Para Sempre. escrita por BiancaViglioni, Lucca Americano


Capítulo 7
Impasse.




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POV.: Violetta

Fui para a escola hoje sem ânimo, assim como na segunda-feira. Hoje é quarta. Têm apenas 3 dias que eu conheço um garoto, pelo qual estou me apaixonando e que quase fui beijada no seu quarto. Senti que as coisas foram rápidas demais para mim, e não queria me envolver com alguém que eu mal conhecia. Mesmo que a minha mente repetisse que eu deveria ignorá-lo e esquecê-lo, meu coração simplesmente não me permitia. Desse modo, fiquei em um impasse horrível. Ignorá-lo ou fingir que nada aconteceu?
- Oi, Violetta querida, flor do dia! - Me abraçou um sorridente Martt.
- Oi, Martt. - disse, sem entusiasmo.
- Ih, mas que praga rogaram em você, minha filha? Tá mais morta que flor de funeral.
- Ah, nada não.- disse, cansada demais para rir da piada dele.
- Pode me contar a-g-o-r-a. - disse, me puxando para um banquinho no refeitório.- Vamos, linda, você tem vinte minutos, tempo suficiente nesse intervalo.
Contei-o sobre o jantar de ontem e como me sentia péssima com o impasse.
- Sabe, Vi, você deve esquecer esse menino. Tudo bem, ele é gatíssimo, um deus grego, no entanto, nem todos os deuses gregos são bons. Olhe só Afrodite, jogou seu pretendente, Hefesto, em um abismo só porque ele era feio. Não quer dizer que você seja feia, claro que não, apenas quis dizer que...
- Tudo bem, Martt, eu já entendi, obrigada. - disse, ajudando-o a se recuperar do embaraço.
Ele sorriu.- Não quero minha princesa, diva, que eu tanto amo, tristinha por aí, se arrastando, tá? Promete?
- Vou tentar, Martt.- respondi.
- Olha, ele está vindo aí. - falou Martt.
- Vamos sair daqui, não quero conversar com ele.
Bateu o sinal. Entrei na sala e ele já estava lá, sentado no canto, com uma cadeira vazia ao lado, onde eu deveria sentar e que logo, logo foi preenchida por uma Angelline muito animada. Dirigi-me para a cadeira vazia ao lado de Jess. Sentei-me e lancei um sorriso para ela, que retribuiu, silenciosa.
-Bom dia, turma.- disse a professora.- Hoje, vou formar o grupo do trabalho de vocês, para evitar panelinhas.
- Aaaaaaaaah...- todo mundo reclamou.
- Sem "aaaaah". O trabalho, se vocês se lembram, é uma apresentação breve sobre um autor(a) dos dias atuais que eu mesma escolherei. Decidi fazer algo diferente, fora do currículo escolar deste ano. Alguns acreditam que devemos divulgar e apresentar a leitura aos adolescentes com clássicos de nossa literatura. No entanto, creio que, como são adolescentes, não irão se interessar pela escrita rebuscada antiga, sendo apropriado lerem livros atuais, já que vocês são atualizados. Entre os autores que escolhi para os grupos estão, J.K Rowling, Stephenie Meyer, Rick Riordan, John Green, entre outros. Tenho certeza que irão gostar.
- Ah, professora, até que enfim né! - falou alguém.
- Obrigada pelo comentário. Lembrando que o trabalho vale 8 pontos e deve conter parte escrita com crítica de algum livro desse autor, feita por vocês. Ou seja, terão de ler. Não aceito sinopse!
- Professora, o trabalho é pra que dia? - perguntou Jess.
- Vou avisá-los em breve. Agora, formarei os grupos, que deverão sentar juntos hoje para começarem a se organizar. Serão seis grupos de cinco alunos. O primeiro grupo, que ficará com John Green, será: Noah, Angelline, Charlotte, Tyson e Violetta.
Ah, que ótimo! - pensei.
- Podem formar o grupo de vocês aqui na frente, por favor. - disse a professora.
Levantei-me sem vontade alguma de me sentar na mesma roda com Noah e Angelline.
- Boa sorte com Angelline.- disse Jess.
- Obrigada, vou precisar de muita paciência.- respondi.
Sentei ao lado de Tyson, que sentava ao lado de Angelline e Noah, e por fim, Charlotte, ao meu outro lado.
- Então, queridos, quem é esse tal de John Green, nunca ouvi falar dele. Se tivéssemos pego Stephenie Meyer, estaria tudo tranquilo. Todo mundo conhece ela.
Noah não prestou atenção em Angelline, pois estava me encarando. Senti seus olhos em mim. Abaixei a cabeça.
- Violetta. - ele disse, baixo, enquanto os outros discutiam quem era John Green.
Levantei a cabeça levemente, corada. - Sim.
Ele ficou me olhando uns instantes, sem parecer entender porque eu estava tão estranha com ele.
- Por que não sentou-se ao meu lado? - perguntou ele.
- Tinha algumas coisas para conversar com Jess. - menti.
- Ah, sim.- disse, pouco convencido.- Está tudo bem?
- Está tudo ótimo, Noah. - respondi, seca.
- Olha, sobre ontem à noite, eu realmente lamento por...- começou.
- Escuta, você não me deve explicações. Não temos o que conversar, foi apenas um grande mal-entendido, sabíamos que não iria acontecer.
Ele abaixou a cabeça, assentindo. Depois disso, Angelline virou-se para mim.
- Então, não vai dar sua opinião?
- Minha opinião sobre o quê? - perguntei.
- Sobre o trabalho. Ou você acha que vamos fazer tudo e você vai ficar aí nos olhando com cara de tacho?
- Eu não estou pedindo pra ninguém fazer nada para mim. Dividam as partes do trabalho e eu tenho certeza que a minha parte vai ficar bem melhor que sua, Angelline. E outra, cara de tacho é a mãe.
- Como ousa falar assim da minha mãe, garota? - disse, aumentando a voz uma oitava.
- Angelline, pára. A professora vai escutar e vamos acabar perdendo ponto por causa disso. - disse Noah.
Tyson e Charlotte me olhavam com a verdadeira cara de tacho, mas assustados. Achavam que eu não tinha coragem de enfrentá-la. Ainda não me conheciam de verdade.
A vontade que eu tinha era de causar um estrago naqueles lindos olhos azuis delineados e com muito rímel, através de um soco muito bem dado. Portanto, me contive, não sou louca como ela.
Angelline olhou para Noah e sorriu.- Está bem, lindinho. Só por você. - disse, passando a mão nos cabelos dele, deixando-os mais bagunçados que de costume.
Revirei os olhos.
O sinal bateu e me levantei rapidamente, doida pra sair dali. Quando me virei para ir sentar ao lado de Jess, Angelline agarrou meu braço.
- Fale comigo daquele jeito outra vez na frente de todo mundo e vai se arrepender.
- Quer dizer que se estivermos sozinhas eu posso falar. - respondi, rude.
- Experimente. E outra coisa, fica longe do Noah. Ele é meu e você nunca terá chances. - disse, largando meu braço agressivamente.
Olhei pra ela com raiva e saí andando. Afundei na cadeira. Mal sabe ela o que aconteceu noite passada.


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