Cap 8 - Uma conversa franca pode mudar opiniões... Desde que não possua impedimentos ou intolerância a lactose...

Em uma parte de Edo onde não havia se espalhado a notícia do atentado na estação ferroviária, no distrito de Kabuki, a velha Otose, em sua residência conversava com a sua visita recém-chegada.

– Você mudou seu caminho apenas para comprar isso?Isso não para você, não é? Você tem alergia a leite. Não acha que aquele samurai idiota precisa é de menos açúcar para não ficar mais doente do que já é?

– Are, are Baaba, não tem do que se preocupar, eu sei que ele não vai tomar tudo isso de uma vez, e mais, isso é só um pequeno agrado. Mas Baaba eu não demorei porque fui comprar isso, sendo que comprei logo que cheguei aqui em Kabuki-cho. - A samurai ruiva respondeu lentamente a velha Otose e se sentou num dos bancos enquanto a velha a servia um pouco de sakê.

– Hã, então porque demorou, Jirochou ficou aqui a noite inteira te esperando, foi para a casa dele agora para descansar um pouco, devia pensar com um pouco mais de compreensão, estamos velhos, não temos mais pique para ficar acordados por horas a fio esperando por uma pirralha que a anos não vem aqui.

– Não seja tão mal Baaba, vim o mais rápido que pude, sei que estão caducos e que não aguentam mais nada. Como a vida está passando para vocês? Muito rápida ou lenta? Oe Baaba? Você me ouviu direito? Precisa que eu repita? Já está ficando lerda?

– Pirralha insolente, eu disse velhos, não caducos, não diga que estou ficando lerda, maldita, ainda vou viver muitos anos.

– Hai, hai, sem estresse Baaba, ou você não passa de hoje...Gehee*... Mas Baaba - A samurai agora mudou seu temperamento de brincalhona para séria, algo que já deveria ter feito há muito.- a vigilância aumentou muito nos arredores de Edo, quase não consegui passar, parece que triplicaram o valor da minha cabeça após a morte do meu pai, agora não apenas o Tendoshuu mas o Harusame também me quer... hunf... acho que deveria realmente ter morrido aquele dia.

– NÃO DIGA ISSO SUA INSOLENTE. Eu sei que está difícil, mas se até ele conseguiu seguir em frente porque você também não tenta.

– As situações foram diferente, ele é apenas um samurai humano que tentava salvar seus nakamas. Eu sou um experimento que deu certo e que os traiu por um bem, como eles pensam, menor. Mas isso não importa agora, antes que comece a reclamar mais, já conversei com o Jii-chou¹ e já dei uma olhada nos corpos.

– Apesar de tudo continua eficiente, então que conclusão você chegou?

– Baaba, ou o Kiheitai esta nos fazendo de tolos, ou a situação vai ficar preta.

– Como assim?

Antes que a samurai pudesse completar o que queria falar a robô-empregada a chamou.

– Otose-sama, a senhora precisa ver isso urgentemente.

– O que aconteceu Tama?

A velha e a samurai acompanharam a robô até onde estava a tv onde passava uma reportagem.

– Parece que acabou de ocorrer um atentado na estação ferroviária vamos saber de mais detalhes ao vivo. Ketsuno-san, Ketsuno Ana está me ouvindo?

– Hai, parece que uma bomba estourou em um trem que acabava de chegar. Testemunhas disseram que viram dois samurais, um de cabelos brancos e outro com headphones, lutando quando a bomba explodiu. Um jovem garoto foi atingido por estilhaços mas passa bem, membros do Shinsengumi estavam presentes e já iniciaram as investigações.

Enquanto a Ketsuno Ana falava a velha percebeu que atrás dela, ao fundo da imagem, apareceu dois jovem ajudando um adulto a caminhar acompanhados por três homens e uma criança.

Estes eram nada mais que o Yorozuya e o Shinsengumi.

– O QUE ESSES IDIOTAS PENSAM QUE ESTÃO FAZENDO?

A velha gritou bem forte e incrédula ao perceber que os idiotas tinham tido parte em tal problema.

– Então que os jogos comecem...

A samurai ruiva tomava o ultimo gole se seu sakê e se virava para ir embora.

– O que você disse... Ei já está saindo, não vai esperar por ele.

– Isso tudo é um jogo Baaba, está na hora que entrarmos nele. Não vou esperá-lo já fiz o que devia fazer agora, entregue as garrafas a ele dizendo que você ganhou. E mais uma promessa feita naquelas circunstâncias não pode ser quebrada. Não posso vê-lo, não agora.

– Mas No-chan, como você vai nos ajudar se já está ind-

– Baaba, eu posso ajudar de várias maneiras, não se preocupe. - E se retirando de vez do recinto complementou.- Já disse que não é No-chan. É Hakaino Sawari.

"Algumas pessoas tolas deveriam saber que em certos momentos as promessas podem ser quebradas..".

"As pessoas que já sofreram sabem que promessas são feitas para serem cumpridas e que se devem cumpri-las até o fim..."