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Estava no acampamento júpiter quando uma mulher se aproxima e diz:

–Maite, sou Hécate!

Olho para ela, e sinto um arrepio em meu corpo, algo não está bom, ela mexe as mãos e um espelho aparece em minha frente:

–Olhe para o espelho e veja o seu futuro.

Olho para frente e vejo eu de mãos dadas com Marcus, eu estou grávida, segundos depois Marcus é puxado de mim e eu carrego uma linda bebezinha. A cena muda e eu estou no olimpo sentada junto de minha mãe, eu era uma deusa grande...

–Para!!!!!- eu fecho os olhos.

–Do que adianta você salvar o mundo se no futuro você não vai ficar com quem mais ama? As gregas vão ter um final feliz! Mas e você, vai ficar no olimpo com seus pais que te abandonaram?! Vai perder Marcus?!

–Eu vou ficar com Marcus, não tente me manipular!

–Só tenho uma coisa pra te dizer, você ficará grávida em breve, o que você viu, está próximo de acontecer!

~*~

Acordo apavorada, minhas mãos tremem, eu bebo um pouco de água e vou caminhar. Depois de andar um pouco encontro Gina, nós conversamos sobre o sonho estranho que tivemos, mas não menciono o fim trágico que o meu teve. Ela se levanta e caminha. Eu deito na areia, a brisa leve me trás lembranças das tardes no Acampamento. Sinto saudade de casa, e é insano pensar que a saudade mata e que o nosso único remédio esteja longe.

Então algo me desperta, os gritos desesperados de Gina.

Me levanto, transformo meu bracelete em lança, e começo a procurar por Gina, encontro ela rodeada por esquilos?!

Cravo a lança em alguns deles, e mais alguns aparecem. Annie e bella chegam armadas, quanto mais matamos os esquilos mais eles aparecem, as meninas não aguentavam mais a luta, e eu como filha de marte continuava a lutar com muita energia, então dou o comando:

–Saiam da ilha agora! Eu encontro vocês depois!

Gina ia protestar quando Annie a puxa pelo braço.

Continuo a lutar bravamente perfurando esquilos demoníacos, muitos vem em minha direção, e começam a morder minhas pernas e braços, tento arrancá-los mas meus esforços são em vão...

Me sinto fraca, desabo no chão, minha visão está embaçada, meu corpo todo treme, e esquilos sobem em mim, mordendo meus braços e arranhando a minha face. Tinha quase que certeza que esse seria o meu fim.

Então sinto uma nova onde de esperança, começo a sentir uma força sobrenatural subindo o meu corpo, a terra começa a tremer, a areia se move e como num passe de mágica milhares de espadas saem do chão, atacando os esquilos mas sem me machucar.

Me levanto e sinto como se pudesse controlar todas as espadas ao mesmo tempo, as várias espadas decapitam os esquilos, o sangue deles banha a areia da praia e numa explosão todas as armas desaparecem.

Caminho mancando em direção a parte costeira da ilha, estou muito machucada e acabo desabando. Meus olhos se fecham, a última coisa que me lembro é de ouvir vozes.

~*~

– Parabéns, minha filha

–Quem é você?- digo me deparando com a figura de uma mulher que se assemelha a mesma que nos instruiu no início de nossa missão.

–Sua mãe!

–E por que me parabeniza?-digo irritada.

–Finalmente descobriu o seu verdadeiro dom!

–Mas eu não sou a deusa das pequenas causas?

–Claro que não, você é a deusa das armas, por isso conseguiu controlá-las na ilha.

Observo a deusa sem saber o que fazer, só consigo sentir repulsão por aquela que um dia me abandonou, todo o meu ódio se concentra nela, nela e no meu pai, que jamais dera sinal de vida, eles ainda me pagam...

–Eu sinto muito minha filha...

~*~

Abro os olhos devagar, o sol forte deixa minha visão embaçada, meus músculos doem, devagar duas mãos me ajudam a levantar é então que vejo Annie me amparando. Com um empurrão a afasto:

–Tire suas patas de mim!- gritei- O que estou fazendo aqui?

–Ei Mabel, não se irrite, nós te salvamos na ilha e estamos num barco, que conseguimos com a benção de meu pai, estamos quase chegando a terra da rainha gelada!- disse Annie.

–Tanto faz.

Dei as costas, bebi um pouco de néctar que tinha em minha mochila, e fui para a outra ponta do barco pensar um pouco na visão de minha mãe, milhares de perguntas jorram em minha mente, e não consigo encontrar nenhuma resposta. De repente algo tira-me de meus devaneios, a figura de um homem alto, musculoso, com roupas do exército e segurando uma bazuca chama a minha atenção:

–Maite?!

–Não, é a tia joaninha.

O homem ri, e me olha de cima a baixo, é claro que sei quem ele é, só não quero admitir, porque estou furiosa com ele.

–Você é uma linda mulher.

–Não graças a você.

–Sei que eu e sua mãe erramos...

–Não vem com esse papinho, estou farta das mesmas desculpas esfarrapadas, de ter que ver que os deuses da guerra não puderam lutar pra manter sua filha em segurança, de ter sofrido minha infância inteira. Vocês são nojentos, odeio ser igual a vocês.

–Nós nunca te abandonamos, nós te olhávamos todos os dias, tentávamos despistar monstros, mas não podíamos ter um contato físico, para Júpiter o seu nascimento era um erro.

–QUE SE DANE O QUE JÚPITER ACHA OU DEIXAVA DE ACHAR! EU ODEIO VOCÊS!

Berro, nesse momento a imagem de Marte começa a tremeluzir e ele desaparece deixando no lugar três graecus preocupadas com o motivo de tanta algazarra.

–Eu já disse que não é nada, vocês deviam é arrumar uma coisa pra fazer.

Gina e bella me olham de cara feia, Annie dá de ombros e pergunta:

–Deixem a romana, acho que ela bateu forte com a cabeça.-as três riem- E depois disso o que fazemos?

Eu e Gina trocamos olhares, é estranho que com o passar do tempo seja com ela que eu tenha mais liberdade, é estranho pensar que sei o que exatamente ela quer, porque é isso que também quero. Então dizemos ao mesmo tempo:

–Precisamos de um plano!