Escrevendo Meu Livro escrita por Mrs Horan


Capítulo 4
3 - Obrigada, eu acho...


Notas iniciais do capítulo

---> Espero que gostem e boa leitura!



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“Se você quiser fazer alguma coisa e sair impune, nunca faça pela metade. Exorbite. Vá até o fim. Faça as coisas de um jeito maluco, inacreditável.”

                                           -Matilda.

Quase não tinha pregado os olhos naquela noite, e a razão era bem simples.

O que diabos poderia ter acontecido com o meu precioso caderno? , que me recusava a chamar de diário. Passara a noite toda em claro pensando o que faria? E se alguém encontrasse e mostrasse para todos e rissem da minha cara? E se alguém vendesse? O pior era pensar que havia sido um presente de minha mãe.

E se ela descobrisse e ficasse chateada comigo? E se ela chorasse? Eu nunca aguentava ver minha mãe chorar, nunca. Tinha sido um presente. E eu tinha perdido o presente, parabéns Olívia.

Percebendo que dormir eu não iria, abri meu notebook e entrei no meu e-mail, tinha quatro e-mails não lidos. Abri o primeiro.

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De: Mônica moniquinhamomo@gmail.com

Para: Olívia olivialilivia@gmail.com

Assunto: Re: Saudade.

Lili,

Nossa muito obrigada Lili! Seus conselhos funcionaram mais uma vez! O garoto me explicou que não gostava da garota, mas tinha medo de machucar os sentimentos dela! Por isso ele não terminava! Mas ele lascou o maior beijão meu!!! Estou morta de felicidade!!! Mil obrigadas Lili! Curta muito os mineirinhos, devem ser uns gatinhos com aquele sotaque!

Beijinhos,

Mômô.

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Ai, ai, ai... A Mônica só quer saber de namorar mesmo! Nunca vi igual, pelo amor de deus! Respondi que estava muito feliz por ela, mas que era para ela ter juízo e respondi vagamente que já tinha conhecido um gatinho mineirinho no mesmo dia.

Não posso mentir, eu pensei sobre o tal Mateus. Ele parecia tão simpático, tão alegre, mas no fundo um jeitinho tímido e querido... Senti pela primeira vez que um sentimento misturado com frio, com calor e com ansiedade quando soube que seria da mesma escola que ele, quem dirá da mesma sala!

Respirei fundo, me controlando. Abri o próximo e-mail.

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De: Ana Lu aninhaluisamarchette@hotmail.com

Para: Olívia olivialilivia@gmail.com

Assunto: Re: Saudade.

Olili,

Olili do meu coração eu estou sentindo sua falta também! Não vejo a hora de te ver! Vamos combinar sim uma visita ou algo do tipo. Não sei se você está sabendo, mas a Mônica está de namorado novo, de novo. Sim, ela não tem parada. E a Ferdinanda já arrumou mais um gato, o nome é Francis, achei uma gracinha. (Se bem que ainda não perdoei a Ferdinanda por ela ter roubado meu namorado ano passado...) Estou feliz que você está arrumando novas amizades e espero que novos amores também...

Beijos,

Ana Lu.                                                                                                                              

Ri do e-mail da Ana Luísa, ela não tomava jeito mesmo. No ano anterior, o namorado dela tal de Jorge deu mole pra Fer (que achou que os dois fossem só amiguinhos) e beijou o menino. A Aninha quase teve um ataque, só faltou lançar a coitada da Fer pela janela! Mas desde então a Aninha não confia mais na pobre Ferdinanda! (Que odeia ser chamada de Ferdinanda ao invés de Fer).

Respondi o e-mail da Aninha falando que ela devia largar a pobre da Fer em paz e mandei-a arrumar um namorado igual á Mônica, assim ela não sentiria minha falta. Então abri o próximo.

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De: Fer ferferfer@gmail.com

Para: Olívia olivialilivia@gmail.com

Assunto: Re: Saudade.

Lilivinha do meu heart,

Lilivinha você não vai acreditar! A Mônica arranjou mais um namorado! Eu não acredito! Pelo amor de deus, daqui a pouco vem má fama... Tentei avisar ela, mas ela nem ligou! Fui tentar conversar sobre isso com a Ana Luísa e ela nem olhou pra minha cara, será que ela aprova a Mônica? Ou será que ela ainda não superou aquela história do ano passado? Como eu sei que você é bem próxima dela achei que saberia a resposta. Estou me sentindo culpada! O que será que eu fiz????

Beijocas preocupadas,

Fer.

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E agora? Não sabia mentir pra Ferzinha. Fui sincera com ela e disse tudo o que sabia, mesmo que me custasse à amizade da Aninha, não queria mentir.

Respondi em um e-mail minúsculo, pronta para ir para a cama, mas vi que ainda restava um e-mail.

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De: Alice alicealicealice@gmail.com

Para: Olívia olivialilivia@gmail.com

Assunto: Tal de Mateus.

Prima,

Estou te mandando esse e-mail por que um menino mais novo que eu (da sua idade) estava pedindo o seu e-mail. Só estou te avisando. O nome dele é Mateus Cavalcante, aquele garoto de cabelo lisinho e covinhas, sabe? Bom é ele. Dei o seu e-mail, e só estou te mandando isso pra você ficar sabendo, viu? Quando nós vamos ao clube de novo?????

Beijos,

Sua prima.

P.S.: Cara gato á vista, não perca a mira!!!!

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Paralisei. O garoto fofo, lindo e gato tinha pedido o meu e-mail? Por quê? Isso não fazia sentido. Por que ele queria meu e-mail? Por que alguém se interessaria pelo meu e-mail? Que coisa estranha...

Respondi o e-mail perguntando o porquê de ele querer o meu e-mail e fechei o meu notebook. Emoções demais para aquela noite. Não demorei a dormir, pensando nos olhos esverdeados mais lindos que já tinha visto e aquelas covinhas fofas...

“Olíviaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!” – berrou minha mãe. Acordei rapidamente àquele berro, a casa estava pegando fogo por acaso??? –“não vá se atrasar para o primeiro dia!!!!”

Mulher louca aquela! O que eu fiz pra merecer?! Levantei-me e notei uma sacola com o emblema do colégio em cima da minha poltrona. Abri-a e lá tinha a blusa do uniforme, era permitido o uso de calça jeans. Coloquei a blusa do uniforme, que era toda branca e com um pequeno emblema do colégio na região esquerda, calça jeans e um tênis.

Não demorou para eu sair do meu quarto, já pronta e com a bolsa no ombro. Mamãe estava assistindo o Globo Rural e comendo seu café da manhã, á minha espera. Peguei uma maçã e dei uma mordida e mamãe já se levantou para me levar para a escola.

No carro, minha mãe tentou gesticular uma conversa, embora estivesse ansiosa e cheia de culpa por ter perdido o caderno.

“Então... Está ansiosa?” – perguntou.

“Não.” – mentiu.

“Hm, o que está achando da cidade?”

“Legal.”

“Estava pensando se você não poderia acordar mais cedo e for de bicicleta até a escola, é pertinho pertinho.”

“Pode ser.”

Não demorou mais de cinco minutos e já estávamos na escola, calculei mentalmente e percebi que apenas demoraria uns 15 minutos de bicicleta. Além de gostar de andar de bicicleta, não queria ficar gorda. Desci do carro e antes de fechar a porta minha mãe disse:

“Espero que dê tudo certo, boa aula filha.”

Mas já tinha batido a porta e ia em direção ao portão da escola. Muitos adolescentes, até mais altos que eu entrava por ali, então deduzi que era por ali mesmo. Fui até a portariazinha que tinha, ao lado das catracas.

“Oi... Sou aluna nova, Olívia Chramonte.” – gesticulei, tentando ser o mais simpática possível.

“Ahn, sim”. Aqui está sua carteirinha, não a perca. “- disse a mulher, dando um final na conversa”.

Peguei a carteirinha e passei-a na catraca azulada, entrando no colégio. Logo, senti uma cutucada em meu ombro, virei na direção.

Era Alice, minha prima. Ela me explicou por onde eu deveria ir e disse que eu estava na mesma sala que todos os meninos gatos e meninas legais e que eu tinha sorte. Então ela se separou de mim, me deixando perdida ali no meio do corredor.

Fui subindo as escadas, a minha sala era no quarto andar. Virei á esquerda do quarto lance de escadas, fui meio receosa até as salas, olhando nas listas ao lado de cada porta. Achei o meu nome na quarta sala, entrei com tanto receio que parecia que esperava que de lá saísse o Chucky, o boneco assassino.

Entrei quietinha e tímida, indo direto para a última carteira da última fileira, ao lado da janela. Sentei ali, rezando para ninguém me notar. A sala foi enchendo rapidamente e quando não demorou para a professora entrar. Era aula de História, uma das minhas preferidas. Porém o conteúdo era totalmente atrasado, e nem prestei atenção á aula.

Olhei para a minha sala, e percebi que Alice tinha razão. Ali só tinha garotos bonitos e as meninas pareciam bem simpáticas. Mas sentia falta de suas amigas, que deveriam estar ali do seu lado dizendo o quanto a roupa da professora era feia ou como tal cara era bonito. Suspirei tristemente pensando nelas e rabiscando qualquer coisa na carteira.

Olhei para ver que estava sentado na minha frente, e reconheci aquelas costas. Eram costas bonitas, ou seja, é um cara gostoso. No final da aula, todos já estavam de pé e conversando uns com os outros. O menino á minha frente virou-se para trás, e notei que estava um pouco corado.

Ao olhar aqueles olhos verdes, reconheci imediatamente. Era Mateus, O MATEUS DO CLUBE. O Mateus gato que pediu meu e-mail pra minha prima. Ain meu coração...

“Ahnn, oi... Se lembra de mim? Sou o Mateus Cavalcante, nos encontramos no clube ontem...” – disse indagando muito tímido. Sorri ao cumprimento, é claro que eu me lembrava dele, como alguém iria esquecer um sorriso tão lindo desse?

“Sim, eu me lembro.” – disse, vasculhando minha mente em busca de um assunto para preencher aquele silêncio constrangedor. “–” “Você queria meu e-mail.”.

Nunca vi alguém mais envergonhado na minha vida, juro. O rosto dele se tornou um pimentão e parecia que ele ia cavar um buraco no chão para se esconder. Mas sorri para ele, no ato de tentar arrancar aquela timidez maldita.

“É olivialilivia@gmail.com. E o seu é?” – perguntei, tentando fazer ele se soltar um pouco.

“Certo...” - ele me olhava como se tinha medo que eu quebrasse em mil pedaçinhos á qualquer momento. –“Acho que você esqueceu isso no clube ontem...”.

Em seguida, esticou seu braço e me entregou o caderno. Era o meu caderno. Quase caí dura no chão. Será que ele tinha lido? Será que tinha mostrado aos amigos? Será que riu da minha cara?????

“Ahn, obrigada, acho...” – agora era a minha vez de enfiar a cabeça num buraco como um avestruz. – “você leu?”

“É... Hm. Desculpe...” – ele parecia procurar as palavras. –“sim.”

Ele parecia esperar uma bofetada, mas apenas respirei fundo desejando morrer naquele instante. Sabe quando você desabafa com todas as suas forças e todos os seus sentimentos mais íntimos em um caderno? Bom, aquele caderno só tinha revelações tristes e íntimas minhas, mesmo que indiretamente.

“Tudo bem... Curiosidade é normal...” – consegui dizer. A professora da próxima aula já entrava pela porta. Mateus só teve tempo de dizer:

“É uma história muito boa, você escreve de um jeito mágico, sabia?”


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Notas finais do capítulo

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