– Me desculpe, - Claude se curvou para Louise – Sebastian continua com seus modos. Atrapalhar uma dama? – o homem arrumou os óculos que usava – Sou Claude Faustus, mordomo dos Trancy. Você deve ser Louise Phantomhive, é uma honra conhecê-la. – Claude se ajoelhou, beijando a mão da dama.

– Claude Faustus... – falou Sebastian, o olhando ameaçador – Se tentar alguma coisa... Lembre-se que já o matei e não hesitarei em fazê-lo novamente.

– Me desculpem a demora! – voltou Trancy, logo ele olhou para Claude e depois para Sebastian, que se encaravam com ódio – Algum problema?

– Oh, claro que não senhor. – Claude fez uma reverência ao vê-lo – O senhor deseja algo?

– Hm... – Aaron prensou e então sentou-se do lado de Louise – Eu estou com sede, traga-me alguma coisa para beber.

– Yes, your Highness. – Claude fez outra reverência e desta vez o seu olhar foi para Louise – E a senhorita deseja algo?

Louise pôde ouvir Sebastian bufando e antes que ele pudesse falar qualquer coisa, a mesma respondeu:

– Se eu desejasse algo, com certeza pediria ao meu mordomo. – o mordomo de Aaron então, depois dessa arrogante resposta se retirou. Enquanto Sebastian sorria aliviado, com o penetrante olhar em Louise, Aaron se divertia com algum livro que nem prestou atenção.

...

A viagem de navio até Periguéux não foi muito longa, três horas apenas. Como Sebastian havia dito “Demoraremos no máximo 3 horas de navio até Periguéux.”

Louise admirava a paisagem, atentamente. Periguéux não era muito grande, mas muito atraente. Várias árvores davam uma beleza a mais para o local. Grandes casas, várias pessoas caminhando felizes pelas calçadas da cidade. Eu poderia ter vindo mais vezes aqui... Pensava a dama. Todos haviam acabado de chegar ao sudeste da cidade, enquanto o objetivo de Louise era ir para o coração da cidade, onde estava a Catedral de St-Front.

Até lá eles ainda tinham bastante tempo, ainda estava de tarde.

– Ei Claude, - chamou Aaron – Periguéux é uma cidade de periguetes?

– ... – o mordomo arrumou os seus óculos novamente – Claro que não, senhor. Normalmente o nome dessa cidade causa uma série de trocadilhos infames, nada que seja verdade.

.. Pensou Louise. O homem alto, de cabelos negros, óculos e olhos dourados a intrigava de certa maneira. Sebastian já o conhecia, isso era evidente. Outro fato evidente era que os dois possuíam uma rivalidade. A curiosidade da dama de perguntar era enorme, mas Aaron estando lá não ajudaria muito. Muitas coisas a estavam deixando confusa, mas o que ela mais queria saber era, o que Sebastian queria dizer com “Já o matei e não hesitarei em fazê-lo novamente”?

Depois de tanto andarem, Aaron gastando todo o seu dinheiro, o mesmo pareceu cansar-se. O Trancy sentou-se em um banco próximo, reclamando de fome. Louise, por mais incrível que pareça, não sentia fome. O dia já estava escurecendo, os dois mais jovens já haviam comido a refeição no período da tarde, como a Phantomhive não tinha o costume de comer muito, aquela refeição por si só já era o suficiente.

O mordomo dos Trancy então se manifestou, dizendo que conhecia uma pousada próxima. Então como planejado, os mais velhos pediram os quartos e a refeição que seria servida no quarto.

– Nos vemos amanhã, Aaron. Eu estou cansada, provavelmente não irei mais vê-lo hoje. – despediu-se Louise, entrando em seu quarto.

– Sebastian, prepare o meu banho. – ordenou a dama, já em seu quarto – Mas antes eu queria lhe perguntar algo.

– Yes, my Lady. – Sebastian concordou – O que a senhorita deseja saber?

– Eu percebi que você não vai muito com a cara do mordomo de Aaron, Claude. E aquilo de já tê-lo matado?

– Claude... – Sebastian repetiu o nome do mordomo com desgosto – Ele é um demônio, assim como eu. No passado ele tentou roubar a alma de alguém com que eu havia feito o contrato, e com isso eu o matei. Eu não entendo como ele continua vivo. Mas... – Sebastian segurou o rosto da Louise delicadamente – Por favor, não acredite em uma palavra na qual ele disser.

– O quê é isso? – ela perguntou, era possível ver o medo nos olhos do mordomo – Não acredita o suficiente em mim? – ele sorriu.

– Claro que não é isso, minha Lady. – ele abaixou o olhar – Eu só não quero lhe perder. – logo o mesmo encostou levemente os seus lábios nos da dama, demorando um pouco ali. Depois foi em direção ao banheiro para preparar o banho da menor.

Aproveitando que Sebastian não estava mais no cômodo, Louise tirou da manga de seu vestido um pequeno pedaço de papel, logo lembrando de como havia o conseguido.

Louise estava caminhado, lentamente ao lado de Aaron, até que o mesmo viu uma grande loja de rosas. Como se não fosse de se esperar, o Trancy correu até a loja. A dama pediu para que seu mordomo fosse atrás dele, para que o mesmo não se perdesse. Antes que Louise pudesse pensar em algo, a mesma estava sozinha, agora ao lado de Claude Faustus. O sujeito de óculos a encarava, sem dizer alguma palavra. Até que lhe entregou um pequeno pedaço de papel, com um endereço que era perto dali. A mesma o escondeu em sua manga antes que o seu mordomo voltasse.

– Madame, o seu banho já esta pronto. – Sebastian a avisou, a tirando se seus pensamentos.