia algo especial nela, que a fazia ‘‘brilhar’’. Ninguém havia procurado, uma raridade, pois sempre passa as tardes conversando com Percy e com algumas pessoas do chalé 6.

 Parando de ler o livro em questão, Annabeth percebeu que estava no fim da tarde e lutando contra o vento, fechou o livro e correu para a saída da arquibancada.  Olhando para o chão, sentira que havia batido seu ombro em alguém e quando voltou seus olhos para a pessoa, lá estava Percy. Ela havia percebido que o garoto estava suado e sua camisa azul marinho suja de terra. Ele sorriu não ligando para seu ombro, já que enfrentou coisas muito piores.

- Annabeth! – Disse Percy com a voz calma, despojando uma certa graça no ar. – Eu sabia que estava aqui.

- Então por que não me achou antes, cabeça de alga? – Perguntou tentando tirar alguma resposta de Percy.

- Bem... Como pode ver... – Disse com a voz falhando e apontara para a camisa suja e suada. – Sabia que as pessoas se preocupam com você?

- Sim, eu sei muito bem disso, só passei a tarde lendo um livro, onde ninguém poderia me perturbar. – Respondeu manter a calma em sua voz.

- É que me preocupo com meus amigos. –Disse o garoto de forma tímida.

 Essa era a primeira lembrança que a Annabeth poderia pensar depois de estar soterrada nos lençóis da cama de Percy. Estavam aconchegados e ele conseguiu pegar no sono mais rápido do que ela. Seus olhos estavam abertos enquanto a noite gélida ainda deixava sua pele nua ainda mais gelada. O tempo entre essa lembrança e a noite tinha um espaço muito pequeno. Fora tudo na mesma semana. Esse giro poderia ter assustado ela no princípio, mas estava tomando coragem para poder aguentar os fatos.

 Agarrou-se ainda mais no corpo de Percy, gravando suas unhas nas costas do garoto. A sensação era ainda mais íntima possível. Apesar do garoto ainda estar adormecido, Annabeth não conseguia parar de pensar.

 Na mesma noite, Annabeth estava sentada na mesa de Atena no refeitório e percebeu que havia ao lado de seu prato um pequeno bilhete escrito: - Alguém irá nunca te deixar, mesmo que seja por uma noite-.

 Esmagou o pequeno pedaço de papel para que ninguém fosse ver o bilhete. Suas bochechas estavam totalmente coradas. Isso ela não poderia esconder de jeito nenhum. Ela havia gostado dessa sensação. A sensação de ser cortejada. Sentira-se uma tola por bastante parte do tempo, por não ter percebido quem colocou próximo a ela.

 No momento, ela havia pensado em várias pessoas, todas menos Percy. Mesmo na hora da oferenda aos deuses, em que o viu dando um pequeno sorriso e olhando em sua direção.

 Ela não havia percebido, pois nunca pensara que ele poderia fazer algo daquele tipo.

 Annabeth saiu levianamente da cama de Percy, fazendo pouco barulho. Colocou suas roupas íntimas e quando avançava para a calça jeans, viu a bela imagem da lua refletida na água. E, hipnotizada, foi até perto da água e depositou seus pés nela.

 Ela sentia o frio passar pelo corpo todo, deixando-a mais confortável com a situação. Olhou para o céu e começou a fitar a lua com muita intensidade. Talvez ela devia ter trago seu livro para poder passar o tempo. Mas esse pensamento não o ocorreu, pois estava muito concentrada no luar e com as constelações.

 Tentava ver seu reflexo na água, mas com seus pés batendo infinitamente, voltou ao ver o luar.

No dia seguinte, Annabeth havia dormindo mais do que o horário em que geralmente acorda. Ao pisar os pés no chão e sair de seu beliche, percebia que o chalé estava movimentado. E percebeu, pois, uma filha de Atena estava correndo e quase a derrubou do chão. O temperamento da garota quase se esgotou com aquilo e precisava saber qual era o motivo tanto alvoroço.

 No lado de fora do chalé havia uma pequena caixa branca. Sendo que na tampa, estava um pequeno adesivo azul escrito: - Para Annabeth-. A garota corou e ficou muito curiosa. Havia percebido que muitos campistas que estavam ali somente para ver qual seria a reação da garota começam a se aglutinar mais ainda. Manteve sua postura racional e abriu a caixa.

 Dentro dela continha mais um outro bilhete, desta vez dentro de um envelope branco de carta e debaixo dela havia uma flor, mas não era ‘‘A flor’’. Apesar de ser azul, Annabeth nunca havia ganhado nenhuma for desse tipo. Sua expressão facial entrava em choque completo e rapidamente havia se afeiçoado com a flor. Então ela entrou no chalé com a caixa e com o bilhete.

                                                     ...

Annabeth estava andando com Percy, com o mesmo sorriso do dia anterior. Enquanto o garoto não apresentava o mesmo. A garota estava em uma parte confiante e na outra não tão confiante assim. Mas, naquele momento, ela não demonstrava nada, apenas o sorriso.

- Então quando vai ser o encontro? – Percy perguntou de uma forma rápida e tímida. – Sabe que quero todos os detalhes, não é?

- Que encontro? – Annabeth perguntou com certa relutância.

- O que cara que te deixou a flor, Annabeth. – Disse Percy tentando esconder o riso de seu rosto. – Disseram que ele marcou um encontro contigo não foi?

- Eu não estou sabendo de nada, cabeça de alga. – Disse Annabeth com o tom de relutância ainda mais forte.

 - Todo acampamento sabe, Annabeth.

Os passos de Annabeth param bruscamente, seus punhos se fecharam imediatamente e não estava nada bem.

- Todo acampamento sabe?- Sua voz ecoou fortemente nos ouvidos de Percy que quase teve um infeliz susto ao ouvi-la. – Quem foi o infeliz que fez isso?

- Você acha que ninguém ia abrir para ver o que estava dentro antes de você? – Percy falou de maneira um pouco calmo para quem estava nervoso.

- Você fez isso? – Perguntou Annabeth de uma maneira mais tranqüila, depois de ter gritado como uma louca.

- Eu e um monte de gente tipo o Grover, Clarisse...

- Já ouvi o suficiente. – Disse a garota com os cabelos loiros cortando Percy e colocando sua mão no ombro dele.

 Percy estava soltando alguns risos o que preocupou Annabeth um pouco. Mas ele lançou um olhar de tudo bem para ela, que se acalmou e continuou a olhar para o caminho.

- Então podemos falar, sem ser sobre esse cara misterioso que está tentando me perseguir? – Annabeth perguntou, no intuito de começar um novo assunto com Percy.

- Ninguém está te perseguindo, Annabeth. – Percy disse com sua voz tranquilizadora. – Só é alguém que gosta mesmo de você e quer saia com ele, só isso.

- Percy, o Quíron e Sr D. sabem disso?- Perguntou Annabeth mais uma vez.

- Não por senão estaria se explicando o que aconteceu com eles. – Percy parecia que tentava tranquilizava como um bom amigo. – O que foi? É só uma noite, não pode ser tão ruim assim.

- Tem razão. – Disse Annabeth agora deslizando sua mão para o outro ombro de Percy, assim o abraçando.

 Annabeth sentiu algo sensível em seu peito, no meio de seus seios e essa sensação foi-se subindo até o seu pescoço. Era Percy, fazendo movimentos carinhosos com a flor azul que deu a garota mais cedo. Estava assim como ela, não conseguindo dormir e usando sua roupa íntima. Havia um sorriso em rosto, uma coisa que não havia no dela.

 Percy se sentou ao lado dela oferecendo a flor a ela mais uma vez e a mesma a aceitou com total gratidão. Seus lábios estavam contraídos. Sua mente pesada. Além do seco em sua garganta. Estava fitando a flor atentamente, enquanto de vez em quando, olhava para Percy de um jeito mais tímido, como estivesse tentando dizer algo que não tenha coragem.

 Ela havia se lembrado desta noite em especial, de como ele foi carinhoso com ela, de suas conversas até mesmo na hora do sexo. Tudo foi tão especial, mas seu único medo era perder tudo aquilo.

 Mesmo se ela for à causa de perder tudo.

 Percy não emitiu nenhum tipo de som, mas passou o seu dedão sobre sua bochecha corada. Percebia que ela ia entrar em lágrimas em algum momento e quando uma pequena lágrima começou a escorrer, ele pressionou o dedão enxugando-a.

  - Percy, você acha que isso só foi por uma noite? – Annabeth perguntou a ele timidamente entre um lágrima e outra.

- Não. –Ele mansamente enxugando mais algumas lágrimas de Annabeth. – Na verdade, eu queria que essa noite se repetisse para sempre.

Lábios de Percy e Annabeth se encontraram e uma boca tomava contra da outra, o beijo era intenso deixando o casal ainda mais a vontade consigo mesmo.

 Por um breve movimento, o filho de Poseidon se jogou, junto com a garota, na água fria da noite. A filha de Atena sorria do frio causado pela água e começara uma guerra de água com Percy. Ela sabia que nunca iria perder isso de jeito nenhum, pois apesar de ser uma única noite, ela irá se repetir por um bom tempo.