Filha Da Tempestade escrita por LightB


Capítulo 1
Professor de um olho só


Notas iniciais do capítulo

oi galera esse é o primeiro capitulo e espero de verdade que gostem, comentem o que acharam e eu aceito criticas, desde que sejam para a melhoria da historia...



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Cheguei da escola como sempre, irritada e com vontade de me jogar na cama e dormir o resto do dia e a noite toda. Mas é claro que isso não aconteceu, minha mãe estava na sala, com aquela cara que sempre fazia quando meu boletim chegava.

Um arrepio percorreu meu corpo, ele nunca entendia o que era ter de me adaptar a uma escola nova, em um país novo, lidando ,além disso, com o fato de que eu tenho TDAH (transtorno de déficit de atenção e hiperatividade) e dislexia.

Eu não sou uma completa idiota, sou ótima em história e me dou bem em matemática, isso quando não tenho um surto de dislexia e não consigo entender absolutamente nada do que está escrito, ou eu mesma escrevi.

-Lara- Anna, minha mãe, falou com um olha reprovador e pronta para um sermão e julgamento- eu achei que o fato de termos nos mudado recentemente fosse difícil para você, mas não impossível, suas notas estão, se é que possa ser possível, ainda piores.

-Desculpe não ser a filha perfeita- falei seca e sarcástica pegando minha bolsa novamente e indo em direção a porta, eu não podia ficar ali ou iria brigar com ela- desculpe eu ter dislexia e TDAH, por que eu escolhi ser assim.

Com isso bati a porta forte fui para o único lugar que eu conseguia respirar tranquilamente, o único lugar que eu conseguia ficar calma e relaxar de verdade, a praia. Sim eu morava na praia, Miami na verdade.

Sentei na areia mesmo, sem me preocupar em me sujar, eu fazia isso quase todos os dias desde que me mudei para cá, a pouco mais de seis meses. Antes vivia no Brasil, não sei o que aconteceu com meu pai, minha mãe jamais falou dele, para ninguém. O que todos sabem é que ela estava saindo com um cara e de repente ele sumiu e ela estava grávida.

Cresci em São Paulo, mas por algum motivo minha mãe insistia que eu devia aprender afalar inglês, o que era missão impossível por causa da dislexia, mas até que aprendi bem e ajudou muito nesses seis meses.

Nos mudamos sem, aparentemente, motivo nenhum, mas acho que minha mãe esconde alguma coisa, ninguém muda de país por nada, a menos que seja extremamente rico e não tenha nada para fazer.

Estava olhando o oceano, as ondas iam e vinham, calmamente, em um ritmo constante e tranquilizador. Meus olhos eram de um castanho escuro quase negro, mas por algum motivo muito sensível a luz do sol, normalmente isso acontece quando se tem olhos claros, mas eu fui meio do contra nesse sentido.

E mais uma coisa, meu cabelo é da mesma cor dos meus olhos, mas cada dia está de uma cor, juro que é verdade, tem dia que parece preto como a noite, outros dias castanho escuro, e quando fico muito no sol com um tom meio avermelhado. Vai entender.

Falando em sol, ele estava brilhando no céu azul claro, com poucas nuvens, pode parecer estranho mas eu prefiro dias nublados, não com chuva, apenas um pouco frio, sem sol.

Perdi completamente a noção do tempo, quando me toquei o sol estava se preparando para se pôr, e eu pronta para ir, quando avistei um homem, alto, forte, cabelos negros e bagunçados, olhos verde, da exata cor do mar. Ele olhou para mim sorriu e desapareceu com uma nevoa, que foi para o lado contrário do vento, para dentro da água.

Juro que não sou drogada, nem estava bêbada, mas provavelmente eu devia ter ficado tempo demais no sol, tanto que estava até tendo alucinações. Esfreguei os olhos e olhei mais uma vez para a agua, antes de me levantar e ir embora.

Eu sentia algo estranho, uma sensação de que alguma coisa ia acontecer, uma coisa importante, ao mesmo tempo boa e ruim. Minha mãe não estava quando eu cheguei, ela nem se preocupou em deixar comida para mim, e eu estava faminta, mas quando se cresce assim, se aprende algumas coisas valiosas.

Peguei algumas coisas pela casa e fiz uma torta, demorou mais do que eu imaginava, mas a espera valeu a pena, eu era uma boa cozinheira, ou eu estava realmente com muita fome, vai saber. Limpei a bagunça que eu tinha feito, quando cozinho parece que um furação passou pela cozinha.

Não estava muito tarde, mas eu não ligava muito para horários, me joguei na minha cama, peguei meu notebook e fiquei vagando pela internet sem ter muito o que fazer.Acabei adormecendo, e vou dizer, quando eu durmo, tenho cada sonho, um mais impossível que o outro, mas esse sonho foi diferente, foi muito mais real que os outros, mais estranho.

Estava na praia de novo, o céu e o mar estavam de um azul tão escuro que pareciam um só, a única coisa que me impedia de pensar nisso eram os raios, uma tempestade terrível, lançava ondas enormes sobre a praia. Estava prestes a sair dali antes que a tempestade realmente começasse, não queria ser pega por ela, ou ficaria completamente encharcada, tirando o vento, estava tão forte que achei que sairia voando.

Mas antes que eu pudesse eu vi ele de novo, o mesmo homem que eu achei ter visto na praia. Mas agora ele saia de dentro da água, e vinha em minha direção, usando algum tipo de armadura, eu acho, como um daqueles deuses gregos que eu tentava ler nas histórias de mitologia.

Ele sorria para mim, e eu via alguma coisa de familiar nele, era estranho, mas eu juro que o conhecia de algum lugar. O homem parou a alguns metros, me concentrei tanto em lembrar de onde conhecia ele que nem percebi que a tempestade havia acabado e o vento também. O silêncio reinava na praia e era um pouco estranho estarmos ali parados, sozinhos, principalmente por que eu sabia que estava sonhando.

-Filha- o homem falou, e isso me assustou, ele me chamou de filha, não como um jeito de me chamar já que não sabia meu nome, mas sim como um pai chamando sua filha- como é bom finalmente poder falar com você, esperei 15 anos por esse momento.

-Quem é você? – meus olhos estavam cheios de lagrimas, não sei por que, mas eu simplesmente estava morrendo de raiva dele, dizendo que eu era sua filha e que havia esperado 15 anos para falar comigo- o que quer comigo?

-Por favor, não fique com raiva- ele tentou se aproximar mas a ventania e a tempestade voltaram, só que agora muito mais forte, assim com minha raiva, muito mais forte- eu sei que você se magoou por eu nunca ter aparecido sei que é difícil de entender, mas me deixe explicar.

-Não, eu não quero ouvir você falar, por que eu sei que logo esse sonho vai desaparecer e vai ser como antes, eu vou estra sozinha de novo, com uma mãe que parece me odiar e um pai que nunca se preocupou em aparecer, nem ao menos se importa em ligar para mim.

-Lara, por favor entenda que eu sempre quis encontrar com você, sempre olhei por você, por que acha que nada nunca te atacou, você tem minha benção, eu te protejo sempre protegerei, mesmo que você me odeie, quando entender o porquê, talvez mude de opinião.

Acordei sufocada, estava na minha cama, na minha casa e o despertador do celular tocava do um lado, eu tinha de ir pra escola, e isso era verdadeiramente uma merda.

Me levantei hás pressas e me vesti, nem parei para comer alguma coisa, corri para a escola, eu ainda não tinha carteira de motorista, esse era o problema de ainda não ter dezesseis anos. Mindy estava na porta me esperando, como sempre, ela tinha algum tipo de problema nas pernas e andava de um jeito muito estranho, era uma das excluídas, assim como a novata brasileira e os nerds.

-Que cara é essa Lara? – Min perguntou enquanto andávamos pelos corredores abarrotados de adolescentes.

-Cara de quem teve mais sonhos- falei cheia de raiva do homem do sonho, o que dizia ser meu pai- mas não quero falar.

As aulas foram completamente chatas, a única que eu tentei prestar atenção foi na de história, o professor Kent estava falando sobre mitologia grega. Os doze Deuses olimpianos e quando ele ia perguntar quem eram os três mais importantes o sinal tocou e a aula havia acabado.Finalmente mais um dia de aula havia acabado, arrumei minhas coisas e fui com a Mindy.

Estava prestes a sair quando ele me chamou, esperou todos saírem e depois veio falar comigo.

-Filha da Tempestade- o professor falou, seus olhos brilhavam assustadoramente, um amarelo opaco, e então ele começou a crescer e de repente havia um tipo de monstro de um olho só, grande demais para ser um professor normal.

Na lousa havia nomes dos monstros mitológicos e suas imagens, foi ai que eu vi a imagem do ciclope, e quando olhei para o professor, eles eram exatamente iguais.


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