– O que você está vestindo? - Stefan perguntou para Caroline. Ela estava vestida semelhante a uma enfermeira adorável. Daquelas que Stefan tinha visto em algum filme pornô de 1986.

Incapaz de pensar nisso, Stefan pegou um livro que estava no balcão, e começou a folheá-lo.

– Cala a boca, Stefan – Caroline já estava nervosa. - Primeiramente, foi essa roupa que nos trouxe até aqui. E segundo, eu já li 'Um amor para recordar' 10 vezes, e fui complemente injusto o que aconteceu com a Jamie.

– Então por que leu 10 vezes?

Caroline a cada dia surpreendia mais e mais Stefan, ele não esperava isso do que aparentava ser uma patricinha, fútil... e nem nada do tipo. Caroline lia. Quem era ela, alias?

– Elena, você tem que sair daqui. - Damon disse, andando de um lado para o outro, enquanto Elena se levantava da cama, para acalma-lo.

– Damon. - Ela pousou sua mão em seu rosto. - Está tudo bem, tenha calma. Vamos dar um jeito de sair daqui. - Ele fixou seus olhos nos de Elena, e sentiu tranquilidade ali. - Eu prometo, vai dar tudo certo.

Ele queria acreditar naquilo, mas a sorte não estava ao lado deles. Pelo menos, não Isobel Gilbert.

– Vem, vista isso. - Ele disse, lhe dando um vestido parecido com o que Caroline usava. - Isso tem que dar certo.

– Nós vamos fugir? - Perguntou, estendendo o vestido em sua frente.

– Era esse o plano. - Ela olhou para ele, fazendo menção para não espia-la.

Damon já havia estado com muitas garotas na sua vida. Seu irmão havia influenciado muito, já que viviam na rua, enquanto sua mãe ficava bêbada em casa. Só que nunca havia sentido nada especifico, com nenhuma delas, haviam sido apenas garotas de uma noite. Diferente do que havia sentido por Elena, no momento que a conheceu.

– Você está pronta? - Ele disse, a olhando de cima a baixo.

Estaria sendo muito fácil sair de lá, sem nenhum reconhecimento, ou alguém os atrapalhando. Eles não poderiam passar percebidos por alguém, isso atrapalharia todo o plano de fuga. Mas Matt não poderia deixar isso passar despercebido. Assim que abriram a porta do quarto, lá estava ele. Com um buquê de flores na mão.

– Elena... - Ela se escondeu atrás de Damon, tentando não encara-lo – O que você está fazendo aqui? - Perguntou, se dando conta da presença de Damon.

– É melhor você sair daqui.

– Vocês estão fugindo? - Nenhum dos dois responderam, e ele tomou isso como um sim.

A mãe de Elena já se aproximava do quarto, e tudo que Elena não queria, era se pega,para dar crédito a sua mãe, em como ela estava ficando louca, e que era precisava ser internada.

– É melhor vocês correrem, Isobel está vindo aí. - Stefan chegou correndo, avisando.

Todos voltaram a olhar para Matt. Ele não poderia estragar tudo agora. Damon não deixaria Elena ali. Não agora.

– Vão pelas escadas. - Matt deu espaço. Damon o agradeceu, e Elena continuou não encarando.

Ela não sabia se conseguiria perdoa-lo por tudo.

Elena não sabia exatamente o que estava fazendo. Ela só não podia continuar naquele hospital. Não podia ser deixada levar para clínica psiquiatra. Ela não era louca, e nem chegava perto disso. Ela sabia que tinha problemas com bebida, mas ela sabia quando parar. Ou pelo menos, ela imaginava, que pudesse parar quando quisesse.

– Se já te achavam louca antes, Lena. - Caroline começou do banco de trás do carro. - Agora eles vão ter certeza. - Stefan riu, mas logo repreendeu Caroline pelo comentário ofensivo. - Foi mal... Elena.. Vamos fazer um lanche?

Damon parou em uma lanchonete, e Caroline desceu do carro primeiro, chamando Stefan, tentando deixar os dois sozinhos.

– Eu vou com ela...

Damon e Elena se entre olharam. Desde que Damon havia chegado, nada normal havia acontecido na vida dela. Tudo aconteceu intensamente, para o bem e para o mal.

– Se você quiser sair da cidade... - Damon começou, se apoiando contra o volante, e olhando para ela. - Eu posso ir com você.

– Minha mãe ia adorar. - Eles riram.

– Olha, se sua mãe está fazendo isso só para afastar a gente, eu fico longe... - Ela deu uma rizada. - Eu to falando sério.

– Mas eu não quero que você fique longe. - Ela disse, se aproximando dele, sorrindo ternamente. Ele ficou feliz de ouvir aquilo.

– Então o que vamos fazer? - Ele olhou para frente, encarando alguma coisa, tentando encontrar uma solução.

– Se minha mãe me ouvisse... Não quero morar com ela, quero ir pra casa do meu pai.

Seria tudo mais fácil. Mas se tratando de Isobel, nada seria fácil na vida de Elena. A conversa foi interrompida pelo som de telefone de Damon. Era Alaric. Provavelmente preocupado por terem saído sem dar explicações, e por saber que Elena havia fugido do hospital. E sem duvidas, já sabia que estavam metidos nessa.

– O vamos fazer? - Ele perguntou no telefone.

– Venham para casa.

– Não vou deixar Elena. - Damon estava determinado.

– Traga ela pra cá.

– Vocês não podiam ter feito isso. Foi uma irresponsabilidade de vocês.

Alaric conversava com os meninos na sala, enquanto esperava a chegada de Isobel que acabara de chamar por telefone. Ele sabia o que devia fazer. Um acordo. Não deixaria Damon na mão, muito menos seus 'filhos'. Ele iria apoia-los.

– Não acredito que você está fazendo isso. Vai acoberta-los? - Isobel perguntou, assim que Alaric abriu a porta.

– Vem comigo. - Ele disse, levando Isobel até a sala, onde estava Damon.

– Isso só podia ser coisa sua. Anda, diz logo. Cadê a minha filha? - Damon esperou alguns segundos.

– Eu não sei... Em uma rodoviária... ou uma ilha tropical. O que você acha?

– Damon... - Alaric o pausou. - Isobel, senta.
- Não, eu não quero sentar.

– Tudo bem... Vamos conversar. - Alaric tentou manter o tom de voz.

– Conversar sobre o que? Eu quero minha filha. - Ela repetiu.

– Se quer voltar a ver sua filha... - Damon disse, em tom de ameaça.

– Cuidado. - Sandy o repreendeu. - Isobel, Damon não é o problema.

– O que você quer dizer? - Ela disse, entendendo o recado. - Me fala agora, onde Elena está, ou eu vou chamar a polícia. Ela acabou de fugir de um hospital, ela precisa ir para casa.

– Ela fugiu de você! - Damon exclamou. Se levantando do sofá.

Isobel não queria creditar que um garoto que acabou de chegar, soubesse o que tudo aquilo significava. Ela não era o problema, ele era.

– Escuta aqui garoto, já chega! - Ela disse virando se costas.

– O que você quer e o que sua filha quer, são coisas diferentes.

– Você não sabe o que ela quer!

– Mas eu sei o que ela não quer... - Ele deu uma pausa, e Elena ficou parada atras de Isobel. - Ela não quer ir embora, ela não quer morar com você.

Elena sabia que no fundo, Isobel sofreria por suas escolhas, mas ela não podia se colocar em seu lugar agora. Era a vida dela que estavam falando. Da felicidade dela.

– Eu nem sei o que dizer.

– É só falar sim, mãe. - Elena disse, e Isobel caminhou até ela.

– Elena, não é isso que você quer.

– É sim. Eu quero morar com o papai. Mãe, eu prometo, não vou fazer isso de novo. Se você quiser, eu faço o tratamento... Mas aqui. Eu tenho minha vida aqui, meus amigos, minha escola, vocês.

Uma lágrima escorreu dos olhos de Isobel. Nada daquilo fazia sentido. Sua própria filha, estava contra ela. Tudo que ela havia feito por Elena, não havia nenhum reconhecimento pela filha.

– Isso ainda não acabou, Elena! - Ela disse, dando as costas e saindo da casa dos Salvatore.

Elena estava agradecida, do fato de como Damon havia enfrentado Isobel por ela. Nunca havia visto alguém ela assim. Ainda mais por ser quem se tratava. Damon caminhou até ela, lhe abraçando, o como agradecimento, recebeu um beijo no rosto. Nada mais do que justo, embora fosse mais que aquilo que ambos quisessem.

Stefan e Caroline estavam na ajoelhados, ao lado da piscina. Havia acontecido muitas coisas hoje, e ele não poderiam negar que aquilo havia feito eles se aproximarem.

– Você acha, que agora... você vai continuar me ignorando? – Ele perguntou, molhando as mãos na piscina, com medo da resposta dela.

– Eu vou tentar, Stefan... - Ela respondeu, com um sorriso no rosto.

– Admiro isso em você, Caroline. - Ele sorriu para ela. Os dois se entre olharam, eles sabiam que estava rolando alguma coisa ali.

– E aí? - Jenna chegou, interrompendo os dois. Stefan e Caroline, logo de levantaram.

– Como é que foi?

– Acabou... - Jenna disse, em tom de alivio. - Caroline, leva Elena para casa... do pai dela.

– Sim, senhora Salvatore. - Ela saiu, com um sorriso no rosto, feliz pela amiga.

– Tchau, Caroline – Stefan levantou a mão, mas não obteve resposta, apenas um sorriso. - É negócio, nosso... - Stefan se explicou para Jenna.

– Hmm – Jenna deu um sorriso malicioso. - Agora vamos conversar sobre a viagem surpresa a Tijuana.

Damon sabia que Isobel não deixaria sair barato assim, e que Elena ainda teria que enfrentar sua mãe, e ela não estaria sozinha. Ficou satisfeito de ter conseguido o que Elena queria. Salvou ela, mais uma vez.