KOURIN escrita por P Capuleto


Capítulo 8
Ok... Sou uma de vocês


Notas iniciais do capítulo

Booooom dia, seus bonitos e suas bonitas! Quero pedir desculpas pelo capítulo longo (tento manter sempre uma média de 2.600 palavras nos capítulos regulares), e também avisar que mudei a numeração dos capítulos... Espero que não tenham ficados confusos... O último aviso é sobre meu perfil: há nele uma lista de links onde vocês podem ver mais ou menos a ideia que tenho de cada personagem de KOURIN. Não está completa e existe um nome que vocês não conhecem ainda, mas se ainda sim se interessarem é só ir lá ver. Tomara que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/412811/chapter/8

– Kourin, - abri os olhos quando ouvi Nanami chamando com sua voz de coelhinho. Ela entrou no quarto e acendeu as luzes. - levante ou vai perder a hora. Ignorar o despertador não faz a hora congelar.

Saiu do quarto deixando a porta encostada sem fazer barulho mesmo depois de ter me acordado. Olhei para a mesinha de cabeceira e o despertador realmente estava tocando. Diferentemente do que ela disse, eu não havia escutado nada. Desliguei o aparelho, virei de barriga para cima e bocejei.

Era quinta-feira, sete e vinte da manhã e o meu segundo dia de aula na Academia Yatobi começaria em menos de uma hora (apesar de sentir como se tivesse passado uma eternidade lá dentro por causa de todos os acontecimentos de ontem).

Depois de cair de pernas para cima e ter minha calcinha fotografada pelo maníaco do Hakeshi Asuma, levantei meio tonta e arranquei o celular de sua mão antes de voltar a correr escada abaixo.

Se tentar me impedir, levo pra diretoria!” gritei sem olhar para trás.

Não sei se foi a ameaça, mas uma coisa eu sei: com aquelas pernas quilométricas ele poderia ter me alcançado facilmente mas não o fez. Então cheguei sem problemas ao segundo andar, onde as aulas dos primeiro e segundo anos aconteciam de acordo com a enfermeira.

Pus o telefone junto ao da/do Presidente em minha bolsa. Talvez devesse apagar todas as imagens da câmera... Mas isso eu resolveria depois. Até porque não queria ver nenhuma delas. Naquele momento eu tinha de achar minha sala e tentar aproveitar o resto das aulas antes do almoço.

Tive de me apresentar para a turma e foi difícil ser o centro das atenções de todas aquelas pessoas desconhecidas.

Nas primeiras carteiras estavam uma dupla de gêmeas com cortes de cabelo reto de franjinha. Ambas usavam o uniforme feminino. Me perguntei o que as fizera vir para cá pois pareciam bem normais...

A carteira vaga era a última da fileira recostada à parede, o que me obrigou a passar no meio de todos antes de sentar. Fiquei um pouco nervosa com todos os olhares fixos em mim, mas assim que me sentei, Sumi-sensei - quem eu já conhecia desde a minha admissão na escola - pediu silêncio e toda a atenção dos demais voltou-se para ela.

"Tudo bem, vamos retomar a aula de ontem sobre probabilidade" começou com um sorriso meigo no rosto "Quero ver se algum de vocês pode resolver este problema: Se duas amigas tem 30 anos de idade levando em consideração que nenhuma das duas namora e estão em ótima condição física, qual a probabilidade de apenas uma delas estar de casamento marcado para o início de Dezembro?"

"Ai não..." ouvi alguém suspirar.

"Vai começar..." - a menina a minha frente que já estava de cabeça baixa desde que entrei na sala disse de repente. Achei que estivesse dormindo...

"E então? Alguém pode responder essa pergunta? Por que apenas uma delas arranjou um marido? Ela não merecia mais do que a outra amiga!" a calma em sua voz havia desaparecido totalmente e ela escrevia no quadro com violência.

O que está acontecendo aqui?

"Sumi-sensei, isso não tem nada a ver com matemática..." a menina agora estava se sentando corretamente e ajeitou o cabelo antes de jogá-lo com toda a força para trás e por pouco não me atingir. Que cabelo enorme!

"Você!" a professora apontou o pilot em direção a menina como se fosse um dardo e ela o alvo "Pode me dizer a resposta?"

"Sumi-sensei está solteira porque se preocupa muito com isso. Quando parar de procurar um homem, eles aparecerão e cairão aos seus pés."

"Fácil para você falar, Sakuya! Eu não me preocuparia se tivesse 15 anos e um corpo todo durinho!"

Kami-sama.

A menina da frente era a maluca do outro dia. A que estava disputando pela quadra atletismo com o garoto estranho e bombadão... Qual era o nome dele?

"Sakuya, cale a boca. Como se você entendesse de homens..." uma voz masculina atravessou do outro lado da sala. Todos começaram a gargalhar.

"Não lembro de ter pedido sua opinião, Touko." ela respondeu raivosa.

"Não me lembro de ter pedido sua permissão."

Kami-sama de novo. Era ele! Touko! Os dois estão na minha sala?! Por quê?! Eu só queria ter um dia normal de aula...

"Não não não! Vocês não vão começar suas famosas discussões durante a minha aula!" Sumi-sensei interveio na hora certa "O importante aqui é que eu vou a esse casamento e conhecerei um bom partido dentre os padrinhos. E vocês, crianças, ainda terão muito tempo para arranjar alguém. O meu tempo é que está acabando!"

Do que ela está falando? Será que existe alguém normal nesse lugar?!

"Ahn... Sumi-sensei" uma voz tímida veio da frente da sala.

"Sim, Momo."

"Na verdade sou a Chichi." então vi que se tratava das gêmeas. "Eu acho a senhorita muito bonita e tenho certeza que logo encontrará o seu amor."

A professora parecia ter lágrimas nos olhos.

"Ela tem razão." disse a outra. (Momo?) "E Sakuya-san também tem. Você não deve se preocupar muito."

Agora ela estava chorando de verdade e quando olhei em volta, todos estavam felizes pelo fim da loucura casamenteira, ou quem sabe pela briga interrompida. Jamais saberei. E de verdade... Não me interessava.

"Obrigada, Momo e Chichi... É uma benção tê-las comigo." as meninas pareciam sorrir, mas eu estava muito atrás para afirmar. "Vamos ver probabilidades numéricas agora. Peguem seus livros."

A partir deste ponto a história fica esquisita. Esquisita para os padrões desta instituição: tudo ocorreu como numa escola normal.

A aula seguiu como devia, sem nenhuma discussão ou anormalidade. Conheci a representante da classe, uma garota meio tímida mas com bastante disposição. Touko, que parecia desinteressado na aula, pegou um pacote de batatinhas e ofereceu a todos do fundão (inclusive para mim, do outro lado da classe) e Sumi-sensei pediu as gêmeas que dividissem seus cadernos comigo para que eu pudesse acompanhar melhor devido ao meu atraso na matéria.

Consegui perceber que muitos ali não eram, ou pelo menos não aparentavam, ser homossexuais e fiquei surpresa. Talvez, e só talvez, as coisas estivessem mesmo melhorando pra mim. Ainda estava com o sentimento de identificação depois de ler a história da Academia no celular da Presidente.

Eu realmente comecei a pensar neles como diferentes formas de um mesmo problema: a não aceitação.

De repente me lembrei do garoto das calcinhas. Ainda tinha que pensar no que fazer com aquele aparelho que roubei...

O sinal indicando a troca de aulas me tirou de meus devaneios.

"Está tudo bem, Naruma-san?" A gêmea da esquerda me perguntou.

"S-sim, eu só me assustei um pouco." sorri.

"Espero que esteja tendo um agradável primeiro dia aqui." a outra entrou na conversa pelo meu lado direito.

"Obrigada."

"Se precisar de ajuda com a matéria, deixe-nos saber."

"Sim, por favor. Até a próxima aula, Naruma-san."

"Podem me chamar de Kourin." disse sem pensar "Quer dizer... Eu prefiro..."

Elas primeiro pareciam pensativas, depois voltaram a sorrir "Claro. Até daqui a pouco, Kourin-san!"

Observei enquanto saíam pela porta para aproveitar os minutos de intervalo e então peguei meu material e levei à minha carteira. Sakuya ainda estava ali, mas parecia distraída olhando para fora do prédio. Eu não iria cumprimentá-la, mas quando acabei de arrumar tudo e me preparava para sair, a ouvi suspirar de uma forma triste demais para ser ignorada.

"Ahn... Sakuya-san, está tudo bem?"

Ela virou a cabeça uns 30º e balançou de um lado para o outro em negativa.

"Eu posso ajudar em algo?" ela negou novamente. "Então... tá. Eu vou... sair. Com licença."

"Você é a garota que acertamos hoje, não é?"

A pergunta me pegou desprevenida então demorei a entender do que se tratava. "Ah, sim. Sou eu. Kourin."

"Desculpe por isso... Kourin. O sapato era meu, mas quem jogou foi o Touko. Ele é um idiota."

"Deu pra notar que vocês não se dão bem." disse lembrando-me do dia em que vim matricular-me e os dois entraram discutindo na secretaria "Por que isso?"

"Longa história. Longa história..." ela se virou totalmente em minha direção e lançou um olhar desconfiado "Posso confiar em você?"

"Acho que sim..."

"É bom que sim. Porque estou num momento de fragilidade e não tenho com quem conversar." ela estava mesmo diferente da garota enfurecida com quem topei nas outras vezes.

Eu não queria carregar as mágoas dela, eu nem a conhecia direito! Mas não poderia negar dessa forma, ela parecia desolada. Então apenas assenti.

"Se você contar para alguém sobre nossa conversa, eu te mato." declarou antes de começar "Eu tenho medo. Muito medo de acabar como a Sumi-sensei."

É isso? Ela não pode estar falando sério...

"Solteira?"

"Sim."

Olhei para a menina que estava cabisbaixa. Não sou de elogiar ninguém pelo físico, mas achei necessário deixar algumas coisas claras naquele momento:

"Sakuya, você sabe que tem o corpo de uma estrela de cinema, né?"

"Kourin, eu sei que tenho peitões, cintura fina e pernas toneadas. Não estou preocupada com minha aparência. Ou pelo menos não agora." e finalizou a frase jogando seus cabelos longos e brilhantes para trás dando um sorrisinho.

Quanta humildade...

"Estou pensando muito além disso. Tente entender o problema: minha família não tem dinheiro nenhum e filhos demais. Éramos sete no total, mais meus pais faleceram há dois anos. Tive de me virar desde então para ajudar nas contas e despesas... E com isso quero dizer pequenos furtos. Mais recentemente estou empregada num supermercado, mas já estou vendo pelo andar das coisas lá em casa que só esse trabalho não será o bastante..."

Eu escutava aquilo tudo e por incrível que me parecesse, eu não estava entediada. Ela queria mesmo desabafar e eu estava realmente interessada. Algo nessa escola estava me mudando. Não lembro de alguma vez querer ouvir sobre os problemas de alguém. Nem mesmo de Yuka!

"Se eu continuar trabalhando tanto, vou ter rugas cedo, meu cabelo vai perder a força e serei obrigada a sair do clube de atletismo por falta de tempo. Ou seja, vou ficar gorda e pálida."

"Espera!" pedi fazendo sinal com as mãos abertas "Você sustenta seus irmãos sozinha?"

Ela fez que sim e vi seus olhos marejados. Mas ela rapidamente os fechou e quando voltou a abrir, estavam limpos.

"Sou a mais velha, mas minha irmã um ano mais nova também faz o possível. Juramos não deixar nossos irmãozinhos passando fome... Por isso não posso deixar de me formar." ela se levantou e ficou frente a frente comigo. Éramos da mesma altura "Imagine o meu desespero quando fui expulsa da antiga escola por roubo."

"Sei como se sente..."

Agora ela lançava um olhar de curiosidade, mas continuou a falar.

"Foi uma luz no fim do túnel encontrar esta Academia para rejeitados. É pública e posso terminar os estudos devidamente. Pretendo ir para alguma faculdade que faça com que eu ganhe muito dinheiro. Mas... E se eu não conseguir tudo isso? E se meu destino for ser pobre como meus pais? E se eu for tão feia e pobre que ninguém mesmo deseje casar comigo?"

"Você tem que acreditar no melhor..." estou até dando conselho de auto-estima para ela? Quem sou eu? Onde está a Kourin egoísta e mimada?

"Mas não é só isso. Minha reputação aqui está formada de forma errada. Os outros alunos me enxergam como uma brigona e ainda ganhei fama de homossexual por um mal entendido. Quer dizer, nenhum garoto legal vai se aproximar de mim agora!"

Instantaneamente me lembrei do veterano das calcinhas. Ele seria o tipo de garoto legal a que ela se refere? Será que ele é o tipo dela? Alguém como ele já deve ter se interessado por muitas meninas bonitas como Sakuya... Talvez até já as tenha beijado...

Oh, merda! No que eu estava pensando? Foco!

"P-por que tem essa fama?" perguntei para voltar a história.

"Na primeira semana de aula, quando entrei para o clube de atletismo, muitos dos membros ficaram empolgados pelo meu talento." Mais um ataque de humildade... "E as garotas mais novas fizeram uma rodinha a minha volta. Tentei sair de lá, mas eram muitas e acabei por cair por cima de algumas. E bem... Talvez eu tenha beijado uma delas por engano..."

"Mas como se beija alguém por engano?!" se algum pensamento referente a Asuma ainda existia, naquele momento sumiu completamente.

"Eu não sei!! E não acho que tenha sido mais do que encostar meus lábios nos dela, mas todas ficaram me acusando de abuso sexual ou sei lá e quando vi, a escola inteira já sabia que eu tinha 'agarrado' a menina!"

"Malditos boatos..."

"Eu que o diga! E para piorar, esse garoto, Touko, cismou comigo. Não me deixa em paz nem por um segundo. Se eu não soubesse da quedinha dele pelo irmão da Presidente Kaede, até diria que ele está apaixonado por mim."

Parece que os demais alunos a chamam pelo nome feminino. Acho melhor usar este também.

"Você acredita em mim?"

"Claro. O meu motivo para vir estudar aqui foi exatamente por falsa acusação. Umas garotas babacas puseram cigarros e cinzas no meu armário de sapatos. Fui expulsa por fumar na escola." Usei os dedos para formar aspas no ar.

"Ai, me conta tudo!"

"Sabe esse tipo de garota que anda maquiada desde as sete da manhã? Então, na minha antiga escola havia 3 delas: Surime Hana, Megura Asaka e Watanabe Mei, mas eu as chamo de Barbies por causa daquela boneca..."

Nos minutos restantes de intervalo, conversamos bastante e ouso admitir que Sakuya é uma pessoa muito divertida. Talvez meio metida e brigona, mas posso lidar com isso. E sendo ela uma excluída numa escola de excluídos, acho que não terei problemas em conseguir ser sua dupla em trabalhos e pesquisas.

O resto das aulas foram entediantes como seriam em qualquer lugar, mas não me sentia mais revoltada nem mesmo incomodada por estar ali. É... Eu aceitei. Aceitei que terei de passar três anos da minha vida na Yatobi e ouvir piadinhas de Haruka sobre o assunto toda vez que eu por o uniforme (que ainda é a coisa mais linda do mundo!).

Chegada a hora do almoço, desci com Sakuya e rimos quando Touko e outros garotos brutamontes do primeiro ano passaram correndo e gritando por comida. Sentamos nos jardins pois não havia a confusão do pátio nem o incômodo das menininhas do clube de atletismo.

Horas depois, quando o sinal final batia e todos estavam se aprontando para ir para casa, ouvi uma música estranha vindo da minha bolsa e lembrei de supetão que tinha dois celulares para devolver. Apanhei com rapidez os dois aparelhos e constatei que era o do Garoto das calcinhas que emitia o som. A voz era fina e animada demais, todos a minha volta pararam para olhar.

"N-não é meu! É de um amigo! Eu juro!" não sei porque comecei a me justificar, mas parei logo que percebei o quão ridículo estava. Apertei a tecla de desligar e olhei nervosa para os lados. Ainda havia estudantes me encarando.

"O que foi?" a voz de Sakuya surgiu sem eu notar sua aproximação. Ela não estava falando comigo. "Podem cuidar da vida de vocês." e então todos voltaram a seguir seus caminhos, alguns ainda riam baixinho.

"Obrigada, mas sei me virar sozinha."

"Verdade, mas não custa nada ajudar uma amiga." e sorriu.

Apenas sorri de volta. Isso foi muito antecipado da parte dela. Só porque nos demos bem não quer dizer que sejamos amigas. E eu também não ia dizer pra ela que eu tinha apenas uma amiga, a Yuka.

"Quem era?"

Que enxerida...

"Não sei, o telefone não é meu... Na verdade tenho de devolver. Esses dois." assim que peguei o outro aparelho, ele começou a vibrar. Sem músicas escandalosas dessa vez.

"Não posso ir com você. Já estou atrasada pro trabalho. Até amanhã, Kourin!"

"Até!"

Ela correu em direção as escadas e seu enorme cabelo a seguia alguns segundos atrasado. Resolvi, então, focar nos objetos que tinha em mãos e em entregá-los aos seus respectivos donos.

Imaginei que a Presidente Kaede devia estar na sala do Conselho Estudantil. Pedi orientação a um faxineiro de bigode grosso e olhar miúdo e em pouco tempo já estava do lado de fora do cômodo. Achei sensato bater antes de entrar.

"Com licença?"

A sala estava vazia, com exceção de alguém que estava sentado ao sofá, de costas para mim. Ele não pareceu me ouvir.

Entrei no ambiente refrigerado e comecei a andar em direção ao sujeito. Quando cheguei perto o suficiente, tive de conter o suspiro de surpresa.

"Garoto das calcinhas!"

Ele olhou em minha direção confuso, mas assim que me viu, sorriu e se levantou.

"Garota das escadas!"

"Que bagunça é essa?" Kaede surgiu pela mesma porta que eu entrei e carregava uma papelada até a mesa principal.

"Presidente." cumprimentei mais para desviar o olhar do tarado do que por educação.

Ela posou os papeis na mesa e olhou para nós pela primeira vez "Asuma, já conheceu a Naruma-san?"

"Naruma." ele fechou os olhos, como se absorvesse as letras do meu sobrenome.

"É Kourin. Naruma Kourin. E sim, Presidente... Infelizmente já conheço esse maluco."

Ela riu.

"Onii-chan... Sempre fazendo sucesso com as garotas, né?"

"Onii?" perguntei olhando de um rosto para o outro.

"Sim, ora. Eu te disse mais cedo, Kourin-chan. Sou irmão do Kyo.

"Não disse nada!" fiquei envergonhada e comecei a tentar me explicar "Eu não quis dizer que seu irmão é maluco... É que o lance das calcinhas é difícil de engolir!"

Os dois caíram na gargalhada e pareciam não se importar com o quanto eu estava confusa.

"Eu disse que me chamava Hakeshi Asuma." ele disse por fim.

"Hakeshi... Hakeshi... Kaede! Foi assim que você se apresentou naquele dia! Hakeshi Kaede!"

"Muito bem, Naruma-san." a Presidente piscou para mim "Asuma é meu irmão mais velho e está no último ano. Mas o que te trouxe até aqui? Tenho certeza de que não era intenção encontrá-lo."

"E-eu vim te devolver o seu celular." e estendi o aparelho a ele.

"Ah! Devolva o meu também."

"Não mesmo!" rebati.

"Mas eu preciso do meu trabalho..."

"Não chame de trabalho, seu pervertido!"

"Kourin... Asuma..." a voz de Kaede soou quase como Kyo "Parem com isso antes que eu fique com dor de cabeça..."

Por fim, acabei devolvendo a ele (mas só depois de ter apagado a minha foto) e me desculpando com a Presidente devido a forma como fui grosseira na enfermaria. Saímos juntos da escola e evitei ao máximo dar atenção a Asuma quando ele se ofereceu para me acompanhar até em casa. Kaede parecia se divertir com a situação esdrúxula.

Foi um dia longo, é verdade. Mas acabou melhor do que eu esperava. E por mais louco que tudo seja, já me sinto parte daquele universo que é Yatobi. Não é como se eu gostasse da outra escola...

– Garota! - a porta foi aberta com violência e dei um pulo da cama - Se não estiver pronta em cinco minutos, vai ter que pegar o ônibus. Não me importo de dar carona, mas você tem que se adequar aos meus horários!

– Cacete, Haruka! Nanami acabou de me chamar... Ainda temos tempo.

– Ela te chamou faz mais de meia hora, sua folgada. - Olhei incrédula para o relógio ao meu lado. Ela estava certa! - Cinco minutos, hein.

Bateu a porta e saiu pisando forte pelo corredor do segundo andar.

Corri pelo quarto pegando tudo o que precisava e me apressei em direção ao banheiro. Quando olhei o reflexo no espelho, quase gritei: meu cabelo estava todo pra cima. Percorri o toalete em busca de algo que pudesse melhorar a situação e avistei dois prendedores de cabelo.

– Não, não vou usar maria-chiquinha. - disse a mim mesma.

– Cinco minutos! - berrou a outra do outro lado da porta.

– Kami-sama... - choraminguei enquanto separava o cabelo em duas partes.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Lembrem-se de comentar caso vejam algum erro ou se quiserem elogiar algo que consideraram legal. Obrigada por acompanhar até aqui e até mais!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "KOURIN" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.