Pov. Ally

– Você deveria estar com medo. - Austin disse, com a boca encostada na minha. Acontece que eu não conseguia deixar que algo bobo como medo atrapalhasse algo maior pra mim naquele momento, chamado paixão.

Estávamos sozinhos na casa dele. Já era de noite. E estávamos também em seu quarto, na sua cama. E talvez eu estivesse mesmo agindo como uma pervertida agora, mas eu sabia exatamente o que queria e não iria desistir disso.

Amanhã era sábado. Um dia Santo que não tinha escola. E mesmo eu não sendo uma boa mentirosa, consegui inventar uma história para o meu pai de que eu iria dormir na casa de Trish. Ela estava junto comigo na hora e me ajudou a falar, já que minha amiga latina era melhor em contar histórias do que eu. Ela mencionou algo como uma festa do pijama só para garotas e meu pai ficou feliz com a ideia. Mesmo não sendo verdade. Enfim, ele não iria saber disso, de qualquer jeito.

Não cheguei a falar diretamente com a minha mãe sobre a suposta festa do pijama porque ela saberia que eu estaria mentindo. E eu não aguentaria a pressão do seu olhar sobre mim sem gaguejar ou coisa parecida.

– Medo do quê ? De transar com o meu namorado ? Você parece bem mais preocupado com isso do que eu, digo, eu sou a garota aqui, lembra ? - Eu realmente estava levando aquilo com o maior bom humor possível, porque era mesmo engraçado.

– Por isso mesmo. Você deveria estar nervosa e preocupada. E eu deveria estar pressionando você, não ao contrário. - Ele disse, como se fosse óbvio.

Talvez até pode ser.

– Viu ? Estou te livrando da parte de me pressionar. Você quer isso também, não é ? - Ele assentiu, no meio de um longo suspiro, talvez de frustração. - Então, queremos a mesma coisa, ao mesmo tempo ... Qual o problema ?

– O problema é que ... Eu não sei. - Ele suspirou de novo. - Você é especial, e parece tão pequena que eu tenho medo de quebrar você.

– Isso não é tecnicamente possível.

– Você entendeu. - Austin colocou uma mecha do meu cabelo para trás aproveitando para acariciar meu rosto. - Eu te amo tanto ... As vezes me sinto culpado por isso, parece errado. E também certo. Eu queria poder te explicar como eu me sinto, mas acho que não sei direito. Só me preocupo demais com você. - Ele me deu um selinho rápido ainda acariciando meu rosto e depois deu uma risadinha. - Você é como uma boneca de porcelana.

Eu ri e revirei os olhos.

– Tudo bem, me sinto lisonjeada por isso, Austin Moon. Mas acho que está exagerando.

– Talvez. Mas é que ...

O silenciei com um beijo. Acho que devo explicar que ele estava realmente em cima de mim. Como daquela outra vez. E dada a circunstância do momento, e levando em conta todos os fatos e coisas que eu realmente podia sentir , ele estava excitado.

– Austin. - Murmurei. - Por favor. - Pedi como uma criança manhosa. Eu tinha muitas coisas ao meu favor. - Por mim. - Parecia ser o que bastava.

Ele não disse mais nada. Apenas me beijou como se fosse o primeiro e último beijo. Ele estava cedendo. E eu estava sorrindo vitoriosa por dentro enquanto apenas me concentrava nos seus lábios.

Não sabia exatamente se meu cérebro estava realmente funcionando porque eu não conseguia pensar em mais nada a não ser nele. Austin estava em todo o lugar que eu olhava.

Arfei quando senti sua boca no meu pescoço, deixando traços imaginários pela aquela extensão até a minha mandíbula. Ele parecia saber exatamente o que fazia; como fazia. Enquanto eu só conseguia suspirar e gemer com sua boca tocando minha pele.

Passei uma de minhas mãos pelo seu cabelo, o puxando de leve mas erguendo sua cabeça, o fazendo olhar pra mim. Queria olhar em seus olhos para saber o que ele transmitia através deles: desejo, luxúria.

Me senti confiante com isso. O bastante para passar minhas mãos pela sua camiseta com a intenção de tirá-la. A ergui até a metade de seu abdômen e ele a tirou por completo.

– Tudo bem. Uma peça de roupa a menos pra mim. - Ele sussurrou, com a voz rouca e sexy no meu ouvido aproveitando para mordiscar o lóbulo. - Seria justo ... ?

Suas mãos estavam nos meus quadris, brincando com a bainha da minha blusa como se ele decidisse o que fazer. Senti seus dedos subirem pela minha barriga,levando a blusa junto. Agora estávamos empatados.

Não senti a menor vergonha de estar exposta á ele, até porque não era a primeira vez.

Austin me olhou por um segundo antes de deslizar as mãos incrivelmente habilidosas pelas minhas costas, á procura do fecho do meu sutiã. Minhas mãos também acompanharam as suas para ajudá-lo. E então, era menos uma peça íntima para mim.

– Você é linda, sabia ? - Falou.

Ele deslizou suas mãos por toda a parte exposta de meu corpo, me fazendo jogar a cabeça para trás com o devido prazer que era tê-lo tocando em mim. Gemi seu nome enquanto seus lábios quentes desciam da minha clavícula até meus seios. Nunca imaginei que contato físico fosse algo tão bom. Havia tantas coisas que á algum tempo atrás eu nunca imaginaria que fosse gostar se não fosse por Austin.

Eu não estaria aqui agora se não fosse por ele. Não sentiria vontade de fazer essas coisas se não fosse por ele.

Percebi também, o quanto era realmente difícil ficar quieta. Digo, sem suspirar ou alguma coisa. Porque parecia demais. Parecia ... Não sei, apenas inexplicável.

Ele desceu os beijos pela minha barriga, me fazendo arrepiar cada vez mais. Segurei em seus cabelos mais umas vez. Agora, porque eu estava gostando daquilo mais do que nunca e não queria que acabasse.

Sua mão foi parar nas minhas coxas, descobertas pelo shorts um pouco curto que eu estava usando.

Então ele tirou meu shorts. Ele ainda beijava meu corpo enquanto fazia isso, então devo admitir que nem sei como. Austin parecia rápido nisso.

– Espera. - Falei. - Você ainda está de calças.

Ele sorriu, malicioso enquanto se ajeitava para tirar as suas calças e eu o observava mordendo os lábios. Mal deu tempo para mim admirá-lo apenas com sua boxer porque ele já estava me beijando de novo. Nos lábios, e aonde podia.

Fechei os olhos e mais uma vez, apenas pude senti-lo com suas mãos e lábios passeando pelo meu corpo. Em questão de segundos, suas mãos estavam na minha calcinha, e aquela foi a única vez em todo aquele momento em que eu realmente senti um calafrio percorrendo minha espinha. Não de medo, mas de ansiedade. Eu estava muito ansiosa.

Ele a tirou com cuidado, com os olhos focados em mim como se esperasse alguma reprovação minha ou que eu falasse que não queria aquilo de verdade, que não estava pronta. Obviamente não foi o que aconteceu.

Austin voltou a beijar meus lábios, mais calmo, me passando confiança.

– Espere. - Ele murmurou, com a boca grudada na minha.

– O que foi ? - Perguntei, meio desconcertada.

– Camisinha. - Ele disse.

Merda. Por que sempre tem algo pra estragar ?

– Você tem ? - Perguntei, com medo de sua resposta.

Austin se levantou rápido da cama e foi direto abrir uma de suas gavetas, bagunçou uma delas completamente, e abriu outra. Já estava começando a ficar nervosa quando ele se virou pra mim, sorrindo, com um preservativo entre os dedos.

***

– Pronta ? - Ele perguntou, parecendo realmente estar preocupado comigo.

– Estou. - Falei, tentando soar o mais confiante possível. E acho que não me saí mal, porque eu estava mesmo.

Ele se posicionou entre as minhas pernas, e logo eu o senti. Arfei com o primeiro toque, aquilo parecia mesmo ... Hã, grande ? A dor foi a primeira coisa que eu senti. Realmente era quase insuportável,como se estivessem te rasgando por dentro. E talvez até estivesse. Deixei uma lágrima solitária escorrer pelo meu rosto enquanto a dor diminuía. Austin deixou eu me acostumar com seu "amiguinho" dentro de mim e sorriu quando demonstrei o primeiro sinal de prazer.

Quando a dor finalmente acabou, só o que eu podia sentir eram realmente várias ondas de prazer. Austin beijou meu pescoço enquanto estocava cada vez mais rápido, e eu gemia com aquilo.

Minhas mãos voaram para a sua nuca o apertando forte, arranhei seus ombros enquanto suspirava e gemia de prazer perto do seu ouvido. Ele parecia satisfeito com aquilo.

Senti uma sensação extremamente boa me invadindo, e meu corpo ficou mole com aquilo. Percebi que era o primeiro orgasmo que eu tinha na minha vida. Pouco tempo depois, o mesmo aconteceu com Austin.

( ... )

– Está com sono ? - Ele me perguntou poucos minutos em que tínhamos terminado. Eu ainda me sentia mole, mas incrivelmente bem, além de estar cansada.

– Acho que sim.

Ele me beijou de leve nos lábios, me puxando para mais perto dele até minha cabeça estar encostada em seu peito. Com o carinho de sua mão brincando com meus cabelos, adormeci levando na consciência que eu não era mais virgem e que me sentia maravilhosamente bem com isso.