Pov. Angie

Estava com uma dor insuportável na cabeça, não me lembrava de muita coisa, apenas que tinha visto alguém... Então simplesmente apaguei. Abri meus olhos, não sabia onde estava. Não sabia quem estava ali e nem quem tinha visto antes de desmaiar. Percebi que estava em uma cadeira com as mãos e pés amarrados. O que está acontecendo?

Depois de um tempo tentando descobrir onde estava percebi uma luz um pouco afrente de onde estava e alguém entrando, mas não fazia a menor ideia de quem era. Resolvi fingir de desmaiada.

Não escutei nada, aparentemente a pessoa tinha ido embora. Abri um pouco os olhos e percebi a porta continuava um pouco aberta e ainda tinha um pouco de luz. Percebi que tinha outra pessoa ali, também amarrada. Quem? Não consegui identificar por causa da pouca luz. Olhei mais uma vez para a pessoa, eu tinha certeza que sabia quem era, mas não conseguia enxergar direito.

–Ai! Porta maldita!- Escutei alguém gritar e porta abrir mais um pouco fazendo entrar mais luz e consegui ver a outra pessoa que estava ali: Jade.

Olhei de novo e tive mais certeza. Era mesmo a Jade. Por que nós duas estaríamos amarradas em um mesmo lugar? Por que apenas estaríamos amarradas? Quem faria isso? Então veio um nome na minha cabeça: Esmeralda. Aquela cobra com certeza estava por trás disso. Fiquei preocupada com Germán, George e Vilu, e se ela tivesse feito algo com eles? Não, se eu estou aqui ela não fez nada com eles, não é? Eu não podia ter certeza disso.

Com toda a minha preocupação bolei um jeito de tentar sair dali, eu simplesmente arranjaria um jeito de desamarrar as cordas e sairia correndo. É um bom plano? Nem tanto, já que não sabia como iria desamarrar as cordas.

–Jade! Jade- A chamei tentando não fazer muito barulho, quem sabe ela me ajudaria? Mas aparentemente não, ela não me ajudaria porque não respondeu- Jade!- A chamei mais uma vez, dessa vez ela olhou na minha direção. Ela estava pálida e parecia fraca.

–Angie?-Ela disse fraca, era estranho vê-la desse jeito.

–Jade! Precisamos sair daqui-Digo.

–O que?-Ela perguntou, parecia não ter entendido.

–Precisamos sair daqui!-Repeti.

–Sim... –Ela disse, mas parecia muito fraca. Estranho.

Tentei fazer Jade entender que eu queria a ajuda dela para desamarrar as cordas, mas ela não parecia entender. Eu sei que ela é a Jade, mas acho que em uma situação dessas, ela poderia pelo menos não ser tão “Jade”. Depois de muito tentar eu consegui arrastar a minha cadeira para onde Jade estava, de forma que minha cadeira ficasse de costas á dela para tentar desamarra-la, foi muito difícil já que meus pés também estavam amarrados, mas não foi impossível.

–Jade! Tenta desamarrar as cordas da minha mão- Eu falei para ela, mas do jeito que ela estava sabia que as chances dela entender eram poucas. Acabou que ela não entendeu mesmo e a chamei mais uma vez- Jade! As cordas!-Dessa vez ela pareceu entender, o que foi bom já que se conseguisse desamarrar as cordas da minha mão, fugir não seria muito difícil. Não é? Era só desamarrar as cordas dos pés e simplesmente tomar cuidado para ninguém me ver. Muito simples.

–Angie... Não consigo- Jade disse ainda fraca, parecia que não comia há pelo menos um dia inteiro.

–Tenta de novo, depois vais ser mais fácil para sairmos daqui- Disse a motivando.

Jade voltou a tentar desamarrar, mas não conseguia de jeito algum. Depois de um tempo comecei a me preocupar. E se aquela pessoa voltasse de novo? Não sabia quem era, podia ser a Esmeralda ou não, mas se nos sequestrou não foi a toa.

–Angie... Consegui-Jade disse e realmente tinha conseguido. Passei uma das mãos em um pulso e fiz o mesmo com a outra depois, estava realmente solta.

Desamarrei a cordas dos meus pés, agora estava pronta e já poderia fugir, mas ainda tinha Jade. Fui desamarrar as cordas de suas mãos, parecia que ela já tinha forçado bastante as cordas já que seus pulsos estavam bem machucados, mas resolvi não falar nada e desamarrei seus pés, eles também estavam bem machucados mais machucados que as mãos.

–Vamos sair daqui Jade-Disse, mas Jade não conseguia levantar. Talvez estivesse fraca demais ou então seus pés estavam muito machucados.

Coloquei um braço de Jade em volta do meu ombro e ela conseguiu se levantar. Depois disso meu plano de sair correndo foi por água abaixo já que eu teria de ajudar Jade.

–Angie... Se quiser me deixar... Eu fico e me viro... É melhor você correr, talvez ela volte e nos veja- Jade disse com dificuldade.

–Por que eu faria isso? Você está fraca, machucada e nós somos amigas, não tem motivos para eu te largar aqui.

–Se não fosse por mim não estaríamos aqui. Se não fosse por mim Esmeralda jamais teria entrado na sua vida e na do Germán- Ela disse ainda com dificuldade.

–E se você não tivesse me procurado aquele dia no Studio ela estaria casada com Germán, você não estaria com Pablo e talvez eu estaria em outro país. Todos nós estaríamos infelizes. Além disso, nem sabemos se é realmente a Esmeralda que está por trás disso- Disse, apesar de saber que não tinha outra pessoa para ter feito isso conosco.

Continuamos andando até passarmos por uma porta, tinha alguém lá. Era aquele mulher, a com que sonhei nesses últimos dias, mas agora estava mais do que óbvio que aquele cabelo loiro era uma peruca. Passei pela porta o mais rápido que podia e parecia que ela não nos viu.

Agora a única coisa que precisávamos fazer para sair dali era descer uma escada. Ótimo. Como desceria uma escada com Jade apoiada em meu ombro? Tinha um corrimão ali, talvez ela conseguisse descer apoiada nele.

–Jade, consegue se apoiar no corrimão?-Perguntei sussurrando.

–Talvez... Não tenho certeza. Posso tentar- Ela disse e eu a ajudei a encostar-se ao corrimão.

–Consegue descer sem ajuda?

–Acho que... Sim-Ela disse e eu comecei a descer a escada, mas alguém segurou meu braço.

–Ora, ora... Quem vejo aqui? Tentando fugir, não é?-Perguntou aquela mesma mulher. Gelei, já sabia quem era.

–Nos deixe em paz! O que você quer? Vingança? Para que? O Germán não te quer mais!-Disse.

–Sim... Ele não me quer mais, mas eu quero vingança- Ela disse com um sorriso estampado no rosto.

–Por que não tira esse disfarce ridículo? Já sabemos quem você é- Disse e olhei para Jade, ela estava com uma expressão de medo.

–Sim, esse disfarce não é nada confortável mesmo- Ela disse tirando o chapéu preto de sua cabeça com a mão que não estava me segurando e depois tirou a peruca revelando aqueles cabelos castanhos, agora só tinha mais certeza de quem era: Esmeralda.