Amigos escrita por gabrielpmj, Mr M


Capítulo 2
O começo de um final ilusório


Notas iniciais do capítulo

capítulo meio gay...



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Marcus

Acho que naquele dia a melhor coisa que fiz foi andar de ônibus de casa para a escola, sério, primeiro que nos últimos lugares,nós praticamente pulamos dos acentos quando passamos por uma lombada, e também que de lá posso botar a cabeça para fora da janela feito um cão e assobiar para as garotas que encontro pelo caminho, a também tem o Gabriel, gritando cantadas para elas, aquelas cantadas bem ridículas que só ele consegue inventar como “gata, você não é vaga-lume, mas sua bunda iluminou minha vida” ou “ gata, vamos brincar de nuvem, eu fico nu e você vem”, o que me faz dar algumas gargalhadas durante a viagem de mais ou menos meia hora. Quando finalmente chegamos, pude perceber várias coisas, o motorista, mais uma vez, olhando para a bunda das garotas, mas pelo menos ele tem bom gosto, realmente aquelas garotas são muito “boas”, mas enfim, a primeira coisa que pude ver foi a “cascavel” uma inspetora de alunos que faz de tudo para ferrar todo mundo, ele é mais uma daquelas velhas mal comidas que são revoltadas com a vida e por isso descontam sua frustração nos alunos, ha também outras “figuras “ naquela escola, como os professores, primeiramente, não posso me esquecer da professora de inglês Karina, aquilo é que é mulher, morena, olhos verdes, corpo escultural com seios fartos e uma bunda que faria a crise do oriente médio acabar, mas infelizmente não consigo prestar atenção nas aulas dela, ele sempre vem com aquela saia curta e aquele decote, sim, decote, quer dizer, não presto atenção nas aulas dela e sempre tiro notas baixas, também tem uns professores bem malucos, como o de química, Alberto, que já explodiu várias coisas na escola, Cléber, de educação física, que tem um corpo de deus grego mas fede a mijo de macaco com esperma de cavalo, ou algo do tipo, entre outros professores esquisitos que lá existem, mas entre todos os funcionários, o mais legal e divertido é o Frank, o zelador, ele é o cara, sempre nos dando conselhos e roubando os bolinhos de chocolate da cantina. Minha escola não é lá essas coisas, mas é grande, com um imenso pátio, dele saem três corredores e uma pequena escada levando à quadra de vólei, de basquete e um campinho de futebol. Nesses corredores se encontram as salas, todas numeradas, no primeiro corredor, perto do portão de entrada e saída, as salas vão do número 1 ao 5, no segundo corredor salas com números do 6 ao 10, e no terceiro corredor, próximo a pequena escada e da cantina, estão as salas dos funcionários e os laboratórios de química, física e a sala do zelador. Minha sala é a de número 1, do Gabriel a 2, e do APU e do Daniel a sala 7. O sinal do intervalo tinha acabado de soar, e quando saí da sala de aula vi Gabriel sentado em frente a sala 2, percebi que ele estava meio cabisbaixo então sentei ao seu lado e falei:

- Ei cara, como está? Parece chateado.

- Bem estava pensando...esquece é bobagem – disse Gabriel

- Vai logo porra, para de viadagem e fala o que aconteceu! - falei calmo

- Bem é que, a gente se conhece desde o jardim de infância, passamos todos esses anos praticamente juntos,e justo no nosso último ano, todos vocês vão se mudar, vamos passar o terceiro e último ano longe um do outro - ele disse com um tom meio que triste

- Não sei o que dizer, minha avó já está cansada dessa cidade, e ela disse que para onde a gente vai tem TV a cabo, então acho que ela vai gostar bem mais – contei a ele

- E o Daniel e o APU – ele continuou – eles vão se mudar também, cara o que vai ser de mim, sou gordo, feio, não tenho amigos, sou um bostão

- Só há um lugar onde essas respostas estão – eu lhe disse com um sorriso no rosto

 - Frank! - dissemos ao mesmo tempo

Depois disso ficamos zoando umas meninas que começaram a brigar no intervalo, pelo que me parece estavam brigando por um garoto, que depois de um tempo esse garoto, por quem elas estavam brigando, foi lá separar a briga e contar que já tinha uma namorada, elas se irritaram e começaram a bater nele, foi preciso umas quatro pessoas para faze-las parar...foi tenso, mas enfim, depois de aquele dia interminável acabar, encontrei meus amigos no pátio da escola e fomos até o terceiro corredor, onde fica a sala do zelador, dei umas batidinhas na porta mas Frank lá de dentro só falou “vá embora não tem ninguém aqui”, e então abri a porta com tudo. Não devia ter feito aquilo, pois o encontrei de cueca deitado em uma rede, pendurada em ganchos de uma parede a outra, com uma revista escrito “Playboy” na capa, logo desviei meu olhar a falei:

 - Mas que droga Frank, o que pensa que está fazendo?

 - O que você acha – começou a dizer – ,estou deitado na rede vendo mulheres nuas, mas esquece, o que vocês querem?

Foi meio difícil me concentrar na pergunta que ele tinha feito, pois além dele estar de cueca, aquela sala era a coisa mais incrível do mundo, havia vassouras e esfregões espalhados por toda a parte, baldes cheios de água e sabão estavam em um canto da sala junto a várias luvas de borracha o botas, na porta tinha alguns lembretes do que ele deveria fazer como “não esquecer de limpar o vômito no banheiro” ou “visitar Sheyla depois do expediente”, seja lá que for Sheyla. Ele vestiu as calças, e voltou a se deitar na rede, depois disso eu o olhei e disse:

 - Bem Frank, precisamos de sua sabedoria.

 - Ah, vocês querem um conselho, digam logo, pensei que tivesse acontecido algo de ruim – disse Frank

Contei tudo o que estava acontecendo, e meus amigos complementavam o assunto quando eu esquecia algum detalhe menos importante. Depois de contar tudo, ele respirou fundo, e saiu de sua rede, se dirigindo até um pequeno armário, cheio de gavetas e roupas de zelador, quando voltou ele nos entregou quatro bótons amarelos, escrito “amigos” no centro em preto, ele nos olhou e prosseguiu falando:

- Garotos, eu já fui adolescente como vocês, e também tive amigos inseparáveis igual a vocês, usávamos esses bótons em nossas mochilas para lembrar de que somos realmente verdadeiros amigos, mas infelizmente nós brigamos e nos separamos...eu nunca mais os vi, e não há um dia que eu não me arrependa de ter brigado com eles, e o pior de tudo é que eu não lembro porque briguei,então me façam um favor e esse vai ser o único que vou lhes pedir, vocês são verdadeiros amigos e eu quero que nunca deixem de ser – ele terminou, com os olhos molhados em lágrimas, se segurando para não chorar

Nos entreolhamos e em seguida o abraçamos, depois disso o agradecemos e e fomos embora, a má notícia é que perdemos o ônibus da escola, então tivemos que pegar um outro que nos levasse para casa, mas só sei que, depois daquele dia, nunca mais nos desgrudamos daqueles bótons.


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