- Anda logo Sissa, a gente vai se atrasar! – disse Draco, parado na porta.

- Já to indo! – respondeu a menina descendo as escadas correndo.

Sissa já estava com seis anos, seus cabelos loiros e lisos iam um pouco abaixo dos ombros, e seus olhos azuis estavam num tom quase cinzento. Draco passava bastante tempo observando a filha, procurando por qualquer indício que pudesse revelar a identidade da suposta mãe da menina, mas Sissa era uma cópia do pai na versão feminina!

- Já pegou tudo?

- Já. Está tudo aí dentro! – apontou para a mochila lilás que o pai segurava em uma das mãos.

- Então vamos. – disse já saindo da casa.

Dez minutos depois já havia deixado Sissa na escola e aparatava perto do Ministério da Magia, onde trabalhava há pouco mais de dois anos. Assim que entrou, pegou o elevador e foi até o terceiro nível, onde ficava o Departamento de Acidentes e Catástrofes Mágicas.

O departamento tinha quatro subdivisões: Esquadrão de Reversão de Feitiços Acidentais, Central de Obliviação, Comissão de Justificativas Dignas de Trouxas e Escritórios Gerais. Draco trabalhava no setor administrativo da Central de Oblaviação e dividia a sala com mais três colegas. Nenhum deles havia chegado ainda, Draco foi até sua mesa e suspirou ao ver a enorme quantidade de relatórios que havia encima dela, pegou um deles e começou a ler, mas logo foi interrompido por leves batidas na porta.

- Pode entrar. – disse sem tirar os olhos do relatório.

- Bom dia, Draco! – falou Lilá Brown entrando na sala e fechando a porta.

- Bom dia, Srta. Brown.

- Não precisa ser tão formal, afinal nos conhecemos há tantos anos... Me chame de Lilá!

- Não acho que seja conveniente, afinal, você é minha chefe.

- Isso não significa que não possamos nos tratar de uma forma mais ... íntima. – sentou-se na beirada da mesa de Draco.

- Acho que não seria muito ético. – disse educadamente.

- Desde quando Draco Malfoy se preocupa com ética? – cruzou as pernas de forma sedutora.

O loiro não podia negar que Lilá era bem atraente, saiu com ela algumas vezes nos tempos de Hogwarts e o que ela tinha de bonita, tinha de chata! Draco sempre achou extremamente irritante o jeitinho meloso da garota, mas agora que ela era sua chefe, tinha que aturá-la.

- Desde que eu soube que tinha uma filha pra criar. – e voltou a atenção para o relatório.

- Ah, mas isso não impede você de se divertir um pouquinho, não é?! – sorriu maliciosamente e se aproximou dele – Que tal se a gente...

Foi interrompida por batidas na porta.

- Entra! – disse o loiro na mesma hora.

- Bom dia! – disse Pansy – Espero não estar atrapalhando.

- Não está! – Draco sorriu aliviado e Lilá fechou a cara.

- Depois continuamos essa conversa, Draco. Com licença! – e saiu da sala fechando a porta com força.

- Ela já estava dando encima de você a essa hora da manhã? – perguntou Pansy, sentando-se na cadeira que havia em frente à mesa de Draco.

- Pra você ver como eu sofro... é chato ser gostoso!

- Você não tem jeito. Por que não dá uma chance à ela?

- Eu posso não ser mais rico, mas ainda não estou desesperado! – Pansy riu – Mas o que te trouxe até aqui tão cedo?

- Tenho algumas pistas sobre o paradeiro da Hermione. – disse de forma séria.

Pansy havia se tornado auror há alguns anos e desde então vinha ajudando Draco a descobrir o que havia acontecido à Luna, Gina e Hermione para finalmente poderem saber qual delas era a mãe de Sissa.

- SÉRIO!? DESCOBRIU ONDE ELA ESTÁ? ELA ESTÁ BEM?

- Calma, Draco! São só algumas pistas. Ainda não tenho certeza mas, parece que ela foi vista andando por um shopping trouxa.

- E quando foi isso?

- Dois dias atrás. Estou investigando os bairros próximos, mas até agora não achei nada.

- Acha mesmo que ela está morando perto desse tal shopping?

- É provável. Mostrei uma foto dela à um dos seguranças do local e ele a reconheceu, disse já tê-la visto por lá algumas vezes.

- Será que ela está bem? Será que aconteceu alguma coisa depois da guerra?

- Não sei, mas, consegui uma permissão para investigar a antiga casa em que ela morava com os pais. De repente tem alguma pista lá. Você acha que ela é a mãe da Sissa?

- Sinceramente , eu não sei. Às vezes ela me lembra a Hermione, mas às vezes também me lembra a Luna e a Gina. É complicado.

- A Sissa está a cada dia, mais parecida com você. – disse olhando para o porta-retrato contendo uma foto da menina acenando e sorrindo – Até o sorriso dela é igual ao seu!

- É linda a minha princesinha! – derreteu-se ele.

- É sim. Bom, agora tenho que trabalhar! Qualquer novidade, eu te aviso.

- Obrigado, Pansy.

- Amigos são para essas coisas! – piscou para o loiro e saiu da sala.