– Mamãe, mamãe acorda! - Rose disse pulando em cima de mim

– Hummm - Foi o que consegui dizer. O sono me consumia.

– Anda mamãe levanta, o papai vai me ensinar a voar!

– QUE? - Aquilo me fez praticamente pular da cama. De mãos dadas fomos descendo as escadas até chegar à cozinha. Rony terminava de tomar o café da manhã.

– Bom dia! - Disse ao levantar da mesa me dando um beijo terno. - Não quis te acordar, parecia estar num sono profundo.

– Que história é essa de ensinar a Rose a voar? Não acha que ela é muito novinha pra isso? Ela pode cair e se machucar.

– Eiii mocinha era pra ser uma surpresa! - Disse fingindo-se ofendido. Rose já conhecia essa mania e começou a rir. - Mas não se preocupe Mione, a Rose está acompanhada do melhor goleiro de Quadribol de todos os tempos! Nada de ruim vai acontecer com ela.

– Deixa mamãe, por favor.

– Tá, mas vou avis... - Fui calada com um beijo

– Também te amo! Vamos Rose - Rony pegou-a no colo e a levou para o jardim. Enquanto ele explicava tudo a ela, eu estava sentada na varanda da casa lendo.

– Olha mamãe, estou voando! - Disse ela agarrada na vassoura que tinha poucos centímetros do chão.

– Tome cuidado Rose. - Rony montou na vassoura dando algumas voltas com ela, sumindo completamente de vista. Depois de um bom tempo em silêncio, Rose vinha correndo com os cabelos soltos e as bochechas vermelhas.

– Mamãe, mamãe, corre rápido, o papai ta te chamando - Disse ela. Larguei o livro e fui em direção onde ele estava pensando que ele havia caído da vassoura. Ele estava flutuando, pouco menos de um metro do chão. Dizia ter algo para me mostrar e eu tola acreditei. Quando cheguei perto o suficiente ele me agarrou me tirando do chão.

– Ronald me põe no chão! - Disse já presa ao pescoço dele

– Não, nós vamos dar uma voltinha!

– Isso não tem graça, me põe no chão agora! Sabe que eu não gosto de vo... - Não consegui terminar a frase devido ao grito que dei quando ele deu impulso.

– Ai meu ouvido Hermione! Rose se comporte e não saia daí. A mamãe e o papai já vem. - Ela estava achando muita graça de tudo, já que não parava de rir.

– Seu idiota, imbecil, insensível, é isso que você é Ronald Weasley!

– Você fica linda com raiva Mione! - Disse não importando-se com os com os tapas que levava no peito e nos braços.

– Ron é sério, me coloca no chão, sabe que não posso ficar muito nervosa e é justamente o que está fazendo agora!

– Tá, tá, tudo bem, mas só se você me der um beijo dizer que me ama e não está mais com raiva!

– Mas eu est...

– Huum resposta errada - Disse dando mais impulso.

– Ok ok, eu...eu te amo e não estou com raiva, agora quer por favor me colocar no chão!

– Faltou meu beijo! - Disse ele. Dei-lhe um beijo casto que por muito pouco não foi aprofundado.

– Pronto, já dei seu beijo e disse que te amo, agora quer fazer o favor de descer! - Assim que ele o fez, andei rapidamente até a entrada da casa parando somente para pegar o livro que estava no chão.

– Papai a mamãe não gostou da brincadeira? Ela vai brigar comigo? - Não pude deixar de ouvi-la. Sua voz parecia estar preocupada

– Não meu amor, ela não vai brigar com você, mas acho que vai brigar comigo. Sabe, a mamãe tem medo de voar.

– Vamos ensinar a ela então, ai ela não vai ter mais medo. - Sua voz agora passara de preocupada para entusiasmada. Mesmo não estando com raiva fui para o quarto deitar novamente. Estava mais preguiçosa que nunca. Pouco tempo depois Rose entrou correndo pelo quarto pulando na cama.

– Mamãe, toma é pra você. - Ela trazia uma flor que pegara do jardim. - Você não tá com raiva do papai né?

– Foi ele que pediu pra você vir aqui perguntar isso?

– Não mamãe, eu vim porque eu quis, eu que pedi ao papai pra voar com você. Não sabia que tinha medo. - Seus olhinhos brilhavam de uma forma que me comoveu, abri os braços chamando-a para um abraço. Ela sorriu de forma divertida e correu para o meu colo.

– Não, eu não to com raiva do papai, mas quero que me prometam que não vão mais fazer isso. Eu fiquei assustada.

– Tá bom, a gente não vai mais fazer isso. - Já estava agarrada em mim, alisando a barriga que crescia demoradamente. - Mamãe me ensina a ler?

– Ler? Mas você é muito novinha ainda...

– Eu sei mamãe, mas eu gosto muito quando você lê pra mim. Eu acho bonito...

– Posso saber o que as minhas meninas estão fazendo aqui se escondendo de mim?

– Não estamos,nos escondendo papai, estamos conversando! Conversando como duas mocinhas, né mamãe?

– É sim minha princesinha!

– E porque não me chamaram pra conversar também? - Perguntou ele se fazendo de ofendido.

– Papai o que um menino vai fazer em uma conversa de meninas? - Ela perguntou sentando-sena cama e colocando os bracinhos na cintura exatamente como eu. Tive que me segurar pra não soltar uma gargalhada ali mesmo. Com menos de dois anos Rose já tinha resposta na ponta da língua para praticamente tudo. E quando nao sabia sobre o que estava sendo falado ela perguntava.

– Mione que poção você anda dando pra essa menina?

– Nenhuma ora!

– Sabia que a mamãe vai me ensinar a ler?

– Sua filha que teve a ideia, nem venha me olhar com essa cara. - Respondi antes mesmo de ele me perguntar que história era aquela. Rony achava que crianças deviam brincar o dia inteiro somente pelo fato de serem crianças.

– Mas Rose você é só uma criança...

– Não papai, eu já sou grande!

– Grande? - Perguntou ele achando muita graça.

– E também alguém tem que ajudar a mamãe a cuidar do Hugo...

– Hugo? - Perguntamos uníssono

– Rose, de onde você tirou esse nome? - Perguntei. - Nem sabemos se vai ser um irmãozinho ou irmãzinha.

– Não sei, eu só sonhei com esse nome. - Dizia ela dando de ombros. Rony me olhou com uma cara de quem já tinha visto aquela cena em algum lugar, mas não disse nada, apenas sorriu.

– Bem, o papo ta muito bom, ta muito animado, mas tenhos que ir pra Toca! A vovó está nos esperando né Rose - Ela correu pela cama pulando no pescoço dele. Enquanto eu preparava tudo Rony dava banho e arrumava ela. Ele estava a cada dia melhor nesse papel de pai. Depois de tudo pronto partimos para A Toca.