Damon levantou aquele dia, lembrando-se de quando chegou ali. Seus medos, suas duvidas, e seu desejo de ter uma família novamente. Tudo isso parecia estar bem distante. Ele sorriu ao pensar que as coisas fossem ficar bem. Tocou em seu pescoço e sentiu a suavidade da pele de sua mão. Hesitou e depois respirou novamente. Seus pulmões encheram de ar, e pela primeira vez, depois que voltou mara Mystic Falls, ele aceitou, que aqui seria novamente seu lar, uma parte de si próprio estava aqui, sua vida.

Dali de cima, ele pode ouvir o eco de uma porta de carro sendo fechada na entrada de carros da casa dos Gilbert. Seus pensamentos pararam e ele segurou a respiração. Não via Elena desde a noite da festa de Giusepp, a uma semana atrás. As palavras dela 'você chegou tarde demais', ecoavam em sua mente e uma imagem de Elena com Matt ficava voltando a sua memória. Mas ela tinha tomado sua decisão e não havia nada que ele pudesse fazer. Ele respirou fundo. Essa seria sua vida agora. Com suas falhas, dramas e dor. Ele estava em casa novamente.

Stefan chegou correndo, e cochichou.

– Shhh... - Ele disse, sentando Damon na cama. Então ele tirou um folheto de trás das costas. - Está pronto Damon? - Ele perguntou, colocando o folheto nas mãos dele.

Damon começou a ler, e voltou a olhar para stefan com ar de quem não estava atendendo.

– Tijuana, Damon. É uma tradição, um rito de passagem. Partimos meninos e voltamos homens. O que acontece no México, fica no México.

– Isso não é usado em Las Vegas? - Damon se perguntou. Mas logo voltou ao assunto. - Espera, o que você acha que vai acontecer no México? – Damon perguntou, lembrando de tudo o que já deu errado.

– Não sei, por que fica lá. Por isso devemos ir.

Mas Damon estava um pouco exitante. Entregou panfleto para Stefan.

– Não sei se é uma boa ideia mentir para os seus pais.

– Tudo bem, respeito isso. Eu minto para eles. - Stefan disse.

Ele já tinha um plano que era à prova de mentiras. Um álibi. Tinha a convenção de quadrinhos em San Diego que ele ia todos os anos, e que também aconteceria esse final de semana. Seus país não suspeitariam nunca, ele iria para Tijuana em vez de ir na convenção.

Ele olhou para Damon.

– Por favor.

Mas Damon não disse nada. Ele já tinha perdido Elena, e não estava preparado para perder a confiança de seus tios. Não queria arranjar novas encrencas.

Stefan sentiu hesitação de Damon.

– Cara, Tijuana é uma cidade grande. Você nem vai ver a Elena.

– Não me importo em ver a Elena – Damon parou por um momento, tentando disfarçar seus sentimentos. - Ou não ver.

Mas ele se importava. Sabia que ela tinha tomado sua decisão, mas ainda assim, havia uma parte dele que acreditava haver uma chance, que acreditava que eles tinham uma ligação. Mas ele não queria piorar a vida dela ainda mais. Sabia que se a encontrasse, as coisas iriam piorar.

Mas Stefan foi persuasivo. Além disso, não poderia deixa-lo fazer a viagem sozinho. Finalmente Damon concordou.

Stefan animado, entregou-lhe um caderninho.

– O que é isso? - perguntou Damon.

– É um roteiro para nossa viagem. - Stefan respondeu decidido.

Damon folheou as páginas.

– Stefan, aqui tem doze páginas. Só vamos ficar 24 horas.

– Se quiser superar essa história com a Elena, vocês precisa manter a cabeça ocupada.

Damon devolveu o roteiro. “Então é disso que estamos falando?” Ele não queria piedade de ninguém e também não queria sentir o que sentia por ela. Só queria esquecer tudo isso.

– Não preciso esquecer a Elena. Eu já esqueci a Elena.

Stefan sentou-se na beirada da cama dele.

– Damon. Sou eu, amigo. Olha, eu sei que você está machucado e precisa aliviar a alma. Eu estou aqui para te ajudar... - Stefan disse, tentando reconforta-lo.

Damon fez uma pausa, então respondeu.

– Minha alma está bem... Elena e eu... - A imagem dela voltou em sua mente. 'Você chegou tarde demais.' Não dava para voltar atrás. - É melhor assim. - Ele fez uma pausa, não queria ouvir as palavras que iriam sair da sua boca. - Não daria certo nunca. - Mas ele sabia que era verdade.

– Meninos, venham tomar café. - Gritou Jenna do andar de baixo.

Eles olharam um para o outro, sabendo que era agora.

– Mãe, esse ano... - Ele fez uma pausa. - Damon se disponibilizou para ir a convenção comigo. - Ele disse descendo a escada, com um Damon confuso atrás dele.

– Quadrinhos é? - Alaric perguntou olhando para o sobrinho. - Não sabia que você gostava dessas coisas.

– Nem eu, alguns minutos atrás. - Ele respondeu ironicamente.

*

Elena e Caroline estavam no quarto de Elena pintando as unhas dos pés em cima cima de revistas para não pingar no carpete. Caroline leu a capa de sua revista. “Seis sinais para saber se vocês foram feitos um para o outro”. Era cosmopolitan.

– Você leu?

Elena fez que sim.

– E aí? E... você e o Matt forem feitos um para o outro. Foi por isso que você....

Elena fez que sim, discretamente. Ela o tinha escolhido. Damon tinha escolhido outra pessoa e ela escolhido Matt. Todos os sinais diziam que ele era o cara certo.

Caroline sentiu a apreensão da amiga.

– E o cara de Seattle?

– Damon? - Ela fez uma pausa sem querer admitir. - É que... não ia dar certo.

– Não mesmo. - Caroline começou, tentando assegurar Elena que ela tinha tomado a decisão certa. - É tão melhor assim. Ele é todo tipo, magoado e ferido: 'Alguém de salve!'

– Achei que você gostasse disso.

– É tão sexy salvar alguém. - Caroline disse, e rapidamente mudou de assunto. - Falando em sexy, não acredito que você e Matt... não acredito que vocês fizeram. Precisa me contar tudo. Esperei isso minha vida toda.

– Caroline! Isso é um ato sagrado entre duas pessoas. - Elena disse sem querer discutir os detalhes, sem querer explicar que tinha sido só sexo, e não algo especial.

– Foi uma decepção não foi? Doeu. E foi totalmente constrangedor.

– Não que eu tenha com o que comparar. - Elena respondeu. Tinha doido e tinha sido constrangedor. Mas o que doia era seu coração. Sua decisão. Sua escolha.

– Então, faz de novo. Quer dizer, você vai fazer, certo? É muito melhor na segunda vez.

Elena hesitou.

– Devo ir pra casa dele esta tarde... - Ela não sabia se isso ia melhorar algum dia.

– Acredita em mim, Lena, sobe no cavalo!– Caroline disse rindo. - Precisa galopar!

*

Matt e Elena estavam deitados na cama dele.

– Não posso esperar para irmos para Tijuana. Vai ser tão romântico – Ele disse, beijando o pescoço dela.

Elena o interrompeu.

– Lá é meio feio.

– Então a gente não sai do quarto do hotel – Matt disse.

– Não sei. - Elena se fastou dele.

– Vai ser melhor da segunda vez – Ele garantiu.

Mas Elena não tinha certeza. Muitas dúvidas a perturbavam.

*

O Mystic Grill estava cheio de estudantes da Mystic falls High School, a maioria planejando a viagem para Tijuana. Stefan estava no balcão comendo alguma coisa. Damon estava sentado do seu lado. Atrás estavam Caroline, Rebekka, e alguns dos amigos de Matt fazendo suas refeições.

Stefan virou para olhar para Caroline., esperando que ela o notasse, mas ela estava entretida com os amigos. Ele se virou de volta para Damon.

– Sabe o que ela esta fazendo? É básico, jogando comigo. Tentando fingir que o nosso beijo não aconteceu.

Damon só concordou com a cabeça e sorriu. O romantismo desesperado de Stefan sempre o fazia rir.

– Não houve testemunhas. Quer dizer, eu não vi.

– Acho que vou precisar fazer a mágica acontecer outra vez – Stefan respondeu.

Damon sorriu, impressionado com a confiança de Stefan.

Mas o sorriso sumiu, quando olhou para a porta e viu Elena entrando com Matt. Ele olhou para ela, mas ela foi fria.

– Oi. Como você está? Não te vejo faz tempo... - Ele disse, tentando derreter o gelo.

Mas ela continuou com seu olhar gelado.

– É, da ultima vez que te vi você estava com as mãos ocupadas.

Damon observou o comentário a medida que ela foi se afastando. Ele realmente tinha chegado tarde demais. Damon voltou-se para se lugar, mas Stefan sabia que não deveria dizer nada, podia sentir a tensão. Sabia que Damon não tinha esquecido Elena.

Stefan olhou para Caroline. Pelo menos ele continuavam bem.

Elena sentou-se ao lado de Rebeka, no meio da sessão de fofocas. Todos os seus amigos estava falando sobre os planos para a viagem a Tijuana, mas ela estava quieta. Pensou em seus pais em casa. Pensou em como eles estavam perturbados e estressados, e pensou que talvez devesse ficar em casa. Não ir para Tijuana.

Elena virou-se para Caroline e sussurrou.

– Acho que eu não vou para o México.

– Como assim, não vai? - Caroline perguntou em voz alta. Ao ouvirem a conversa, Damon e Stefan trocaram um olhar.

– É que... Não posso... - Ela respondeu sabendo que não poderia explicar.

– E como eu vou chegar lá? Os meninos vão todos hoje ás noite por causa de um trot estupido em um calouro de o carro da Rebeka já está cheio. - Caroline disse, em tom de cobrança.

– Sinto muito. - Elena respondeu. Ela simplesmente não podia ir.

– Estou completamente abandonada. - Caroline resmungou. Mas atrás dela, Stefan tinha ouvido tudo.

Ele foi até sua mesa.

– Oi, Caroline. Stefan Salvatore. Acho que você se lembra. - Mas ela não disse nada; - Ouvi que você precisa de uma carona amanhã? - Ele perguntou e seu rosto se iluminou, Stefan estava dentro.

*

Caroline foi até a casa de Elena para despedi-se antes de parir. Mas estava tentando convencer a amiga a ir para Tijuana.

– Já disse, não posso ir. - Elena falou, entrando na sala de estar, e Caroline foi atras dela.

– Vamos, Lena. Eu consegui uma carona. Pegue suas coisas e vamos... - Caroline tentou mais uma vez. Mas ela não cedia. Estava distraída quando seu pai entrou na sala.

– Oi! - Ela disse, feliz por vê-lo.

– Querida... O que ainda está fazendo aqui? - John perguntou.

– Pensei em ficar em casa esse fim de semana – Ela esperava que ele ficasse contente.

– O quê? Por quê? Achei que quisesse fazer essa viagem. - A alegria não veio. Elena foi pega de surpresa.

– Eu queria. Só achei que talvez... a gente pudesse passar um tempo junto – E pensou “Conversar como a gente costumava fazer.”

– Não dá, desculpe. Você disse que ia e eu fiz outros planos. Eu a sua mãe queremos ficar sozinhos.

– Tem certeza? Porque... - “Eu quero ficar aqui com vocês. Quero que as coisas voltem a ser como era antes.” Ela olhou para ele, esperando uma resposta.

– Elena, por favor. Não posso cuida de você também.

Elena se afastou. Ferida. Mas não podia demonstrar.

– O.K. - Ela começou a dizer ao se virar para Caroline. - Vou pegar minha coisas. - Ela não tinha escolha.