Novos Horizontes escrita por lunaletras


Capítulo 12
A Lua


Notas iniciais do capítulo

Bem gente, mil anos depois, não sei se ainda tem alguém para ler a história. Andei enrolada demais com trabalho e envolvida demais com a novela, amando Fabine, me irritando com o pouco tempo das cenas deles e me irritando com a redenção da Amora. Bem, enfim, acho que agora vou conseguir continuar a história pq estou morrendo de saudades deles e escrever é uma forma de revivê-los. Não sei até que parte vou levar o texto, se vou parar na primeira noite de amor, se vou fazer o casamento que eu tanto queria ver e que não rolou na história. Não sei, não sei se vou ter inspiração pra isso. No mais, se ainda tiver alguém para ler o texto, desculpe os erros de digitação, que devem ser vários, pois escrevi meio a toque de caixa o capítulo e comente pra eu saber se tem alguém lendo e desculpe, desculpe mesmo o tempo sem postar...



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O mundo de Fabinho e Giane seguia girando e parando sempre em torno um do outro. Tudo era proximidade naquela relação, até seus pais estavam cada vez mais próximos. E a amizade entre os dois jovens crescia a cada dia.

A confusão de sentimentos também estava instaurada oficialmente na cabeça e no coração deles. Um turbilhão de sentimentos era a rotina.

Foi nesse doce e estranho clima de uma amizade que começava a tomar nuances de inesperadas cores, que aqueles dois jantaram na casa de Fabinho aquela noite.

Margot havia preparado um delicioso jantar e uma deliciosa sobremesa. Ela e Silvério, pai de Giane, estavam próximos, muito próximos. Os dois estavam descobrindo que tinham muito comum e que era possível redescobrir o amor na maturidade.

Giane e Fabinho jantaram saboreando e deliciosa comida e as suas deliciosas implicâncias. Se xingaram da forma mais doce como era possível somente entre eles. Sorriram e brincaram, eram amigos implicantes, tinham descoberto que adoravam irremediavelmente a companhia um do outro. E cada vez mais, esse mundo particular se tornava um mundo novo, repleto de novos horizontes só dos dois.

Após o agradável jantar, Fabinho decidiu sair um pouco para andar, pensar... ainda tinha um universo inteiro de coisas para botar me ordem. Estava se sentindo muito diferente. Diferente de um jeito que não conseguia entender. Ainda era o mesmo cara, sim, ainda sentia um certa revolta com o mundo, ainda queria conquistar o mundo, ter sucesso, ter dinheiro. Porém algo estava mudado de forma irreversível. Não sabia exatamente o quê, mais sabia que tudo era, de certa forma, mais calmo agora, mais doce. E sabia, inexplicável e inesperadamente que toda a parte dessa doçura tinha um nome: Giane... Aquela linda e grosseira garota era a responsável por essa onda de doçura em seu coração.

A noite estava muito bonita, a lua brilhava intensamente no céu. O menino avistou um banco de praça e decidiu sentar-se, não no banco, mas no chão. Era impressionante como coisas simples pareciam tão atraentes para ele, sentar-se no chão e contemplar a noite, não se lembrava de ter feito isso antes. De ter sentido vontade de fazer isso antes. Mas, agora, o mundo lhe parecia totalmente renovado, sentia essa vontade simples, vontade de contemplar a simplicidade das coisas. Então, sentou-se no chão e decidiu encostar a cabeça no banco e olhar para lua.

Ao olhar para o céu ele teve uma visão que lhe pareceu, naquele momento, muito mais bela do que o próprio céu, do que a própria lua... Giane. Foi o rosto da menina que o Fabinho encontrou ao encostar a cabeça no banco e olhar para cima.

Giane também estava com seus pensamentos muito embaralhados, muito mesmo. E também tinha coincidentemente resolvido andar um pouco pelas ruas da Casa Verde naquela noite linda. Ela avistou o menino sentando-se no chão e achou aquilo tão inusitado que não pode se controlar em ir na direção dele. Mesmo sabendo que ele era o grande responsável por toda aquela confusão que passava por sua cabeça. Mesmo sabendo que ela não conseguia tirar da cabeça o medo terrível que sentia na presença dele. E a sensação desesperada que sentiu mais cedo quando seus corpos ficaram tão perigosamente próximos naquela tarde durante o convite para o jantar. Mesmo sabendo que Fabinho era o último homem de quem ela deveria se aproximar desse jeito, uma força magnética assustadora fazia com que ela sempre corresse para perto dele assim que o avistasse. E não foi diferente naquele momento, ver Fabinho tão desprovido de sua natural empáfia, ver o menino tomando uma atitude tão simples, quase vulnerável a surpreendeu, como aliás era normal acontecer atualmente, ela se surpreender com aquele menino. Ela se surpreendeu e foi atraída por esse magnetismo inexplicável para perto dele.

Os olhares dos jovens se cruzaram. Aqueles rostos lindo e jovens estavam próximos novamente. Eles se olharam e foi como se o mundo de cada um deles coubesse exatamente no olhar um do outro. Eles sorriram de forma espontânea, instintiva, amena e olharam-se sentindo a já rotineira sensação de que o resto do universo parava...

A menina porém, não queria prolongar demais aquele clima, ainda estava embaralhada demais pelas sensações daquela tarde. E então resolveu dizer logo alguma coisa sobre o fato dele estar ali contemplando a noite.

____ Hum, quem olha assim pro céu é porque está pensando em alguém. ___ essas foram as estranhas palavras que ela escolheu para dizer naquele momento.

____ Não estou pensando em nada, eu só estou olhando. ___ ele sorriu e achou intrigante aquele comentário dela.

____ Ah, vai dizer que você nunca se apaixonou___ ela disse sorrindo e sentou-se ao lado dele.

Giane não sabia exatamente porque tinha justamente escolhido esse assunto para conversar com ele. Ela espantou-se com a naturalidade que as palavras escorregavam de sua boca. Porém, não se sentia perturbada, o clima estava ameno entre eles. Talvez pela noite, pela linda lua.

Ele, por sua vez, disse que nunca tinha se apaixonado, frisando bem a palavra nunca. Nunca...

___ Quer dizer, uma vez eu achei que estava apaixonado, mas era cisma. ___ falou por fim.

Giane pode deduzir de quem Fabinho estava falando e sentiu um aperto estranho no estômago. Por fora continuou sorrindo, queria manter aquele clima doce e amistoso.

___ Me diz que não é quem eu estou pensando?___ ela disse___ Não sei o quê que alguém vê naquela Amora!

Fabinho se divertiu com o jeito que ela falou. Amora, hoje ele sentia um estremo desprezo por ela. Mas, para não perder o costume, resolveu implicar com a sua doce maloqueirinha. No entanto, resolveu usar muitos dos seus belíssimos sorriso nessa implicância, não queria que ela se irritasse demais. Não sabia... ou sabia, o porquê, não queria estragar aquele momento tão singelo entre eles.

____A Amora é muito inteligente, a Amora é muito bonita,tudo que você não é, né!___ falou sorrindo num tom de brincadeira.

Os dois riram, riram juntos daquelas palavras. Tinham todas as diferenças do mundo, mas também tinham milhões de coisas em comum. O gosto pela ironia e o desprezo pela Amora eram algumas dessas coisas.

___ Como que você é ridículo! Vai te catar garoto!____ ela falou rindo e eles riram mais.

Fabinho não poderia descrever em palavras o quanto estava se sentindo bem ali. O quanto se sentia feliz assim tão próximo de Giane. Amigos, unidos, ele começava a sentir algo tão perto de paz. Paz, uma coisa que ele nunca teve. Ele olhou para cima e resolveu compartilhar com aquela menina querida um pouco do que estava sentindo.

___ Cara, eu acho que eu nunca parei para olhar pro céu, sabia?___ ele disse.

Ela sorriu um de seus belos sorrisos e também olhou para cima.

___ Ui, ui, como estamos sensíveis.___ ela disse rindo e olhou a linda lua sobre eles.

A noite estava inacreditavelmente linda. Giane viu a lua enorme em cima de si e palavras improváveis acabaram escapulindo de seus lábios.

____ Aproveita e faz um pedido pra lua: Um amor pra amolecer esse seu coração de pedra.____ ela disse olhando fixamente para cima, não tinha coragem de encará-lo. Não sabia porque raios entre tantas palavras no mundo tinha escolhido isso pra dizer.

Fabinho olhou pra menina ao seu lado e sorriu, achou alucinadamente tentadora aquela proposta.

___ Eu pedindo amor é? Pode ser... ___ sua voz saiu serena e doce.

Ele riu mais uma vez, e olhou novamente para ela. Depois olhou novamente para o céu. Os dois ficaram assim por um longo tempo perdidos em seus pensamentos.

Giane estava com seus olhos fixos no céu. Era realmente inspiradora a paisagem sobre eles. Ela não queria demonstrar o quanto estava perturbada com tudo que acabara sem querer falando. Tinha feito a Fabinho um convite para se apaixonar... Logo ela, que entendia tão pouco do assunto. Que tinha vivido a vida inteira apaixonada platonicamente por Bento e depois tinha vivido aquele namoro apenas morno com Caio. Estava ali, olhando a lua e propondo que Fabinho buscasse um amor. Se perguntava no que o lindo menino ao seu lado pensava. Como ele era lindo... ela já tinha desistido de evitar esse pensamento. Ele tinha o sorriso mais perfeito da face da Terra, e quando não estava sendo um idiota completo, era doce e encantador...

Um amor... ele sorriu, então a doce maloquieirnha estava sugerindo que ele precisava de um amor. Um amor... isso sempre foi algo tão distante de sua realidade. Contudo, agora, a realidade que ele conhecia já não fazia o menor sentido. O mundo tinha mudado radicalmente, virado literalmente de pernas pro ar. Porém parecia tão melhor... ele estava sem dinheiro algum, morando na Casa Verde, quem diria, e mesmo assim tudo parecia absurdamente melhor. Melhor até do que quando ele julgava ser o filho de Plínio Campana. “Um amor para amolecer esse seu coração de pedra.” Hum... Ela falava isso como se ela fosse uma pessoa muito meiguinha, né. Hum, coração, há pouco tempo atrás ele nem sabia se ele tinha mesmo um coração. Hum, Giane, por que será que ela tinha resolvido falar sobre amor? Giane...

Fabinho se lembrou daquela tarde, lembrou do calor do corpo da menina. Pensou em quanto a achava linda, mais linda do qualquer mulher do estilo da Amora. Linda, mesmo quando estava toda desarrumada cuidando das benditas florezinhas do Bento. Linda, mesmo quando estava sendo grossa como uma porta. Linda, quando olhava pra ele com aquela carinha meio de medo que ele estava tentando entender. Linda, quando se irritava, linda... Mais linda do que aquela lua, do que toda aquela noite. Giane...

E se ele se arriscasse a fazer um pedido pra lua? E se ele pedisse esse amor? Será que saberia lidar com isso? Será que saberia amar essa maluquinha linda? E ela, no que ela pensava? O que ela sentia diante de toda aquela proximidade deles? Há... e essa noite, por que tem que estar tão bela? E Giane, por que ela tinha que entrar nesse papo de amor? Por que ela tinha que ser tão linda? Giane...

A noite ao redor de Fabinho, a presença da menina ao seu lado __ tão próxima que ele podia sentir a sua respiração, adivinhar como estava a temperatura de seu corpo e lembrar da textura de seda de sua pele, da delicadeza de seu rosto...

A noite, aquela presença ao seu lado e aquelas palavras inspiraram Fabinho a fazer os mais poéticos pedidos do mais improvável amor àquela lua inebriante...


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