Interlúdio Para Amar escrita por FernandaFas


Capítulo 1
Capítulo 1




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“É tão bom morrer de amor... E continuar vivendo.” (Carlos Drummond de Andrade)

Quase um ano já havia se passado, era primavera e as cerejeiras espalhavam flores e aroma por toda parte. Era a época  perfeita para o casamento, em todos os sentidos. Não só pela paisagem mas também porque os sentimentos já haviam se acomodado.Não que houvessem dúvidas no coração de Kagome no momento em que ela atravessou o poço pela última vez deixando para trás toda a sua vida. Ela havia tomado sua decisão consciente de que não havia volta. Mas foi melhor aguardar que tudo estivesse em seu devido lugar, além disso, em meio a tantos acontecimentos ela nunca teve tempo de namorar verdadeiramente com Inuyasha. Aquele ano de calmaria que passaram juntos apenas namorando fora perfeito. Agora estavam preparados para a próxima etapa.

Havia um mês que tinham decidido se casar. Os costumes da era Sengoku Jidai eram muito diferentes, mas Kagome não queria abrir mão de uma festa e de um belo vestido branco ao estilo ocidental, sonhava com isso desde pequena, mas devido aos recursos limitados teria que improvisar. Sabia que não era muito boa em costura, mas daria o seu melhor, com comerciantes itinerantes comprou seda e perolas e começou o trabalho do vestido e a organização do casamento.

Inuyasha também começou a construir sua nova casa. Desde que a batalha pela Shikon no Tama havia terminado ficou morando com Kaede, quando Kagome retornou de sua era três anos depois ela também passou a morar lá. Aquela situação não poderia continuar. Eles haviam decidido se casar e formar uma nova família e precisavam de um lugar só deles. Trabalhava continuamente, tinha apenas duas semanas para terminar. Se Miroku o ajudasse, como havia prometido, seria mais rápido, mas não poderia exigir demais do amigo, afinal ele tinha três filhos para sustentar. Mesmo assim não tinha problema, com certeza terminaria antes do prazo.

Os dias se passaram tranquilos e finalmente o grande dia havia chegado. Inuyasha estava nervoso com a proporção que a festa intima de Kagome havia tomado.Porque eram necessárias tantas pessoas para testemunhar o juramento deles? Além disso porque tinha que colocar aquela roupa complicada?Mas o que não faria para deixar Kagome feliz, pelo sorriso dela havia concordado com todo aquele teatro. Resmungava consigo mesmo quando Miroku chegou  e lhe deu tapinha nas costas.

- E então tudo preparado para o casamento?

-  Kagome é que preparou tudo então não sei ao certo.

- Você parece um pouco nervoso, relaxe um pouco, logo tudo terá acabado e você terá Kagome em seus braços para sempre, essa noite você vai se dar bem heim?!

- Acho que isso também está contribuindo para que eu fique ansioso.

- Como assim, não vai me dizer que durante todo esse tempo vocês nunca fizeram nada?

- É claro que não, o que você acha que eu sou?!

- Bom,  essa vai ser a primeira vez de vocês, pensando bem eu também estaria nervoso, mas isso só torna o momento mais especial , não é mesmo?!

- Não quero conversar com você sobre isso. Vamos já está na hora.

Eles seguiram para o lugar onde seria realizada a cerimônia. Havia flores por todos os lados, não só das cerejeiras que caiam por todo o lugar formando  um lindo tapete como também em arranjos estrategicamente espalhados. O cheiro da comida rescendia e muitas pessoas já aguardavam.

Kagome estava na casa de Sango que a ajudava a se arrumar. O vestido não tinha ficado um primor, mas ficou bom o suficiente para que ficasse satisfeita com o resultado. Enquanto Sango terminava de prender o vestido, Rin ia colocando pequenas flores cor de rosa nos cabelos da noiva. Tudo estava tão perfeito como Kagome havia sonhado, foi quando sentiu uma pontada de tristeza e uma lagrima escorreu de seus olhos, sua mãe, se irmão e seu avô não estavam ali com ela. Mas se casaria com o homem que amava e por isso tudo valia a pena.

“Porque as noivas demoram tanto pra se arrumar?” Pensava Inuyasha, que já estava impaciente com a demora de Kagome. Ele queria apenas acabar com aquilo tudo o mais rápido possível, mas porque tinha que esperar tanto. Foi quando ouviu o murmúrio das pessoas, era Kagome se aproximando do altar e ele só conseguia pensar no quanto ela estava linda.

Kagome sorria e acenava para as pessoas enquanto caminhava, ao avistar Inuyasha sorriu mais uma vez e conseguiu perceber seu olhar perplexo – Será que ele está me achando bonita? – perguntou-se.

Foi ao encontro dele e tomou as mãos dele nas dela, estavam frias, mas não tinha problema, o coração dele era quente, e ela podia sentir o quanto ele a amava  - Eu te amo Inuyasha  e estou tão feliz que sinto que poderia morrer neste momento, disse ela.

 Inuyasha sem soltar as mãos de Kagome deu-lhe um beijo na testa dizendo baixinho  - Eu também te amo Kagome e nós viveremos juntos esse amor, por todos os dias de nossas vidas.

A cerimônia de casamento foi realizada pela senhora Kaede e logo após uma grande festa estava preparada, com muita comida e bebida. Já era noite alta quando todos finalmente foram embora. Inuyasha e Kagome estavam exaustos, nunca haviam recebido tantos cumprimentos na vida e até Sesshomaru apareceu, embora afirmasse que havia sido apenas uma coincidência.

- A festa foi muito boa – suspirou Kagome para Inuyasha.

- Sim, sim, foi boa, mas estou muito cansado, vamos para casa?

- Ah claro, vamos sim, só me espere um pouco que eu vou pegar as minhas coisas na casa da Sango.

Quando Kagome se afastou, Miroku se aproximou do Inuyasha  e lhe cochichou ao ouvido – Vocês estarão sozinhos agora, não vá me decepcionar?!

- Isso não é da sua conta, vá atazanar outro, respondeu irritado.

- Quanta irritação, se tratar a Kagome assim não vai conseguir nada.

- Pronto, já podemos ir agora – disse Kagome que chegou naquele instante e foi puxando Inuyasha em direção a nova residência deles – Boa noite e obrigada a todos, até amanhã – agradeceu ela a todos os amigos.

Caminharam juntos conversando e logo chegaram a porta da casa. Pararam como se não soubessem bem o que fazer – Bem, vamos entrar, está ficando frio aqui fora – disse Inuyasha.

 - Espere, disse Kagome, Eu quero que você me pegue no colo pra entrar.

- Por quê?

- É um costume da era que eu venho, quando duas pessoas se casam, o noivo pega a noiva no colo para entrar em casa.

- Tudo bem, se isso é importante pra você, disse Inuyasha pegando-a nos braços.

Dentro de casa a sensação de estranheza permanecia, não que não soubessem o que fazer, mas havia uma certa timidez que os impedia de ir em frente.

- A casa ficou maravilhosa, disse Kagome tentando quebrar o silêncio.

- Ah sim ficou muito boa, deu um pouco de trabalho mas,  foi divertido. Eu não sei se te disse antes, mas você está linda.

- Obrigada, fui eu que costurei o vestido, acho que nós dois descobrimos talentos que  nem imaginávamos.

Nesse momento Inuyasha puxou Kagome para os seus braços beijando-lhe os lábios e apertando-a contra o seu corpo casa vez mais forte. Ele a amava e desejava e queria demonstrar isso agora que estavam a sós.

Kagome não resistiu ao carinho, e o abraçou também, ela também havia esperado ansiosamente por aquele momento, e embora estivesse com um pouco de medo, confiava sua vida àquele homem, então não tinha motivos para se preocupar.

Inuyasha que tinha as mãos pousadas na cintura de Kagome começou a desliza-las suavemente pelo vestido dela. Kagome estava envolvida por aquele calor do contato com a boca dele, com o corpo dele, foi quando Inuyasha parou de beija-la e segurando-a pelo braço perguntou perplexo – Ei Kagome, onde é que abre esse vestido?

 - Eh, bem, é que para que o vestido ficasse no lugar Sango teve que terminar de costura-lo no meu corpo, então não tem abertura.

 - Vou rasga-lo, então.

- De jeito nenhum, me deu muito trabalho para fazer e, além disso, quero guarda-lo como recordação.

- O que você pretende fazer, vai ficar vestida nisso pra sempre?

- Claro que não, é só cortar os pontos com uma faca pequena. Aqui tem uma faca, não tem?!

- Feh! Eu só construí a casa não trouxe os utensílios domésticos.

- Como assim?! – disse Kagome ficando nervosa – Como pode não ter uma faca nessa casa?

- Nós podemos usar a Tessaiga.

- Ah claro! Sem transformação a Tessaiga não corta nem papel e transformada ela destruiria o vestido e eu junto. Inuyasha, vá até a casa da Sango e peça pra ela vir até aqui, por favor.

- Você quer incomoda-los a essa hora? Eles já devem estar dormindo.

- Vá logo que eu estou ficando nervosa!!!

Inuyasha não queria discutir com Kagome e saiu sem protestar, as coisas não estavam indo tão bem quanto ele havia planejado, porque tanto stress por causa de um pedaço de  pano. Chegou a casa de Sango e Miroku, dava pra ouvir o barulho das crianças, ainda bem, pelo menos ainda não estavam dormindo, pensou enquanto batia na porta. Sango apareceu com uma das crianças no colo. – É você Inuyasha, pensei que só o veria amanhã.

- Você pode ir ajudar Kagome a tirar o vestido? Parece que é preciso cortar os pontos da costura.

- Ah, é mesmo, tivemos que costurar algumas partes depois de Kagome o vestiu. Segure Komori um pouquinho pra mim enquanto eu vou ajuda-la.

- Tá certo, disse Inuyasha pegando a criança e entrando na casa.

Miroku estava lá dentro tentando entreter as gêmeas que estavam cheias de energia.

- E aí, Inuyasha, vocês foram muito rápidos hem?! – disse Miroku.

- Kagome ainda nem tirou o vestido, disse Inuyasha azedamente.

- Só um contratempo pra deixar as coisas mais divertidas – disse Miroku rindo – Logo vocês terão vários filhos como eu e a Sango.

- Se eu considerar o trabalho que os seus filhos dão Miroku, eu não terei nenhum.

 - Obrigada por cuidar do bebê Inuyasha, Kagome está te esperando – disse Sango entrando em casa.

- O problema do vestido foi resolvido? - perguntou Inuyasha.

- Sim, ela já trocou de roupa, é melhor você não deixa-la esperando – respondeu Sango.

 - Obrigado Sango, boa noite.

Ao chegar em casa encontrou Kagome vestida com sua roupa de dormir sentada no futon.Inuysha sentou-se ao lado dela e percebeu que parecia transtornada.

- Está tudo bem Kagome? – perguntou Inuyasha – Você parece preocupada.

- Me desculpe por gritar com você, é que hoje foi um dia longo.

Inuyasha se aconchegou mais e tomando as mão dela inclinou-se para beija-la, ao fazer isso percebeu que ela estava gelada e tremia.

- Kagome você está tremendo, está com frio? Talvez tenha alguma corrente de ar aqui dentro. – questionou Inuyasha.

Kagome puxou as mãos e se encolheu, não era uma corrente de ar, ela estava nervosa, não podia deixar de ter um pouco de medo da sua noite de núpcias afinal era sua primeira vez, e depois da confusão com o vestido parecia não haver mais clima.

- Por que nós não vamos dormir? Estamos muito cansados e amanhã teremos bastante tempo afinal vamos viajar pra nossa lua de mel. – afirmou Kagome na esperança de convencê-lo a desistir.

- Lua de mel? O que é isso? – perguntou Inuyasha sem entender.

- Lua de mel é uma viagem que os casais fazem logo após o casamento para passarem um tempo sozinhos. – Kagome deu um beijo de leve nos lábios do Inuyasha – Então vamos dormir, Boa noite.

- Boa noite – Inuyasha nem teve tempo de reclamar pois Kagome já tinha se deitado e virado para o lado.

Ainda era cedo quando Kagome acordou, revirou-se nas cobertas espreguiçando-se e finalmente levantou-se. Deu uma volta pela casa procurando algo para comer, mas não havia nada. Não podia culpar apenas Inuyasha por não pensar que precisariam de comida e utensílios domésticos, cuidaria disso depois, teriam que tomar café da manhã na casa de Sango ou de Kaede. Inuyasha ainda dormia encostado à parede, ele sempre dormira assim, mas naquele momento Kagome se incomodou com o fato de ele não havia se deitado junto dela. Bom, ela não podia culpá-lo, afinal, praticamente o havia recusado na noite anterior. Aproximou-se de Inuyasha devagar, observando-o dormir, pensou no quanto ele era lindo dormindo assim tão indefeso, ele podia ser sempre assim. Por fim não resistiu abaixou-se e deu-lhe um beijo na bochecha.

O beijo despertou Inuyasha, ainda estava cansado do dia anterior, mas sentiu o calor do rosto de Kagome junto ao seu e abriu os olhos.

- Bom dia, me desculpe, não queria acorda-lo. – cumprimentou Kagome com um sorriso.

- Kagome, bom dia – não podia deixar de se alegrar por ver o sorriso dela , aquele sorriso que o havia ajudado a suportar os momentos mais difíceis.

Kagome aconchegou-se a ele que rapidamente a abraçou. – Sabe Inuyasha, eu estou muito feliz por estar aqui com você, disse a menina.

 - Eu também - disse Inuyasha puxando-a mais para junto dele.

Kagome virou-se para ele e tocou-lhe o rosto suavemente – Eu te amo, disse beijando-lhe os lábios.

 Foi quando ouviram os gritos do lado de fora da casa – Kagome! Inuyasha! Vocês já acordaram!

Era Shippou que vinha chama-los para o café da manhã.

- Nós já vamos Shippou, respondeu Kagome.

Inuyasha só conseguia pensar em dar uns cascudos em Shippou por ser tão inconveniente.

Logo depois do café da manhã saíram em direção as fontes termais que ficavam a mais ou menos um dia de viagem. Iriam ficar hospedados em um templo cuja miko responsável Kagome conhecia e que havia gentilmente oferecido estadia. Viajavam além de Inuyasha e Kagome,  Sango, Miroku, as três crianças e Shippou.

Inuyasha caminhava mal humorado, aquele grupo de pessoas estava atrasando a viagem. Tinham que parar a todo momento por causa das crianças que ficavam cansadas facilmente. Ao realizarem mais uma parada, para um lanche, Inuyasha afastou-se do grupo, subindo em uma árvore. Queria ficar longe daquela barulheira. Kagome logo percebeu a ausência de Inuyasha  e facilmente o encontrou.

- O que está fazendo aí sozinho e emburrado. – gritou Kagome.

- Nada, só quero um pouco de paz.- respondeu ele

- Desça por favor. Vamos conversar.

Inuysaha desceu, pois sabia que se não o fizesse ela o derrubaria como sempre. Sentou-se ao lado de Kagome debaixo da árvore.

- Você disse que essa tal lua de mel era um tempo para ficarmos sozinhos – reclamou Inuyasha

- Era essa a ideia – respondeu Kagome com firmeza -  mas quando contei aos outros sobre a viagem eles entenderam que não podiam perder a oportunidade do passeio e eu não tive coragem de dizer que não podiam vir.

- Não importa, está feito. Eu só espero que consigamos passar um tempo juntos.Desde que saímos você só fica ajudando Sango com as crianças.

- Você está com ciúme dos nossos amigos e das crianças.

- Não é isso – retorquiu ele fechando a cara.

- Tudo bem, eu entendo, também quero passar um tempo só com você, mas tenha um pouquinho de paciência está bem?

- Está bem. O que você me pede que eu não faça.

- Muita coisa, mas isso não vem ao caso. E então vamos – disse Kagome estendendo a mão para Inuyasha – Se demorarmos não vai sobrar nada para comermos.

Chegaram às fontes termais ao entardecer. Depois de se estabelecerem em seus quartos o grupo se reuniu para o jantar. O espaço era grande e havia outras pessoas no lugar o que fazia parecer uma festa.

 - Por que Inuyasha está tão mal humorado - perguntou Sango a Kagome – Há algum problema?

 - Ah Sango, o problema é que ainda não aconteceu nada – respondeu Kagome desanimada.

- Entendo, mas vocês se casaram ontem, não há necessidade de tanta pressa.

- Você é recém casada minha filha? – disse uma senhora idosa gentilmente que se aproximou das duas.

  - Sim, o meu marido é aquele de roupa vermelha – respondeu Kagome.

 - Ah sim, com certeza é um homem bonito. Me lembro da época que era casada, eu e meu marido sempre vínhamos a essas termas. Infelizmente meu marido se foi e agora venho aqui sozinha. – disse a senhora imersa em lembranças. Você é uma miko não é?

- Sou sim.

A senhora abaixou-se e cochichou ao ouvido de Kagome.

- Tem uma parte dessas termas que não são frequentadas, ficam seguindo uma trilha na floresta cotornando a montanha, você e seu marido deveriam ir até lá – disse a senhora com um sorriso malicioso.

Kagome agradeceu, aquela senhora era um pouco atrevida, mas... até que ir até um local com mais privacidade não seria má ideia.


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Notas finais do capítulo


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