Dia - X escrita por Chiye


Capítulo 2
Capítulo 2 - Futuro


Notas iniciais do capítulo

Escrevi o mais próximo possível das minhas memórias. Espero que gostem. Gostem e guardem certos detalhes.



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Olá, leitor.

Acho que parei na parte em que eu, Chiye Kalleto e minha amiga, Sarah, entravamos na TARDIS e a nave decolava. Sim, tenho certeza que foi ai que parei.

Apenas uma nota que será muito importante mais para a frente: Assim que coloquei os pés na TARDIS, tive uma sensação muito esquisita. Era como se precisasse urgentemente lembrar de algo mas não conseguisse. Algo importantíssimo... Fim da nota, leitor. Simplesmente resolvi, na minha ignorância humana, desprezar essa sensação.

Assim que a TARDIS decolou, a fumaça preta dobrou de quantidade. Fomos os três arremessados contra o console da nave quando ela pousou, com um enorme tranco. O Doutor correu até a porta e a abriu. Nós duas largamos as mochilas e saímos junto com ele.

Estávamos no mesmo lugar: A casa de Sarah. Só que o lugar estava vazio, com plantas crescendo por toda a parte.

--Ano cinco mil e noventa e dois!—Anunciou O Doutor. –Acho que podemos conseguir ajuda aqui.

--Uau!—Deixei escapar sem querer.

--Mas... –Disse Sarah. –Essa rua parece vazia... Onde vamos, então? E o que houve com nossa rua?

--O tempo passou, criança. –Respondeu ele, enquanto eu olhava para a rua deserta. –Os humanos estão tendo que se mover por causa do estado do planeta e... NÃO TIRE A MÁSCARA! –Isso por que Sara movera as mãos em direção a mascara de gás. Ela se assustou e cruzou os braços depressa. –Desculpe, mas o ar está bem sujinho por aqui. Não duraria dez segundos sem ela.

--E como vamos até... Um laboratório ou uma faculdade ou...?

--Primeiramente— Disse O Doutor. –Vamos andar um bom pedaço. Depois podemos pegar algum veiculo. Não sei que tipo de veículos usam nessa dimensão.

Uma coisa que vim entender bem depois desses acontecimentos: As coisas tomam rumos diferentes em dimensões diferentes. Em algumas dimensões, como a que O Doutor viera, o tecnologia era melhor distribuída. Não por aqui.

--Bom, vamos, né? –Eu disse. –Fazer o quê?

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O.K.

Chega de tentar desenhar bruxos duelando. Saiba que sou grande fã da saga Harry Potter, caro leitor. Além do fato que senhoras do tempo se distraem muito fácil. Senhores do tempo também, claro, e um exemplo vivo é O Doutor. O que conta agora é que o que aconteceu a seguir foi meio chato: Andamos. Muito. Por muito tempo. Eu e Sarah já estávamos com sede e cansadas quando chegamos em uma zona habitada, mas não reclamamos. Afinal, juramos que sabíamos nos cuidar e que não daríamos trabalho.

Se algum dia você tiver seu dia X e conhecer O Doutor, leitor, não tente impressioná-lo. Ele é um senhor do tempo, nunca se impressiona com fatores biológicos humanos.

Nessa dimensão o teletransporte era única e exclusivamente usado por ricos e influentes. Decidimos andar até achar algo. Mas nosso plano não deu certo.

Um bando de crianças armadas com canivetes correram ao nosso encontro e nos arrancaram as máscaras de gás. Claro que tentamos impedir, mas tirávamos crianças de um lado e outras nos atacavam por outro. Percebemos tarde demais, quando o bandinho já levava as máscaras, felizes, que lutar fora um erro: Estávamos ofegantes. Notei aos poucos que meus pulmões começaram a queimar. Era horrível. O ar não conseguia entrar direito.

Quando eu era humana, tinha sérios problemas com renite e bronquite. Então soube como agir: Respirar o mais calmamente possível. Fiquei meio abaixada, as mãos apoiadas nos joelhos, encarando o chão, se concentrando em respirar. Meus pulmões queimavam. O ar ali devia ser realmente poluído. Um grande erro humano meu: Não lembrei de avisar a Sarah e ao Doutor o truque de respirar devagar. Para falar a verdade só lembrei deles quando ouvi o baque que indicou que O Doutor desmontara ao meu lado. Olhei para Sarah. Ela tinha a mesma expressão que eu: Desespero.

Outra nota minha: Na série, O Doutor aparece como um ser de biologia superior. Em alguns pontos ele realmente é. Mas em outros, não. Por ter um sistema vascular binário, ele precisava de duas vezes mais oxigênio que um ser humano. Sinto muito, mas acho que não vigiei os humanos que produzem a série muito bem. Mas posso lhe passar esses detalhes. Conheço muito bem a biologia dos senhores do tempo. Aprendemos isso na academia em Gallifrey.

Uma pequena multidão já havia se formado quando quatro homens, vestidos de branco de cima a baixo, apareceram. Apontaram um scanner para nós e arregalaram os olhos. Cochicharam entre si por alguns segundos, então um deles se aproximou.

--Sigam-nos. –Disse.

Dois deles ofereceram apoio a mim e Sarah enquanto os outros dois carregavam O Doutor. Chegamos a um prédio enorme, as paredes externas imaculadamente brancas, em contraposição ao ar sujo dali. Havia um nome pintado acima da porta dupla em tinta dourada: “Guardian’s”.  Assim que as portas se abriram e entramos, notei que o ar ali era limpo. Então cometi outro enorme erro humano: Me afobei e respirei depressa demais. Tudo escureceu.

A primeira coisa que vi quando acordei foi o rosto de um jovem de cerca de vinte e cinco anos. Tinha cabelos castanhos e usava óculos quadrados e tortos.

--Tudo bem? –Perguntou ele.

Fiz que sim com a cabeça e me sentei. Estava em uma cama fofinha em uma enfermaria. Sarah estava sentada ali perto e sorriu para mim quando acordei. Sorri de volta. O Doutor estava deitado, ainda desmaiado. Na época, eu não sabia das fraquezas biológicas. Além de nós, havia apenas o rapaz.

--O que houve? –Perguntei.

--O ar atmosférico daqui é muito poluído, irrespirável. Você ficaram expostos a ele, sem filtros. –Explicou o rapaz. –Mas, me digam, como chegaram aqui? A jovenzinha ali ia me contar quando você acordou.

Ele me entregou um copo de água e eu bebi, mas quase a cuspi. Tinha gosto. Sabe quando você está no meio de uma grande construção e meio que sente gosto de poeira? Agora adicione gosto de vinagre, sal, suco de laranja azedo e muito aguado e coloque um pouco de comprimido de dor de cabeça. Pois é, era esse o gosto.

--Somos viajantes. –Disse Sarah, espertamente omitindo a parte temporal da coisa. –Viemos para cá em busca de ajuda para consertar nossa nave. Quero dizer, a nave do... John Smith. –Ela se interrompeu antes de dizer Doutor. Agora era dizer a ele que era John Smith antes que ele dissesse que era O Doutor.

--É, ela quebrou no caminho, a nave. –Eu acrescentei. –Tivemos que andar um bocado para chegar aqui. Poderia nos ajudar a reconstruí-la?

O jovem se apoiou em uma maca vazia.

--Sua história não faz sentido. –Disse ele. Eu e Sarah ficamos stagnadas, geladas de medo. –Ele não é humano, vocês não tem filtros e carregam tecnologia ALIEN. –E ergueu o que reconheci como uma chave de fenda sônica.

Só que essa chave sônica era diferente das vistas na série. Era cinza-prateada com traços vermelhos, bem como a lâmpada na ponta.

--Filtros? –Perguntei, só para ganhar tempo.

--É. –Explicou ele. –Aqui, desde que nascem, as crianças ganham um filtro no nariz dado pelo governo. Sem isso é impossível sobreviver por causa da densidade dos gazes nocivos. Sem troca nem substituição. Quebrou, sinto muito, mas você está morto.

--Não os temos por que não viemos daqui. –Expliquei, cruzando os dedos por baixo do lençol fino que havia deixado sobre mim.

--Viemos de outro país. –Disse Sarah. –Lá não os usamos.

--Quando disse aqui, me referia a toda a terra. –Disse o jovem. –Estão mentindo.

Mordi o lábio. Estávamos nos afundando cada vez mais. Estava pensando em algo para dizer quando...

--John, você acordou! –Disse Sarah, alto.

O Doutor havia levantado e se sentado. Olhou em volta e, no tempo em que o jovem pegava um copo de água, piscou para a gente. Pronto, estávamos salvas, ele provavelmente pensaria em algo para dizer.

O Doutor aceitou um copo de água e tomou um gole. Assim como eu quase a cuspiu, mas se recompôs bem rápido.

--Então... Quem é você?

--Sou Ricardo Brutnickk. –Respondeu o jovem, agora Ricardo. –Cientista chefe do Guardian’s.

Assimilei o nome Guardian’s com o nome pintando em dourado na entrada do prédio.

--O que é Guardian’s? –Perguntei enquanto O Doutor tentava tomar outro gole de água.

--Uma instituição do governo que tenta resolver o problema do ar. Tentamos de tudo, mas nada fez efeito. E é ai que vocês três entram. Sabemos de civilizações fora da terra, mas precisamos de uma que aceite dividir o planeta conosco. Ou até um planeta habitável que esteja vazio.

--A terra dois ponto zero!—Gritou Sarah, antes que pudesse se conter.

Todos a encaramos, O Doutor com uma expressão de “Como você sabe disso?”

--Quem sabe você consegue? –Eu disse, antes que alguém dissesse qualquer outra coisa. –Poderiam chamar o planeta de terra dois ponto zero!

Ricardo riu. Mas logo fechou o rosto outra vez e disse:

--Sei que não são daqui, embora vocês duas sejam humanas. Que tal assim; Não faço perguntas e ajudo com sua nave e em troca me ajudam a salvar todo o planeta me mostrando um planeta habitável?

O Doutor correu o olhar rapidamente por todos na sala, então disse, se levantando de um salto.

--Feito.


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Notas finais do capítulo

Sem mais comentários, eu acho.



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