Anne acorda pensando que o que acontecera na noite anterior não passara de um sonho. Levantou- se, fez sua higiene matinal, e direcionou-se para a escada. Quando ia descer escuta uma conversa:

      - Eu não consigo imaginar o que ela deve estar sentindo nesse momento. Eu não cheguei a conhecê-lo, mas ela falava muito bem dele. Dizia que ele era o herói dela e que queria seguir os passos dele, sendo uma das melhores policiais de Nova York. Só espero que o desejo de vingança não tome conta dela. – Johnny diz.

      “Então, não era um sonho. Meu pai realmente morreu.” Pensou Anne, mas logo foi cortada por outra pessoa que falava.

      - Ela precisa de todo o apoio de pessoas que a amam. Johnny, se ela tiver pelo menos um pouco do seu apoio, ela não vai querer vingança. Só justiça, mas essa parte deixa comigo. – Afirma Kate, determinada.

      Apesar de triste, neste momento, Anne não pôde deixar escapar um sorrisinho. Ela respirou fundo, mascarou a tristeza o máximo que pôde, e desceu as escadas:

      - Bom dia pessoas lindas, sobre o que estavam conversando?

      - Não precisa fingir, eu sei que você estava ouvindo tudo. – Disse Johnny, dando uma mordida no wafle.

      - Como? – Anne se fez de desentendida.

      - Qual é Anne? Dava para ver a sua sombra na parede. – Foi a vez de Kate.

      - Ok, eu estava ouvindo sim. Desculpe, agora, me dá um desses wafles aí que eu estou com fome.

      - Você está bem? – Perguntou Kate.

      Anne suspirou e disse:

      - Eu ainda estou muito triste pela morte do meu pai. Mas, eu consigo superar, se eu tiver pessoas que me amam para me apoiar. – Dito isso, ela dá uma piscadinha para o Johnny. – E eu só não estou chorando, porque eu acho que ainda não caiu direito a ficha.

      - E a sua mãe? – Perguntou Johnny, logo se arrependendo.

      - Ela se mudou para Los Angeles logo depois do divórcio. Eu só falo com ela por telefone, falando nisso, eu tenho que ligar para ela. Já volto.

      Enquanto Anne subia para o quarto para pegar o celular, Kate pergunta:

      - Será que realmente não caiu a ficha? Ou é ela que não quer aceitar?

      - Ela é bem teimosa, então acredito que seja a segunda opção. De repente, ela aceite no momento do enterro.

      Rick chega à cozinha murmurando algo como ”Por que falar tão alto a essa hora da manhã”, e Kate joga uma toalha no rosto dele. Indignado, Rick pergunta:

      - Por quê?

      - Só para você acordar um pouquinho.

      - Ok, mas do que vocês estavam falando?

      Kate e Johnny se entreolham e dizem:

      - Anne.

      - Entendi, mas como ela está?

      - Por incrível que pareça, bem.

      - Espera, vocês estão me dizendo que ela perdeu o pai, e está bem com isso?

      - Basicamente.

      Neste momento, Anne desceu as escadas, falando com a mãe no telefone:

      - Tá, desculpa, eu só achei que fosse importante você saber que ele morreu, já que um dia você o amou. Volta para o seu sono de beleza então. Mas não me liga mais ok? Tá, tchau.

      - Deixe-me adivinhar, ela estava dormindo. – Disse Rick.

      - Castle! – Repreendeu Kate.

      - Não, tudo bem. Eu realmente a acordei, mas, por amor, são 9h da manhã. E ela tem emprego. Então eu imaginei que ela estivesse tomando café.

      - No que sua mãe trabalha? – Pergunta Kate.

      - Professora. E ela não tem paciência com crianças e nem com dúvidas que ela considera “bestas”.

      - Está aí uma bela ironia. – Diz Rick.

      - Ok. Agora vamos tomar café, porque temos um assassino para pegar. - ”Principalmente eu” Pensou Anne.

      Eles se dirigem para a delegacia, ao chegar lá, eles veem policiais correndo para todos os lados. Logo, eles avistam Esposito e Ryan, e perguntam:

      - O que é todo esse movimento? – Questiona Kate.

      - Um telefonema anônimo diz saber do assassino dos policiais. Mas ele quer em troca da informação uma grana preta. – Diz Ryan.

      - Quanto? – Pergunta Rick.

      - US$ 10.000.000. E nós achamos o local do telefonema. Veio do Parque East River.

      - Nós já estamos indo.

      No caminho, Rick começa a comentar:

      - Eu acho que é muito dinheiro só por um nome. Ele quer mais do que eu paguei pelo loft e pela casa em Hamptons juntos.

      - Nem se preocupe. Ninguém vai pagar a ele. Nós só vamos atrás dele, pegá-lo e fazê-lo falar. – Diz Anne, com um olhar raivoso.

      - Ok Anne, escuta. – Começa Kate. – Não importa o que você está sentindo, vingança não é o melhor caminho. Uma pessoa me disse, uma vez, que a pior coisa que existe, é um assassino com distintivo. Então, vamos esfriar a cabeça antes de sair do carro ok?

      - Tá, mas nada me impede de trazer justiça para o meu pai e o parceiro dele.