O Vizinho escrita por JJ Gleek
Semanas se passaram desde a prisão de Morten.
Seus amigos, preocupados com a hipótese de nunca mais vê-lo, estavam cada vez mais abatidos. A essa altura, não dormiam ou comiam direito. Só pensavam na condenação absurda de Morten.
Num dia como outro qualquer, Henry, preocupado com a saúde de Silas, foi visitá-lo:
– Silas, você está se alimentando direito? Emagreceu desde a última vez que o vi.- questiona Henry.
– Não. Para falar a verdade, não tenho conseguido comer direito desde a prisão de Morten. Toda vez que tento, a comida volta queimando pela minha garganta. Começo a entalar e sou obrigado a vomitar. E as olheiras são porque não venho conseguindo dormir, também. Só de pensar no quanto a polícia é injusta! Morten não cometeu crime algum, foi preso injustamente! Todos nós sabemos que ele não mataria uma mosca!
– Ele foi preso novamente? Mas não tinha sido inocentado pela morte de meu pai?
– Foi preso pela Interpol. Era foragido. O encarregado do caso recebeu uma denúncia e o prendeu. Morten é acusado de ter matado a esposa e o filho. Não conheço a história, mas sei que ele nunca mataria ninguém! Meu amigo é um homem bom! A polícia está sendo completamente injusta!
Enquanto Henry e o marido conversavam, Vanderlucy, confusa, não parava de observar a casa dos vizinhos pela janela.
“Fui uma idiota! Imbecil! Ele estava falando a verdade quando me contou sobre a morte do filho e da esposa! Como fui burra, não acreditando nele! Se eu pudesse voltar no tempo!”. - pensava ela, furiosa consigo mesma.
Alexandra estava fazendo o almoço na casa dos amigos e do namorado. Mesmo ninguém comendo absolutamente nada - nem mesmo Dorcha -, a vida deveria continuar, apesar da prisão de Morten.
Na tarde daquele mesmo dia, Silas, a esposa, Henry (que ansiava saber mais sobre a prisão de Morten) , Mörk, Alexandra, Dorcha e Mrak se reuniram na casa dos quatro forasteiros.
Buscavam, além de saber mais sobre o crime, reunir provas para inocentar o amigo e tirá-lo o mais rápido possível da prisão, já que seria deportado em breve.
Henry, curioso, questionou:
– Qual é a história por trás do assassinato do qual Morten é acusado assassino?
– Morten foi passear num Ossuário com o filho e a esposa. Uklar ficou com os pés presos numa escultura. Nosso amigo tentou ajudá-lo, mas não conseguiu. Sua esposa foi tentar ajudar o filho, porém, o garoto já estava morto. Um morcego o matou. Morten carregou o corpo do filho para fora do local, acompanhado da esposa, quando ela também foi mordida na artéria carótida, que, se perfurada, é letal. Morreu desfalecida sobre ele, que também foi mordido, porém, mais superficialmente. – disse Mörk, traduzindo a fala de Dorcha.
– Morten foi acusado pelo crime pois sua esposa tinha herdado uma enorme fortuna, havia sangue dela e do filho em sua roupa e em seu canivete, objeto com a ponta tão fina quanto os caninos dos morcegos que morderam Uklar e Hela. Além disso, era o único presente, além das vítimas.- continuou Mörk, traduzindo a fala de Mrak.
– Nossa! As evidências só apontam para ele! Será dificílimo tirá-lo dessa! – disse Henry, preocupado.
– Mas todos sabemos que não foi ele! Temos que provar sua inocência! Vamos contestar algo na investigação que o prove inocente! – disse Alexandra, resignada.
Animados para libertarem o amigo, todos, exceto Vanderlucy , que sempre perdida em pensamentos, confusa, conversavam energeticamente, buscando a melhor maneira de tirá-lo de trás das grades.
Porém, não criaram, nem mesmo, uma tênue desconfiança de que alguém, pela janela de entrada da casa, os espreitava, vigiando-os atentamente.
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