Capítulo 4

POV. Annabeth

20:00 horas.

A tão esperada hora da festa chegou. Eu estava junto com as meninas, correndo atrás de Silena que andava pela casa verificando se estava tudo perfeito.

– Si, ta tudo no lugar, da pra parar de andar pela casa que nem uma louca?- Perguntou Thalia que já estava irritada de ter de andar atrás da Perua pela casa inteira.

–É verdade Si, está tudo perfeito, sem brincadeira.

E de fato estava. A sala estava ainda maior sem vários móveis, toda decorada com luzes e caixas de som, a cozinha estava com a mesa e o balcão cheios de comida, atrás tinham 3 funcionários para qualquer coisa que fosse necessária, já o quintal, bem, ele estava mais que perfeito. Luzes no chão, nas árvores, na piscina, por tudo, mas não estava exagerado. Um pouco mais escondida tinha uma tenda, com alguns pufes e almofadas. Em uma plataforma tinha um DJ, que estava arrumando os últimos detalhes. E espalhadas pelo quintal alguma mesas com comidas e bebidas.

Porém, não importa o que falássemos Silena só parou quieta quando a campainha tocou, ela foi atender e então várias pessoas foram chegando juntas. Depois de uns 10 minutos acabei perdendo todas as meninas de vista, olhei em volta. A casa já estava cheia, a música tocava e era possível ouvir os gritos das pessoas no quintal. Resolvi procurar alguém. Com alguém quero dizer Percy.

Fui até o quintal e vi o Luccas dançando com a Sté, eles conversavam sobre alguma coisa e ela o olhava diretamente nos olhos dele com um sorrisinho no rosto. Não queria interromper eles, sei o quanto ela gosta dele, mas eu também gostei muito do Percy, e gostaria muito de ver ele. Respirei fundo e fui até eles.

– Desculpa interromper os pombinhos, mas vocês viram o Percy por ai?

E eles começaram a gaguejar coisas sem sentido, provavelmente tentando dizer que não eram namorados nem nada do tipo – Uouu, não precisam se explicar, só me digam, viram o Percy?

– Ahn, ele tava procurando alguma comida lá na cozinha da ultima vez que eu vi- Luccas disse.

–hm, ok, valeu, podem continuar namorando agora... – Eu disse e olhei para a Sté, ela estava absurdamente corada e me olhou com uma cara do tipo: VAI TER VINGANÇA, PODE ACREDITAR QUE VAI TER...

Me dirigi até a cozinha e vi Percy comendo alguns docinhos, cheguei por trás dele e cubri seus olhos.

–BUU!

–Nossa, que fantasminha mais linda essa!

–Muito engraçadinho

–Não to brincando...

–Hm, ok, e ai? Vamos fazer alguma coisa?

–Ta, quer dançar?

–Pode ser

Então ele me puxou para o jardim, e começamos a dançar e conversar. Pensando bem, essa deve ter sido uma das maiores conversas ao vivo que já tive com ele desde que o conheci. É estranho, mas estamos sempre conversando, só que pelo Whats. É estranho quando estamos cara a cara simplesmente não termos assunto, considerando que falamos de tudo pelo celular. É a vida.

Ia fechar duas horas que eu Percy estávamos dançando e conversando, ele disse que ia ao banheiro e já voltava, resolvi pegar um copo de refrigerante, enquanto esperava ele olhei um pouco ao redor.

CHOCADA.

Em um lado Thalia estava ficando com Nico, em outro Sté com o Luccas, Clarisse estava dançando junto de Chris e Silena com um garoto, acho que o nome dele é Charlie, estava observando meus amigos quando Percy volta.

– Vamos sentar um pouco? Cansei de dançar.

–Claro- e então ele me puxou para a tenda.

Sentei em um pufe na frente dele e depois de um minuto notei que ele me observava. Olhei para mim mesma achando que tinha alguma mancha ou alguma coisa em meu vestido, não vi nada, então perguntei:

–O que aconteceu? Tem alguma mancha?

–Ahn? Ah, o vestido, não não, não tem nada.

– Porque você estava me olhando?

– Porque você é linda, e ta ainda mais linda hoje.

Eu tenho certeza que fiquei igual um pimentão, dei um sorriso, agradeci e continuamos conversando.

POV. Stéfanie

Estava junto com as garotas na sala, quando percebo um rosto muito conhecido passar. Luccas. O meu tão amado Luccas. Resolvi ir atrás dele no quintal, dou uma olhada rápida e o vejo pegando um salgadinho na mesa.

– Você pode me alcançar o refri, por favor?- pedi como quem não queria nada.

– Ahn, claro- ele pegou o refri e quando se virou para me entregar abriu a boca em choque- Nossa... Você ta linda!

Corei violentamente- Obrigada- respondi- você também está muito bem para um garoto!

– Valeu... Eu acho, e ai, quer dançar?

–Opa, vamo logo!

Começamos a dançar e conversar. Estava tentando me controlar, sem muito sucesso. Cada vez que olhava para aquele rosto perfeito dele, eu sorria, meio que involuntariamente. Mas como tudo que é bom acaba, nosso assunto sobre tudo e todos acabou, e o novo assunto é um assunto que eu não gosto muito de falar. Ainda mais com o Luccas. Por motivos óbvios. Pelo menos para mim.

–Então... Ta gostando de alguém?

– Sim- nem tentei mentir, um dia eu ia ter que falar para ele.

–Hm, e como é essa pessoa?

–Bem, pra mim ela é perfeita. Um amigo incrível, bonito, querido, educado, que consegue me dizer as melhores coisas nos momentos certos, que é realmente maravilhoso, só tem um defeito...

–Posso saber esse defeito?

–É só um amigo, infelizmente. E parece que vai continuar nisso.

Tentei decifrar algum sentimento através dos seus olhos, mas não consegui identificar. Resolvi contra atacar.

–E você lukinhas? Não ta gostando de ninguém?- quando terminei de falar tentei me prepara psicologicamente para a resposta, ele podia dizer um não ou então o nome de qualquer garota, afinal, porque ele gostaria de mim?

–Eu também estou tefinha (N/A: sim, às vezes da a loca neles e eles começam a me chamar de tefi/ tefinha/ té)

–E como ela é?- meu coração mais disparado impossível.

–Bem, ela é incrível, linda, inteligente, querida, educada, um amor, fofa, gentil, uma amiga perfeita. Infelizmente é só uma amiga. - enquanto ele falava isso, juro que tentei controlar, mas comecei a lacrimejar. Mesmo assim, assim, arrisquei a próxima pergunta.

–Alguma chance de você me falar o nome da felizarda?

–De repente, se você me falar o nome do sortudo...

–Então acho que não vai dar...

–Por quê? Não confia em mim?- Depois dessa, eu esqueci a lógica ou qualquer coisa que me impedia a muito tempo de dizer para ele meus sentimentos, resolvi falar de uma vez.

–Não. É porque eu não estou muito a fim de fazer uma declaração de amor pra você...

Ele ficou um minuto quieto, então abriu um sorriso, pegou minhas mãos, secou minhas lágrimas, que eu sequer tinha notado que existiam, e falou olhando fixamente para meu rosto.

–Stéfanie, eu te amo!

Imediatamente sorri. Isso era um sonho, não, era melhor! O garoto que eu amo se declarando pra mim. Meus pensamentos foram cortados por um beijo. Eu ainda não acreditava, estava beijando o Luccas, o meu Luccas.

Sim, você está beijando o Luccas, da pra parar de pensar besteira um minuto e aproveitar esse beijo?

Ah, calabo... Não, pensando bem, você está certa. Valeu consciência!

Depois do beijo, apenas levantei a cabeça, já que ele era mais alto que eu, nos olhamos e eu o abracei.

–Eu te amo- falei ainda abraçada nele.

–Eu também te amo- ele respondeu me apertando mais forte

E então ficamos assim por um tempo, aproveitando esse momento, esse tão desejado momento.

POV.Annabeth

Estava tudo bem, eu conversava normalmente com Percy, até que uma voz interrompeu a música que tocava.

–PESSOAL, ATENÇÃO POR FAVOR! NÃO PODIA DEIXAR DE TOCAR UMA MÚSICA ESPECIAL PARA OS POMBINHOS HOJE NÃO É MESMO? Então vamo que vamo, quem tiver par trate de vir dançar, e quem não tiver trate de arranjar!

Olhei em redor e percebi alguns garotos oferecendo a mão para as meninas, entre eles o Luccas, que oferecia a mão para a Sté.

Virei-me de volta e tomei um susto com uma mão estendida muito perto de meu rosto.

–Senhorita Chase, me dá a honra?

Segurei a mão e respondi

– Claro senhor Jackson, será um prazer!

E assim fomos até a pista de dança, uma música lenta começou a tocar, e todos os casais ali presentes começaram a dançar. Estava hipnotizada pelos olhos verdes de Percy, e só acordei quando ele começou a falar comigo.

–Sabe Annie... Eu gostei muito de você, desde o primeiro dia que vi esses olhos cinzas, simplesmente não consigo mais esquecer eles, desde o primeiro dia que eu vi esse sorriso perfeito não consigo mais abandonar ele, e desde o primeiro dia que eu te vi, bem, eu soube que tinha alguma coisa especial, e agora eu descobri que coisa era essa. Annabeth Chase, estou apaixonado por você. - Nesse momento levantei minha cabeça que estava deitada em seu ombro- Quer ficar comigo?

Nem os deuses sabem a quantidade de pensamentos que invadiram minha cabeça nessa hora. Eu não sabia o que estava sentindo. Felicidade? Emoção? Ansiedade? Medo? Eu realmente não sabia. Apenas sabia que o menino do qual eu me apaixonei queria ficar comigo. Parecia um sonho, estava tudo perfeito.

–Percy eu... eu também estou apaixonada por você, e eu quero ficar... Mas eu- sinto uma lágrima que tinha caído, limpo ela e falo rapidamente- me desculpa...- Então me viro e saio rapidamente do quintal. Queria um lugar quieto para poder chorar em paz, resolvo ir para o quarto de Silena.

Entro no quarto, tranco a porta, me sento em um cantinho no chão e começo a chorar. Depois de dois minutos chorando sem qualquer pensamento, ouço uma voz do outro lado da porta.

–Annie?...Me deixa entrar, por favor...- Era a Sté. Me levanto lentamente e vou abrir a porta.

Assim que abro a porta vejo seu rosto com uma expressão preocupada, involuntariamente começo a chorar ainda mais, ela apenas me abraça e fala.

–Calma Annie... Ta tudo bem, pode chorar... - Ela fecha a porta e vamos para a cama de Silena.

Por algum tempo eu apenas chorava abraçada a ela. Chorava por medo. Chorava por raiva. Chorava de emoção, de alegria. Chorava por tudo.

E então meus pensamentos começaram a se organizar. Percy Jackson queria ficar comigo. Eu queria ficar com ele. Por algum motivo não consegui dizer que queria, não consegui ficar com ele. E agora estou chorando abraçada a minha melhor amiga.

–Hey Annie... Não quer me falar o que aconteceu?

–Ai Sté, se eu soubesse o que aconteceu...

–Vamos fazer assim, me fala o que você sabe, o resto podemos descobrir depois.

–O Percy pediu para ficar comigo, e eu queria ficar com ele, mas eu não sei, não consegui ficar, não conseguia dizer que queria.

–E você tem alguma ideia do porque isso aconteceu?

–Infelizmente... Sim... Sté, você é a única pessoa que sabe... Que sabe que eu nunca fiquei com um guri, promete que nunca vai falar disso pra ninguém, por favor?

–Claro Annie, eu jamais falaria de algo assim para alguém!

–Então, eu não sei, acho que a ideia de ficar com uns dos meninos mais bonitos do colégio, que já deve ter ficado com um monte de meninas, me deixou insegura. Eu quero muito ficar com ele, mas o que ele vai achar me assusta.

–Annie, fica calma, ele não vai se importar com isso se realmente gostar de você, mas você que tem que se sentir pronta para isso.

E assim ficamos mais um tempo conversando sobre isso, depois descemos e a festa já estava acabando.

Pois é, pelo jeito eu teria alguns obstáculos para conseguir o meu “troféu”, também conhecido como Percy Jackson.