– Acha que eu devia ter contado sobre a Sissa? – perguntou o loiro, ao se sentar em frente à mesa de Pansy no Quartel general dos aurors.

– Acho que foi bom não ter dito.

– E se ela for a mãe da Sissa? Ela tem o direito de saber, não tem?!

– SE ela for a mãe da Sissa, ela vai ficar sabendo! Mas, por enquanto é melhor deixar assim como está. Vou continuar investigando sobre o paradeiro da Luna e da Gina.

– E tem alguma pista?

– Não. Mas estou tentando conseguir uma permissão para investigar a casa dos Weasley, o que pode ser um pouco complicado, já que o único Weasley que se tem notícia está internado no St. Mungus.

– Então, como vai conseguir a tal permissão?

– Preciso de uma declaração médica atestando o estado em que ele se encontra e uma permissão especial assinada pelo próprio ministro.

– Não parece tão difícil.

– Isso é o que você pensa! Tem muita burocracia nisso tudo.

– Mas você vai conseguir, não é?!

– Claro! Ou eu não me chamo Pansy Perkinson! Futuramente, Pansy Zabini!

– Falando nisso, por onde anda aquele seu noivo?

– Em uma missão internacional na França.

– É nisso que dá, ficar noiva de um auror! – Pansy riu – Bom, eu vou trabalhar. Qualquer novidade me avisa, ta bom!?

– Claro, Draco!

*** *** *** **** *** *** ***

– Posso ajudar? – perguntou a recepcionista do St. Mungus.

– Eu gostaria de visitar um paciente, Ronald Weasley! – disse Pansy.

– Ah, sim. O Sr. Weasley se encontra no quarto andar, enfermaria Jano Thickey.

– E pode me dizer quem é o medi-bruxo responsável?

– É a medi-bruxa Mirian Strout.

– Obrigada! – agradeceu e foi de elevador até o quarto andar.

A enfermaria Jano Thickey era de tamanho razoável, possuía dez leitos, mas apenas quatro estavam sendo ocupados. Alice e Frank Longbotton estavam no penúltimo e anti-penúltimo leitos do lado direito, e no leito anterior ao deles se encontrava Ronald Weasley. A única cama ocupada no lado esquerdo era a que ficava mais afastada das outras, não dava pra saber quem era o paciente, pois havia um biombo tapando metade da cama, só dava pra ver que estava deitado, provavelmente dormindo.

Pansy foi até a medi-bruxa, que anotava alguma coisa na ficha de Ron.

– Com licença, doutora!

– Sim.

– Sou Pansy Perkinson, mandei uma carta aqui pro hospital há alguns dias, à respeito de uma declaração sobre o estado de saúde de Ronald Weasley.

– Ah, sim... trabalha no ministério, não é?

– Sou auror. Hm, como ele está?

– Às vezes ele tem momentos de lucidez, pergunta pela família, fala sobre a infância... Mas na maior parte do tempo ele pensa que ainda está no meio da guerra.

– E não tem nenhuma chance de ele melhorar?

– Infelizmente não. O quadro é irreversível.

– Entendo...

– Bom, agora só preciso atualizar a ficha de mais uma paciente e já poderemos conversar sobre a declaração sobre o estado de saúde do Sr. Weasley.

– Certo. O que houve com aquele paciente? – indicou o último leito do lado esquerdo.

– Ela está em coma. Foi atingida por vários feitiços poderosos ao mesmo tempo, é um milagre que tenha sobrevivido!

As duas foram andando em direção ao leito.

– Ela está assim há muito tempo?

– Já tem seis anos, mas ela só veio pra cá há pouco mais de sete meses. Ela estava internada num hospital trouxa.

– Por que?

–Provavelmente foram trouxas que a encontraram. Foi um ex-colega meu dos tempos de Hogwarts, que descobriu que ela estava assim por causa de feitiços, então ele me procurou e cuidamos da transferência dela pra cá.

– Deve ser difícil para a família dela.

– Achamos que ela não tem família. Em todos esses anos ninguém procurou por ela, nem aqui, nem no hospital trouxa. Também não achamos nenhum documento com ela.

– Mas ela tem chances de melhorar?

– Tem sim, mas, o quadro dela é estável. Ela pode acordar a qualquer momento, mas também pode não acordar nunca mais.

A medi-bruxa deu a volta no biombo e analisou a ficha da paciente. Pansy ficou chocada quando viu quem era a paciente em coma.

– Não pode ser... – disse, tentando se recuperar do choque.

– Conhece a paciente? – perguntou a medi-bruxa.

– Não só conheço, como também estava procurando por ela! O Draco Não vai acreditar, quando souber... ! – disse pra si mesma, ainda um pouco perplexa.