POV Anne

- Anne, gostaria que conhecesse o corpo docente de Hogwarts. Você terá aulas normais e aulas extras com eles. – Dumbledore abriu os braços para todos e então os apresentou para mim. – Aquele é professor Binns, ele ensina História da Magia. Professor Filius Flitwick, feitiços. Matéria que por sinal sua mãe era muito boa, muito boa. – O diretor sorriu bondosamente par mim. – Professora Minerva McGonagall é a diretora de sua casa e professora de Transfiguração. Hagrid é nosso guarda-caça e professor de Trato das Criaturas Mágicas, aquela ao seu lado é a professora Bubbly-Plank, ela dará aulas extras para você. – Assenti quando aqueles olhos azuis me radiografaram. – Pomona Sprout, professora de Herbologia. Sibila Trelawney, professora de Adivinhação. Professora Sinistra ensina Astronomia. Professora Vector ensina Aritmancia e o Professor Severo Snape ensina Poções, outra matéria que devo salientar: sua mãe se saia extremamente bem. – Para todos os professores dei um leve aceno e um sorriso, menos para Snape, não consegui encará-lo.

- Não sabe como se parece com sua mãe. – Pomona Sprout disse, com a voz um pouco embargada. – Apenas a cor dos cabelos, porém o resto... Até mesmo o jeito doce de olhar e sorrir são como de Lily. – Percebi que a professora havia deixado escapar algumas lágrimas e por isso dei um pequeno sorriso.

- Anne, gostaria de apresentar mais duas pessoas. – Dumbledore disse após uma pequena pausa. Estendeu a mão para os dois homens que não foram apresentados como professores e estes vieram para mais perto. – Esse é Sirius Black, o padrinho de Harry. – O homem de cabelos ondulados sorriu divertidamente para mim e dei uma piscadela. – E esse é Remus Lupin... Seu padrinho. – Respirar de repente pareceu difícil. Então, meu padrinho. Uau, eu tenho um padrinho!

- Olá – Foi tudo, e a coisa mais estúpida, que consegui dizer. Logo estava sendo envolta pelos braços de Sirius e de Lupin. Sirius me rodou e Lupin apenas deu um rápido beijo no topo da minha cabeça.

- Por Merlin garota, da última vez em que te vimos conseguíamos te segurar com um braço e agora... Pare de crescer! – Sirius comentou quebrando o clima um pouco triste e fazendo todos, exceto Snape, rirem. – Se fosse ruiva, jurava que era Lily. Realmente se parece muito com ela, sabe. Foi melhor amigo do pai de Harry e grande amigo da sua mãe, me orgulho em dizer. Uma excelente bruxa, mas acima de tudo, uma excelente mulher. – Antes que eu começasse a chorar, os braços de Remus me envolveram.

- Acredite, você cresceu tanto... Deixou de ser a bebê do tio Remus e agora é uma mulher. Como Lily. – Comecei a chorar, é claro que não conseguiria segurar as lágrimas por muito tempo. Acredito que meu padrinho sentiu minhas lágrimas, por isso me disse algo que me emocionou ainda mais: - Sua mãe me ajudou num momento em que ninguém mais quis ajudar. Ela não era apenas uma bruxa maravilhosa e com poderes fantásticos. Ela conseguia ver a beleza nos outros, mesmo quando a pessoa não enxergava em si mesma. – Um pequeno soluço saiu de minha garganta. Lupin me apertou ainda mais e fez algo como se estivesse me ninando.

Longos minutos se passaram, eu já não estava mais abraçada com Lupin, mas sim com Sirius, quando Dumbledore voltou a falar. Agora ele havia colocado Harry em minha frente:

- E esse, por fim, mas não menos importante. – Soltou uma risadinha animada. – Esse é Harry, seu irmão. Harry será quem irá te ajudar com Defesa Contra As Artes Das Trevas, acredite, ele é bom nisso. – Assenti, havia encarado apenas uma vez meu irmão, agora olhava para os meus pés. – Amigos, agradeço a visita de todos vocês, porém pedirei algum tempo agora, afinal Anne precisa conversar comigo. Harry espere lá fora, por favor. – Todos saíram. Sirius e Lupin se despediram de mim com um beijo na cabeça e foram para uma lareira, onde sumiram no meio de chamas verdes. O único que sobrou na sala foi Severo Snape.

Virei-me para encarar Dumbledore com os olhos bem perturbados e interrogativos. Ele só podia estar brincando com a minha cara. Snape olhava para nós, pude ver com o canto dos olhos, mas não falava nada, era como se não estivesse lá.

Se me perguntar quanto tempo passou não vou saber dizer, mas aquilo estava incomodo, por isso em um certo momento resolvi quebrar aquele clima horroroso que pairava sobre nossas cabeças.

- Dumbledore, acho melhor eu ir para meu dormitório... – Ele negou com a cabeça e olhou para Snape que continuava parado na mesma posição como uma perfeita estátua. Pela primeira vez o olhei, ele estava indecifrável e frio.

- Anne queria, este é seu assunto pessoal. – E maneou para Snape com a cabeça. – Seu pai. – Olhei para ele e, pela primeira vez Snape expressava algum sentimento: tristeza. – Quero que o trate como professor, porém também como pai. Daqui algum tempo receberá algumas informações... Há muitas coisas das quais não podemos fugir. – Apenas assenti, tentando engolir o nó que se formava em minha garganta. – Agora, vá descansar! Boa noite.

- Boa noite, senhor. Boa noite, professor Snape. – Estava próxima a porta quando ouvi Dumbledore sussurrar para Snape, em um tom que parecia ser de repreensão algo como: “Severo, por favor”.

- Boa noite, Anne. – Uma voz desconhecida, mas ao mesmo tempo conhecida invadiu a sala. Eu estanquei, Snape havia me dado boa noite na voz menos ácida que conseguiu. Por um momento, parecia que aquela mesma voz já havia cantado uma canção de ninar para mim.

- Boa noite, pai. – Disse em um sussurro audível e sai. Harry me esperava sentado ao lado da porta e deu um leve sorriso quando me viu, tentei retribuir, mas com certeza foi em vão porque Harry franziu o cenho para mim.

Descemos as escadas e entramos em alguns corredores absortos em completo silêncio, até mesmo chegar ao Salão Comunal. A única vez que ouvi Harry falar foi a senha para a Mulher Gorda, que até então eu não conhecia a existência.

Parei no Salão Comunal para observar tudo. Era lindo, em formato circular, nos tons de dourado e vermelho. A lareira dava um ar mais aconchegante ainda. Porém, só havia um problema: eu não sabia onde era meu dormitório, e por isso me larguei em um das cadeiras. E fiquei por um bom tempo, até que uma simpática ruiva com mais dois ruivos idênticos.

- Então você é a filha do morcegão velho – Um dos gêmeos disse com voz de riso o que me fez rir junto e não ficar brava. Morcegão velho, essa foi boa.

- Não se esqueça, querido George, que ela também é irmã do nosso amado Harry. – E eles riram, como se aquilo fosse a maior piado do mundo. Limitei-me em sorrir, porque não havia entendido muito bem a “piada interna”.

- Esqueça elas. – A ruiva disse estendendo a mão. A peguei e apertamos educadamente. – Sou Gina, esses são Fred e George, meus irmãos. – Assenti, sorrindo. – Estamos no mesmo dormitório, somos do mesmo ano. Vou te levar lá.

- Ah, obrigada Gina. – Agradeci me levantando e começando a seguir os três ruivos. – Acho que iria ficar aqui a noite toda se não viesse alguém para, hm... Me ajudar. – Ela riu de leve, assim como eu, enquanto subíamos as escadas. – A propósito eu sou...

- Anne Evans Snape. Já sabemos. – Fred e George disseram juntos e subiram mais um lança para ir aos seus dormitórios. Eu e Gina entramos em uma amplo quarto que continha seis camas. Logo avistei meu malão: minha cama era ao lado da de Gina e bem ao lado da janela.

- Bom, aqui estamos. Se não se importa, vou dormir porque me sinto muito cansada. – Assenti, afinal faria o mesmo. Troquei-me rapidamente e me deitei na cama. – Bom, boa noite.

- Boa noite, Gina.