Novos Horizontes escrita por lunaletras


Capítulo 8
O Mundo Novo e o Universo Parado


Notas iniciais do capítulo

Sei lá, acho que me embolei um pouco, espero não ter ficado tão ruim. Obrigada, desculpe os erros de sempre. Ah,amo demais os comentários, gente obrigada de coração.



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Fabinho não conseguia mais deixar a bola, aquele simples objeto se enchera de tantos significados que ele parecia completamente hipnotizado por ela. Todas as vezes em que Giane entrava no quarto, ela se deparava com o menino brincando de jogar a bola com as mãos, uma vez que ele ainda estava com a perna machucada.

Giane sentia-se inevitavelmente enternecida, por aquela visão.

As conversas amenas entre os dois começavam a se tornar tão rotineiras quanto a irritação repentina que a menina quase sempre sentia no final delas. Irritação que Fabinho já tinha aprendido a achar linda.

Fabinho, sempre com seu novo presente nas mãos, falou do quanto achava estranho ele ter tido aqueles delírios e começou a divagar sobre o quanto que o subconsciente das pessoas era engraçado.

A menina sorriu automaticamente diante daquelas considerações tão filosófica dele. Sorrisos começavam também a fazer parte da rotina daqueles dois, essa estranha rotina de carinhos e implicâncias.

Sem pensar muito bem no que estava fazendo ela levantou com seu belo sorriso e foi em direção àquele menino.  Ah, aquele menino tão contraditório, tão encantador...

____ Você falando de subconsciente? Você deve estar com febre.___brincou.

Pensando menos ainda no que fazia, ela tocou o rosto dele, instintivamente... carinhosamente... Ele não tinha febre, mas sua pele era macia e quente...

Fabinho, não entendia mesmo o que passava em sua cabeça, nunca tinha estado tão perdido, e mesmo assim nunca tinha se sentido tão feliz, tão encantado por alguém...

Ele sorriu também ao toque e à brincadeira da garota. E usou o mais novo apelido “implicante-carinhoso” que ele tinha encontrado para ela...

___Para...  sua palhacinha... palhacinha!

Giane sorriu com aquela implicância. Ah... essa contraditória rotina de implicâncias e sorrisos... e toques sutis que tocavam tanto.

Giane aproveitou o momento ameno para convidá-lo a se levantar, ele precisava levantar-se, o médico havia recomendado que ele andasse. O menino disse que a perna ainda doía muito, mas Giane insistiu dizendo que ele devia parar de frescura.  Implicâncias e sorrisos...

Ele então falou com um tom mais sério:

___ Você me ajuda?___ ah... aquelas palavras saíram... tão múltiplas de significados...

Giane, então,  estendeu sua mão ao menino...

Ele segurou firmemente na mão dela. A sensação macia e quente daquele contado, era assustadoramente perturbadora...

 Ela ajudou o jovem a erguer-se enquanto ele gemia e  reclamava. A vontade de protegê-lo era enorme. Ela sentia-se também responsável por ele, era dela a função de conduzi-lo para aqueles primeiros passos depois de tudo que ele tinha passado. Depois, que as consequências de seus atos, tinham acabado por conduzir o prepotente menino ao fundo do poço.

Ela começava realmente a acreditar que ele estava se tornando uma pessoa diferente, ou talvez quem sabe, encontrando a pessoa melhor que ele sempre fora. Giane olhava para ele feliz e carinhosamente. Enquanto sentia-se perturbada pelo calor inebriante do corpo do menino apoiando no seu.

Fabinho estava sentindo dor, e sentindo uma alegria inexplicável ao mesmo tempo.Tudo era paradoxal quando ele estava próximo àquela menina. E, nesse instante, ele estava muito próximo àquela menina. O cheiro dela era maravilhoso, a cada dia em que ficava mais próximo dela, o aroma daquela pela clara, tão delicada, se tornava quase um vício para seu olfato.

Apoiou-se na garota, esforçando para andar, sentia dor, mas sentia também essa estranha felicidade... era bom ter o apoio dela. Ele não queria admitir, mas precisava desesperadamente do apoio dela... Precisava encontrar um rumo mais calmo para sua vida, precisava deixar de buscar tantos problemas. Porém, sem ela, sem aquela maluquinha, ele não ia conseguir, era um absurdo admitir isso, mas ele precisava que ela acreditasse nele.

Enquanto esses pensamentos absurdamente perturbadores se misturavam a outros milhões de sentimentos novos, os jovens sorriam um para outro. E entre gemidos, ele consegui apoiar a perna machucada no chão.

Ambos não conseguiram conter a felicidade por isso. Por um momento Giane soltou as mãos do menino, deixando que ele ficasse em pé sem ajuda. Ela olhou para ele, daquele jeito profundo, que ele estava começando a aprender a adorar. Ela olhou para ele, e sentiu o mundo inteiro dentro daquele olhar.

Estavam felizes, felizes por ele estar de pé e inexplicavelmente felizes por estarem ali... juntos. Giane tocou novamente em Fabinho, fazendo brincadeiras, comemorando sinceramente sua melhora.

Ele segurou-se mais uma vez nos abraços da menina. Eles estavam próximos demais, e era inebriante o poder dessa simples proximidade.

Foi, nesse momento, que o universo parou de girar pela primeira vez no mundo daqueles dois. Eles se olharam ainda mais profundamente que das últimas vezes, parecia impossível que duas pessoas pudessem se olhar assim.

Todos os pensamentos contraditórios sumiram no instante daquele olhar. Uma pausa nos giros alucinantes que suas cabeças  davam naqueles últimos  dias. Segundos que pareceram eternos,  eternos de encantamentos, eternos de sentimentos... Segundos inexplicáveis como a vida, inexplicáveis como a proximidade daqueles dois. Inexplicável proximidade, estavam próximos demais e se olhavam encantados.

Foi a primeira vez que se olharam buscando no rosto um do outro cada detalhe belo, cada ponto encantador.  Ela o achou o garoto mais belo... ele a sentiu a menina mais linda... Como era magnética, impossível de evitar aquela forma de olharem-se...

O universo, porém, não podia ficar ali parado para sempre, e voltou a girar em um turbilhão para aqueles dois. Eles afastaram o olhar, afrouxaram o  toque, soltaram-se...

 Porém, algo tinha mudado, o mundo novo, os novos horizontes recém descobertos estavam cada vez maiores.  O universo girava, confuso, imenso e assustador, mas algo no mundo estranho e contrário de Fabinho e Giane estava selado.

Ela se viu assustada, desesperada, mas não estava irritada, não naquele momento. No entanto, esse novo planeta inexplicável de sentimentos, fez que ela saísse em um rompante, deixando o menino  sozinho no quarto.  

Preocupado, embaralhado nesse mundo desconhecido... Fabinho estava novamente, inesperadamente...  encantado.  Por algum tempo, ele se deixou ficar assim, apenas sentindo. Olhava  sorrindo para sua bola, pensava confuso em  SUA palhacinha.


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