A Profecia Do Lobo escrita por BlueMoon


Capítulo 10
Somos todos filhos da lua e do lobo


Notas iniciais do capítulo

Gente não tenho nem mais coragem de fazer uma desculpa decente aqui.Só queria dizer que sinto muito e não prometo nada em relação frequencia de postagem,mas eu não vou abandonar a fic e farei de tudo pra trazer os capitulos de maneira mais rapida,tudo depende do tanque minha imaginação fluir,o que não é facil.Espero que gostem do capitulo e se divirtam ♥.Essa imagem,eu achei que ia combinar com o capitulo,não que a lua esteja usando uma mascara de coelho,mas eu achei que combina.



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O fogo crepitava suavemente na lareira. Uma menina de cabelos negros ondulados descansava sua cabeça no colo de uma mulher também de cabelos negros,longos e ondulados, mas possuía ouro de pirata cravejados nos seus olhos ao invés dos belos pares de safiras da menor.Suas feições indicavam que ainda estava na flor da idade,uma bela mulher.

_Não acha que acha que devia estar na cama mocinha? – sua voz era suave e melódica, acariciava os belos cabelos negros de sua filha com uma das mãos.

_eu sempre gostei mais do seu colo mamãe, é mais quentinho que a cama –respondeu sonolenta,apreciando cada toque em seu cabelo.

A mulher riu divertida, a sinceridade de sua filha chegava a ser ingênua de tão fofa que era.

_Gostaria de ouvir uma historia para ajuda-la a dormir? – os olhinhos azuis fitavam com empolgação a figura matriarcal, suplicando um “sim” silencioso.

Ela pareceu entender o recado e interrompeu o cafuné para alisar o maxilar buscando alguma historia boa e que não tivesse contando antes.Um brilho lampejou seus olhos em satisfação,conhecia uma boa.

_Acho que eu nunca te contei nossa origem querida, gostaria de ouvi-la?

Balançou a cabeça em afirmação.Ajeitou sua postura para escutar atentamente a historia.

“Há muito tempo existia uma matilha de lobos, não como a nossa, eles não possuíam a habilidade de se metamorfizar como nós. O príncipe da tribo,que se chamava Rajan, possuía um pelo tão escuro quanto as azas de um corvo e magníficos olhos lilases.Como príncipe regente,deveria escolher uma fêmea para suceder ao trono e continuar sua linhagem, entretanto nenhuma das lobas de sua matilha lhe atraia e se sentia bastante vazio por dentro por causa disso. Seu pai, líder da tribo, percebendo a tristeza que atormentava o coração do seu filho, aconselhou que ele visitasse o sábio que vivia em uma das mais altas montanhas perto dali.

Escutando os conselhos do seu pai, o lobo correu pelas passagens que levavam ao topo da mais alta montanha. Chegando lá, entrou em uma cabana simples, mas bastante confortável. O sábio nada mais era do que um velho lobo, mas seus olhos transmitiam anos de experiência e sabedoria. Seu olhar era tão penetrante que parecia que via a alma do jovem.

Um pote de cobre servia de recipiente para um incenso que queimava e sua fumaça rodopiava por todo o local, tinha cheiro de jasmim.

O ancião disse que sentia uma perturbação na alma dele e perguntou o que tanto lhe afligia. O lobo negro lhe contou todos os seus sentimentos e historia enquanto o mais velho ouvia tudo atentamente. Quando terminou de contar, o xama fechou os olhos por um momento, a fumaça que vinha do pote começou a rodear o jovem, em uma dança silenciosa.

Quando os abriu de novo lhe contou que ele deveria viajar por 3 dias e 3 noites,nesse tempo ele encontraria uma resposta,mas antes que saísse,disse que nem tudo o que almejamos esta na nossa frente.

Rajan aceitou o aviso de bom grado e partiu em sua viajem. No percurso viu novas paisagens, animais que não conhecia e até outras matilhas com a qual interagiu um pouco, mas nada que lhe pudesse dar uma pista para o que tanto procura. Já era a noite do terceiro dia, decidiu descansar perto das margens de um rio por onde passava calmamente. Estava quase sem esperanças, se levantou para beber da água pensando nas ultimas palavras do Xamã. Foi quando notou uma coisa que nunca tinha percebido antes, um brilho estranho refletia nas correntezas e quando levantou a cabeça para olhar o que era, se deparou com a lua em seu repleto resplendor, nenhuma nuvem cobria ela,e a mesma brilhava intensamente.

Era a primeira vez que Rajan tinha visto algo tão belo, não era porque nunca viu a lua, mas nunca parou para admirar seus detalhes. O lobo negro sentiu que o vazio de seu coração foi preenchido, tinha se apaixonado perdidamente pela esfera branca.

Quando voltou para a tribo, foi recebido calorosamente por seu pai que tinha varias perguntas presas em sua garganta, embora ficasse satisfeito que seu único filho tenha voltado em segurança.

Rajan lhe disse como foi sua jornada,os lugares que visitou,lobos que conheceu,animas que nunca viu antes e do seu primeiro amor.

O líder da tribo ficou bastante intrigado pela escolha de seu filho. Disse que era impossível que esse amor se concretizasse, pois a lua nunca poderia lhe tocar muito menos conceber seu herdeiro.

O jovem entrou em um estado deplorável de tristeza com a resposta que tivera de seu pai. De fato nunca poderiam ficar juntos.Estava inconsolável e o vazio de antes voltou com mais força ainda.Em uma tentativa de minimizar a sua dor,uivou para a lua com todo o fôlego que podia aguentar,era como se estivesse chorando.

A lua,comovida pelo seu amor e sua tristeza,entrou em seus sonhos na forma de uma bela mulher vestida de branco.O lobo fitou intrigado a criatura na sua frente,percebendo de cara que era o amor de sua vida.A bela mulher tocou o seu focinho carinhosamente e depois abaixou sua cabeça encostando suas testas.

“Oh querido lobo,é do meu pesar que nunca poderemos ficar juntos”-disse tristemente

“Eu compreendo”-seu sofrimento era quase palpável e a lua sofria com isso também

“Entretanto, eu posso lhe dar uma coisa, simbolizando o meu amor e nossa devoção de um para com outro”

“E o que seria minha querida?”

Um tímido sorriso brotou de seus belos lábios. Das suas mãos surgiu uma luz branca e quente, na qual se materializou em uma forma humanoide, que lembrava muito um bebê. Para a surpresa do lobo, era mesmo um bebê embalado em um manto negro. O pequenino tinha cabelos brancos como a neve mais límpida que já viu, as bochechas rosadas davam contrastes em uma pele também branca como leite. No alto de sua testa estava simbolizada uma figura de uma lua crescente. Os bracinhos se moviam lentamente como quisesse agarrar algo. A figura feminina estendeu o dedo indicador lentamente para o pequeno que o segurou na mesma hora.

“Se nós não vamos ficar juntos, quero pelo menos lhe dar um herdeiro”

“Contanto que seja um fruto do seu amor, estarei eternamente grato e feliz” –tocou levemente o focinho na criança,sentindo o seu cheiro e o calor que emanava de sua pele rosada

“Do nosso amor” – corrigiu-o

“Como assim?”-questionou curioso

“Sem o seu amor, eu não conseguiria gerar essa pequena criatura, veja”

Os olhinhos que antes estavam fechados, agora mostravam duas pequenas orbes lilases, diferentemente da mulher que tinha olhos negros.

O pequeno olhava fixamente para o seu suposto “pai” e o mesmo lhe retribuía na mesma intensidade. O lobo observada atentamente cada traço de seu filho, sentindo uma felicidade imensa percorrer seu corpo.

A criança abriu um belo sorriso para seu pai e agora ria de alegria, mexendo seus pequenos braços freneticamente querendo tocar o pelo macio do animal a sua frente.

“ele é lindo, nosso adorável filho” – Dava pequena lambidas no seu rosto, fazendo com que a criança risse cada vez mais.

“sim, nosso filho”-Abraçou o pequeno como se fosse a ultima vez e com pesar depositou-o aos pés do lobo-“Sinto dizer isso, tenho que ir, mas quando precisar estarei sempre aqui, nos seus sonhos”

E com um leve selinho no focinho de seu amado, desapareceu em fumaça assim como o cenário que tremia e se desmanchava até tudo ficar negro.

Quando acordou,a primeira coisa que Rajan fez foi procurar pelo bebe que estava perto de onde estava dormindo.Contou o que lhe ocorreu para o seu pai que de inicio não acreditou e não aceitou,nunca aceitaria o fato de um humano se juntar a sua tribo,mas ao ver a criança e a determinação de seu filho em cuida-la,cedeu.Deu-lhe o nome de Yuki devido aos seus cabelos brancos como a neve.

O começo foi bem tortuoso, pois a tribo teve a mesma reação que seu pai, o tempo resolveu perdoar e ao longo dos dias a criança foi aceita e considerada parte da família. Mais tarde descobriram que Yuki podia se transformar livremente para ser como um deles, fato que deixou seu pai e todos intrigados.

Yuki cresceu e se tornou um belo homem, seu pai lhe passou todo conhecimento que tinha sobre como devia governar seu povo e também lhe ensinou sobre o amor, que não importa o quão impossível seja, mas sim o quanto você sente por aquilo.

Yuki seguiu os conselhos do pai e se casou com uma humana dando inicio a uma linhagem mestiça, os licantropos.”

As orbes azul-cobalto brilhavam animadamente com o que tinha acabado de escutar,um misto de surpresa e excitação transparecia em seu rosto iluminado com um grande sorriso.Tinha tantas perguntas para fazer o que não passou despercebido por sua mãe.

_Eu já sei o que esta pensando mocinha, só que não vai dar pra responder muitas perguntas porque já é a hora de dormir. – disse tentando parecer séria, mas no fundo se divertia com a animação da sua filha.

_mas mãeee – birrou inflando as bochechas e fazendo beicinho.

A mulher não conseguiu segurar o riso pela atitude da menor. Pegou ela nos braços a colocando sentada no seu colo. Elevou sua mão para acariciar sua bochecha.

_Nada de mas,pergunte apenas o que acha mais importante.

A pequena ficou séria de repente, pensando cuidadosamente no que perguntar, como se sua vida dependesse disso ou sua noite.

_Essa historia é mesmo verdade? – mostrou um olhar curioso

A outra sorriu docemente ao escutar a pergunta.

_Mas é claro que sim, a grande prova de que o que eu falei é verdade, é isso aqui – encostou levemente o dedo indicador na testa de sua filha, onde estava desenhada uma lua crescente assim como o Yuki da historia tinha. A mesma levantou as mangas do seu vestido revelando o mesmo desenho no seu ombro esquerdo. - Essa lua é a marca registrada de nossa descendência do filho da lua. Todos da tribo são a prova da união da lua e do lobo e como ele herdamos a capacidade de viver entre os dois mundos. Tanto o dos lobos quanto o dos humanos.

Deu uma pausa para respirar

_E não é só isso, existem relatos de outras tribos que tiveram esse tipo de união, mas não com a lua e sim com outros fenômenos da natureza.

_Como assim?

_Dizem que muitas crianças nasceram desses fenômenos. Bebês foram achados nas águas do mar ou até mesmo na lava de um vulcão, todas elas com uma marca simbolizando sua origem.

_É serio que um lobo se apaixonou por um vulcão? – perguntou indignada

_Quem sabe querida, eu acredito que um amor poderoso pode quebrar qualquer barreira seja sobrenatural ou espiritual, tudo depende da profundidade de seus sentimentos – tocou no peito da menina, onde estava seu coração-Portanto minha filha,quando escutado com sabedoria,o coração nunca mente.

Não podia deixar de se admirar com as belas palavras de sua mãe, tudo o que tinha escutado era tão incrível e tão maravilhoso. Estava em êxtase.

_O papai também tem uma marca? – estava visivelmente emocionada com tudo aquilo.

_Sim,a dele esta perto do umbigo. – sorriu contagiada com alegria da filha.

_incrível – murmurou com um grande sorriso nos lábios

_Agora chega de perguntas, você tem que dormir se lembra? – relembrou acabando momentaneamente com a alegria da menina

_Sério?

_Sério

_Droga, quando eu virar rainha eu vou acabar com essa historia de dormir cedo! – resmungou apontando o dedo indicador para a face de sua progenitora.

_hahahahaha,até lá aposto que você esquece disso – Realmente sua filha a deixava cada vez mais surpresa com o que dizia,o que chegava a ser fofo e engraçado ao mesmo tempo.Pegou na mão da mesma a conduzindo para o seu quarto no meio daquele longo corredor.

Chegando nele, a colocou na cama a cobrindo com um cobertor. Deu um beijo na sua testa, desejando boa noite,apagou as luzes e saiu fechando a porta,deixando para trás uma criança cheia de indagações e que nem piscava.

A historia tinha a intenção de deixa-la com sono, mas parece que o efeito foi totalmente o contrario e agora só podemos ver um quarto escuro, sendo iluminado por duas safiras curiosas.

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Abriu os olhos vagarosamente se acostumando à escuridão que preenchia o quarto. O que não era um problema, devido o sangue que tinha.

Olhou para os lados e percebeu que estava nos seus aposentos e pela escuridão deduziu que não devia ser menos que meia-noite. Levou uma mão para sua cabeça se recordando do sonho que tivera. Sorriu ao lembrar-se de sua mãe e o quanto amava suas historias, principalmente a que tinha contado no sonho. A feição de alegria foi logo substituída para uma de tristeza. Sentia saudades da sua mãe, da sua família, dos seus amigos e esses sonhos que estava tendo recentemente não contribuíam nada para seu estado emocional.

Apertou fortemente os lençóis não contendo suas emoções. Suspirou fundo se acalmando, se levantou e saiu do quarto para tomar um ar.Subiu as escadas do andar de cima que davam em direção a sacada,provavelmente ninguém estaria acordado essa hora,pensamento que se reforçou com a quietude do quartel.

“Porque já é a hora de dormir”

Recordou, escutando a voz de sua mãe que possivelmente reprovaria a atitude que estava tendo se estivesse aqui.

_Como a senhora faz falta –ao concluir a fala balançou a cabeça afastando qualquer tipo de pensamento triste

Continuou andando até ficar de frente com a sacada do andar de cima. Apoiou as duas mãos no pequeno muro de pedras, admirando a lua cheia rodeada de estrelas. Devia estar tão linda quanto à da historia. Teria continuado com o que estava fazendo se o delicioso cheiro de rosas não tivesse roubado a sua atenção.

_Vejo que não sou o único que esta sem sono hoje – observou com uma voz rouca e grave

Nem tinha percebido ele ali, estava tão bem camuflado pela parte escura da sacada que seria exagero dizer que se não fosse o cheiro, talvez nunca tivesse notado ele. A única coisa que entregava sua posição era o belo par de rubis, que tinham um brilho curioso quase predatório. Parecia mais um lobo analisando cada movimento de sua presa. Que ironia!

_O que você está fazendo aqui lobinha? – instigou com um leve sarcasmo na voz.

Arqueou uma das sobrancelhas com o que foi chamada.

“Lobinha?Essa é nova” – pensou ainda sem pronunciar nenhuma palavra.

_O que foi?Gostou tanto assim do apelido que não consegue falar? – Definitivamente ironia era o que não faltava nele

_Boa noite pra você também e a propósito não é como eu também estivesse feliz em lhe ver – rebati na altura.

_E quem disse que eu estava com raiva da sua presença?Eu estou apenas curioso.

_Curioso?Como assim?- perguntei também curiosa

_Bem, tem uma coisa em você que me deixa intrigado e estou um tanto curioso em saber o que é, não que isso vá valer do meu tempo, mas isso realmente está me tirando do serio – revelou mudando seu tom de voz para um sério.

_Eu pensava que gente como você se preocupasse mais com a sua caça do que com a vida dos outros - analisei um tanto irritada com a sua atitude

Ele se aproximou para mais perto de mim enquanto eu recuava a cada passo que ele dava, até que bati minhas costas na proteção da sacada. Antes que pudesse fazer ou pensar em alguma coisa, ele botou as duas mãos nas laterais impedindo qualquer chance de eu escapar. Tentei achar alguma abertura, mas ele parecia disposto a continuar com aquilo e vendo que eu já estava mais calma, levou uma de suas mãos para os meus cabelos, pegando uma mexa deles e brincando com ela com os dedos.

_Bem, eu sou bastante rigoroso na seleção de minhas presas, então a recompensa deve ser alta não é mesmo? –Agora seu timbre voltou para o sarcástico, com um leve toque de sedução. Será que eu escutei errado?Impossível!Não deixei de corar com o seu tom.

Seu rosto estava perigosamente próximo do meu, pude ate mesmo sentir o seu halito batendo em minha pele. Era uma mistura de menta com flores silvestres, o que não era nem um pouco ruim, era até agradável. Analisava minuciosamente minhas feições, buscando algum sinal de fraqueza ou algo que lhe interessasse nos meus olhos. E ficou bastante satisfeito ao olhar minha cara de surpresa e levemente corada o que era eufemismo, porque no mínimo eu estava chocada e minha face devia estar queimando com suas palavras.

Deu mais uma ultima analisada antes de inspirar o perfume da mexa que estava segurando e dar meia volta indo embora até que sumisse da minha vista. Deixando-me embasbacada e com o coração a mil, como se tivessem injetado adrenalina na minha veia. Estava tudo embaralhado,não sabia o que era aquilo que estava sentido e por fim jurava que tinha escutado mais uma vez a voz da minha mãe me alertando.

“O coração nunca mente”


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Notas finais do capítulo

Lupus é louco,uma hora fica serio depois sarcástico e sedutor.Vai entender esse cara né? UASHUHAUSHSAUHASUHSA.Quem sera o primeiro a descobrir esses novos sentimentos ein?Será que Lunna seguira o conselho de sua mae e o que Lupus esta tão curioso em saber?



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