O caminho para a casa de Candice foi quase em silêncio, até o momento em que Anne decide se manifestar:

- Você estava certa sobre mim.

- Certa sobre? – Questiona Kate, fingindo não saber do que se trata o assunto.

- Sobre os objetos de prata do escritor. Eu os roubei para pagar uma dívida, mas não os usei. No último minuto eu lembrei que tinha dinheiro suficiente para pagá-la.

Castle entra na conversa, curioso:

- Então, onde estão?

- Estão no meu armário da delegacia, embrulhados em papel alumínio para parecer chocolate.

- Boa tática.

- Obrigada.

Ao chegar à casa de Candice, eles encontram a porta arrombada, logo pegam as armas e entram sorrateiramente. Então, eles encontram a casa revirada, um homem em estado de choque e a Candice, no mesmo estado de Troy. Só que em pedaços ainda menores.

- Wow, foi neste estado que acharam o Troy? – Pergunta Anne, adorando a cena.

- Sim, e você parece estar se divertindo por quê?

- Porque, se vocês tivessem a minha idade, iriam achar qualquer coisa que tenha sangue maneira.

- Então... Se eu colocar sangue no seu copo e desse pra você, você iria beber, só porque é maneiro?

- Boa tentativa, mas fiz isso no mês passado. Tem gostinho de ferro, mas com uma pitada de sal, fica muito bom.

- Anne, Castle, parem com isso. Já tem nojeira suficiente para um caso. – Interrompe Kate, começando a ficar com nojo. Anne dá uma risada e comenta sarcasticamente:

- Então a detetive mais durona de Nova York tá com nojo de um sanguinho?

- Ha, ha. Hilário, agora, será que dá para focar no caso, por favor?

- Ok. – Falam Anne e Castle ao mesmo tempo.

Kate pega o telefone e liga para Espo:

- Espo, Candice tá morta. Peça para Lanie vir aqui buscar os pedaços, por favor.

- Pedaços? Como assim? Não me diga que...

- Digo sim Espo, ela foi cortada em pedaços ainda menores que o Troy.

– Caramba. Que horrível. Já vou avisar a Lanie. E, por favor, voltem logo, pois, já estou perdendo a paciência com o Johnny.

- O que ele fez desta vez Espo? – Pergunta Kate, se segurando para não rir.

- Ele fica me perguntando quando vamos ver um corpo ensanguentado, sem falar nas pegadinhas. O Ryan já está roxo, com gema de ovo na camisa e pedras quentes nas calças.

Neste momento, Castle e Anne, que estavam ouvindo, caem na gargalhada. Então, em meio aos risos, Anne consegue falar:

- Coloque erros de gravação de uma série *risos* que ele*risos* para.

- Ok, valeu pela dica. Mas voltem logo.

- Ok Espo, já estamos indo.

Depois de desligar o telefone, até Kate começa a rir, mas logo vai falando:

- Bom, já está ficando tarde. Vamos para casa e amanhã continuamos.

- Ah, agora que esse caso tá... Você mora no loft? – Questiona Anne.

Kate respira fundo para não dar uma resposta sarcástica e responde:

- Se está se referindo ao loft que você assaltou noite passada, sim, eu moro.

- Mas eu achei que quem morasse lá fosse o... Ah, já entendi.

- O que? – Perguntam Rick e Kate.

- Vocês dois são namorados. Mas as regras da delegacia proíbem não é? Então vocês o fazem escondido. Por isso houve aquela tentativa do Rick acobertar a Kate, estou certa?

- Acertou, mas se você contar a Gates...

- Relaxa, seu “segredo” está seguro comigo. Agora, vamos que eu estou com fome.

No caminho, predominou o silêncio quando, mais uma vez, Anne se manifesta:

- Vocês têm filhos?

Kate deu uma freada brusca, surpresa com a pergunta. Rick responde:

- Eu tenho uma filha de 18 anos. Por quê?

- Só curiosidade. E você Kate?

- Não. Agora fala o verdadeiro motivo da pergunta.

- Você é realmente uma excelente detetive, na verdade eu só queria ver a reação de vocês, e consegui.

Então eles seguem caminho. Chegando no loft, Kate se direciona a cozinha para preparar a janta, enquanto Rick mostra o loft para Anne. Então surgem as perguntas?

- Rick, você é realmente um detetive?

- Não.

- Então, por que você segue a Kate e vive na delegacia?

- Porque eu a amo. E porque é emocionante brincar de policial.

Anne então decide tomar um banho. Rick desce para a cozinha e vê Kate terminando o jantar.

- Você fica linda cozinhando.

Kate cora, mas ela vê um pacote de farinha e uma ideia lhe ocorre. Ela pega um punhado de farinha e coloca no cabelo do Rick. Para se vingar, ele quebra um ovo na testa de Kate. Ela então joga um copo de leite nele. Ele pega um pouco de manteiga e vai lentamente em sua direção, a prensando contra a bancada e eles se beijam apaixonadamente, quando Kate se afasta um pouco e diz:

- Sua boca está com gosto de farinha.

- E a sua, com gosto de ovo.

Mas o que eles não percebem é a presença de uma pessoa no ambiente, observando-os desde o momento do leite.

- Que amor! E agora, quem vai pro forno primeiro?

- Eu cobro de você depois por ter interrompido este momento, agora, vamos jantar.

Durante o jantar, eles conversaram sobre o caso e sobre as vidas de cada um, acabara que Anne, quando menor, era um pouco do Rick e um pouco da Kate. Brincalhona, mas responsável. Aprontava, mas assumia. Após a janta, todos foram dormir.

À noite, ouviu-se um barulho vindo da cozinha. Desta vez, Anne foi verificar. Pegou sua arma da cabeceira da cama e desceu indo discretamente para a cozinha. Chegando lá, encontra uma menina alta de cabelo ruivo estranhamente familiar. Alexis, assustada, começa a falar:

- Você? Que você veio fazer aqui? Roubar mais coisas? Vou lhe avisar só uma coisa, tem uma policial nesta casa, então, se você não quiser se encrencar, vá embora.

- Relaxa ruivinha, eu não vim roubar, eu vim morar aqui temporariamente.

- O que?

Então elas veem Kate e Rick indo em direção à cozinha. Kate começa a falar:

- O que fazem acordadas a essa hora?

- Que horas são mesmo? – Questiona Rick, sonolento.

- Eu ouvi um barulho e decidi ver quem era.

- Com uma arma? – Novamente, Rick pergunta.

- E eu estou comendo, pois estou com fome.

- Ok, mas voltem logo para cama, pois são... 7:00. Esquece o que eu disse.

Logo que Kate termina de falar, o telefone toca. Anne atende:

- Alô?

Uma voz misteriosa pergunta:

- A Kate por acaso está em casa?