Um dia cinzento se formou em Cancún... As nuvem tomavam de conta da maior parte do céu, e por incrivel que pareça, o sol que predomina todos os dias não deu as caras para brilhar. Fazia um frio razoavel, e uma ventania abafada percorria a cidade. Um dia perfeito pra ficar na cama.

Mas mesmo sendo sabado, e estando o dia convidadivo para dormir, Paulina enfrentou o desafio de acordar cedo, para ir trabalhar. Afinal, hoje, seria fechado a parceria com a empresa de movéis, e ela não poderia faltar esse compromisso. Esquentou-se com um bom banho quente de banheira, e se vestiu vagarosamente, bocejando e exalando preguiça pelos poros...

Depois de mais de meia hora se arrumando, Paulina olhou o relogio e se deu conta do quão atrasada ela estava. Já passavam das 9 da manhã, e o combinado era se encontrarem as 8 e meia na fabrica. Quase correndo, ajeitou uma mecha do cabelo jogando pra trás, pegou sua bolsa e dirigiu em disparada pra fabrica. Chegando na fabrica, foi até a atendente, cumprimentou e pegou alguns documentos. Continuou andando até seu escritorio, e no meio do caminho encontra Rafeil, que puxa assunto tentando alerta-lá do atraso.

– Bon'jour Paulina !! A senhorita já esta um poquinho atrasada hãn.. E Mon dieu, seu novo associado ja esta a mais de meia hora esperando-a Cherry .. - Ele falou com uma expressão preocupada, entregando uma pasta com papéis.

– Ai Rafeil.. Eu estou ciente disso.. Mas é que hoje, eu demorei um pouco pra me arrumar , e fiquei sem noção do tempo que passou .. E bom dia pra voçê tambem ! - Ela respondeu, e logo depois se afastou, caminhando rapido, quase que marchando, em direção ao seu escritorio.

Chegando lá abriu a porta e entrou tão rapido, que nem ao menos olhou ao redor. Despejou os papeis sobre a mesa e se encostou na cadeira, ficando de costas pra porta, focando nos papeis que pairavam sobre a mesa.

– Como voçê é pontual hein Paulina ?! - Um tom irônico correu os timpanos de Paulina que gelou, e só conseguiu reagir, apenas respirando. Sentiu suas pernas temblarem, e logo reconheceu aquele tom de voz grave. A unica voz que conseguia deixa-la fora de consciência. Um pouco receiosa, virou o rosto, e constatou suas suspeitas.

– Carlos Daniel ?? - Os poucos papeis que estavam em sua mão, logo foram ao chão.. - O que faz aqui ??

– O mesmo que voçê ué?! Trabalhando !! - Ele respondeu firme e uma leve risada escapou de seus labios - ... Eu sabia que era voçê, a dona da empresa.. !!

– Como sabia ?? - Paulina permanecia ligeiramente nervosa, devido ao impacto do susto.

– Eu juntei os pontinhos.. - Carlos Daniel levantou e se aproximou de Paulina, colocando as mãos na cintura. - Tua voz no telefone, Pm Books, Cacún, Praia.. Só poderia ser voçê !! - Paulina abaixou-se e pegou os papeis do chão, assim Carlos Daniel, institivamente observou suas belas curvas modeladas, naquele belo terninho justo.

– É impressionante, como até em roupa de trabalho, voçê fica divinamente maravilhosa.. - Ele fitou seu rosto agora avermelhado, e mordeu o labio inferior.

– Carlos Daniel , para !! Não quero saber de gracinhas aqui... E.. Aqui ninguem pode saber que nós nos conheçemos ok?! Ninguem !!

– Mas, por que mesmo ?? Não vejo problema nenhum nisso !! Afinal, os chefes aqui somos nós.. - Se aproximou sedutoramente - E podemos fazer o que quisermos .. ! - Ele agarrou com força a cintura de paulina com uma das mãos, e jogou um olhar sexy para ela, que retribuiu com um olhar de reprovação.

– Nossa !! Como voçê tá saidinho hein ?! - Ela indagou num tom irônico, e afastou dele, indo pro outro lado da mesa. Ele riu e, jogou o cabelo que caiu sobre seu rosto pra tras.

– A falta de uma presença feminina na minha vida esse anos fez isso comigo.. - ele revelou uma expressão triste, e Paulina fitou o chão, sentindo o corpo esquentar - Mais mesmo assim não acho não... haha..

– Pois eu acho .. - Ela colocou seu pequeno oculos no rosto. - Vamos ao que interessa ?? Então... - Paulina iniciou o assunto sobre o trabalho, e ambos compartilharam ideias para atração de clientes, num clima totalmente descontraido. Mesmo estando concentrada no que falavam, Paulina não deixava de perceber os olhares que Carlos Daniel trocava com seu corpo.. Olhares maliciosos de Carlos Daniel, fitavam todo o corpo de Paulina.

– Carlos Daniel ? - Ele balançou a cabeça tentando recupar o resto de consciecia que ainda tinha, e olhou pra ela - Vamo focar no trabalho ??

– Como voçê quer que eu foque em alguma coisa, com essas pernas na minha frente ?? - Novamente a face de Paulina esquentou, mais disfarçou e olhou com uma expressão raivosa pra ele. Seus olhares cruzaram, e Paulina não falou nada, apenas continuou olhando com raiva pro rosto sarcastico dele. Ele exalou uma leve risadinha, e levantou indo em direção a ela. Sabendo o que poderia acontecer, Paulina arregalou os olhos e levantou da cadeira dando um passo pra tras com o coração acelerado. Escutando a porta se abrir, Carlos Daniel recuou e deu um passo pra trás virando seu corpo, encontrando Rafeil na porta assustado.

– Atrapalhei algo ?? - Ele perguntou nervoso, dando curtos passos pra trás.

– Não Rafeil !! Pode entrar .. Venha, só estavamos conversando. O que aconteceu ??

– Non acontece nada.. É so que precisam ir para o setor industrial para mostrarem, o novo plano pro projeto.. Para que os operarios possa começar logo o trabalho..

– Ah , sim.. - Paulina suspirou aliviada.

– E esse sotaque ?? Rafeil .. Não é de Cancún ner?! - Carlos Daniel perguntou curioso.

– Non senhor..

– É meu Francesinho, exportei ele da França pra cá.. É um dos melhores daqui.. - Paulina pegou suas pasta, e chegou perto de Rafeil, apoiando a mão no ombro dele, que riu em forma de agradecimento. - Então vamos lá, acabar logo com isso ?! - Ela olhou para Carlos Daniel

– Vamos.. - Rafeil saiu, e Carlos Daniel acompanhou Paulina, que o guiava até o setor industrial...