The Snape's Daughter. escrita por Anne Black


Capítulo 5
Capítulo 4. - O Beco Diagonal.


Notas iniciais do capítulo

Demorei, mas ainda não continuo muito bem, porque ta juntando gripe com alergia e tal.
E esse cap. ta enorme, então aproveitem!
Ah, desculpem mesmo a demora.



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POV Anne.

A semana passou tediosa, triste e lenta. Tediosa porque tudo parecia chato quando você descobre que é bruxa, triste pois meus pais adotivos me amavam e eu os amava e estaria os deixando, e lenta porque... Não chegava nunca! A coisa é que Hagrid (o guarda-caças de Hogwarts e fiel escudeiro de Dumbledore, o diretor) combinou comigo que me levaria ao Beco Diagonal para eu poder comprar meus materiais para esse ano, é claro. Mas a droga da semana parecia disposta a simplesmente não começar e eu já estava muito, muito brava com isso!

- Anne! – Mary gritou da cozinha e eu fui lá. Não conseguia mais definir meu humor: não estava feliz, nem triste, nem animada ou entediada eu só... Estava lá, ainda esperando a bendita semana. – Anime-se queria, já é domingo de manhã! Sabe o que isso significa melhor do que eu. – Suspirei. Pois é, mas se fosse segunda de manhã eu estaria esperando Hagrid e não o dia seguinte. – Vamos à Londres? Preciso comprar algumas coisas... – Eu sabia melhor do que ninguém o que aquilo significava. Esse “comprar algumas coisas” era a preparação para o meu jantar de despedida. Suspirei mais uma vez.

Após me trocar, fomos para o carro. Eu olhava tudo a minha volta e imaginava quantos bruxos estavam andando pela rua naquele momento e óbvio, como era o mundo que eu entraria assim de repente. Mary, como não é idiota, percebeu meu olhar e sorriu aquele sorriso só dela, sorriso do tipo mãezona mesmo que apoia o filho em tudo. Sorri de volta o melhor que pude.

- Fiquei sabendo que lá é lindo. Dumbledore me contou muita coisa quando você chegou, querida. – Ela abaixou o volume do rádio, mas manteve os olhos na curta estradinha que estávamos. – Seu pai fez isso para te proteger. - Olhou para mim como quem se desculpa, tudo que eu fiz foi assentir. – Enfim, Dumbledore me disseque Hogwarts é um enorme castelo, maior que aqueles dos desenhos da Disney! – Rimos juntas. Eu iria me sentir mais princesa do que a Bela (de A Bela e a Fera), já que eu a amava. Meu filme preferido da Disney, é claro. – Contou que os quadros tem vida, o teto do Salão Principal é como o céu, e as escadas se mexem! Isso é doido, mas tão real que fico imaginando como ninguém cai... – Rimos novamente, mas dessa vez eu imaginava tudo. Deveria ser maravilhoso para dizer o mínimo. – E ah! São quatro casas. – Olhei com cara de dúvida e Mary confirmou. – Sim, realmente casas que dividem os alunos dentro da própria Hogwarts por suas qualidades... Hm, Dumbledore me disse... Ah sim! Corvinal é a casa dos inteligentes e de mente aberta para o conhecimento. Lufa-Lufa é a casa dos justos, honestos e leais. Grifinória é a casa dos corajosos, ousados e nobres. Sonserina é a casa dos astutos. – Disse se esforçando para lembrar ao máximo sobre o que Dumbledore lhe disse. – O diretor me disse também que bruxos incríveis e muito notáveis saíram de cada casa e que as quatro são muito boas, por isso não há importância para qual você vá. – Mas havia importância sim, pelo menos para mim.

- Você sabe qual casa meus pais estavam? – Perguntei. Ué, vai que não entro na casa deles ou qualquer coisa do tipo. Ainda mais com meu pai lá como professor para ver... Estremeci só de pensar. Imagina a decepção dele, quero dizer, pelo que aparenta não gosta muito de mim e se eu não entrar em sua casa ou na casa da mamãe, temo que as coisas fiquem bem feias pro meu lado.

- Ah sim, Dumbledore também disse. – Falou distraidamente como se isso nem ao menos importasse. Mas que droga, é claro que importava! – Sua mãe foi da Grifinória, e ah, antes que eu me esqueça de dizer Anne, você é a cara dela, idêntica! Sua mãe apenas era ruiva, pois a cor dos cabelos você puxou de seu pai. – Sorri. Bom, pelo menos parecia a mamãe e isso me deixou feliz porque assim a memória dela estaria viva enquanto eu estivesse. – E seu pai era da Sonserina e hoje, pelo que sei, é o professor responsável pela casa. Você só tem os cabelos dele, mesmo... – Olhou para mim como se realmente me checasse e assentiu, percebendo por fim que eu era a cara da minha mãe com a cor de cabelos do meu pai.

Chegamos a Londres perto do almoço e fomos as compras. É lógico que Mary comprou mais que o necessário, levando roupas, sapatos e coisas “mais” para mim e para ela. Pediu para que eu pegasse principalmente coisas para me proteger do frio que ela sabia que fazia em Hogwarts. Agora me diga, como encontro roupas de inverno no verão? Mary estava sendo um pouquinho exagera, um pouco.

Quando chegamos em casa estava quase escuro e já havia alguém nos esperando, meu “pai”. Ele teve de abrir a porta e nos ajudar a levar tudo lá para dentro, porque realmente, Mary havia exagerado e não era pouco não.

- Caramba Mary, vai re-decorar a casa? – Ela virou os olhos e continuou guardando as coisas da cozinha. Peguei minhas coisas e levei para o quarto enquanto os dois entravam em uma discussão divertida lá embaixo. Suspirei ao abrir a porta. Só mais algum tempo e eu estaria em Hogwarts, conheceria meu irmão, veria meu pai e descobriria mais sobre mamãe. Esse pensamento me animou um pouco e por isso arrumei tudo que havia ganho.

Assim que acabei de dar uma ajeitada no meu quarto todo por fim, fui tomar meu merecido banho. Quente e relaxante, mas que não tirou minha ansiedade e espera pelo dia seguinte e pelo Beco Diagonal. Bufei, droga de hora que não passa mais depressa. Sai do banho, coloquei o pijama e desci para jantar, estava faminta.

- Vamos pedir comida chinesa. – Harold avisou enquanto eu ia para sala assistir um pouco de tv. Será que eu sentiria falta de assistir tv? Logo meu pai se juntou a mim e começamos a assistir um show de estrelas da televisão. Era chatinho, mas ainda assim era algo para assistir, porque vai que eu sinto falta desses programas chatinhos. – Preparada para conhecer o mundo mágico, An? – Perguntou me fazendo desviar os olhos da televisão.

- Ahn... – Pensei, pensei e pensei mais um pouco. Bom, eu estava preparada, só estava ansiosa e bem curiosa. – Sim! – Disse animada e Harold riu. – Quer dizer, estou muito preparada, mas por outro lado estou ansiosa. – E então ele rolou os olhos. Harold realmente achava que eu deixaria de ser curiosa se a vida toda fui assim?

- Fico feliz por você. Espero que cresça, se torne uma ótima bruxa e ajude seu mundo no que for preciso. – Não aguentei e fui abraçar Harold. Ele era um homem especial e meigo que soube ser além de um pai: um amigo, irmão mais velho e companheiro para todas as horas. Ensinou tantas coisas para mim que mal posso expressar meu carinho por ele. Ensinou mais do que saber andar de bicicleta.

- Vou sentir falta de vocês dois, sabia? – Nos apertamos. – Mas juro mandar notícias todos os dias se quiserem, e contarei tudo que acontece por lá. – Falei enquanto voltava a me sentar e preguei os olhos na tv, agora estavam falando sobre a fofoca dos famosos.

Não demorou e a comida chinesa chegou. Nosso jantar foi divertido, conversamos bastante e imaginamos juntos como seria o mundo que eu conheceria amanhã. Terminamos o jantar e fomos para a cozinha arrumar tudo, bagunçamos muito e deixei Mary e Harold encharcados. Óbvio que sentiria falta desses momentos, mas... Sinto mais falta ainda de não “saber” quem sou de verdade.

Assim que terminamos de arrumar tudo, Mary me deu um remedinho especial que ela usava para dormir sempre que estava nervosa ou ansiosa. Tomei-o, subi para escovar os dentes e me deitar. Demorei um pouco para dormir, fiquei me revirando e pensando em como eu queria que amanhecesse logo e assim, finalmente adormeci e sonhei com nada mais nada menos que eu e meu irmão fazendo “mágicas”.

O dia começou para mim com Mary abrindo a porta e me chamando, avisando que eu já estava um pouco atrasada. Claro que me levantei em um salto, corri pro banheiro e fiz tudo o que tinha que fazer um pouco rápido. Quando voltei pro quarto vesti a primeira roupa que encontrei e desci as escadas voando. O café ainda estava na mesa, por isso mal sentei e engoli uma torradas e um pouco de leite, subi correndo novamente e escovei os dentes, por final desci e me sentei no sofá.

Mary veio tentar me acalmar um pouco, mas logo ouvimos a campainha tocar e meu coração disparou. Era Hagrid, tinha que ser. Mary se levantou sorrindo e foi abrir a porta e, assim que ela abriu eu tive a confirmação de que realmente era Hagrid. Ele entrou conversando animadamente com Mary.

- Ah, olá Anne. – Acenou feliz para mim enquanto entrava na sala. Levantei e acenei para ele, Mary veio para perto de mim e a abracei de lado e beijei seu rosto. – Bom, vamos? Temos muito o que comprar ainda. Nos vemos mais tarde, Mary, Anne ficará a salvo. – Hagrid disse enquanto eu o seguia até a porta. Despedi-me rapidamente de Mary e então saímos porta a fora para o calor que fazia em toda a Inglaterra. Andamos um certo tempo em silêncio até Hagrid quebrar o gelo. – Você se parece demais com Lily... Os olhos, o sorriso, absolutamente tudo, menos a cor do cabelo, é claro. – Eu sorri um pouco envergonhada.

- Fico feliz por parecer com ela, faz eu me sentir bem. – Falei em quanto nos aproximávamos da estação de trem. Com Hagrid desse tamanho todo é óbvio que iriamos de trem e não de carro. Paguei a passagem para ele e esperamos o trem conversando, cada vez ele me explicava mais sobre Hogwarts e eu ficava ainda mais fascinada. Chegamos a Londres e o calor parecia maior, Hagrid me guiava pelas ruas já conhecidas, mas eu não via onde eu poderia encontrar meus materiais para Hogwarts ali.

- Vamos a um dos lugares mais famosos de nosso mundo por aqui. O Caldeirão Furado! – E apontou para um barzinho escuro situado em uma esquina. Tinha a aparência de muito velho e mal cuidado e eu não faço ideia como esse era um dos lugares mais famosos do meu mundo. Bom, de qualquer modo, entramos no Caldeirão Furado e nem nos notaram, ainda perguntaram se Hagrid queria “o de sempre”, porém Hagrid negou e me levou para os fundos onde estavam algumas lixeiras. Olhei torto, mas não falei nada. Hagrid então sacou um guarda-chuva rosa de com flores e bateu em uma sequência de tijolos na parede a nossa frente. Os tijolos tremeram e começaram a se abrir em arco e então meu queixo caiu, era simplesmente incrível!

Havia bruxos e bruxas crianças, adolescente, jovens, adultos, velhos e muito velhos. Lojas de todo tipo de coisa, de Livraria até loja de caldeirões. E muitas coisas estranhas, porém legais. O lugar era a coisa mais mágica e linda do mundo. Eu estava mais do que encantada.

- Vamos ao Gringotes. – Segui Hagrid ao que descobrir mais tarde ser o banco dos bruxos, porém coordenado por duende muito feios e com carinha de muito malvados, por isso nem os encarava. Em Gringotes, pegamos um vagonete e descemos no subsolo de Londres (mais que o metrô) para chegar ao cofre de mamãe, ela havia me deixado. Pegamos o dinheiro e voltamos para a superfície para começar as compras.

Hagrid me levou  Floreios e Borrões para comprarmos os livros e assim fizemos, porém Hagrid teve que me ajudar a carregar tudo. Logo em seguida fomos na Madame Malking – Roupas Para Todas Ocasiões para eu poder comprar as vestes de Hogwarts, nesse momento Hagrid aguardou do lado de fora e não demorei muito. Fomos no Boticário, depois comprar uma balança, um telescópio e o caldeirão. Escolhi uma coruja e a comprei, por último fomos ao Olivaras para comprar minha varinha.

Confesso que o sr. Olivaras me deu um pouco de medo, ele era bem velho e tinha grandes olhos azuis e sorriu assim que eu entrei.

- Ah, senhorita Snape, achei que viria um pouco mais cedo. – E sorriu de um jeitinho muito animado, estremeci. – Vamos escolher sua varinha, então. – Então sumiu por atrás das prateleiras que continham caixinhas de vários tamanhos postas uma sobre as outras e voltou com uma três nas mãos – Tente essas. – E me deu uma delas muito comprida, peguei e como nada aconteceu, ele tirou de minha mão. – Essa. – Agora era uma curta e meio roliça, peguei e nada. Depois de mais seis varinhas, Olivaras voltou com uma que eu me interessei assim que bati os olhos. – Mogno, fio de ouro por toda sua extensão, 30 cm, flexível e boa, pelo de rabo de unicórnio. – Assim que eu peguei, caixas saíram do lugar, levitando e os papeis também. Sr. Olivaras sorriu. Paguei sete galeões e fomos embora.

- Bom, nos vemos em breve, eu espero. – Disse Hagrid me deixando na estação. – Esse é seu bilhete para embarcar no Expresso de Hogwarts. Fica na plataforma nove e meia, entre as plataformas nove e dez. – Pela minha confusão no rosto, ele explicou. – E só ir correndo e passar pela coluna, ela não é sólida. – Piscou e então fui esperar meu trem.

- Até mais, Hagrid!


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Notas finais do capítulo

E obrigada pelos reviews, vocês são demais! Amo ler tudo o que vocês escrevem.