Algumas horas após o ocorrido, Silas se viu na recepção da única pensão da cidade, procurando pelo forasteiro interessado na casa do vizinho falecido. Mas ele não estava hospedado lá.

Passou o dia inteiro passeando pelo pequeno município procurando-o, mas não o encontrou em lugar algum. Sem esperanças, voltou para casa, exausto.

Decidiu jantar com a esposa na varanda da frente, para observar o luar. De repente, avistou um misterioso vulto circundando sua propriedade. Sem saber o que fazer, mandou Vanderlucy entrar em casa. Decidiu pegar uma faca , a arma mais próxima.

Ergueu-a e gritou, temendo algum meliante:

– Quem está aí? Eu tenho uma faca e não tenho medo de usá-la!

Como a luz estava fraca e a noite já se via presente, enxergou novamente o vulto, que passou atrás de si. Sentiu um calafrio, e virou-se para trás. Ao perceber que não era nada, virou-se para frente, ainda em estado de pânico.

Assustou-se ao ver uma macabra figura à sua frente. Cambaleando, reconheceu o estranho forasteiro. Sentiu um pequeno alívio na respiração ainda ofegante e disse:

– Ah! É você, o cara interessado na casa ao lado! Procurei –lhe pela cidade toda, para você visitar o imóvel e, talvez, assinar a papelada da venda da casa, mas não o encontrei. Quer visitá-la agora?

– Sim. - disse ele, com seu sotaque estranho.

Ao entrarem na casa, que estava em desordem total, assim como o falecido a havia deixado, Silas ponderou:

– Esta casa é um ótimo imóvel. Está meio suja e bagunçada, mas a organizaremos o mais rápido possível. Todos os móveis estão inclusos. O que achou?

– Quero comprá-la. - disse ele, com muita dificuldade.

– Então nos encontramos aqui amanhã de manhã para resolver toda a parte da burocracia , pode ser?

– À noite.

– Se assim você prefere, será à noite, então.- disse Silas, um pouco sem jeito.