I'm Crazy For You escrita por Maremaid


Capítulo 31
O casamento


Notas iniciais do capítulo

Waaazzzaaa!

Tudo bem com vocês? Estou bem.

Desculpa pela demora, afinal... já é segunda. Mas eu demorei para escrever o capítulo (Ele ultrapassou 7.000 palavras! Estou em choque até agora *o*)

Bom, como eu já disse nas notas finais do capítulo anterior... esse tem POV da Ash e Hanna. Espero que vocês gostem.

P.S: O título ficou simples, eu sei. Não pensei em algo mais criativo '-'

Boa leitura e nos vemos nas notas finais



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POV ASHLEY:


O dia finalmente chegou.


Sábado. Hoje era o casamento da mamãe com Eric. Parece que foi ontem que Eric foi na nossa casa jantar, que eu descobri que Logan era seu filho. Tudo parecia até um sonho.


Afinal, qual era a possibilidade de o garoto que eu conheci em uma balada ser o filho do novo namorado da minha mãe? Mínimas! Mas, mesmo assim... aconteceu. E agora, seriamos uma família.


Minha mãe não queria um casamento grande. Então, optou por algo mais simples. Apenas para os familiares e os amigos mais próximos. Eric concordou de imediato com as “exigências” dela. Que vamos combinar... nem eram tantas assim. Minha mãe nunca foi de se importar muito com luxo, apenas com conforto.


Falando no Eric, ele realmente havia mudado desde o natal. Não sei se era por causa do casamento, mas ele andava muito calmo ultimamente. Eu não o vi gritando e estressado nenhuma vez nas últimas semanas. Espero que ele continue assim.


O casamento e a festa seriam realizados em uma fazenda que.... era da família do Eric. Dele e de seus irmãos, tipo herança de família. (Pois é, eles são bem mais ricos do que eu podia imaginar). O lugar era lindo, e a cerimônia seria celebrada na frente da casa de dois andares, ao ar livre, e o dia colaborou para isso. Fazia sol e estava bem quente para um dia de inverno. Mas, só por garantia, havia uma tenda transparente que cobria o lugar caso resolvesse chover.


Estava quase na hora. Minha mãe se arrumou em um dos quartos da casa no segundo andar, assim como as outras mulheres. E os homens ficaram no andar de baixo.


Minha mãe estava radiante em seu vestido pérola. Ele não era volumoso e cheio de camadas de tules como os típicos vestido de noivas. Era comprido, quase encostando no chão. E caia perfeitamente em seu corpo. Tinha um cinto brilhante cheio de pedrinhas que marcava sua cintura e um decote discreto no peito. O cabelo estava amarrado em um coque chique e ela usava pouca maquiagem.


Todos já estavam na rua, esperando a cerimônia começar. Exceto eu, Alice, - que era a dama de honra - as madrinhas e claro, minha mãe.


— Como estou? — ela perguntou pela décima primeira vez desde que havíamos descido. Sim, eu contei.


— Mãe, a senhora está linda! — respondi, mais uma vez.


— Certo — ela respirou fundo, tentando manter a calma. Eu nunca havia visto a minha mãe tão nervosa antes.


— Tetê, você está pronta? — perguntou Tia Edna para a minha mãe. As duas eram irmãs.


— Não sei — ela respondeu, mas logo balançou a cabeça — Quer dizer, sim. Estou pronta.


— Ash, peça para tocarem a marcha nupcial. Por favor — Tia Edna disse dando um sorriso.


— Claro, tia — respondi e abri a porta.


Fui até o cara do som e avisei que já estava na hora. Olhei de relance para o altar, e vi Eric apreensivo olhando de meio e meio segundo para o relógio no pulso. Logan estava um pouco mais para o lado, conversando com um cara que deduzir ser seu tio, pois era muito parecido com Eric.


Entrei novamente na casa. A marcha nupcial começou a tocar e as portas foram abertas. Alice entregou o buquê para a minha mãe e deu um sorriso. No lado de fora, Tio John, o irmão mais novo da mamãe, - e o único homem - lhe esperava para levá-la para o altar. Ela olhou uma última vez para mim e sorriu, eu retribui o sorriso e fiz sinal para ela ir.


Todos se levantaram e olharam para o corredor central, enquanto ela entrava. Andei rapidamente pela lateral até chegar ao altar, e parei ao lado de Logan.


Alice foi na frente carregando as alianças, e logo atrás estava Tio John e minha mãe. Ela parecia se segurar para não chorar, certamente pensando que não podia fazer isso porque iria estragar a maquiagem. Típica desculpa de noiva.


Quando ela chegou ao altar, Tio John cumprimentou Eric e sorriu para a minha mãe, a entregando em seguida para o noivo. Eric deu um beijo na testa de mamãe e sorriu. A felicidade estava estampada no rosto dos dois. Eles se viraram para frente e o padre começou a falar.


— Estamos aqui, hoje, reunidos, para unir em matrimônio Tereza e Eric...


[...]


Assim que a cerimônia acabou, nos dirigimos para a festa. Mamãe e Eric ficaram logo na entrada ao lado da mesa de presentes, recebendo os parabéns dos convidados.


— Oi, maninha — Logan apareceu ao meu lado com um prato de salgadinhos na mão.


— Não acredito que você já está comendo! — Foi a primeira coisa que eu disse. Logo depois fiz uma careta, ao perceber do que ele havia me chamado — Não me chame assim. Você sabe que eu me sinto desconfortável.


— Estava com fome. Eu não comia nada desde que sai da casa dos meninos — ele deu de ombros, depois adotou uma expressão séria — Ok, desculpa. Só estava brincando. Mas você sabe, somos meio-irmãos agora.


— É, eu sei... mas não precisava me lembrar disso — disse nervosa, e roubei um salgadinho do seu prato. Ele me olhou de cara feia — O quê? Também estou com fome.


— Depois eu que sou o gordo — ele revirou os olhos e pegou o último salgadinho do prato — Vou pegar mais — ele disse de boca cheia e saiu. Esfomeado.


Olhei em volta a procura do pessoal e vi uma garota loira acenando euforicamente na minha direção. Era Sam. Fui até lá e encontrei todo mundo sentando em uma das mesas. Logo em seguida, Logan apareceu e se sentou ao meu lado, na cadeira da direita. Carlos praticamente atacou o prato assim que viu, nem esperou ser colocado na mesa. Esses garotos são um bando de esfomeados, as vezes acho que eles não tem comida em casa.


Ficamos conversando e rindo alto. E claro, todas as outras mesas ficaram olhando de cara feia para nós. Abaixei a cabeça constrangida, afinal, a maioria das pessoas ali praticamente me conheciam desde que nasci.


Ash — James que estava no meu lado esquerdo, me cutucou de leve no ombro — Você não disse que a Hanna viria? Cadê ela?


— Ela disse que vinha. Talvez tenha se atrasado um pouco — respondi.


— É, talvez — ele deu um sorriso fraco e fez uma cara de “Só perguntei por perguntar” e virou para o outro lado, onde Jade estava sentada e começou a prestar atenção na conversa.


Ok, quem ele está querendo enganar? James está todo eufórico desde que chegou, apenas olhando para os lados como se estivesse procurando por alguém. E na realidade, estava mesmo. Eu já havia percebido que ele gostava dela, mesmo que nunca tivesse admitido isso para mim. Já Hanna, eu não podia dizer a mesma coisa. Afinal, ela nunca foi de falar sobre sentimentos conosco.


Luke apareceu na nossa mesa com Alice logo atrás dele. E ficou em pé entre a irmã e Kendall.


— Oi, cunhadinho — ele disse colocando o cotovelo no ombro de Kendall, como se eles fossem super íntimos — Cadê a Katie?


— Ela não pode vir — ele mentiu. Kendall havia dito que a irmã não veio por dois motivos Um: Não gostava de casamentos. Dois: Estava fugindo do Luke (E com razão).


— Ah, que pena... — Luke disse desapontado — Iria convidá-la para dançar comigo.


— Eu danço com você — Alice disse todo animada.


— Não, já perdi a vontade — ele pegou e saiu de cara amarrada. Alice apertou os lábios e fez uma carinha triste, saindo em seguida.


Coitada da minha irmã, ela vive atrás do Luke, que não está nem ai para ela. Ok, ok, eu sei. Ela ainda é muito nova... tem apenas 10 anos e não deveria ficar assim por causa de um garoto. Mas é que eu não gosto de vê-la triste.


Alguns minutos depois, mamãe apareceu - sozinha - na nossa mesa.


— Oi, crianças — ela disse com um sorriso. “Crianças?” Sério, mãe? — Estão gostando da festa?


Todos assentiram e começaram a falar ao mesmo tempo “Sim”, “Aham”, “Tô curtindo” “Legal”, “A comida está uma delicia”. Essa última parte adivinha quem falou? Não, não foi o Logan. Foi o Carlos. Outro guloso.


— Eu AMEI o seu vestido Sra. Collins — Ben disse todo afeminado. Agora todos já sabiam que ele era gay, inclusive a mãe dele que também estava na festa — Quero dizer... Sra. Mitchell. Vou demorar um pouco para me acostumar com isso — ele coçou a nuca, envergonhado.


— Muito obrigada, Benjamin. E você não é o único que vai demorar para se acostumar — ela riu. Depois olhou para Logan — Falando nisso, só assim para você parar de chamar de “Sra. Collins” não é, Logan?


— Pois é — ele admitiu — Mas agora vou chamá-la de Sra. Mitchell — ele responde e deu de ombros como se fosse óbvio.


— Nada disso. Agora você é meu enteado, então vai me chamar pelo nome. Certo?


— Tudo bem Sra... Quer dizer, Tereza — Logan fala se rendendo.


Eric apareceu e colocou a mão sobre o ombro da minha mãe.


— Querida, está na hora da dança — ele fala e depois dá um aceno coletivo para nós.


— Ah, claro — mamãe responde, como se acabasse de lembrar disso — Vamos, crianças.


Todos concordaram e se levantaram. Ficamos em volta da pista de dança, assim como os demais convidados, enquanto mamãe e Eric dançavam “A valsa do noivo e da noiva”. Quando terminou a valsa, começou tocar outra música, que também era lenta e os casais começaram a se dirigir para dançar. Sam puxou Kendall para a pista, que insistia em dizer que não queria, mas só foi ela lhe dar um beijo para ele ir sem reclamar. Jade e Carlos foram também. Ben e James voltaram para a mesa, alegando que não tinham com quem dançar. Logan segurou minha mão e me levou até a pista, sem dizer nada.


Passei minhas mãos em volta do seu pescoço, e repousei minha cabeça em seu peito, sentindo seu perfume maravilhoso. Enquanto ele me segurava firme pela cintura.


— Sabe o que isso tudo me fez lembrar? — ele sussurrou.


— O quê? — perguntei sem me mexer.


— Quando nos conhecemos naquele dia na balada, e que dançamos uma música lenta como essa. E de como eu me arrependi por não ter te beijado.


— Sério? — perguntei, retirando minha cabeça do seu peito e olhando para ele. Logan assentiu com um sorriso, mostrando sua adoráveis covinhas que eu tanto amo — Bom, se tivéssemos nos beijado naquele dia, eu não ia me lembrar. Então, acho que não iria fazer tanta diferença assim.


— Eu sei. Mas, eu iria lembrar e teria feito toda a diferença para mim. Porque talvez você não teria saído daquele jeito do bar, e eu teria pego o número do seu telefone.


— Mas nós nos encontramos logo depois, quando você foi na minha casa. E se eu me lembro bem, você tratou de me encurralar na parede e me beijar até eu perder o ar.


— Perdeu o ar, é? Bom saber — ele parecia se divertir com o que eu disse. Senti meu rosto corar por ter confessado isso — Mas... eu acho que o destino queria assim. Era mesmo para nos ficarmos juntos.


— Concordo — respondi. Eu realmente tinha certeza absoluta disso.


A música terminou, e começou outra. Eric apareceu e colocou a mão gentilmente sobre o ombro do filho.


— Será que eu posso dançar com a minha enteada? — ele perguntou com um sorriso.


— Claro, pai. Com licença, vou dançar com a noiva então — Logan deu uma piscadinha e foi até a minha mãe.


Eric bem mais alto que Logan, então era um pouco complicado dançar com ele. Ficamos alguns segundos apenas se mexendo para o lado e para o outro. Eu olhava direto par o chão, me certificando que não pisaria no seu pé. Afinal, sou um desastre dançando.


— Ashley, eu queria te pedir desculpas — ele finalmente falou.


— Pelo que? — perguntei confusa. Ele suspirou.


— Sei que não fui muito legal com você quando descobri do seu namoro com Logan. De certo você me odiava por isso.


— Eu nunca te odiei — respondi. Bom, nessa época eu fiquei chateada por ele não aprovar o nosso namoro. Mas, ódio é uma palavra muito forte. Apenas, não gostava do jeito que ele estava me tratando. Só isso.


— Que bom — ele sorriu, aliviado. E pela primeira vez, observando detalhadamente o rosto do meu padrasto, percebi as semelhanças entre ele e Logan — Eu só havia ficado com... ciúmes. Logan sempre me disse que não iria se apaixonar, que apenas gostava de curtir a vida. Mas quando ele me falou pela primeira vez que a amava, eu sabia que era verdade. E não há duvidas, que você também o ama. Seus olhos brilham só de ouvir o nome dele. Então, eu só quero que você saiba que meu filho é muito sortudo de ter você como namorada.


— Obrigada — respondi, sentindo meu rosto corar mais uma vez. Nós nunca tínhamos falado sobre isso, e eu me sentia um pouco desconfortável. Mas agora éramos uma família, então eu tinha que deixar a vergonha de lado — Assim como mamãe também é, por ter encontrado o senhor — admiti.


— Tereza é uma mulher incrível. E você também é, Ashley — ele sorriu e olhou para algo atrás de mim, depois me soltou — Acho que o seu namorado quer você de volta.


Olhei para trás, e vi Logan sorrindo na nossa direção com as mãos no bolso da calça. Céus, ele conseguia ficar ainda mais lindo do que o normal usando terno!
Eric acenou para nós e saiu. Logan deu alguns passos até chegar na minha frente, depois olhou por cima do ombro da direção onde o pai havia ido.


— Posso saber o que vocês tanto conversaram? — ele perguntou, com uma sobrancelha arqueada.


— Sobre você — respondi, sorrindo.


— Sobre mim? Uau! — ele disse, surpreso — Por acaso estavam me xingando pelas costas, é?


— Com certeza, estávamos comentando como você é guloso e muito convencido — ri, ele fez uma careta — Brincadeira. Só falamos bem de você — respondi.


— Ah, acho bom mesmo — ele sorriu de lado e estendeu a mão para mim — Me concede a honra desse música, Srta. Collins?


— Claro, Sr. Mitchell — dei a mão para ele e começamos a dançar.


— Então — ele começou — Você gostou daqui?


— Sim, é muito lindo — respondi.


— Que bom, porque o nosso casamento também será aqui.


— O quê? — paro da dançar no mesmo momento e o encaro — Nosso casamento?


— Calma, não estou te pedindo em casamento.... ainda. Primeiro eu quero me formar na faculdade, ter um trabalho fixo e não depender mais do dinheiro do meu pai. Então, depois vamos nos casar. São só uns cinco anos — ele falou do mesmo jeito que se diz “São só umas cinco semanas”.


— Claro, vai passar rapidinho — ironizei — E onde vamos morar? — perguntei.


— Em algum lugar da Califórnia mesmo. Então vamos ter uma casa bem espaçosa para as crianças brincarem. Quero dois filhos, um menino e uma menina. Ah, e um gato chamado Simon.


— Mas eu prefiro cachorros — disse fazendo beiçinho.


— Ok, então vamos ter um cachorro. O que você preferir — ele deu um sorriso.


— Eu te amo, muito — digo, lhe dando um beijo suave.


— Eu também te amo, futura Sra. Mitchell — ele responde. E me beijou novamente.


POV HANNA:


Eu estou atrasada. Tipo, muito mesmo.


Toda a minha família foi convidada para o casamento. Afinal, minha mãe é bem amiga da Sra. Collins... que a essas horas já deve ser Sra. Mitchell. Mas, meu pai teve uma reunião na empresa de última hora e minha mãe falou que não iria sem ele. Já o meu irmão, que ainda estava aqui em casa aproveitando as férias da sua faculdade de Contabilidade, disse que ia reencontrar uns amigos que não via fazia algum tempo. Então, eu iria sozinha para “representar a família” e levar o presente.


Eu iria de táxi para lá, já que ainda não tirei a carteira de motorista. (Sim, eu tenho 17 anos e ainda não sei dirigir. Isso é vergonhoso, eu sei) Mas Ethan, disse: “Fica tranquila Han, eu vou sair também e aproveito e te dou uma carona”. Só que eu não esperava que ele iria ficar mais de uma hora falando com a Sophie, namorada dele que também faz Contabilidade, e eu me atrasaria tanto.


Para piorar mais ainda, se é que ainda era possível, o caminho era de uma hora de viagem de carro. Mas como o meu irmão e o GPS dele se entendem muito bem, ele acabou passando por uns lugares meio desertos e cheio de mato que acabou prolongando a viagem em mais quarenta e cinco minutos. Anotação mental: Nunca mais pegar carona com Ethan se quiser chegar cedo em algum lugar.


Então, depois de um século e meio de viagem, finalmente chegamos na tal fazenda que ficava no meio do nada. Sério, não tinha mais nenhuma propriedade por perto. Será que eles não poderiam ter arrumado um lugar mais perto e acessível?


Ok, então Ethan me deixou logo na entrada e disse para eu ligar ou mandar uma mensagem quando quisesse ir embora. Assenti e peguei o presente no porta-malas, me despedi dele, esperei o carro partir e me virei. Havia um caminho de pedras que levava para uma casa de dois andares linda, mas eu sabia que a festa era atrás. Legal. Depois de uns cinco minutos andando e de ter subido um morrinho, eu avistei a tenda onde estava ocorrendo a festa. Fiquei feliz por ter vindo com o meu sneaker. Caso contrário, a essa hora eu já teria torcido o pé. E esse é um dos principais motivos que eu não uso salto alto.


Conforme eu me aproximava mais da tenda, a música passava de frases indecifráveis para algo que se entendesse. Por mais que eu não goste desse tipo de música paradona. Coloquem uma música mais animada, por favor, isso é um casamento e não um velório.


Entrei na tenda e vi um monte de rosto desconhecidos. Legal, vou demorar um século para achar as garotas. Avistei a mesa de presentes e fui até lá colocar o meu. Minha mãe disse que tinha comprado um jogo de jantar de porcelana da Inglaterra. Ou será que era da França? Ah, sei lá também! Só sei que era da Europa.


Coloquei o presente sobre a mesa e me virei. Nesse momento eu esbarro em alguém. Quer dizer, em um garoto. Ah, não! Por que justo ele?


— Hanna! Oi! — ele dá um sorriso enorme ao me ver.


— Hm, oi James — respondo. Olho para o lado a procura de algum conhecido para me salvar. Ninguém. Droga.


— Pensei que você não ia iria vir mais — ele disse, ainda mantendo o sorriso gigante no rosto. Respirei fundo e tentei não olhar muito para... ele.


— Vamos dizer que eu tive um contratempo, mas... estou aqui agora — disse. Sério que você está aqui Hanna? Oh, não me diga! Ele nem percebeu, imagina.


— Fico feliz de você ter vindo — ele respondeu.


— Aham — murmuro — Então... eu preciso ir.... Sabe. Fui.


Sai praticamente correndo de perto dele. Andei entre as mesas que estavam todas lotadas. Até que avistei uma mais ao fundo, com vários adolescentes falando alto e chamando a atenção das outras pessoas. A-HÁ! ACHEI ELES!


Fui até lá e cumprimentei todo mundo, me sentando em seguida. Ficamos conversando até aquela certa pessoa voltar e se sentar. Por sorte, eu estava entre Sam e Ben. E ele se sentou entre Ash e Jade.


Ah, porque eu estou evitando o James? Simplesmente porque sempre que penso nele a única coisa que vem na minha mente é aquele beijo. Sim, o beijo que eu dei nele. Meu Deus, por que eu fui fazer aquilo mesmo? Por quê?


Ok, como se eu não soubesse a resposta. Eu beijei o James naquele dia, porque... eu gosto dele. Pronto, falei!


Só que eu sou uma idiota e simplesmente evitei o garoto essas últimas semanas. Toda vez que as meninas ligavam me convidando para sair com o pessoal, eu inventava uma desculpa para não ir. Porque eu sabia que James estaria. E eu não estava preparada para vê-lo. Não estava preparada para dizer o que eu sinto por ele.


Então, eu resolvi ocupar minha cabeça com outra coisa. Liguei para uma das enfermeiras que trabalha no hospital e perguntei se eles estavam precisando de voluntárias nessas férias. Ela disse que sim, e resolvi passar todas as tardes da semana lá ajudando. Tudo estava indo bem até que, na semana passada, eu vi um garoto sentado na sala de espera e achei que era o James. Ele estava de costas, mas tinha o cabelo parecido com o dele. Só quando ele se virou que eu vi que não era o James. Eu devo estar ficando louca, só pode.


Voltei a realidade, quando Ben me cutucou fazendo uma cara de “Isso não é engraçado?”. Percebo que todo estão rindo de algo que Carlos acabou e falar. Forço um sorriso e aceno positivamente com a cabeça. Observo todos da mesa, um por um. Mas paro assim que olho diretamente para o Sr. Olhos Castanho-Esverdeados. Ele fica me encarando por um certo tempo, então desvio o olhar e tomo um gole do copo que está na minha frente Esse refrigerante era meu mesmo? Não faço a mínima ideia.


Tento olhar para qualquer lugar, mas sempre acabo olhando de relance para James quando ele está me fitando também. Respiro fundo. Coloco a mão no braço de Ash.


— Vou no banheiro — digo


— Quer companhia? — ela pergunta com uma cara de confusa de “Por que ela está me avisando isso?”.


— Hm, não. Só estou avisando mesmo. Já volto — Me levanto, deixando minha bolsa lá mesmo.


Caminho até sair da tenda, e entro na casa. Há algumas pessoas lá dentro. Como não acho um banheiro no primeiro andar, subo as escadas e acabo encontrando um na parte de cima. Entro e me apoio na pia. Levanto o rosto e encontro meu reflexo no espelho redondo. Fico ali por alguns minutos, até me sentir bem. Quando saio do banheiro, resolvo dar uma caminhada para conhecer a casa.


Céus, nunca vi tanto quartos de hospedes na minha vida! Continuo andando, até que eu vejo uma porta lateral pequena, que facilmente passaria despercebida. Vou até lá, e vejo que a tal porta leva até uma enorme varanda. Fico maravilhada com a vista. Dá para ver toda a propriedade daqui. Me inclino sobre a varanda, colocando os braços sobre a plataforma e aprecio a paisagem.


[...]


— Te achei.


Eu nem precisava olhar para trás para saber quem era. Porque eu poderia reconhecer aquela voz em qualquer lugar. Mas, por puro instinto, acabei me virando.


O analisei de cima a baixo, e só agora reparei como ele estava vestido. O cabelo estava penteado para trás e havia um inicio de barba no seu rosto, lhe dando um ar de cara mais velho. O terno preto, combinava perfeitamente com a gravata listrada azul. E ele estava com as mãos no bolso, me olhando. Deveria ser um crime ele andar tão sexy e maravilhoso por ai. Só acho.


Desse jeito ficava difícil tentar ignorá-lo. Na verdade, era sempre difícil ignorar um garoto como o James. Mas, aparentemente, eu conseguia fingir que sim.


— Ah, oi — digo, tentando soar indiferente. Como se ele fosse apenas um conhecido.


— É impressão minha ou... você está me evitando? — ele pergunta, se apoiando na varanda ao meu lado.


— É impressão sua — minto. Mantenho meus olhos fixos na paisagem. Olhar para ele agora, não seria uma boa ideia. Não mesmo.


— Okay — ele responde, aparentemente dando de ombros.


Ficamos em silêncio por vários minutos. Não sei quantos, mas para mim parecia uma eternidade. Eu queria muito que ele falasse algo. Não queria ser a primeira a puxar assunto. E se eu falasse alguma besteira? Algo que o afastasse -ainda mais -de mim? Bem, eu normalmente fazia isso. Quer dizer, quase sempre. Ok, sempre.


— Então — ele finalmente se pronunciou — Precisamos conversar.


— Eu sei — respondi.


Pela primeira vez, eu não disse algo como “Já estamos conversando” ou “Não temos nada para conversar” que eu estava acostumada a sempre dizer. Porque eu sabia que realmente precisávamos ter aquela conversa.


— Hanna, eu não quero que você ache que estou te perseguindo ou algo do tipo...


— Eu não acho isso — o interrompi — Desculpe, continue.


— Eu só quero que... — ele suspirou, como se quisesse ganhar tempo para achar as palavras certas — ...Você seja sincera comigo. Porque as vezes, eu tenho a impressão que você está tentando fugir de algo. Talvez, de mim.


— Eu realmente estou fugindo de algo — confesso — Mas não é de você.


— Do que você está fugindo então? — ele perguntou, tirando o braço de cima da varanda. Fechei os olhos por uns cinco segundos, tentando criar coragem para dizer.


— ... Do que eu sinto por você — admito.


— Se-sente por mim? — ele gagueja, surpreso. Finalmente olho para ele, que me encara com aqueles olhos lindos. Encaro o chão, tentando me concentrar no que vou falar. Porque senão se eu ficar olhando para ele, vou me distrair.


— James... — começo — Quando eu te disse naquele dia, que eu tinha medo de me apaixonar por você, eu meio que menti.


— Mentiu?


— Sim — respiro fundo — Porque eu já estava apaixonada por você. Só não queria admitir isso a mim mesma. Mas quando nós nos beijamos, eu percebi que não podia mais tentar esconder o que eu estava sentindo. Porque uma hora ou outra, isso ia acabar sendo revelado.


— Então... foi por isso que você me beijou? — ele perguntou, curioso.


— Foi — respondi. E eu já deveria ter feito isso muito antes. Pensei, sem coragem de dizer em voz alta.


— Uau! — ele disse, surpreso, sem conseguir conter um sorriso.


— E me desculpe, por ter te tratado tão mal no começo.


— Tudo bem, você já me pediu desculpas por isso no dia do baile — ele respondeu, como se desse de ombros. O baile, claro... por um momento eu havia me esquecido dele. O baile no qual James me salvou daquele garoto bêbado, e eu percebi que estava errada sobre ele.


— Okay.


— Então, isso tudo quer dizer que...? — ele deixou a pergunta no ar, esperando que eu a terminasse.


— ... Que, eu vou te dar uma chance — completei — Claro, se você ainda querer algo comigo.


— Hanna, a coisa que eu mais quero no momento, é uma chance com você — ele sorri, e dá alguns passos na minha direção. Não tento fugir. Afinal, eu não tenho mais motivos para fazer isso.


Ele passa as costas da sua mão pelo meu rosto, fecho os olhos com o toque. Sinto seu perfume em contato com o meu nariz. Oh, ele cheira tão bem! Ele se inclina, colocando o rosto mais próximo do meu. Não me mexo. Ele lambe os lábios de uma forma sexy e fica me analisando. Depois, se aproxima mais, tocando meus lábios, mas não me beija. Como se quisesse ver a minha reação. Por favor, pare de me torturar. Penso.


Eu posso te beijar? — ele fala quase em um sussurro. Sinto sua respiração quente no meu rosto quando perguntou.


Uhum — murmuro. Quando na verdade eu queria dizer “Já era para ter feito isso”.


Ele passa a mão que estava no meu rosto, para a minha nuca. E com a outra aperta minha cintura. Eu deslizo minhas mãos sobre seu paletó, e chego a sentir seus músculos definidos na barriga e peito. UAU!


Ele finalmente me beija. No começo com calma, e aos poucos vai acelerando mais o beijo. Deixo um gemido escapar da minha boca. Ele tira a mão do meu rosto e vai deslizando pela lateral do meu corpo, passa pela minha cintura até chegar na minha perna. Então eu passo meus braços por volta do seus pescoço, para me segurar. E logo em seguida ele me levanta, e eu enrosco minha pernas na sua cintura. James começa a andar, me segurando firme e sem parar de me beijar. Depois de alguns passos, minhas costas se encostam na parede.


Continuamos nos beijando por um longo tempo, até eu parar por ficar com falta de ar. Tipo, eu tenho asma. Sempre ando com a bombinha na bolsa, mesmo que faça bastante tempo que eu não tenho uma crise. São poucas pessoas que sabem sobre isso.


— Tempo! — digo, e tento rir mas estou ofegante demais. Ele ri, concordando. James me coloca no chão cuidadosamente, mas continua próximo a mim.


Ele me fica me olhando, com um sorriso idiota no rosto. E eu devo estar com um igual nesse momento. Percebo que seu cabelo está molhado, ele está suado. E posso dizer que não é apenas porque o dia está quente.


— Que tal descermos agora e aproveitamos a festa? — ele sugeriu, passando a mão gentilmente pelo meu rosto.


— Eu acho uma excelente ideia — respondo, mal contendo o sorriso.


Ele sorri e entrelaça nossas mãos. Então, deixamos a varanda, descemos as escadas e saímos da casa, voltando para a tenda. Quando entramos, há uma grande movimentação de mulheres eufóricas na pista de dança. Mas que diabos está acontecendo aqui, afinal?


Solto sua mão, para poder passar com mais facilidade entre as mesas, até chegar na nossa. Apenas os garotos estão lá.


— Hanna! Finalmente você voltou! — Ben exclamou quando me viu, se levantou e veio na minha direção todo animado. Animadinho até demais.


— O que está acontecendo? — perguntei, confusa.


— É a hora da noiva jogar o buque, duh — ele falou como se fosse muito óbvio.


— Oh, legal... boa sorte para as solteironas desesperadas então — disse, puxando uma cadeira para sentar. Mas Ben me impediu batendo na minha mão — Ai! O que foi, garoto?


— Você não vai se sentar — ele respondeu, indicando a pista onde todas as mulheres estavam e depois cruzou os braços, fazendo uma cara séria.


— O quê? — perguntei. Só depois me toquei do que ele estava falando — Não, não, não! Eu não vou lá!


— Ah, vai sim — ele começou a me empurrar.

Tentei dizer algo e olhei para os meninos pedindo ajuda, mas ele só acenaram me incentivando a ir. Olhei então para James, ele parecia ainda mais confuso do que eu. Ben me levou até a pista, disse para eu ficar ali e voltou para a mesa. Logo Ash, Sam e Jade apareceram ao meu lado, soltando gritinhos de animação e apostando quem iria pegar o buque. Revirei os olhos e fiquei de cara fechada. Eu não mereço isso.


— Atenção, atenção! A noiva vai jogar o buquê! — disse alguém. Olhei em volta e vi que havia uma mulher em cima do mini palco, com um microfone na mão e que se aparecia muito com a mãe da Ashley, só que mais velha. As mulheres na pista gritavam e seguravam os vestidos belo busto, para não cair enquanto davam pulinhos.


Sra. Collins apareceu... Digo, Sra. Mitchell. (Droga!) Que seja, ela apareceu com o buquê na mão, ficando de costas para nós.


Um... dois... — as solteironas de plantão gritavam, loucas para pegar o buquê. Como se isso fosse resolver o problema de estarem encalhadas, e um cara gato ia surgir do nada para casar com elas, igual nos filmes — ...Três!


Quando olhei, o buquê não estava mais na mão da noiva, e sim voando na nossa direção. Quer dizer, na minha direção. Fechei os olhos e ergui as mãos na altura do rosto para me defender, caso aquilo batesse em mim. Então senti algo batendo na minha mão e segurei. Escutei um misto de vozes femininas fazendo um “Ah” de decepção . Abri os olhos e... NÃO ACREDITO!


— Ai meu Deus! Você pegou o buquê! — Sam gritava chacoalhando meus ombros.


— Parabéns! — Ashley disse, animada.


— Hm, com quem será que a Hanna vai casar? — Jade disse com um sorriso malicioso.


Olhei em volta, e só tinha nós quatro na pista. Todas as outras mulheres já tinham voltado para os seus lugares. A mãe da Ashley apareceu e falou algo para mim, mas eu nem prestei atenção. Apenas balancei a cabeça concordando, seja lá o que ela tenha dito. Jade estalou os dedos na minha frente, e eu pisquei forte. Olhei para as minhas e... AHHH! EU PEGUEI O BUQUÊ! (Isso não foi um “AHHH” de felicidade, só para constar. Foi de surpresa mesmo).


As meninas me conduziram de volta a mesa, enquanto falavam sem parar de como eu era sortuda por ter pego o buquê e blábláblá. Quando chegamos na mesa, eu apenas sentei ainda não acreditando no que tinha acontecido. Logan, Kendall e Carlos me parabenizaram. Ben disse que eu era “uma vadia de sorte”. E James... ele apenas sorria para mim com um sorriso idiota no rosto. Parecia... feliz por eu ter pego o buquê!?


Depois de alguns minutos, eles esqueceram essa história e começaram a falar de outras coisas. MUITO OBRIGADO. Odeio ser o centro das atenções.


Alguém tocou o meu braço, e eu levei um pequeno susto. Olhei para o lado e vi que era James.


— Você quer dançar? — ele perguntou. Apenas assenti e nos levantamos. O pessoal nos olhou com uma cara confusa. Ah, claro.. Nós ainda não tínhamos contado que estávamos “juntos” agora. Ok, deixa isso para depois.


Ele me levou para a pista de dança. Uma nova música começou a tocar. Apenas pelo instrumental eu reconhecia qual era.

“Beauty queen of only eighteen / Rainha da beleza de apenas 18 anos
She had some trouble with herself / Ela não se aceitava muito bem
He was always there to help her / Ele sempre estava perto para ajudá-la
She always belonged to someone else / Ela sempre pertenceu a outro”

— Eu amo essa musica. Você sabia disso? — perguntei. Ele sorriu e passou os braços pelas minha cintura. Coloquei os meus braços em volta do seu pescoço.


— Um passarinho me contou que você adora o Maroon 5 — ele respondeu, contendo um sorrisinho. Olhei de relance para a mesa onde nosso amigos estavam e Ben piscou para mim. Claro, só podia ter sido ele.


— Eu vou matar o Benjamin — disse, brava.


— Não faça isso — ele respondeu. Olhei confusa para ele — Vamos dizer que ele me deu um toque sobre como te conquistar.


— Agora sim que eu mato ele — disse. James me olhou com os olhos arregalados. Dei uma gargalhada, e ele deu um suspiro de alivio por perceber que eu estava brincando — Na verdade, vou dizer um “muito obrigada” a ele.


James assentiu. Ele aproximou mais o seu rosto do meu, apenas para ficarmos mais perto um do outro, durante a música.


“I Don’t mind spending everyday / Eu não me importo de ficar todo o dia
Out on your corner in the pouring rain / Na sua esquina debaixo de chuva
Look for the girl with the broken smile / Procure pela garota de sorriso partido
Ash her if she wants to stay while / Pergunte se ela quer ficar um pouco
And she will be loved / E ela será amada
And she will be loved / E ela será amada...”

And she will be loved. And she will be loved — James cantarolou, quase em um sussurro. Ele estava com a boca tão próxima ao meu ouvido, que cheguei a sentir um calafrio. Deus, ele tem uma voz linda!


Fiquei tão concentrada no momento, com ele tão próximo a mim, que quando dei por mim a música já tinha acabado. Ele fez menção para voltarmos para a mesa. E eu continue com as minhas mãos, firmes, em seu pescoço. Fiquei na ponta dos pés e lhe deu um selinho. Ele deu um sorriso abobalhado com a minha atitude.


— Quero dançar mais um pouquinho, tudo bem para você? — perguntei, fazendo biquinho.


— Quantas músicas você quiser — ele respondeu, dando um sorriso. Então continuamos dançando e dançando...


[...]


— Então, você se divertiu hoje?


A festa já estava quase no final. A maioria das pessoas já tinham ido embora. Inclusive os noivos que foram para a lua-de-mel em Sonoma, aqui mesmo na Califórnia. Eu e James caminhávamos pelo jardim da propriedades dos Mitchell, e como ele já havia ido lá algumas vezes estava me mostrando o lugar.


— Vamos dizer sim — respondi, contendo um sorriso. Senti meu rosto corar. Droga, eu nunca ficava assim perto de garotos. Mas ultimamente, eu sempre ficava assim perto de James — E você?


— Quando eu cheguei, achei que seria uma droga. Mas então uma certa garota apareceu e tudo mudou... — ele respondeu. Olhei de relance para James, que estava sorrindo enquanto falava.


Coloquei o buque debaixo do braço e peguei o meu celular na bolsa (Eu queria ter deixado o buquê lá, ou dar para outra pessoa. Mas Ben disse que dava azar. AFF). Olhei as horas. Já estava ficando tarde. Procurei o nome do meu irmão na lista de contatos e cliquei em “Mensagem”.


— O que você está fazendo? — James perguntou, inclinando a cabeça na minha direção para espiar.


— Vou mandar uma mensagem para o meu irmão vir me buscar — respondi, e comecei a digitar. Ele me interrompeu, tapando o visor do celular com a mão. Olhei para ele, confusa.


— E se... eu te levar em casa? — ele sugeriu, tirando a mão do celular e as colocou no bolso da calça social — Tipo, ele vai demorar uma hora para chegar até aqui.


— Acredite, ele vai demorar muito mais que uma hora — disse, me lembrando da viagem para cá. James me olhou com uma cara de dúvida — Vamos dizer que o meu irmão e o GPS dele não são bons amigos.


— Ahh, sim! — ele exclamou, entendendo o que eu quis dizer — Então?


— Hmm — fingi pensar um pouco, colocando a mão no queixo. Mas depois sorri — Aceito sim. Só vou mandar uma mensagem para o Ethan não ficar preocupado.


James assentiu. Deletei o que eu tinha escrito antes, e escrevi novamente que ele não precisava vir me buscar porque arranjei uma carona. Apertei em enviar e coloquei o celular de volta na bolsa.


— Pronto — disse.


Descemos o morrinho e fomos em direção ao estacionamento, que ficava logo na entrada da propriedade.James abriu a porta do carro para mim, e fez um sinal igual um cavalheiro. Ri e agradeci educadamente.


— Então, o que você quer fazer durante essa uma hora de viagem até L.A? — ele perguntou, ligando o carro e o tirando da vaga.


— Não sei — disse. Realmente não fazia a mínima ideia. Nunca tinha ficado tanto tempo no carro com James. As poucas vezes que ele me deu uma carona, eram trajetos curtos — O que você quer fazer, então?


— Te conhecer melhor — ele respondeu. Já tínhamos saído da fazenda e estávamos na estrada de barro. Sorte que fazia um dia lindo de sol, caso contrário teria lama por todo o lado.


— Me conhecer melhor? Sério? — disse, surpresa. Ele assentiu, sem tirar os olhos da estrada — E o que você gostaria de saber sobre mim?


— De tudo um pouco: O que você gostava de fazer. O que não gosta. Sua cor preferida. Se saber cozinhar alguma coisa. Se prefere cães ou gatos. Se pratica algum esporte. Que tipo de filme gosta. Que profissão pretende seguir... — ele respondeu rapidamente, como se já tivesse esta lista gravada na ponta da língua.


— Uau! — exclamei, surpresa — Pouquinha coisa, não? Tem certeza que não se esqueceu de nada? — perguntei ironicamente e ri em seguida.


— Na verdade... sim. Esqueci de algo — ele disse.


— Deus! O quê? — perguntei, já com medo da resposta.


— Calma! Não é nada demais — ele me assegurou — Só fiquei curioso para saber o seu nome do meio.


— Não tenho nome do meio — menti. Ele riu e fez uma cara de “Dúvido”. Bufei e resolvi me render — Ok. É Michelle.


— Hanna Michelle Kennedy... Gostei — ele disse pausadamente, como se apreciasse. Eu simplesmente não gostava desse nome do meio, achava que não combinava. Mas do jeito que ele falou, meu nome tinha até ficado bonito.


— Agora quero saber o seu nome do meio — disse. Ele riu e murmurou “Sem chance” — Qual é. Eu disse o meu!


— As perguntas são direcionadas a você, não a mim.


— Certo. Mas depois eu que vou fazer perguntas a você, entendeu? Incluindo o seu nome do meio — disse.


— Fechado — ele respondeu.


— Tá bom, deixa eu ver.... Minha cor preferida é preto. Gosto de gatos. Sou um desastre na cozinha. Adoro filmes de dramas. Pretendo fazer faculdade de Fisioterapia... — e fui continuando a falar.


Claro, ele acabou fazendo mais umas dez perguntas nesse tempo e eu respondi todas. E depois chegou a hora da vingança, e eu lhe fiz várias perguntas também.


E assim, a nossa uma hora de viagem passou voando. E por um momento, queria que o caminho fosse mais longo, só para podermos ficarmos conversando mais tempo.


Quando eu conheci James, eu realmente não havia gostado dele. Achei que ele não passava de outro cara bonitão pegador. Mas eu me enganei. Ele não era assim. James era incrível. Por que eu demorei tanto para me tocar disso? Ah, espera, porque eu sou lerda!


Ele estacionou o carro. E eu murmurei baixinho, chateada por já estarmos na frente do prédio onde eu morava. Fiz menção para abrir a porta, mas ele pediu para eu esperar. Deu a volta pela frente e a abriu a porta para mim.


— Obrigada — respondi, saindo do carro.


— Não tem de que — ele respondeu, fechando a porta — Então... Acho que isso pode ter sido um sinal — ele apontou para o buquê na minha mão.


— Que tipo de sinal? — perguntei.


— Que você deveria sair comigo, amanhã.


— Tipo... um encontro? — perguntei. Ele pareceu surpreso por eu ter dito isso.


— Depende... você gostaria de sair em um encontro comigo? — ele perguntou, coçando a nuca, se sentindo desconfortável.


— Hm... — fingi pensar na hipótese, mas logo sorri — Claro que sim, seu bobo.


— Sério? — ele perguntou, surpreso. Fiz que sim — Então... eu te pego às duas?


— Às duas está ótimo para mim — disse.


— Ah, ok. Duas então. É... tchau Hanna — ele falou, se aproximando devagar de mim. Colocou a mão suavemente no meu rosto e me beijou.


— Tchau James — disse depois que nos separamos.


Abri o portão e entrei. Subi dois degraus e me virei, ele ainda estava lá me olhando. Acenei para ele, que retribuiu. Depois olhei para frente e continue subindo a escada. Quando olhei novamente para trás, ele já estava caminhando de volta ao carro. Entrei na portaria, apertei o botão do elevador e esperei ele chegar, depois entrei e apertei no número 15. Eu morava no último andar.


Me olhei no espelho do elevador e sorri, me lembrando do que aconteceu hoje... principalmente dos beijos. Mas, amanhã eu teria a oportunidade de fazer isso novamente. Porque eu iria sair em um encontro com James. O nosso primeiro encontro oficial.


E quer saber? Eu estava muito ansiosa para isso.


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Notas finais do capítulo

BOO!

E aí, gostaram?? Espero que sim! *----*

E o POV da Hanna? Ficou melhor do que vocês imaginavam? Ficou pior? Me contem!

* Música citada no capítulo: She Will Be Loved - Maroon 5 (Porque sim u.u)

*SPOILER* No próximo capítulo:
>> Tereza e Eric ainda vão estar na lua de mel, então o Logan vai se oferecer para "cuidar" de Ash e Alice. Sabe... para elas não ficaram sozinhas #lalala
>> A relação de Logan e Ash vai dar um passo importante. O que será? (Ok, acho que todo mundo já sabe o que é)
>> Ainda não decidi se vai ter POV dos dois, ou só da Ash.
>> É isso.

Mereço reviews? SIM ( ) NÃO ( )

P.S: Minha aula na faculdade começa amanhã, (Sim, já estou na faculdade... sou velha. E sim, ainda não tinha começado) então não sei se vou conseguir postar uma vez por semana, porque talvez não de tempo de eu escrever. Mas, eu vou fazer o possível - e impossível - para não atrasar #Prometo

P.S²: Bom, estou sem deias no momento para algum post no blog, então... se alguém quiser dar uma sugestão, estou aceitando :D

Até o próximo amores.

Big Time Kisses :*

Love vocês S2



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