Paixão Além Da Coroa escrita por God Save The Queen


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Oie, espero que vocês gostem super dessa história! Eu sonhei e acordei correndo para escrever... Boa Leitura!



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Meu nome é Ana, na verdade é Ana Clara, mas todos me chamam de Ana.  Antes de eu começar a contar como a minha aventura começou, tenho que contar o meu mundo naquela época e em que contexto estava a minha vida.

    Eu fui criada na casa onde minha mãe é empregada. Eles, os patrões da minha mãe, sempre foram muito generosos comigo e com a minha mãe. Pagaram a escola pra mim que as filhas deles estudaram e me trataram como uma filha ou sobrinha sempre. Cresci conhecendo o mundo dos ricos, mas vivendo no dos pobres. Morar em Copacabana numa casa luxuosa não me mudou, pois a minha mãe, Patrícia, me deu a melhor educação possível por isso eu não era e não sou mimada como Isabela e Susana, as filhas dos patrões. A história que quero lhes contar começa com a chegada do príncipe a cidade. Vocês provavelmente nunca ouviram falar nele, Príncipe Edward. Ele veio ao Brasil resolver negócios com o seu pai, o rei da Inglaterra. Não me olha com essa cara, por favor, só gostaria que prestasse atenção nessa aventura...

>>o

- Patrícia! Patrícia! – grita Dona Larissa, a patroa da minha mãe.

- Chamou Dona Larissa? – perguntou minha mãe.

- Sim, chamei! Está tudo pronto para a festa? – perguntou ansiosa

- Sim, senhora! Todos estão sabendo das ordens e estão nos seus lugares. – respondeu minha mãe.

- Ótimo! A festa de recepção do príncipe Edward e do rei Adam vai ser um sucesso! Como somos uma família muito fluente, somos nós que vamos recebê-los. – disse Dona Larissa.

- Não se preocupe com nada, Dona Larissa! A lista de convidados confirmados já foi entregue aos seguranças; o Buffet já está na cozinha; a equipe de limpeza já está terminando a casa; os jardineiros, o jardim e tudo está indo conforme o combinado. – respondeu minha mãe.

- Ai, obrigada Patrícia! Não sei o que seria de mim sem você! – falou Dona Larissa um tanto aliviada.

- De nada! Eu só tava fazendo o meu trabalho! – falou orgulhosa a minha mãe.

- E as meninas? Já voltaram da faculdade?

- Ainda não, Dona Larissa. Mas já devem estar chegando!

- Ok! Quando elas chegarem, avise que quero conversar com elas, com ás três! – deixou claro!

- Sim, senhora! – concordou minha mãe.

      Dona Larissa saiu de casa, foi ao salão. Afinal, a festa era naquela noite e ela tinha que estar deslumbrante, nada poderia dar errado. Minha mãe foi checar tudo mais uma vez, quando ouviu vozes:

- Nós sabemos Isabela! Você falou isso da faculdade até aqui! – disse Susana que assim como eu, não agüentava mais os comentários de Isabela.

- Ai, Susana deixa de ser insuportável? Eu só estou comentando que tenho a roupa perfeita pra hoje á noite! – disse Isabela radiante.

- E você não deixa a gente esquecer! – falei.

- Ok, eu já parei! – disse, finalmente, Isabela.

- Obrigada! O que vai vestir Ana? – perguntou Susana sorrindo

- Eu... – comecei, mas não terminei de responder por que minha mãe chegou à sala.

- Ai, meninas, que bom que chegaram! – falou minha mãe sorrindo.

- Oi, mãe! – falei indo beijá-la.

- Oi filha! Meninas, Dona Larissa quer falar com vocês! Ela parecia ansiosa, mas não era pra menos! – falou minha mãe.

- Tudo bem, vamos falar com ela! Onde está? – perguntou Susana

- Foi ao salão! E ela quer falar com as três! – disse olhando pra mim.

- Tá bom, vou só tomar um banho! – falei indo ao meu quarto.

- Vou fazer o mesmo! – disse Susana levantando do sofá e subindo as escadas.

- Igualmente! Obrigada, Patrícia! – disse Isabela seguindo a irmã.

         Obviamente, Susana e Isabela não dividiam o mesmo quarto. Eu também tinha o meu quarto que ficava na casa dos fundos junto com a minha mãe, mas eu não me importava de dormir lá, porque eu já fazia tudo com as meninas. Íamos à mesma faculdade, no mesmo carro, comíamos na mesma mesa... Eu e as meninas nunca achávamos isso estranho, para elas e para mim era normal a filha da empregada ser quase da família.

- Patrícia! Patrícia! – grita Dona Larissa

- Sim? – respondeu minha mãe ao chegar à sala.

- As meninas chegaram? – perguntou Dona Larissa.

- Sim, senhora!

- Ótimo! Vá chamá-las! Diga que eu as espero na sala de estar! – fala Dona Larissa sentando no sofá e pegando uma revista.

        Minha mãe subiu as escadas e bateu na porta do quarto de cada uma e disse a mesma coisa:

- Sua mãe está na sala e quer vê-la agora!

         Depois bate na porta do meu quarto:

- Filha, Dona Larissa está na sala e quer falar com você!

- Pode deixar! Tô indo! – respondi

        Fui até a sala e as meninas já estavam lá sentei do lado da Susana e esperei.

- Então, como vocês sabem a festa de recepção é hoje e eu não quero ver vocês em cima do príncipe! – falou Dona Larissa em um tom bem sério.

- Por quê? Quantos anos ele tem? – perguntei inocentemente, mas fiz com que as meninas ficassem super surpresas.

- Você não sabe? Tá brincando, né? – perguntou perplexa Isabela.

- Não? Por quê? Eu deveria saber? – perguntei

- É claro! Ele tem 21 aninhos e é super lindo! – respondeu Isabela sonhando acordada!

- Esperança, Isa? – perguntou Susana rindo

- Claro, você não? – respondeu quase em transe.

- Ah! Eu não quero nem saber! Vocês três não vão ficar em cima dele e nem bombardeando ele com perguntas. Entendido? – perguntou olhando fixamente para Isabela.

- Pode confiar em mim, Dona Larissa! Fique tranquila! – disse a verdade, eu realmente não me importava.

- Eu sei linda! Não é com você que eu to preocupada! – falou olhando para Isabela e depois para Susana.

- Tudo bem, tudo bem! Não vou “dar em cima” dele, tá? – admitiu Isabela

- Muito bem! Susana? – perguntou Dona Larissa

- Prometo mãe! – falou

- Ótimo! Agora eu vou comprar um sapato que combine com o vestido, ok? – falou saindo da sala deixando pra trás 2 jovens frustradas e uma que não se importavam que para deixar claro era eu.

- E agora, hem? O que eu faço? – falou Isabela

- Fique muito, muito linda, chame a atenção do príncipe e ele irá atrás de você e não ao contrário! – falei sorrindo da ideia.

- Genial Ana! É isso que eu vou fazer! – falou já correndo para seu quarto.

- Então que roupa você vai? – perguntou-me Susana

- Ainda não sei! Qualquer coisa do armário acho! – disse sinceramente

- Não ouse! Minha mãe vai surtar se ver você com um vestido qualquer! – falou Susana fingindo se irritar

- O que quer que eu faça? – falei

- Faça o dever da faculdade e o trabalho que eu vou atrás dos nossos vestidos. – disse Susana já correndo pra pegar a bolsa sem nem deixar oportunidade para responder.

        E foi exatamente o que eu fiz. Na minha cama tinha milhões de apostilas e livros, o tablet estava ligado e a minha cabeça parecia que ia explodir. Foi nesse cenário, que 3 horas depois, Susana chegou:

- Você levou realmente a sério! – disse rindo

- Com certeza! E você? Conseguiu o que queria? – perguntei curiosa.

- Você vai adorar! As sacolas estão no meu quarto! Vamos lá ver! – disse afobada

- Tá bom, eu vou só arrumar a minha cama! Pode subir que eu já chego lá! – disse juntando os papéis.

        Arrumei a minha cama e guardei todas as minhas coisas, no fundo eu tava animada pra ver o vestido. Não estava preocupada porque confio plenamente no estilo e gosto de Susana, já no de Isabela...

- Posso entrar? – perguntei ao bater a porta.

- Claro! – respondeu Susana abrindo a porta.

       O quarto de Susana era bem grande e branco com vários acessórios em preto. Era lindo, um sonho. Mas não vou descrevê-lo, vai da imaginação de cada um.

- E aí? – perguntei ansiosa.

- Venha aqui! Pode sentar na cama que eu vou pegar as sacolas. – disse sorrindo como uma criança. E de dentro do closet vem ela com 3 sacolas.

- Não são só minhas não, né? – perguntei

- Claro que sim, bobinha! Você vai adorar! Feche os olhos! – disse com ar de riso.

Ah, para! – falei, mas fechei os olhos.

- Pode abrir! – falou rindo!

              Quando eu abri os olhos, fiquei sem reação!  Susana tinha nas mãos o vestido mais lindo que eu já tinha visto. Ele não era longo, nem muito curto, era branco no busto e preto na barra que vinha sumindo ao longo do vestido como em um degradê, o bordado simples da barra era feito á mão, enfim ele era perfeito.

- Ai, Susana! – falei quase “tendo um treco” e pegando o vestido da sua mão.

- Eu sei, é perfeito! Eu acho que você deve impressionar o príncipe mais que Isabela. Mas isso é segredo nosso. – falou rindo e piscando pra mim.

- Susana, obrigada! Muito obrigada! – falei indo abraçá-la.

- Ah! Que isso! Você merece! – falou

- E quanto foi, hem? – perguntei curiosa

- E isso importa? Pra falar a verdade, eu nem perguntei quando eu vi! – falou sorrindo

- Você é muito louca! – disse impressionada

- Como se você não soubesse! E isso não é tudo! – disse pegando outra sacola um tanto menor.

- O que falta agora? – perguntei muito ansiosa

- O sapato, é claro! – falou pegando dentro de uma caixa um sapato simples, mas lindo! Nude, com um laço atrás, nada muito chamativo.

- Que lindo Susana! – falei pegando o sapato.

-Pois é, eu tenho um ótimo gosto! – disse colocando outro pé do sapato sobre a cama.

- E falta mais alguma coisa? – perguntei

- Sim, as jóias! Eu fiz um trabalho completo! – falou sorrindo pegando uma caixa média com uma gargantilha prata e brincos compridos de formas geométricas também prata.

- Susana, eu não tenho palavras para te agradecer! – disse olhando todas as coisas que estavam em cima da cama.

- Não precisa me agradecer! Agora, vamos! – falou pegando a minha mão.

- Para onde? – perguntei curiosa

- Para o salão, é claro! – disse como se fosse óbvio.

- Ficamos sem carro, já que sua mãe saiu com ele! – falei

- Não se preocupe a gente pega o de Isabela! Ela não vai sair mesmo, porque o cabeleireiro e o maquiador vão vir até aqui! – falou com um sorriso maldoso nos lábios.

- Então ok! – falei sorrindo.

       Primeiro fomos ao SPA e depois ao salão, onde fizeram uma trança grega e uma maquiagem perfeita em mim, quase não vi a Susana á tarde toda. Até que ela parou do meu lado com o celular na mão:

- É pra você! – falou irritada.

- Alô? – perguntei

- Pensei que tinha se esquecido de mim! – grita Angelina do outro lado da linha, a minha melhor amiga.

- Oi! Desculpe amiga! Você não sabe onde estou! – falei demonstrando ansiedade

- E onde você está? – perguntou tentando fingir indiferença.

- Salão de beleza! – falei animada

- Não acredito! O que aconteceu?

- Hoje é a recepção do príncipe Edward e do rei Adam lá na casa da Dona Larissa.

- Ah, sim! Fiquei sabendo por alto! – disse

- E você vai? – perguntei

- Ainda não sei, provavelmente não. – falou

- Ah, mas por quê? Você foi convidada, né?

- É óbvio, Ana! Mas eu to tão enrolada com a faculdade. Eu to quase indo pra Londres e você sabe.

- Não, eu sei! Tudo bem, a gente conversa amanhã!

- Ok, beijos!

- Beijos!

          Desliguei o telefone e entreguei para Susana, depois fiquei pensando na Angelina, ela amava o que fazia. Iria para Londres daqui a alguns meses e eu ainda estava pensando se era realmente Medicina que eu queria.

- Pronto lindinha! – falou a maquiadora

- Obrigada! – falei levantando da cadeira.

- Acabou? Finalmente! Eu já paguei vamos! – falou Susana que estava encostada no balcão de entrada.

        Entramos no carro e ficamos em um silêncio confortável.

- Bom, vou guardar o carro e você pode pegar suas coisas e levar pro seu quarto, tá? – falou Susana

- Tudo bem! E obrigada por tudo! – falei sorrindo muito.

- Não precisa agradecer! – falou fechando o vidro

        Entrei no quarto de Susana para pegar as minhas coisas e depois fui direto pro meu quarto. Eu estava muito feliz e linda, não tinha palavras para explicar as emoções que sentia. Ao chegar ao meu quarto minha mãe foi logo comentando:

- Nossa! Você tá tão linda!

- Eu sei! – falei rindo. – Espere para ver a minha roupa!

- Que bom que está feliz! Vai tomar banho antes que Dona Larissa dê um treco! – falou rindo

- Ok! Só não sei como fazer isso sem cair uma gota no meu cabelo e na minha maquiagem, mas eu dou um jeito! – falei indo ao banheiro.

          Quando eu pensava naquela noite, eu não tinha noção do que eu esperava e tudo que eu imaginei foi completamente diferente do que realmente aconteceu.

          Assim que coloquei o vestido, o sapato e as jóias, eu me olhei no espelho. Eu realmente não acreditava no que via aquela garota linda, elegante e perfumada banhada no dinheiro não podia ser eu, de jeito nenhum.

- Eu to incrível! – falei em voz alta.

- Sim, você está! – falou uma voz na porta, minha mãe.

- Muito obrigada! – falei radiante

- Não é a mim que você deve agradecer! – falou Dona Patrícia sorrindo.

- Sim, eu sei. Cadê a Susana? – perguntei

- Na sala! Eu vim te chamar. O príncipe e o rei estão aí, super pontais. – falou quase impressionada.

- Eu já vou. Me dê um minuto. – falei

- Dou até dois. Estarei na cozinha.

         Ela sai e eu me olhei no espelho por um momento e fiquei muito impressionada.

>>o Ponto de vista: Edward

        Eu não aguentava mais. Não, não é que eu não estava gostando da viagem, que era mais a negócios do que passeio, mas mesmo assim eu estava adorando o Rio. Ele é fantástico! A visão que se tem do Pão de Açúcar não se explica, não temos nada parecido com isso em Londres. Agora entendo porque dizem que Deus é brasileiro. Mas a questão não era essa! O problema estava naquela noite. Eu estava agradecido pelo carinho, mas ter que aguentar insinuações do meu pai por causa de uma garota que ficava me encarando já era demais. Qual era mesmo o nome dela? Ah, claro, Isabela. A irmã dela parecia até simpática porque me tratava naturalmente, já a outra garota. Nossa essa era louca.

- Pai? – perguntei enjoado.

- Sim? – respondeu meu pai olhando pra mim com aquela cara de que eu não podia interrompê-lo de novo no meio de uma conversa.

- Eu posso ir ao jardim? – perguntei. Eu aposto que os outros garotos de 21 anos não pediam permissão ao pai para respirar.

- Sim, pode ir! – falou e voltou a me ignorar.

         Estava aliviado, olhei para os lados e a garota maluca estava distraída. Saí sem fazer tumulto e chamar a atenção! Nossa como era bom respirar tranqüilo de novo. Sentei em um banco branco no canto afastado da casa principal, mas dava pra ver as estrelas e a Lua brilhante de um ângulo maravilhoso. Foi nesse momento que vi sair de uma casa pequena uma garota linda, de uma beleza pura que me encantou profundamente. Senti que se eu não fosse falar com ela iria me arrepender, por esse motivo eu levantei e comecei a andar em sua direção.

>>o Ponto de vista: Ana

          Não o vi de início, mas um rapaz bonito se aproximava de mim. Não sei por que, mas parei e fiquei olhando curiosa, mas não ansiosa.

- Olá! – falou em um inglês com um sotaque diferente.

- Oi! – respondi no mesmo idioma, graças à anos a fio sentada na cadeira de um curso.

- Qual o seu nome? – perguntou com um tom muito curioso.

- Ana Clara, mas todos me chamam de Ana. – respondi tímida pela curiosidade.

- Que lindo nome! Se me permite dizer, você é dotada de uma beleza tão pura que não me controlei e tive que falar contigo.

         Em um instante, fiquei sem ação. Não sabia o que fazer, falar e só sorri por puro impulso. O que estava acontecendo?

>>o Ponto de vista: Edward

       Nossa, eu não sabia o que fazer diante daquele lindo sorriso. Os seus olhos castanhos bem claros brilhavam a luz do luar e por um momento eu achei que ela estava com muita vergonha. Será que ela sabia quem eu era?

- Obrigada! – respondeu apenas, mas estava nervosa percebi isso quando ela começou a entrelaçar seus dedos de forma impaciente.

>>o Ponto de vista: Ana

- Eu posso saber seu nome? – perguntei curiosa. Quem seria ele? Falava tão gentilmente, me deixou sem graça. Sem ação.

- Edward. – falou estendendo a mão, quando eu a peguei ele a beijou de forma carinhosa. Foi nessa hora que eu me toquei, terno fino, roupas de marca, cabelo bem cortado, sotaque britânico... Será que...? Puxei minha mão de volta e ele se espantou.

- Algum problema? – perguntou juntando as sobrancelhas, e confesso que ele ficava lindo assim.

- Você não seria... – deixei a frase no ar. Ele não podia ser.

- O príncipe? Sim, eu sou! Por quê? – falou de um jeito calmo.

         Eu o encarei, penetrei no fundo de seus olhos azuis. Ele devia achar que eu sou rica. Será que ele pensava que eu era filha de Dona Larissa? Provavelmente! O que eu faço? Conto a verdade?

- Eu não deveria estar falando com você! – me limitei a dizer.

- Não conto, se você não contar! – falou e sorriu de um jeito inocente, como se pela primeira vez ele estivesse desobedecendo uma regra, e talvez fosse mesmo.

- Tudo bem! – falei retribuindo o sorriso. Já que eu ia desobedecer uma regra, eu ia fazer direito. Peguei a sua mão e o levei para os fundos do jardim. – Assim está melhor.

- Concordo plenamente! – falou sentando-se no banco branco. Sentei ao seu lado e esperei.

- Então me fale de você! Mora aqui mesmo? – perguntou ele me encarando.

- Sim, aqui mesmo! Desde sempre! – falei o encarando de volta.

- E você estuda?

- Sim, eu faço faculdade de Medicina junto com Isabela e Susana. Eu faço Cardiologia, Isabela faz Neurologia e Susana faz Pediatria.

- E você gosta?

- Sinceramente, eu gostava mais. Agora eu já não sei. Eu tenho uma amiga, a minha melhor amiga na verdade, a Angelina, ela tem tanta certeza do que quer. Eu gostaria de ser assim como ela. Desde a infância, ela falava que faria Relações Internacionais em Londres. E conseguiu! Começou a fazer faculdade aqui, mas passou para Universidade de Londres e daqui a 2 meses, ela começa a estudar lá.

- Universidade de Londres, é? – perguntou curioso

- Sim, conhece? – depois que eu perguntei que eu percebi a idiotice que eu tinha perguntado, mas ele apenas riu e respondeu:

- Já ouvi falar!

-Ah! Desculpe, mas é claro! E você? Como é ser o príncipe de um país como a Inglaterra? – perguntei

- Estressante e maravilhoso. – respondeu

- Como assim?

- Desde pequeno eu estudo para ser o sucessor de meu pai. Eu nunca tive escolha, mas não estou reclamando. Eu sei falar russo, alemão, espanhol, italiano, francês, mandarim, sueco, holandês, grego, japonês, e obviamente inglês. Eu estudei Ciências Políticas, Economia, Administração, História Mundial e outras coisas. Desde que eu aprendi a falar, eu sou forçado a estudar tudo que me faça ser um ótimo rei. – falou naturalmente como se isso não fosse nada.

- E eu ainda não vi a parte maravilhosa! – falei sinceramente e ele sorriu.

- Têm o contato com o meu povo que é maravilhoso, todos os privilégios de viver em um palácio e não ter que enfrentar a burocracia.

- É isso realmente deve ser perfeito. Mas você não pensa em ser outra coisa? – perguntei.

- Todos os dias, mas não irei decepcionar meu pai, nem meu país.

- É uma grande responsabilidade!

- É, é sim! Mas acho que eu to me acostumando com ela.

           A partir daquele momento eu comecei a pensar como deve ser difícil ter que agradar tanta gente, sendo você mesmo, se é que isso é possível.

- Acho que é melhor entrarmos! – falei – Já devem estar sentindo sua falta.

- Sim, vamos! Mas antes gostaria de saber se eu poderei te ver amanhã? – perguntou ansioso.

- Aonde? – perguntei.

- Em frente ao Copacabana Palace, ás 16:00. – falou radiante

- Estarei lá! – falei pensando no que eu tava me metendo, mas isso sumiu da minha mente quando ele abriu em seus lábios um sorriso extremamente contagiante me fazendo sorrir também.

- Bom, já que é segredo. Importa-se caso eu entre primeiro? – perguntei

- De forma alguma! – respondeu – Até amanhã!

         Levantei e sorri. Andei em direção a casa, mas meus pensamentos estavam longe. Revendo o que tinha acabado de acontecer. 1 – O príncipe veio falar comigo. 2- Conversamos e rimos. 3- Amanhã eu iria me encontrar com ele novamente. 4- Eu estava muito encrencada.

- Ana! Ana! – levantei a cabeça e Susana estava na porta me olhando engraçado.

- Oi! Desculpe a demora! Estava admirando o seu trabalho! – falei sorrindo.

- Sim, você está linda! – falou radiante.

- Obrigada! Vamos entrar? – perguntei

- Vamos! Venha ver como o príncipe está magnífico! – falou radiante

        Não respondi, mas pensei “Sim, ele está”. Chegando à sala de estar, eu só via riquinhos de nariz em pé e mulheres muito bem arrumadas. Em um canto da sala, reconheci o rei pelo brasão em seu smoking muito bem passado e extremamente elegante. Na verdade, estava muito parecido com o James Bond, se ele pedisse Vodka Martini batido, não mexido eu ia ser obrigada a rir, mas isso não vem ao caso.

- Olha lá, Ana, o príncipe!- falou Isabela no meu ouvido. Eu virei o rosto e ele me encarou e sorriu, minhas pernas bambearam um pouco, confesso.

- Ele tá sorrindo pra você? – falou Isabela muito frustrada

- Sim, ele está. – falou Susana sorrindo surpresa

- Ah, gente! Não viaja! – falei simplesmente.

       Após muitos olhares e sorrisos trocados, Angelina chegou radiante como sempre. Ela dizia que o que seria da mulher sem o seu charme? E ás vezes tenho que concordar com ela.

- Ana, sua linda! – falou indo me abraçar.

-Angie, pensei que não viesse! – falei surpresa

- Eu não ia, mas pensei que eu precisava conhecer o príncipe, não acha? – falou sorrindo.

- Pois bem, atrás de você. – falei, fazendo-a se virar. Quando ela o viu, seus olhos brilharam e eu conhecia aquela cara.

- Nem vem, Angelina! – falei

- Ah, é? E por quê? – perguntou me encarando, eu não respondi, mas como ela é a minha melhor amiga, entendeu. – Eu não acredito!

- Vem, vamos ao jardim! – falei a arrastando pela mão.

        Sentamos no fundo do jardim, no mesmo banco onde eu conversei com Edward.

- Desembucha! – falou ela

- Ok, mas você não pode contar pra ninguém! – falei e comecei a contar, ela não me interrompeu até que eu contei do encontro de amanhã.

- Em frente ao Copacabana Palace? E depois farão o que? – perguntou curiosa

- Ainda não sei! Mas gostaria que você viesse comigo! – falei

- E por quê?

- Porque eu não posso dar a ideia que vou sair com ele, mas se eu sair com você ninguém vai fazer perguntas. Entende?

- Perfeitamente. Tudo bem, eu vou! – falou sorrindo como se estivesse orgulhosa de algo.

- Obrigada! – falei a abraçando.

- De nada! Agora vamos entrar que eu gastei muito tempo me arrumando, então tenho que ser vista.

        Depois da minha conversa com Angie não falei mais sobre com isso. A noite foi embora e eu nem vi. Na hora da despedida, Edward beijou a mão de Susana e Isabela, em seguida a minha lançando uma piscadela discreta.

         Fui dormir radiante com um sorriso de orelha a orelha e ficava relembrando aquele momento em que passei com ele, do seu sorriso, da sua voz, dos seus olhos penetrantes...  Sem dúvida eu estava ansiosa para o dia seguinte, com que roupa eu iria, sapato, como eu deixaria meu cabelo. A Angie prometeu que passaria aqui uma hora antes para me ajudar e talvez trouxesse até uma roupa de marca porque ele ainda pensava que eu era filha da Dona Larissa e eu não pretendia contar tão cedo. Outra coisa a pensar, já que ele não sabia quem era eu de verdade, será que ele me desprezaria depois que descobrisse? Ele não parecia esse tipo de pessoas, mas eu não o conhecia direito. O que eu faço?

>> Ponto de vista: Edward

       Eu só pensava nela. No seu sorriso e na sua voz tranquila, do jeito que os olhos dela brilham a luz da Lua...  Eu não fazia esforço nenhum pra ser eu mesmo com ela. Ana me deu vontade de quebrar as regras, mas ao mesmo tempo não. Ah, pela primeira vez eu conseguia falar o que eu realmente pensava. Acho que estou encantado e extremamente ansioso para o encontro de amanhã. Mal posso esperar! 


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Notas finais do capítulo

E aí?? Reviews?? ;)



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