Poemas Noturnos escrita por Breno


Capítulo 9
Versos Corpóreos




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Escrevendo com uma caneta de ossos

cheia de lágrimas vermelhas no tinteiro

sob meus neurônios aqui já expostos

em brancas folhas de meus cabelos.

.

.

E, deste modo, o poema pulsa

pulsando emoção em minhas calibrosas artérias

e, assim, de minhas veias, a razão é expulsa

em uma osmótica passagem de emoção e matéria.

.

.

Inalando, aos poucos, do ar, o instinto

que é traduzido por minhas polimerases

escrevendo, com essas, dna's e frases

que suspiro, pra ti, com ar de menino.

.

.

Clama, o meu corpo, o teu, por difusão

para equilibrar-nos numa concentração estática

pois, mesmo nas estrelas, nossa reação é enfática

para consumirmos o amor, sem razão.

.

.

Pulsa, em meu corpo, o teu

em cada pulsação de teu coração pulsante

ritmado freneticamente junto ao meu

em cada eterna pulsação de um instante.

.

.

Transcrevo neste instante o código

que teu corpo, há mui, já leu

pois, meu corpo, em relação ao nosso,

nada mais é do que a continuação do teu.


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