Silence escrita por Natmed


Capítulo 17
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Não sei como começar a me desculpar pela demora em postar algo novo (uma loooonga demora, diga-se de passagem) a única explicação que eu tenho é que a Lucy simplesmente me abandonou :(
Por mais que eu tentasse escrever não saia nada, e eu acabei estacando em um certo trecho da história. Pensei em mudar o que tinha escrito anteriormente, mas ai o resto da história também teria que ser alterado. A única solução possivel era esperar o maldito bloqueio criativo passar.
E ele finalmente passou :D
O capítulo não está completo, mas como passei tanto tempo sem postar nada, achei que podia adiantar um pouco pra tentar compensar. Espero que gostem, vou postar o resto até domingo ;)



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Senti meu corpo todo congelar ao perceber que era David que estava atrás de mim. Ele havia me seguido da sala de jantar. E agora eu estava presa. Sozinha. Com ele.

– Me deixe em paz. – disse, com minha voz falhando no pior momento possível.

– Qual é Lucy, pensei que a gente já tinha passado desse ponto. E tivesse concordado que você não consegue fugir de mim. – sussurrou David no meu ouvido.

Meu cérebro simplesmente desligou-se naquele momento. Eu não conseguia gritar, não conseguia me mover. E a cada segundo que passava, o meu desespero parecia crescer mais, tornando difícil respirar.

Porque eu não conseguia reagir como nos meus sonhos? Tudo bem que eles terminavam sempre do mesmo jeito – com David me imobilizando e se preparando para me estuprar novamente – mas ainda assim, eu sempre reagia – fosse gritando ou lutando contra ele. Não ficava desse jeito, imóvel, deixando-o me pressionar ainda mais contra o balcão.

Faça alguma coisa! Gritou uma pequena voz dentro da minha cabeça.

S-s-se você não me soltar, eu vou gritar. – disse notando pela primeira vez que estava com os olhos cerrados.

Hum... porque tenho a pequena impressão de que você não vai fazer isso? – disse David beijando o meu pescoço.

Não Deus! Não de novo. Não aqui.

Minha mãe sempre me ensinou como me virar sozinha. Como cuidar de mim mesma. Ela dizia que uma das coisas que a morte do meu pai tinha lhe ensinado é que, a gente nunca sabe o que vai acontecer amanhã.

Bom, todos aqueles discursos serviram para nada, já que no momento em que eu mais precisava tomar uma atitude eu não conseguia mover um único músculo do meu corpo.

– Você cheira ainda melhor do que eu me lembrava. – disse David subindo a mão pela minha coxa, fazendo com que o meu vestido levantasse. Senti meu estômago revirar e a náusea aumentar cada vez mais.

– Você quer tanto que eu lhe toque que está tremendo. Você está se lembrando da última vez que eu toquei você? Está empolgada para que aconteça de novo? Porque honestamente Lindinha, eu não consigo esquecer aquela noite. E não vejo a hora de repetir tudo aquilo de novo. – sussurrou ele no meu ouvido.

Cerrei os olhos o máximo que pude e tentei forçar a minha mente a não pensar naquele dia. A não reviver aquelas memórias. Minha mente se encontrava em um turbilhão de pensamentos. Eu só queria sair dali. Correr para o meu quarto e me esconder. E chorar. Chorar até não restar uma única gota no meu corpo. Chorar até esquecer tudo o que havia acontecido.

No momento em que a sua mão tocou a linha da minha calcinha, algo dentro de mim estalou. Abri os olhos no mesmo instante, e antes que eu pudesse tomar alguma atitude Jack entrou na cozinha.

– Hm hm... – pigarreou Jack. - Estou interrompendo alguma coisa?

Assim que David ouviu a voz de Jack ele pulou pra longe de mim. Era a segunda vez naquela noite que eu ficara grata pela presença do Jack. Nós estávamos de costas para a porta da cozinha por isso, Jack não viu que David estava com as mãos em mim. Mas ele sabia que estava acontecendo alguma coisa, não tinha como ele não ter visto David atrás de mim, me pressionando no balcão.

– Hum... – disse David coçando a sua nuca. – eu só...

Aproveitei a oportunidade para sair de lá o mais rápido possível. Estava ficando cada vez mais difícil respirar. Eu sabia que não podia voltar para a sala de jantar e fingir que estava tudo bem. E tinha medo que David fosse atrás de mim novamente. Eu só queria que aquilo acabasse. Não estava pedindo a paz mundial nem o fim da fome no mundo. Nem nada muito impossível. Só. Que. Aquilo. Acabasse. Subi as escadas correndo, sem saber ao certo onde estava indo. A única certeza que eu tinha, era que eu precisava ficar sozinha. Eu precisava conseguir respirar novamente. E descobrir uma maneira de fazer o meu cérebro e coração pararem de funcionar.

Assim que entrei no banheiro tranquei a porta, para não correr o risco de ser seguida de novo. Fosse por David ou por outra pessoa. Eu tentei me manter inteira. Tentei não desmoronar. Tentei mesmo. Mas já não tinha força suficiente. Escorei-me na porta e deixei minhas pernas cederem, escorregando até senti o chão abaixo de mim. Antes que eu pudesse sequer registrar o fato de que estava chorando, um soluço estrangulado saiu dos meus lábios, me fazendo levar as mãos até eles para tentar abafar o som. Mesmo que eu tivesse 10 mãos, eu não conseguiria abafar os meus soluços, que ficavam cada vez mais altos conforme as lágrimas caiam pelo meu rosto.

Ele venceu. Ele conseguiu me destruir completamente.

Era tudo o que eu conseguia pensar naquele momento, enquanto a dor me consumia de dentro para fora. E eu a aceitava. Porque era tudo o que eu poderia fazer. Naquele momento, com o coração quebrado em milhões de pequenos pedaços, eu aceitei. Eu aceitei que nunca iria me recuperar de tudo o que havia acontecido. Não depois dessa noite. E aceitei, que o que eu tinha sentido estalar dentro de mim quando estava na cozinha com David, na verdade não tinha sido um estalo. Tinha sido a minha esperança se despedaçando. Aquela na qual eu estava me agarrando tão desesperadamente nos últimos dias. Que me fez pensar que eu tinha alguma chance de superar tudo isso e ficar bem. Aparentemente eu não era tão forte quanto imaginava que era. E o mais importante de tudo, eu aceitei que não conseguiria mais lutar contra isso. Por mais que eu tentasse sair do buraco que eu me encontrava, sempre aparecia algo para me derrubar de novo. Eu havia chegado ao meu limite. Havia o ultrapassado.

Ele venceu.


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